Um Telhado Que Abriga Da Corrente E Da Chuva

laitman_940Rabash, Carta 36: A questão da S’chach (a cobertura da Sucá), que é chamada de sombra, é feita de resíduos de celeiro e adega. Esta é a questão a que nos referimos na nossa oração na Sucá, “para nos abrigar da corrente e da chuva”, que significa que a fé de uma pessoa a salva de todos os lastimadores. É porque a questão dos lastimadores é a questão de pensamentos estranhos e ideias estranhas, e a fé é realmente construída sobre tais resíduos e só dessa maneira é um abrigo da corrente e da chuva, pois caso contrário a pessoa é atraída pela corrente deste mundo.

Cada vez nós temos que encontrar e atingir este estado quando não importa a nossa mente e coração, ou seja, o “resíduo de celeiro e adega” (celeiro refere-se ao coração e adega à mente). Esses resíduos se tornam tão importantes para nós que nós os elevamos acima da razão ao subir acima de nossos pensamentos e desejos “a fim de receber”. Nós trabalhamos acima deles e, assim, construímos a S’chach (telhado) da Sucá que nos salva das correntes. Parece que essas correntes vêm junto como se para fracassarmos e para nos enfraquecer, mas, na verdade, elas são enviadas apenas para nos forçar a fortalecer o teto da Sucá.

Pergunta: Não é perigoso começar a se comportar como um sabichão em vez de sentir?

Resposta: Claro que você tem que ser esperto, mas se você analisar os outros com seus sentimentos (coração e sua mente) você certamente vai com uma resposta errada, porque essas ferramentas são inválidas. Antes que a pessoa se torne um juiz neutro, ela não pode analisar e avaliar nada. Não é por acaso que “Témis” (Deusa da Justiça) julga com os olhos vendados.

Um juiz deve ser neutro, o que significa acima de seus próprios pensamentos e desejos. Ele deve saber como gerenciar a si mesmo ou em outras palavras, como estar em vasos de doação. Só então é possível dizer que tal pessoa pode investigar e esclarecer o que está acontecendo, porque um juiz só tem o que seus olhos podem ver.

A razão para todas as falhas do mundo é, na verdade, porque as pessoas pensam que podem ser objetivas. Mas de onde pode vir tal abordagem objetiva se o mundo está totalmente imerso em seu ego.

Estando num forte Grupo de Dez nós investigamos, esclarecemos as coisas e tomamos decisões ao discutir as coisas entre nós, e tentando subir juntos, nós começamos a olhar para diferentes fenômenos sob o prisma do Grupo de Dez. Esta é uma pesquisa séria, embora cada um de nós ainda não esteja corrigido. Mas tentar ver as coisas através do Grupo de Dez nos ajuda a avançar e nos aproxima da resposta certa.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/10/14, Escritos do Rabash