O 17 De Tamuz

Laitman_043Pergunta: O que você pode nos dizer sobre o dia 17 de Tamuz?

Resposta: Todo o período após o feriado de Shavuot e a entrega da Torá, ou seja, a “descida” do sistema de unificação e elevação acima do ego humano, é retratado por nós como uma fase muito complexa. É impossível simplesmente conseguir a realização do método de correção entre o povo judeu ou toda a humanidade sem complicações sérias. Nós vemos que cada ação, até mesmo a melhor, deve começar com um sofrimento, um impulso, um entendimento de que ela não pode ser realizada, que exige sacrifícios, e isso representa, especificamente, os eventos do 17 de Tammuz que fornecem uma resposta a esse assunto.

O 17 de Tamuz é uma data trágica na história do povo judeu. Foi o início da destruição do Beit HaMikdash (Templo) em Jerusalém. Em todas as épocas essa data foi marcada pela tristeza. Ela simboliza o começo de se tornar-se consciente da nossa incapacidade de realizar o plano da criação, ou seja, a correção direta da natureza humana.

Afinal, para corrigi-la, devemos incorporar todas as nossas características com as do Criador. Esse é um ponto muito interessante porque não há nada de positivo sobre nós!

A incorporação das características positivas do Criador com as características negativas da pessoa, a fim de mudar a sua forma a partir de uma “confusão”, só pode acontecer com destruição, com uma quebra. Caso contrário, é impossível reunir as duas características, as duas categorias opostas.

Isso é conseguido apenas através de uma “explosão”, como na formação de ligas metálicas ou na formação de uma mistura de óleo e água. É realizado somente através de uma colisão forte e agitada.

É assim como as paredes do Templo foram desintegradas e, em seguida, o próprio Templo foi destruído. Tudo foi quebrado e moído em pó! Então, por milhares de anos, o povo judeu suportou muito sofrimento, incluindo o Holocausto, expulsão, extermínio e pogroms.

Nós chegamos a um estado onde, através do estudo da sabedoria da Cabalá, sob a influência da Luz Superior, nós estamos começando a diferenciar a verdadeira bondade da maldade, as características do Criador das características da criatura. Ao separar e corrigi-las, nós as colocamos como duas linhas umas contra as outras e permanecemos na linha média entre elas, combinando bem e mal na correta relação recíproca uns com os outros.

O 17 de Tammuz (Yud-Zayin Tammuz) representa o início da quebra explosiva através e pelo poder da entrada mútua das duas propriedades opostas do Criador e da criação.

O egoísmo e as características do Criador (a propriedade de amor e doação) podem existir separadamente por si mesmos. Mas quando eles entram em contato, uma explosão ocorre sem a qual é impossível reconhecer o mal da nossa natureza e começar a sua correção.

É nessa entrada explosiva das forças do bem na força do mal, que têm dentro delas as chamadas Reshimot, registros informacionais pelos quais gradualmente, com a ajuda da Luz Superior, é possível colocar o ego no menor estado e obriga-lo a servir a bondade das características de doação e amor, uma vez que não se pode fazer qualquer coisa.

Portanto, do ponto de vista da sabedoria da Cabalá, estes são períodos essenciais. Eles existiam desde o início dentro do plano da criação, mesmo antes de sua realização em nosso mundo, começando com o cerco do Templo em Jerusalém seguido por sua destruição.

Nós já passamos por tudo isso, e agora, se nos comportarmos corretamente, poderemos esperar apenas bons tempos de correção e a realização correta das Reshimot que são encontradas dentro do nosso egoísmo.

Para isso, devemos atrair a Luz Superior para sermos capazes de distinguir com a sua ajuda onde há uma característica má e onde há uma característica boa, como separar entre elas, e a forma de corrigir uma em relação à outra. Se abordarmos a correção corretamente, nenhum mal mais será revelado no mundo, porque todas as características negativas da criatura já foram reveladas no passado.

A sabedoria da Cabalá nos possibilita começar com uma limpeza fundamental e o esclarecimento de nossas características, para avaliar de forma clara os estados que atravessamos, para escolher o lado positivo em relação ao negativo, e para colocá-los corretamente um diante do outro.

Assim, a partir da conexão entre eles, poderemos construir um único campo e uma conexão correta entre nós que será chamada de “Terceiro Templo”, o desejo comum que irá revelar a força superior e um novo nível de existência para nós.

Eu espero que esses dias sejam usados como um impulso para reconhecer o que está acontecendo e que as pessoas comecem com uma correção para se mover correta e facilmente pelo esclarecimento do mal em sua natureza.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 11/07/16