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Ynet: “Antissemitismo Nos EUA? A História Se Repete”

Da minha coluna no Ynet: “Antissemitismo nos EUA? A História se Repete”

Ao longo da história, os judeus tentaram esconder a sua identidade e assimilar, mas nunca conseguiram. O helenismo levou à destruição do Templo, a conversão ao cristianismo levou à Inquisição espanhola e à perseguição na Europa. O que pode ser aprendido com o crescente antissemitismo entre os judeus americanos? O quanto Trump é responsável por isso? Como vamos parar essa onda crescente? O Rav Laitman oferece uma maneira de lidar com um mundo em mudança.

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Steve Bannon, presidente do site de notícias Breitbart News, afiliado do movimento “Alt-Right”, foi presidente da campanha de Trump e recentemente nomeado estrategista-chefe e assessor sênior na administração Trump, chateando a América em geral e a comunidade judaica em especial.

Por um lado, os republicanos judeus que trabalharam com Bannon em toda a campanha eleitoral de Trump dizem que ele realmente será “bom para os judeus” e, especialmente, para Israel, e estamos prestes a ver diante de nossos olhos como Donald Trump vai se tornar o primeiro presidente “judeu” na história dos Estados Unidos. Por outro lado, a maioria dos judeus liberais dos Estados Unidos, cerca de setenta por cento dos quais se opuseram a Trump, atribuem opiniões antissemitas e racistas a Bannon.

Bannon é apenas um exemplo de uma tempestade que está sendo travada entre os judeus americanos. Seja um apoiador dedicado da nação de Israel ou um inimigo destacado dos judeus, um bom futuro na América ainda não está garantido aos judeus. Os judeus são um fenômeno único no mundo. Eles são um conjunto de pessoas que possuem um ego particularmente bem desenvolvido, com o objetivo de se beneficiar ao máximo de cada oportunidade em todos os campos, o tempo todo.

A primeira vez que os judeus conseguiram subir um pouco acima dessa característica profundamente inata e se consolidaram em um único povo, foi cerca de 3.800 anos atrás, na Babilônia: uma antiga sociedade tribal com uma abundância de nações e culturas. Um pouco como a América dos nossos dias.

Singularidade Judaica

A sabedoria da Cabalá conta que uma bela manhã a natureza egoísta eclodiu entre os babilônios, minando a tranquilidade que habitava entre eles até então, e reforçando o sentimento de “eu” em cada um deles. O surto egocêntrico criou muitos conflitos e disputas que pioraram as relações entre os babilônios e ameaçou separar a sociedade, semelhante à crise que a sociedade americana está experimentando. Os babilônios frustrados procuraram uma saída para a crise social na qual foram jogados, e essa chegou à pessoa de Abraão, um grande sacerdote babilônico da sua geração e líder da opinião pública que os reuniu a sua volta, ensinando-lhes a sabedoria da Cabalá, e educando-os sobre a conexão e o amor ao próximo. A comunidade dos babilônios que antes tinha era alienada, se conectou “como um homem com um coração”, e eles foram chamados de Ysrael, por seu desejo de se parecer diretamente (Yashar) com o Criador (El), a característica do poder singular, pleno e eterno da natureza. Em outro lugar eles seriam chamados de judeus (Yehudim) porque estavam trabalhando para se tornar unidos (yichud) e em harmonia com a natureza. A partir do momento em que o povo de Israel foi fundado, eles só tinham um propósito: servir como exemplo de unidade ao resto das partes separadas da humanidade, para serem uma “luz para as nações” (Isaías 49:6).

O povo judeu passou por muitas vicissitudes. Após a destruição do Segundo Templo, a partir do momento em que o amor fraterno e o valor supremo da unidade deixaram de iluminar a visão espiritual, o povo se espalhou por dois mil anos de exílio e vagou de um lugar para outro. No entanto, logo após os judeus se estabelecerem como uma pequena comunidade e começarem a se organizar e ganhar tudo o que fosse necessário para uma boa vida, como convinha à natureza egoísta que os dominava, a consolidação social enfraquecia e a solidariedade se dissipava. Nenhum deles mantinha sua natureza, sua religião ou sua cultura, na melhor das circunstâncias, e eles rapidamente assimilavam e voltavam a ser os mesmos babilônios de antes. Na pior das hipóteses, eles perdiam completamente a sua direção e até começavam a atirar flechas contra o seu próprio povo. Foi o que aconteceu uma e outra vez ao longo da história.

