Os primeiros Cabalistas se expressaram em uma linguagem narrativa e descreveram todos os tipos de processos espirituais através de algo próximo a lendas e contos de fadas, e ao se referirem à natureza inanimada, vegetativa, animal e humana eles não queriam dizer materialidade, mas forças espirituais, superiores da natureza. Mas, ao mesmo tempo, eles se entendiam porque sentiam essa esfera superior, um campo superior, e seus sentimentos eram semelhantes.

À medida que nosso egoísmo se desenvolveu cada vez mais de geração em geração, eles começaram a sentir o quanto estavam se afastando das pessoas comuns e não podiam lhes dizer nada, não podiam explicar, mostrar ou revelar nada. E aqui surge o problema, como você pode se comunicar com pessoas que não sentem o campo de conexão interna entre si, chamado mundo superior, o mundo espiritual, mas sentem essa conexão apenas de forma limitada em seus cinco órgãos dos sentidos, incluindo visão, audição, paladar, olfato e tato.

Os Cabalistas do passado não transmitiram particularmente esse conhecimento. Eles se comunicaram com sua própria espécie, com aqueles que sentem a natureza superior além da nossa natureza.

Além disso, eles descobriram que existem cinco órgãos sensoriais espirituais em uma pessoa e começaram a compará-los com os materiais. Eles pegaram palavras do nosso mundo e começaram a descrever ações espirituais, qualidades e interações através delas. Assim, eles desenvolveram uma linguagem para si mesmos chamada “sfat haanafim” – “a linguagem dos ramos”, paralela aos nossos órgãos dos sentidos.

Acontece que tomamos os conceitos do nosso mundo e descrevemos algumas ações, interações e conexões com eles. Ao mesmo tempo, você tem uma boa imagem, supostamente sobre pessoas que se comunicam, se casam, dão à luz e se desenvolvem, e assim por diante.

Mas, em princípio, não estamos falando sobre isso, mas sobre qualidades internas, e como os Cabalistas atingem a matéria superior nessas qualidades internas.

De KabTV, “Estados Espirituais”, 22/08/22

Categoria: Linguagem dos Ramos, Trabalho Espiritual |