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O Desenvolvimento Espiritual Das Nações

laitman_575Pergunta: O que acontecerá com as nações que não se desenvolverem espiritualmente e não alcançarem o Criador?

Resposta: Todas vão gradualmente atingir a espiritualidade, mas existem diferentes níveis de desenvolvimento espiritual. Assim como há nações que estão mais avançadas tecnologicamente em nosso mundo e há aquelas que são mais avançadas fisicamente, cada nação está em um nível diferente e se desenvolve em diferentes direções. Mas, no final, todas devem se desenvolver espiritualmente. Além disso, as nações que avançam mais rapidamente têm um egoísmo menor, embora isso seja expresso de forma mais evidente. Por outro lado, as nações que irão atingir a espiritualidade mais tarde, como as nações africanas ou da Oceania, têm um egoísmo maior, e vão atingir um nível mais elevado de espiritualidade.

Na verdade, os judeus que estão avançando na cabeça da humanidade atingirão o menor nível espiritual. Seu dever é transmitir a Luz Superior através deles, e é por isso que estão mais próximos a ela. Mas, na verdade, as nações que hoje estão longe da pergunta sobre o sentido da vida e que vão ser as últimas a iniciar a correção, é que receberão a Luz mais forte e poderosa.

Da Lição de Cabalá em Russo 09/06/16

Ynet: “Simchat Torá Para Iluminar O Ano Novo”

Da minha coluna no Ynet: “Simchat Torah Para Iluminar O Ano Novo”

Alguns de nós são avessos a ela, outros são curiosos, e às vezes ela desperta controvérsia. Uma coisa é certa, é impossível ficar completamente indiferente a ela. O provocativo artigo do Rav Laitman sobre a alegria e a força interna da Torá.

“Regozijo em Simchat Torah” é o hino não oficial das celebrações de Simchat Torá, um antigo costume de celebrar o dia em que completamos a leitura da porção semanal da Torá (Parashat HaShavua) e começamos a lê-la novamente. Mas há algo no livro mais popular da história humana que nos deixa tão felizes e alegres? Riqueza? Saúde? Bem-estar da família? Se não for para nos trazer alegria, para que serve a Torá?

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A Torá não é apenas um pergaminho decorado enrolado na Arca Sagrada, ou um sinônimo para os cinco Chumashim. De acordo com a sabedoria da Cabalá, há uma força espiritual interna, uma força superior, escondida na Torá, ou como os Cabalistas chamam: a Luz, que é a fonte de todo o bem no mundo.

O ARI abre seu livro, A Árvore da Vida, com as palavras: “Eis que antes das emanações serem emanadas e as criaturas criadas, a Luz simples superior preenchia toda a existência”. A Luz é a força que precedeu a criação, que criou a matéria do universo no Big Bang 14 bilhões de anos atrás e se espalhou em todas as direções.

Os Cabalistas descrevem a Luz como uma espécie de força, uma lei da natureza, ou um atributo que pode doar abundância infinita. A Luz é a força posta à nossa natureza egoísta, a qual aspira apenas a receber mais e mais prazer. Como resultado do atributo da Luz de doar, dar e gerar vida, as galáxias, as estrelas, e toda a natureza inanimada, as plantas e os animais, e, finalmente, nós, seres humanos, fomos criados para recebermos bondade eterna e absoluta. Mesmo que não estejamos conscientes disso, toda a nossa vida gira em torno da Luz. Nós a exploramos com as ferramentas que temos, mas mesmo quando atingimos o ápice da pesquisa global pela física moderna e parece que estamos prestes a revelar a essência da Luz, de decodificar o segredo da vida, e de ascender à nova dimensão, o oposto é revelado: a Luz tem atributos que a nossa limitada psicologia não pode perceber.

Doação versus Recepção

Ao contrário dos cientistas, os Cabalistas exploram as leis da criação e a realidade espiritual. Tendo atingido a bondade eterna e absoluta, eles nos descrevem a realidade que sentiram: a cada momento a Luz nos fornece abundância infinita, mas como os nossos atributos são opostos ao atributo da Luz, não podemos receber o prazer dela. Eles nos dizem que uma pessoa naturalmente opera apenas para desfrutar, e que vai se sentir bem, mesmo se a conquista desse prazer envolve ferir os outros, abusar deles, ou prejudicá-los. “Todas as aflições que uma pessoa sente são apenas devido ao seu inato atributo de receber” (Baal HaSulam). É assim que nascemos; essa é a nossa natureza, e não há nada de errado nisso. O problema começa quando a força de doação e a força de recepção se chocam e nos sentimos mal …

Hoje nós estamos em um ponto de transição para uma nova era no desenvolvimento humano, como os Cabalistas nos dizem. Para ser exato, já estamos vivendo em uma realidade que une toda a humanidade em um único sistema global. É um sistema fechado em que somos afetados uns pelos outros e estamos conectados não só por infinitas estações de retransmissão e canais de comunicação, mas também em nossos corações. As leis de doação fazem o sistema girar de acordo com o atributo de doação da Luz Superior. Nós vivemos em um mundo que é gerido por certa regularidade, que não compreendemos. Se quisermos conhecer essas leis, agir de acordo com elas, e sermos capazes de desfrutar de uma vida melhor, teremos que descobrir novos sentidos por nós mesmos e desenvolver atributos que sejam semelhantes à Luz. Enquanto continuarmos mantendo nossos atributos egoístas, haverá um confronto contínuo entre forças opostas, ou em outras palavras, estamos em uma crise.

