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Vamos Abrir A Porta Para A Luz

Dr. Michael LaitmanPergunta: Pode O Livro do Zohar me ajudar a reconhecer o mal?

Resposta: O Zohar, mais do que qualquer outra fonte, pode ajudar a pessoa a sentir o mal. Nós avançamos no caminho para a Luz, para o Criador, para a força de doação, que é a única que governa e que age na realidade, uma vez que o desejo de receber não se move se a força de doação (da Luz) não o impressiona.

Assim, verifica-se que sem os livros de Cabalá e, especialmente, sem O Livro do Zohar, nós não descobrimos a fonte do nosso movimento, mas apenas passeamos neste mundo. É a Luz que nos impressiona na forma de círculos se a evocamos a se aproximar de nós igualmente de todos os lados, e então tudo é imerso em diferentes dificuldades e problemas.

Mas o que são dificuldades e problemas? É o sentimento de nossa oposição à Luz. Nós não sabemos o que é a Luz, mas nos sentimos mal, não sabendo o que é.

Se uma criança pequena sente frio, por exemplo, ela treme e chora sem saber o que fazer. Próximo a ela há uma porta para um quarto aquecido, mas ela não sabe que deve ir para lá. Então, ela continua a chorar e gritar, mas não é capaz de ligar seu sentimento ruim ao frio. Ela não entende que se sente mal por causa do frio e não sabe que, se passar pela porta seguinte, vai se sentir bem e quente. Ela só alcança isso de acordo com o fenômeno real, mas não sabe de onde decorre. Ela simplesmente reage ao seu estado interior, sem uma causa e sem resultados. É assim que o simples desejo de receber responde.

Mas se esse desejo começa a construir uma cabeça para si mesmo, ele já entende de onde as coisas vêm e por que, como pode ser salvo, e que ações deve tomar para escapar da situação ruim: esta já é uma cabeça. Mas como ela é criada? Pela Luz que, por diferentes ações, constrói nele este mecanismo, que não existe no desejo de receber.

Assim, nós avançamos gradualmente ao bem. Existem pessoas em tal nível de desenvolvimento que simplesmente gritam quando se sentem mal. Há outras que tentam fugir em diferentes direções, mas não sabem a direção certa. Há também aquelas que conseguem escapar. Há aquelas que entendem que não há necessidade de escapar, e que se percebermos a Luz, que vem até nós e nos faz sentir mal, aqui em nosso lugar, vamos transformá-la em bem, e não há para onde fugir. Portanto, elas superam seu estado, o transcendem e descobrem a Luz no mesmo lugar. Tudo depende do nosso desenvolvimento.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/11/12, O Zohar

A Guerra Até Chegar A Uma Vitória Completa No Coração

Dr. Michael LaitmanRabash, “Amor ao Próximo”: eu olho para um pequeno ponto chamado amor ao próximo e penso nisso: o que posso fazer para agradar o geral. Visto que eu olho para o geral e vejo o sofrimento do indivíduo, doença e dor, e os sofrimentos do indivíduo a partir do geral, o que significa as guerras entre as nações. Não há nada que eu possa dar ao outro exceto uma oração e isso é chamado de “sentir pena pelo público”.

As pessoas em nosso mundo entendem que, quando os tempos são difíceis, nós geralmente ajudamos um ao outro de diferentes maneiras. Hospedamos pessoas que têm que deixar suas casas, enviamos ajuda e produtos essenciais para facilitar a vida das pessoas que se encontram em condições extremas. Todo mundo entende que temos que alimentar aqueles que estão com problemas e lhes dar um lugar para dormir e apoiá-los. É assim em todas as culturas ao longo da história, entre todas as nações.

Os Cabalistas têm uma abordagem diferente para isso. Isso não significa que eles desqualifiquem a ajuda mútua comum. Nós vemos ao longo da história, mesmo no tempo de Abraão e outros antepassados, que eles convidavam hóspedes e como era importante a ideia de hospitalidade para eles, tanto no sentido corporal quanto espiritual.