Novos Convertidos

Quando os judeus encontraram pela primeira vez a cultura helenística na Grécia antiga, muitas famílias judias correram para se tornar helenizadas e mudar de religião. Primeiro os nomes e a língua foram trocados, costumes gregos foram adotados, a Torá foi traduzida para o grego, e uma assimilação cultural geral dos judeus na cultura grega começou. Assim, os valores de unidade e responsabilidade mútua que marcaram e protegeram o povo de Israel ao longo dos anos foram abandonados, e o egoísmo, o culto do “eu”, a ambição e a agressividade foram entusiasticamente adotados. Tiberius Julius Alexander, o filho do chefe da comunidade judaica em Alexandria, cujo pai doou o revestimento de ouro para as portas do Templo, tornou-se o símbolo do antissemitismo judaico desse período. Tiberius foi nomeado conselheiro para assuntos judaicos no governo do imperador romano Tito, o senhor da guerra que subjugou a grande revolta e destruiu o Segundo Templo.

Um processo semelhante começou na Espanha alguns anos antes do estabelecimento da Inquisição. O pesquisador de história judaica na Universidade de Wisconsin, Professor Norman Roth, detalhou em seu livro que “nos séculos XIV e XV, milhares de judeus se converteram ao cristianismo, especialmente por sua livre vontade e não como resultado de pressão.  Assim, os ‘novos cristãos’ despertaram hostilidade acentuada contra si, a qual finalmente adicionou-se uma guerra. O racismo antissemita inchou, e pela primeira vez na história, as posições de ‘pureza de sangue’ foram estabelecidas (distinguindo aqueles que tinham sangue cristão puro e aqueles que tinham sangue judeu convertido ou muçulmano). Em última análise, a Inquisição foi reavivada, muitos dos ‘novos cristãos’ foram falsamente acusados e queimados na fogueira. Especificamente com os judeus que continuaram suas vidas como judeus e mantiveram suas relações normais com os cristãos como no passado, nada aconteceu. Isso significa que, enquanto os judeus se mantiveram fiéis à sua herança e não tentaram se integrar ou assimilar culturas estrangeiras, foram bem recebidos, ou pelo menos, foram abandonados a si mesmos”.

Precisamente como nos últimos dias do Segundo Templo, os judeus que haviam mudado sua religião estavam na liderança da Inquisição. Sabe-se que o avô de Tomás de Torquemada, o “Grande Inquisidor de Espanha” e os principais apoiadores e ativistas na expulsão dos judeus da Espanha também eram judeus.

Judeus Americanos

Um exemplo adicional da assimilação dos judeus e sua rejeição aconteceu na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial e durante a mesma. A partir do século XVI, juntamente com a Renascença, os judeus alemães desfrutavam relativa tranquilidade. Eles não recebiam igual status ou cidadania, mas as autoridades os deixavam gerenciar suas vidas relativamente sem interferência e separados do resto da sociedade alemã. Mesmo que a vida fosse confortável, no momento em que tinham oportunidade, começavam a se misturar e assimilar a cultura alemã, de um modo semelhante ao que ocorreu na Espanha que infligiu desastre sobre eles.

Perto do final do século XVIII, os judeus estavam ansiosos para se tornar parte integrante da sociedade cristã e estavam prontos para fazer tudo para serem aceitos por ela. Os judeus alemães estavam prontos para remover do livro de oração todas as referências aos muitos anos de anseio pela antiga terra natal, a Terra de Israel. Então, o Judaísmo Reformista se tornou um símbolo da prontidão para o comércio em uma antiga tradição em troca da igualdade civil e aceitação social.