A crise simboliza o fim da atual fase do nosso desenvolvimento, o último ponto após o qual seremos capazes de nos desenvolvermos ainda mais. Isso não significa que a partir de agora não vamos continuar a melhorar a nossa vida, mas é uma fase delicada no processo da evolução humana que significa o ponto profundo e qualitativo da crise. Basta olhar para toda a abundância que temos desenvolvido nas últimas décadas, a fim de perguntar para onde tudo isso está nos levando? Será que somos mais felizes ou alegres? Será que a grande quantidade de bens que acumulamos preenchem nossas vidas com satisfação e interesse? Mesmo quando se trata de responder a essas perguntas, as humanidades, ciências sociais e a economia chegaram a um beco sem saída.

Com a Ajuda da Luz

A palavra “crise” tem uma conotação negativa de dificuldades e quebra, mas de acordo com os sábios, também pode ter um significado positivo em hebraico: o assento onde a mulher dá à luz, o lugar onde uma nova vida é criada. Em grego antigo, a palavra “crise” significa uma decisão ou uma virada, ou seja, renascimento. Em chinês, a palavra “crise” significa perigo combinado com oportunidade. Da mesma forma, a crise que passamos hoje, em todos os aspectos da vida: ciência, política, educação, sociedade, e até mesmo a vida dos indivíduos e a vida comunitária, está em uma espécie de trabalho de parto, uma fase intermediária que se destina a acelerar o nosso desenvolvimento e nos ajudar a renascer para uma nova vida.

Por gerações, os Cabalistas nos abriram o caminho para a próxima fase usando um método confiável e sério, o método da conexão, a sabedoria da Cabalá. Em todos os seus escritos, eles dizem, de forma aberta ou oculta, que a pré-condição para o nosso progresso é estreitar a unidade entre nós. Se nós mudarmos apenas a nossa natureza egoísta de amor próprio para amor ao próximo, e amarmos ao invés de odiarmos, se nos aproximarmos e nos conectarmos em vez de nos afastarmos, seremos capazes de experimentar prazer infinito, assim como a Luz. Nós só podemos mudar a nossa natureza pela força da Luz que está oculta nos escritos dos Cabalistas.

Ao tentar se sentir como um, como uma força, um ponto minúsculo de contato com a Luz superior, com a força da Torá, desperta. Assim, nos tornamos gradualmente preenchidos com o sentimento de vida. Assim como as chamas de uma fogueira aquecem todos que se sentam em torno dela, a conexão entre nós ilumina e aquece os corações. Mas para acender a chama, temos que desistir cada vez mais de partes egoístas e adicioná-las ao fogo. Somente quando gradualmente erradicarmos todas as partes ocultas em nós que pedem para si mesmas, vamos alcançar o amor geral entre nós, a Luz da Torá, ou como se diz: “ama teu amigo como a ti mesmo é a grande regra da Torá”.

Então o que podemos fazer agora? Nesse ponto, basta tentarmos unir nossos pequenos desejos em um único desejo comum. A influência da Luz em nós vai crescer de acordo com a intensidade da conexão entre nós, e em vez de nos forçar a conectar devido a problemas e crises, a Luz simplesmente vai iluminar e nos atrair a ela como um
objeto brilhante. Está em nossas mãos. Quanto melhores e mais atenciosas forem as relações entre nós, mais a Luz irá nos afetar e vamos nos tornar seres humanos, Adão, (Homem) da palavra hebraica “Domeh”, “assemelhar-se ao de cima” (Isaías 14:4). Portanto, vamos começar a viver uma vida eterna e sentir dimensões que estão acima das limitações de tempo, espaço e movimento, assim como os atributos da Luz.

Para O Seu Próprio Bem

Perto do final da temporada de férias, é importante que nós resumamos o nosso autoexame nessa época. Devemos esclarecer um ponto importante: o nosso desejo opera para o nosso próprio bem ou para o bem dos outros? Não nos preocupamos com aqueles que nos rodeiam, assim como nos preocupamos com nossos próprios filhos, ou estamos talvez motivados em se preocupar com o nosso próprio benefício? Isso é exatamente o que nos separa do sentimento de felicidade, da Luz que ansiamos.

Mesmo se após o autoexame nós descobrimos que nos preocupamos apenas conosco, por um milésimo ou mesmo um centésimo por cento, há espaço para alegria. Por quê? Porque descobrimos uma oportunidade de atrair a Luz Superior para agir sobre nós, para corrigir as relações corruptas entre nós de amor próprio em amor ao próximo. Cada pequena mudança que nos aproxima, também nos aproxima da sensação da Luz Superior. Quanto mais agirmos em garantia mútua, como a nação de Israel deve agir, mais vamos cumprir o nosso papel no mundo e ser uma Luz para as nações do mundo, e a Luz Superior vai se espalhar através de nós para toda a humanidade. “Os filhos de Israel tornaram-se responsáveis uns pelos outros, a fim de corrigir o mundo inteiro pela força da Torá, já que tudo depende dos filhos de Israel. Todos os seres criados irão segui-los na medida em que eles próprios se corrigem” (Sefat HaEmet).