Mas a questão é o que devemos fazer se estamos sob uma ameaça constante, como nos sentimos hoje em dia, e em geral ao longo da história. Se pensarmos de forma lógica verifica-se que não há nenhuma chance de Israel ter sucesso aqui, cercado por inimigos cujo único desejo é nos eliminar da superfície da Terra.

Como nós podemos, apesar de tudo, continuar a viver nesta terra sob a ameaça constante? Até quando? Do ponto de vista lógico, isso é impossível e, talvez devêssemos construir o nosso Estado em outro lugar, como já foi sugerido em Uganda?

Mas a única coisa que pode nos ajudar é o que os Cabalistas nos dizem sobre o lugar a partir do qual o mundo se desenvolve e sobre a mensagem espiritual, sobre a força superior que está conectada a nós e está conosco. Nós trabalhamos em conexão com ela, numa direção e podemos assim mudar o nosso destino.

Primeiro devemos entender que tudo o que está acontecendo nos foi dado como assistência. Assim, vai ficar claro que temos que trabalhar neste lugar e só aqui, nestas condições especiais, é que podemos avançar e cumprir o objetivo da criação. Não é por acaso que estamos num ambiente tão hostil, mas de acordo com determinado objetivo, de acordo com o plano superior.

O pequeno ponto de amor ao próximo que o Rabash fala é a centelha em nós. Nós temos que organizar esta centelha, reforçá-la, apoiá-la, e visar atingir nossa fonte, nossa raiz. Assim seremos capazes de cumprir o pensamento da criação para todas as nações.

Portanto, o nosso papel, com todas as condições difíceis que a força superior nos apresenta, é responder corretamente, inclinados à conexão, unidade, e garantia mútua, até atingirmos o estado de “ama ao próximo como a ti mesmo”. No final, o mundo inteiro irá se juntar a este amor, como se diz “e todas as nações correrão para Ele,” e com isso vamos cumprir o pensamento da criação.

Tudo isso é atingido por meio da oração, ou seja, pelo nosso trabalho no coração.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 18/11/12

O Futuro Está Na Super-Humanidade

Dr. Michael LaitmanOpinião (Ken MacLeod, premiado escritor de ficção científica): “Teoricamente, o marxismo veio com uma conta secular e materialista daquilo que tornou a humanidade distinta: uma interação complexa, evolutiva, e indefinidamente extensível de trabalho, consciência e relações sociais, todas radicadas no co-desenvolvimento mutuamente reforçado de mão, cérebro e língua. …

“Mas o objetivo da maioria dos milhões de pessoas comuns que acreditaram no socialismo era modesto: pleno emprego, segurança social, educação gratuita e assistência à saúde”.

Meu comentário: Pela primeira vez na história humana nós podemos selecionar antecipadamente uma das duas formas do nosso desenvolvimento para o estado de completo equilíbrio que foi estabelecido pela natureza. Nós precisamos ver o nosso estado futuro, porque ele é contrário à nossa natureza egoísta. Se ele fosse compatível com a natureza, avançaríamos automaticamente, como em toda a nossa história, empurrados por nosso egoísmo crescente.

É a oposição de nossa natureza egoísta em relação ao próximo estado altruísta da humanidade que nos impede mudar para este estado. A pressão da natureza altruísta integral sobre nós, egoístas e individualistas, vai aumentar constantemente, produzindo crises e catástrofes que vão nos fazer compreender as causas do nosso sofrimento e aceitar o equilíbrio com a natureza, para alcançar a unidade entre nós e com ela, como o pico do nosso desenvolvimento.

Interconexão Como Remédio Para A Crise

Dr. Michael LaitmanOpinião (Soraya Sáenz de Santamaría, Vice Primeira-ministra da Espanha): “Soraya Sáenz de Santamaría disse que a Espanha deve estar unida no combate à crise e apelou para a difícil situação que deve ser tratada com determinação compartilhada, tanto a nível nacional quanto internacional, para ‘evitar rachaduras que nos tornariam vulneráveis’ e para ‘nos fortalecer e proteger da incerteza’.