Após a consolidação da Reforma do Judaísmo como uma força central da Alemanha, ela se espalhou para uma série de países da Europa Ocidental e para os Estados Unidos. Enquanto na Alemanha, ela foi forçada a se defender constantemente do “establishment” ortodoxo e da interferência do governo, nos Estados Unidos, não houve supervisão do governo sobre a religião e os judeus podiam operar nela como queriam. A Reforma do Judaísmo adotou a terra de oportunidades ilimitadas para se tornar uma força influente e de liderança nas áreas da economia, entretenimento, educação e política no país.

Os judeus se tornaram integrados em todos os cantos da vida pública nos Estados Unidos. Eles controlam os meios de comunicação, determinam a agenda pública e influenciam a opinião da comunidade mundial. Considerando-se o predomínio da cultura americana em todo o mundo, pela primeira vez na história os judeus tomaram posições de partida perfeitas para o papel ao qual foram eleitos, e se quisessem, poderiam liderar o caminho para mudanças significativas que teriam a capacidade de influenciar o mundo inteiro.

Hollywood: Para Cima ou Para Baixo?

A América (EUA) ainda é a maior potência do mundo, e, como tal, dita ao mundo os filmes que são assistidos, a música que ouvimos, a notícia que consumimos, e até mesmo quais sites e redes sociais nós surfamos. O sucesso no mercado americano é considerado sucesso no mundo, e os judeus especificamente americanos, devido ao seu alto status, têm muita responsabilidade em fornecer ao mundo o que ele deve ter, de acordo com o seu papel na humanidade. Caso contrário, o lembrete virá de maneiras desagradáveis ​​….

Só essa semana, nós fomos informados sobre uma série de incidentes preocupantes: uma suástica foi pulverizada em uma porta no dormitório em uma das universidades, outra suástica foi pintada na entrada de um edifício residencial em Manhattan, onde um judeu senador vive, e nas redes sociais transmitem reações racistas e ofensivas aos jornalistas e ativistas judeus. Os antissemitas na América sempre pairam como uma nuvem negra, mesmo antes da eleição do Trump para a presidência, como atestam dados importantes e preocupantes. Um aumento dramático no número de casos de ataques a campi e faculdades nos Estados Unidos foi registrado desde o início do ano.

Além disso, o antissemitismo pode levar a comunidade americana em duas direções possíveis: se aproximar e unir como geralmente acontece em momentos de adversidade, ou pode fazer com que os judeus se distanciem de sua identidade, para assimilar e começar a desenvolver a hostilidade e tornar-se crítico em relação a nação de Israel, em outras palavras, para se tornar-se antissemitas.

Ao longo da história, temos visto que não faz diferença o quanto os judeus tentam se esconder; eles nunca conseguiram se separar da sua identidade. Assim que eles assimilam entre outros povos e cortam os fios que conectam entre eles e seu papel na humanidade, eles merecem uma resposta severa que os dirige para realizar seu destino espiritual.

Não há nenhuma razão para esperar até o próximo evento trágico; estamos na última parada. Mesmo que uma pequena parte dos oito milhões de judeus que vivem nos Estados Unidos se una “como um homem” e comece a irradiar os valores de responsabilidade e mútua conexão sobre os quais o povo judeu se reuniu, a sociedade americana, que está buscando hoje uma nova visão, vai se comportar como ela. O espírito de unidade poderia se espalhar; os judeus seriam uma “luz para as nações” e levariam a uma nova versão do sonho americano.

Do Artigo no Ynet 22/11/16

Nova América + Trump, Parte 3

laitman_291Pergunta: Como a vitória de Trump nas eleições dos EUA contribui para o processo global de correção do mundo e de movimento rumo ao objetivo da criação?

Resposta: Há milhões de pessoas por trás de Trump, todas as “pequenas cidades” norte-americanas. São os europeus brancos, que uma vez fundaram os EUA e que já começaram a perdê-los recentemente por causa do fluxo de imigrantes muçulmanos.

Problemas com a população afro-americana são problemas internos dos EUA e devem ser resolvidos de alguma forma. A propósito, nenhum dos programas de Obama, incluindo o Obamacare, tem ajudado. A população negra está vivendo pior hoje do que há oito anos, quando Obama se tornou presidente. Ele foi incapaz de fazer algo bom, mesmo para seus irmãos negros. Ele fez bem apenas para um grupo: islamitas radicais, abrindo as portas para eles entrarem nos Estados Unidos. Sua mente estava ocupada apenas com isso.

