A Ocultação Simples E A Ocultação Dupla Do Bem

laitman_527_03Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 46: O versículo diz (Deuteronômio 31:17-18), “Assim se acenderá a Minha ira naquele dia contra ele, e desampará-lo-ei, e esconderei o Meu rosto dele, para que seja devorado; e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: ‘Não me alcançaram estes males, porque o meu Deus não está no meio de mim?’ E esconderei o Meu rosto…”

Os problemas ocultam o Criador, a fonte, de uma pessoa, o que significa que o Criador está oculto dela. É assim que o desejo de receber é feito. Quanto mais problemas ela sente e quanto mais ela sofre, menos ela sente o Criador, até que Ele não é mais visível. Afinal, o Criador é a fonte de bondade, e os problemas ocultam o Criador de uma pessoa.

Quando você considerar essas palavras, vai achar que no começo se diz: “Assim se acenderá a Minha ira… …e esconderei o Meu rosto“, ou seja, uma ocultação. Depois disso, se diz, “tantos males e angústias o alcançarão… …E esconderei o Meu rosto…”, ou seja, ocultação dupla. Nós devemos entender o que é “ocultação dupla”.

Esta é uma observação muito sutil: a de que uma pessoa sente primeiro uma ocultação simples e só depois atinge a ocultação dupla. Se eu não tenho o reconhecimento ou sentimento do Criador, eu não posso dizer que Ele está oculto. Portanto, primeiro há uma ocultação simples, e só então, quando mais entendimentos e problemas se acumulam, eu posso chegar à ocultação dupla.

No entanto, o Criador também não desaparece na ocultação dupla. O Criador só desaparece quando você vive em sentir o corpo físico. No entanto, se eu sou um ser humano, Adão, o que significa que me assemelho ao Criador de alguma forma, eu estou sempre num estado de ocultação, seja simples ou dupla. A diferença entre elas é a quantidade de mal que eu sinto quando desenvolvo minha sensibilidade para com o Criador.

Assim, o nível de mal que me é revelado determina se eu estou numa ocultação simples ou dupla. Isso se refere a uma pessoa que entende quem é o Criador, o bom que faz o bem.

A bondade do Criador não está em preencher com prazer meus desejos de receber, mas em me levar à meta da criação e me ensinar corretamente. Por isso, eu estou pronto para as aflições sempre que avanço nos vasos de doação, de modo que vou me assemelhar a Ele e aceitar todo o processo.

Eu estou cada vez mais aderido ao Criador, o que significa que Ele se torna o bom e benevolente. Sua bondade é revelada na equivalência da minha ideologia à ideologia Dele: a ideia, a meta e os meios de alcançá-la. Eu determino que Ele é o bom que faz o bem como resultado do que Ele me ensina a cada momento em todos os sentidos.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/08/14, Escritos do Baal HaSulam