“Quanto à reforma dos serviços de administração pública, ela destacou a necessidade de promover uma “profunda” reforma que evite a duplicação, economize dinheiro e melhore o serviço; em suma, aquilo que forneça “coerência” e melhores canais de recursos. Ela insistiu que esta reforma é a reforma estrutural mais importante a ser implementada pelo Governo e anunciou que ‘um importante processo de fusão’ ocorrerá no final do ano, porque ‘os governos do século 21 não podem funcionar com estruturas do século 19, disse ela”.

Meu comentário: É assim que a natureza irá gradualmente nos forçar a aceitar suas leis gerais superiores – todas as suas partes tendem a uma forma única, à conexão mútua e equilíbrio. De todas as partes inanimada, vegetal e animal da natureza, o ser humano é que é um criminoso do equilíbrio. O nosso egoísmo quer pegar e usar o mundo inteiro para si. Sofrimento ou razão, ou sua combinação, irão nos forçar a ser domados. O exemplo da Espanha mostra que eles estão próximos da compreensão do problema.

Uma Iluminação Da Eternidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a definição de “Criador”?

Resposta: “Criador” é a força de doação numa pessoa. Se ela sente que pertence à conexão e doação, o Criador já está vivo nela. A pessoa sente algo novo que não é seu, algo superior, e quer que o superior esteja nela, já que com isso adquire algo melhor, mesmo num nível corpóreo.

Pergunta: Será que isso significa que o geral alcança a revelação do Criador inconscientemente?

Resposta: É isso mesmo, uma vez que ele é AHP e não GE, apenas “das suas ações O conheceremos”.

O geral que age em conexão sente uma vida melhor em suas ações. Imagine que, de repente, tudo dê certo, você e sua família têm tudo, seus filhos estão sendo cuidados, você está saudável e seguro. De onde vem esta felicidade? Ela vem da conexão entre nós que nos dá um sentimento geral coletivo que somos como irmãos. Uma espécie de unidade, amor, e um acordo de que o Criador está vestido nas criaturas, nos conecta.

Além de que nós sentimos uma espécie de fluxo eterno nisso. Há uma iluminação especial na unidade, que diz à pessoa: “Você está viva e vai continuar a viver”.

Eu recebo esta adição conectando-me aos outros e vivendo neles. Minha vida é dividida entre todos; eu estou totalmente neles e assim sinto uma vida eterna, uma existência eterna. A ilusão da vida e da morte desaparece, uma vez que era sentida apenas no meu ego separado e limitado. Agora, no entanto, quando o meu ego é distribuído entre todos, quando eu dependo de todos e todos dependem de mim, eu não sinto que estou mais morto; eu vivo entre todos.

Esta é toda a psicologia, o sentimento interno. Tudo isso chega até a pessoa comum quando ela dá passos em direção à conexão. Ela sente um acréscimo de espiritualidade em todos os aspectos da vida. É a “espiritualidade” porque ela sai de si em direção aos outros e está sob a força de doação. Mesmo que ela aja de acordo com os golpes, sem entender exatamente a verdadeira razão para o que está acontecendo, mesmo que se tenha tomado todo cuidado por ela, é normal. Nós também agimos desta forma em relação ao conselho dos Cabalistas.

Embora a ênfase do geral seja na ação e não a partir de um esclarecimento interno, eles também descobrem o Criador e experimentam o sentimento espiritual. Todo aquele que participa da doação já é chamado de “humano”, mesmo que esteja agindo num nível totalmente mecânico. Não faz diferença, uma vez que ele também faz parte do todo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/11/12, “A Essência da Sabedoria da Cabalá”

Uma Cama De Penas Não É Uma Interrupção No Caminho Para Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam: “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, Item 11: No entanto, nós encontramos e vemos nas palavras dos sábios do Talmude que eles tornaram o caminho da Torá mais fácil para nós do que os sábios da Mishná. Isto é porque eles disseram: “A pessoa deve sempre praticar Torá e Mitzvot, mesmo em Lo Lishma, e de Lo Lishma ela chegará à Lishma, porque a Luz nela reforma”.