Pergunta: Os planos de Trump contra os imigrantes não parecem fascistas?

Resposta: Eu não acho que Trump agirá sem pensar. Ele dá a impressão de ser um homem inteligente. Além disso, ele não está sozinho; existem assistentes muito fortes qualificados à sua volta, tanto militares como economistas, com vasta experiência.

Não importa se o mundo deseja isso ou não, ele deve avançar rumo à unidade, a fim de se tornar uma única sociedade sem separação por nacionalidades, religiões e crenças. Claro, haverá pretos e brancos, vermelhos e amarelos; cada um pode ser ele mesmo e se misturar com os outros. E se alguém quiser ser gay, essa é a sua escolha.

Ao mesmo tempo, todos devem saber que pertencemos a um sistema chamado Adam (Homem), uma família, onde todos dependem uns dos outros. A lei da natureza nos empurra para esse objetivo.

E esse objetivo está bastante próximo, conforme indicado pela crise que estamos vivendo hoje. Em todas as áreas em que a humanidade esteve envolvida por milhares de anos, chegamos a um impasse: ciência, família, educação dos filhos, relações humanas, comércio internacional, e na atitude das pessoas para com a vida.

Nós estamos gradualmente perdendo todos esses valores, porque hoje é impossível controlar o sistema humano sem a conexão entre as pessoas. A humanidade está se fechando cada vez mais em um único sistema, mas as pessoas não o sentem e compreendem. No entanto, devemos chegar a isso se quisermos continuar a se desenvolver em um bom caminho.

Pergunta: Como a vitória de Trump contribui para esse processo?

Resposta: Trump quer eliminar o fosso, a desconexão e a separação da sociedade humana, pelo menos nos EUA. Ele diz: “Nós somos uma nação”, porque entende que nada vai funcionar sem ela. Embora ele seja branco e de origem alemã, é importante para ele que a nação americana se una. No entanto, os democratas de esquerda, apesar da boa conversa, apenas dividem a nação.

Pergunta: Eu pensava que era o Trump que leva à divisão da sociedade ao impor rótulos negativos sobre grupos inteiros da população, como, por exemplo, sobre os mexicanos. Essa imagem não é diretamente oposta a essa mesma sociedade única e harmoniosa de que você está falando?

Resposta: Isso é o que parece do ponto de vista de um filisteu tacanho. Mas, na verdade, Trump declara coisas muito simples, “Todos devem voltar para o seu lugar, sair do apartamento de outra pessoa e observar a ordem. Em primeiro lugar, precisamos entender onde estamos ao devolver os EUA ao seu estado original”.

“Demos alguns passos errados e entramos na crise global: aumentamos drasticamente a dívida pública, levamos a nossa produção para o exterior. As pessoas locais perderam seus empregos porque fábricas foram fechadas. As pessoas não podem sustentar suas famílias. Olhe o que fizemos! Para quê?”

É errado dar poder ao governo, à elite rica e aos bancos. Trump vai contra o establishment (sistema), que tem o poder e o dinheiro. Ele é um socialista.

Os democratas de esquerda não são socialistas; eles estão mais próximos dos nazistas porque odeiam todo mundo afora eles mesmos em seu egoísmo. Portanto, eu espero que Trump seja benéfico porque representa uma única nação contra a dominação do “establishment” e dos bancos. Ele quer reduzir a enorme dívida pública e dar trabalho aos americanos comuns. Se ele se mantiver firme nessas posições, deve ter êxito. Eu vejo que ele entende onde está o problema.

Pergunta: Você é contra os democratas de esquerda?

Resposta: Eu não sou contra os de esquerda ou de direita; sou a favor do programa da criação. Portanto, não importa para mim quem será o presidente; o principal é que o programa de criação nos levará à frente com o mínimo de sangue e sofrimento possível.

Eu só quero que sejamos bons! Nós ainda temos que seguir em frente; afinal de contas, não podemos ir contra as leis da natureza. Portanto, vamos implementá-las conscientemente, com compreensão, e, assim, todos vamos ficar bem, todos nós juntos.