A conexão entre nós é uma fonte de vida, e as boas relações entre nós geram a alegria da Torá. Na verdade, hoje, ao contrário da época em que vivíamos no exílio, nós podemos alcançar grande alegria. Não é só como resultado do cerco da sinagoga, ao cantar e dançar com os rolos da Torá em Simchat Torá, mas a verdadeira alegria que deriva da conexão com a fonte da Luz, com a Torá.

De acordo com o Livro do Zohar, a Torá é Luz e uma pessoa que se envolve na Torá recebe a Luz superior. A Luz da Torá é a força que nos reforma da divisão para a conexão; é a força que nos constrói como uma nação, que nos preenche de amor e calor, que nos eleva para completar a vida eterna, e que garante alegria.

“Uma vez que a parte que cada membro de Israel tem na Torá é a sua própria Torá, e todos e cada um com a sua parte e seu livro estão incluídos em um, a Torá é plena e os Dinim (julgamentos) no mundo são mitigados, e quando todos se tornam um, é uma grande alegria, a alegria da Torá, Simchat Torah (“Likutei Halachot“).

Do Artigo no Ynet 20/10/16

“Junto Ao Caminho Do Pôr Do Sol”

laitman_747_01Torá, Deuteronômio, 11:29-11:30: E será que, quando o Senhor teu Deus te introduzir na terra, a que vais para possuí-la, então pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim, e a maldição sobre o monte Ebal. Porventura não estão eles além do Jordão, junto ao caminho do pôr do sol, na terra dos cananeus, que habitam na campina defronte de Gilgal, junto aos carvalhais de Moré?

Har” (monte, montanha) vem da palavra “Hirhurim (dúvidas). Uma pessoa está sempre em dúvida. No entanto, algumas dúvidas a levam ao caminho correto, e com sua ajuda, ela ascende, e outras dúvidas a levam a uma descida, quando ela concorda com a sua natureza.

Portanto, as bênçãos são dadas em um monte e as maldições em outro, em outras palavras, uma recompensa aqui e um castigo lá. Na espiritualidade esse é um único monte, um lugar onde você tropeça e cai, e também ascende.

Não há mais nada, mas através de um trabalho correto com as maldições, você chega à bênção. Afinal, o desejo é o mesmo e você o corrige gradualmente, tropeça, corrige, tropeça e assim avança.

Pergunta: Está escrito: “Não estão eles além do Jordão, junto ao caminho do pôr do sol, na terra dos cananeus”. Por que eles estão “junto ao caminho do pôr do sol”?

Resposta: Um novo grau de desenvolvimento humano começa com o pôr do sol. Portanto, precisamos considerar esse nível como um bom sinal: você atravessou o estado anterior e agora está se movendo para o novo estado.

Ele começa perto do pôr do sol, com o crepúsculo, quando tudo é desconhecido: você não pode ver nem distinguir entre a verdade e a mentira, entre o caminho certo e o errado. Nesse caso, você deve avançar e escolher com a fé acima da razão.

Fé acima da razão é um princípio espiritual muito sério. Só se realmente nos movermos pela fé acima da razão é que seremos capazes de compreender a diferença entre o estado de bênção e o estado de maldição, porque isso não é decidido no nível de nossa compreensão terrena, mas exatamente pela elevação acima do nosso egoísmo. Essa decisão é tomada apesar de tudo o que é terreno, contrário à nossa lógica e nossa atitude em relação ao que está acontecendo.

Portanto, tudo acontece ao anoitecer, na escuridão, junto ao caminho do pôr do sol.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 22/06/16

Nova Vida # 380 – Nos Bastidores

Nova Vida # 380 – Nos Bastidores
Dr. Michael Laitman em conversa com Oren Levi e Nitzah Mazoz

Resumo

Como podemos criar uma peça que seja atemporal? Que composições precisamos hoje que correspondam às mudanças que a humanidade sofre, e como uma boa peça pode contribuir para o nosso desenvolvimento?

O diretor dá uma interpretação atualizada das antigas peças clássicas. Há atores que se vestem como o herói da peça e há aqueles que adicionam os seus próprios. Nós vivemos em tempos muito especiais hoje, e o mundo precisa de novas composições. As composições sempre foram baseadas no poder do ego. O herói era aquele que superava outros.

Hoje o mundo é integral. O novo herói é aquele que sabe como conectar diferentes pessoas e estabelecer complementação mútua, conexão. As peças modernas devem ser baseadas na vida de hoje, na forma de curar o mundo. A moral da peça deve ser que há um remédio para todas as doenças do mundo: a conexão correta entre nós.

De KabTV ” Nova Vida # 380 – Nos Bastidores”, 22/05/14