O trabalho espiritual é diferente do nosso trabalho regular neste mundo. Na vida cotidiana, estamos acostumados ao fato de que, se acordarmos de manhã, trabalharmos, cuidarmos da família e da sociedade à noite, é disso que se trata a vida. Mas a vida espiritual não é medida dessa maneira. No trabalho espiritual, o nível ou estado alcançado é considerado zero em relação ao próximo estado, que é medido apenas pela diferença, pela adição ao grau anterior.

Cada novo estado deve ser maior que o anterior, o que significa que estamos entrando na vida espiritual. Caso contrário, não é espiritual, mas corporal.

Se algum sucesso dura mais do que o momento em que foi alcançado, ele se transforma em um estado corporal e egoísta. Não é mais considerado que estamos voltados para o Criador, para o trabalho espiritual. Não há nada espiritual ou único nisso. Portanto, o grupo deve se preocupar em renovar constantemente seu espírito. Se a impressão do que foi alcançado persistir até o próximo momento, ela perde o sabor.

Nós fizemos um trabalho tremendo e importante no Congresso, mas tudo isso já está no passado. Os estados devem mudar no ritmo da respiração: inspirar – expirar. Não podemos aceitar ausência ou renovação. Geralmente, após esses grandes Congressos, tendemos a adormecer, como animais em hibernação.

Geralmente, leva cerca de uma semana para se acalmar após picos tão acentuados e voltar ao normal. Mais importante ainda, não ceda a esses estados de transição. Com a eletricidade, esses processos de transição sempre ocorrem quando o sistema se desequilibra após mudanças acentuadas e precisa de tempo para se estabilizar.

O Congresso em si é um choque gigantesco, seguido por uma queda acentuada, na qual tudo depende do trabalho do grupo, da conexão entre nós, e não do trabalho interno de cada um de nós. Cada um de nós é zero, mas há a dezena que cria algo novo.

Naturalmente, uma pessoa não pode sentir o espírito em ascensão, o desejo ou o impulso por conta própria. É bom não sentirmos nada disso, porque é exatamente isso que permite criar juntos um novo estado corrigido.

O trabalho espiritual é uma unidade de amigos cada vez mais poderosa no grupo; não há mais nada. Esforce-se para alcançar essa unidade mais rapidamente, para que a luz superior possa reinar entre nós. Depende da nossa unidade. Devemos fazer esforços para nos unir de tal maneira que o poder da unidade seja revelado em nós ainda mais forte, até que revelemos o poder do amor. O poder do amor já é o Criador. ¹

O estado espiritual termina no momento em que começo a senti-lo. Se eu posso senti-lo, isso significa que já se foi. Agora temos que criar um novo estado conectando e unindo-nos aos amigos. O estado anterior nos foi dado pelo Criador, foi Ele quem organizou o Congresso e garantiu seu sucesso. E agora, após esse sucesso, devemos “trazer um sacrifício” porque não fomos nós que garantimos o sucesso, por isso devemos ser gratos ao Criador por todo o trabalho que foi feito. Ele fez isso como um exemplo, para que pudéssemos executá-lo nós mesmos e criar um resultado permanente em nós.

Aparentemente, estamos retornando ao mesmo estado que no Congresso, mas através de nossos próprios esforços. Não recebemos mais o despertar do alto, que nos unimos no Congresso no deserto. Se continuarmos a exercer nossos próprios esforços, não apenas traremos de volta a unidade recente, mas seremos capazes de alcançar em nossos próprios Kelim o que esse despertar implicava.

Não há necessidade de pensar nos estados anteriores. Fazer isso é uma Klipa. Precisamos almejar uma unidade cada vez maior. Não a sentiremos como no passado, porque o Kli está sempre mudando e estamos alcançando novos estados dentro da conexão.

Não importa o que aconteceu no passado. O Criador nos deu um exemplo que nos deixou uma impressão, nos despertou e agora tudo o que precisamos fazer é continuar trabalhando.²

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 02/03/20, Continuando o Congresso em Ascensão
¹ Minuto 1:27
² Minuto 9:30

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