De KabTV “Nova Vida” 10/11/16

As Letras E Sua Substância

laitman_525Pergunta: Por que os níveis espirituais que descem de cima para baixo mudaram enquanto as letras sobre eles permanecem as mesmas?

Resposta: As letras são provenientes da Luz e por isso são imutáveis. Apenas o material do qual elas são compostas é alterado. As próprias letras, sendo semelhantes à Luz, não estão sujeitas à mudança, ao passo que a sua substância (inanimada, vegetal, animal ou humana), ou seja, o desejo, muda constantemente.

Da Lição de Cabalá em Russo 17/07/16

Como A Alma É Desenvolvida

laitman_942Pergunta: De que forma o desenvolvimento da alma difere da criação de uma fantasia e como exatamente é possível verificar se estou no caminho certo?

Resposta: O desenvolvimento da alma ocorre dentro de estruturas muito estreitas e precisas, quando a pessoa está incluída em um grupo e começa a desenvolver a característica de doação em conjunto com os membros do grupo, até alcançar a característica de amor, e o seu envolvimento com isso desenvolve a alma. A alma não pode existir em uma pessoa, mas apenas em um conjunto de pessoas.

A situação mais ideal é quando dez pessoas se reúnem e através do uso correto do ego começam a construir acima e entre elas a característica supra-egoísta de conexão que é o oposto do ego.

Quando elas a utilizam dessa forma, na direção oposta, um fenômeno muito interessante acontece entre elas. Conforme o seu esforço e não através da supressão do ego, mas usando-o corretamente, elas criam acima dele a característica de amor e conexão.

Elas começam a sentir que não têm o poder que irá ajudá-las a subir acima do ego e a usá-lo corretamente. Elas recebem esse poder das profundezas da criação. Na unidade entre si, elas de repente descobrem que no centro da sua conexão uma força como um redemoinho começa a ser descoberta entre elas. Mas ela não atrai para dentro, mas sim irradia para fora, e a Luz Superior, o poder de doação, conexão recíproca, amor, bondade e cooperação sobe de lá.

Quando essa força completa a conexão correta entre elas e as preenche, o estado comum que elas alcançam é chamado de alma.

Da Lição de Cabalá em Russo 09/06/16

Acesso Ao Programa Do Mundo, Parte 2

Dr. Michael LaitmanO estudo da Torá é muitas vezes visto como um simples estudo do texto do livro. No entanto, precisamos entender o que está escrito nessas histórias. Há quatro linguagens na Torá: Pshat, Remez, DrushSod (narrativa simples, alusão, alegoria e mistério) – quatro estágios de compreensão do material.

O texto da Torá nunca pode ser percebido no sentido comum como uma narrativa histórica.

Esse é um código que devemos decifrar. Ele tem quatro graus de compreensão e o grau mais profundo é a sabedoria da Cabalá. Através dela podemos alcançar a verdade, e, portanto, a Cabalá é chamada de verdadeira sabedoria.

Cada um pode decifrar esse código, mas, para decifrá-lo, deve mudar a si mesmo, desenvolver e expandir sua mente e sentidos. Então, ele vai descobrir o que realmente está escrito na Torá.

Há quatro fases de apresentação da Torá, e cada uma é um desenvolvimento adicional em relação ao nível em que nascemos e vivemos nesse mundo. A Torá não implica que o seu texto seja entendido literalmente, como em qualquer outro livro. Espera-se que a pessoa mude a si mesma e entenda a escrita em um nível mais interno.

Imagine uma criança lendo um conto de fadas com sua mãe: como um príncipe conheceu uma garota, se apaixonou por ela, e levou-a para o seu palácio. A criança só recebe informações muito rasas, primitivas dessa história, e a mãe entende a história mais profundamente e vê o que realmente aconteceu lá, porque está familiarizada com a natureza das pessoas. Isto é, cada um compreende a história de acordo com o nível do seu desenvolvimento.

Primeiro, precisamos entender que é necessário desenvolver a pessoa de modo que ela entenda a Torá. A própria Torá nos prepara para a sua compreensão, se a estudarmos corretamente. Avançando para o amor ao próximo, a grande regra da Torá, conforme a expansão desse amor dentro de nós mesmos, aprendemos a compreender a Torá cada vez mais fundo.

Nós percebemos a realidade em que vivemos em um modo profundo e mais amplo, mais multifacetado. Então realmente vemos todos os quatro graus nela.

O amor ao próximo começa com amigos próximos e se estende até a nação e, depois, ao mundo inteiro. Se toda a humanidade se aproxima de mim como meus próprios filhos, a partir deste sentimento, eu posso entender o que a Torá diz; não há outro caminho.

Pergunta: Quem desenvolve quem? Será que a Torá desenvolve uma pessoa ou a pessoa tem que se desenvolver para compreender a Torá?

Resposta: Uma pessoa só pode se desenvolver através do estudo da “Torá interior”, em outras palavras, a Cabalá.

O amor ao próximo revela novos sentimentos em nós que nos permitem sair de nós mesmos. Agora eu quero atrair tudo para mim e investigá-lo dentro de mim, apenas para o meu próprio benefício. Mas se eu saio e começo a amar o meu próximo, eu sinto a realidade que está fora de mim. Isso já não depende da minha relação com ele e quanto eu me beneficio dele. É assim mesmo, por si só, como se eu não existisse.

A realidade não é mais refletida em meus sentimentos e mente. Afinal de contas, uma vez que eu saio da minha própria percepção egoísta, eu adquiro os sentimentos e a mente do sistema geral que a Torá me fornece. Estes são os sentimentos e a mente do sistema superior, e com eles eu posso sentir e compreender toda a natureza em sua forma verdadeira.

Graças a isso, eu alcanço a eternidade e perfeição inerentes à natureza. Eu não trago interferências para a natureza como antes devido às minhas limitações, estereótipos, entendimento incorreto e percepção nos sentidos materiais e na mente que adquiri durante a vida nessa geração.

Acontece que a Torá me eleva ao grau de eternidade e perfeição. Eu mesmo deixo de depender do meu corpo. O corpo de repente pode ficar doente e morrer, e eu vou ficar na mesma consciência, na mesma mente e sentimentos que adquiri. Visto que a Torá é eterna, isso me faz uma pessoa imortal – uma entidade eterna chamada alma.

De KabTV “Nova Vida” 20/10/16

Nova Vida # 785 – Do Politicamente Correto À Verdadeira Igualdade

Nova Vida # 785 – Do Politicamente Correto À Verdadeira Igualdade
Dr. Michael Laitman em conversa com Oren Levi e Tal Mandelbaum ben Moshe

Resumo

Por que o politicamente correto é contrário à natureza humana? Qual é a maneira correta de lidar com conflitos e como podemos alcançar a verdadeira igualdade social, apesar das diferenças entre as pessoas?

Hoje é impossível falar abertamente sobre diferentes problemas sociais.

Pontos principais:

  • Os problemas sociais derivam do fato de que não temos a força positiva para equilibrar o egoísmo humano. A sabedoria da Cabalá nos ensina como podemos atrair a força positiva que precisamos.
  • Se só escondermos a nossa atitude má sem corrigi-la, ela acabará por explodir em diferentes formas, como o fascismo, o nazismo, etc..
  • Os países europeus, por exemplo, não sabem como lidar com os refugiados, e estão, na verdade, se enterrando. O Islã radical está aproveitando a cultura do politicamente correto e busca esmagar a Europa.
  • As pessoas são diferentes umas das outras, mas uma pessoa quer que todas sejam como ela, que ajam como ela. Todos também aspiram a ser o “rei da selva”, porque a aspiração de dominar os outros faz parte da natureza humana.
  • Nossa única esperança é estudar o método de conexão acima de todas as nossas diferenças. Pode parecer impossível, mas há uma força positiva equilibrante na natureza que podemos atrair para a nossa vida, aprendendo o método de conexão de acordo com a sabedoria da Cabalá.

De KabTV “Nova Vida # 785 – Do Politicamente Correto À Verdadeira Igualdade”, 27/10/16