Assim, eles nos forneceram um novo meio, em vez da penitência apresentada na Mishná acima mencionada, Avot: a “Luz na Torá”. Ela gera poder suficiente para reformar a pessoa e trazê-la à prática de Torá e Mitzvot Lishma.

Acontece que não precisamos mudar nada em nossas vidas, não precisamos nos limitar ou prestar atenção ao nosso corpo, para contar o quanto comemos, bebemos ou dormimos. Não importa se eu durmo num edredom ou no chão, como sou “bom” para os outros, para os meus parentes, para mim, e com o que eu lido. Tudo isso não importa, o que importa é a prática da Torá (o estudo da Cabalá), de tal forma que a Luz vai me reformar.

Eu só preciso desta Luz e ela já vai gerenciar todas as minhas relações: comigo mesmo, com os amigos, com o ambiente, com o Criador. A Luz vai gerir tudo. Eu só tenho que tentar atrair a Luz sobre mim e lhe dar a chance de agir. Isto é o que dizem os sábios.

Eles já estabeleceram as conexões no sistema geral das almas, que foi totalmente quebrado, e o fizeram através de várias fases de desenvolvimento: Babilônia e o exílio no Egito. O grupo que Abraão tirou da Babilônia já se desenvolveu e estabeleceu conexões entre todos os seus membros, ou seja, as almas, as partes do sistema geral.

Eles já podiam construir o primeiro Templo, e receber a Luz de Mochin de Haya para doar, e então caíram deste nível e foram exilados para a Babilônia. Depois, eles saíram do exílio e construíram o segundo Templo lá, no nível de Mochin de Neshama, e caíram novamente. Isso significa que eles já passaram por diferentes níveis de desenvolvimento que eram necessários para a preparação: três exílios e três redenções. Assim eles realizaram todas as correções pessoais, individuais, que os filhos de Israel, que são parte da humanidade, o grupo que está à frente do processo de correção, tem que realizar.

Graças ao fato de que este grupo tem atravessado todos os exílios, redenções e a destruição dos dois Templos no nível de Mochin de Haya e de Mochin de Neshama, isso estabeleceu uma rede de conexões corretas e necessárias com a parte superior da alma geral, de toda a criação, chamada GE. Assim, qualquer pessoa que queira se corrigir agora, tem a chance de fazê-lo.

A destruição dos dois Templos e o exílio do povo de Israel foram necessários para se voltar à Babilônia, que ficou sem correção, e para se integrar com eles, a fim de corrigi-los mais tarde. Esta fase, que foi feita pela incorporação mútua, terminou cerca de uma centena de anos atrás, ou mesmo durante o tempo do ARI. Agora, quem quer ser corrigido não tem que atormentar seu corpo e viver sob as condições de penitência, sob as quais viveu o grupo que corrigiu GE.

Então, eles se corrigiram separadamente das outras nações do mundo e viveram sob as condições especiais do “Comerás o pão e sal e beberás água com moderação, dormirás no chão e trabalharás na Torá”. Porém, depois de terem cumprido suas correções e se amarrado a todo o sistema, esse sistema já existe de uma forma parcialmente corrigida, oculto de nós.

Agora todo mundo pode usar essa incorporação mútua das almas da nação de Israel com as nações do mundo; GE que entrou em AHP e integrou-se com ele. Se uma pessoa quer ser corrigida, se a centelha espiritual se acende nela, então há um sistema que a apoia, através do qual ela pode atrair a Luz que Corrige.

A Luz vai consertar tudo, pois há um sistema que está pronto para absorvê-la e para fornecer-lhe todos os níveis de correção. Então, não devemos nos limitar de qualquer forma; tudo é possível, exceto denunciar ou causar danos intencionalmente. A pessoa pode ter um caráter e atributos diferentes, mas se ela quer trabalhar para atrair a Luz que Reforma, ela deve receber a chance de ser incorporada no grupo. Seu estilo de vida e atitude para com os outros, a carga que acumulou, que trouxe consigo, deve ser deixada com a Luz, de modo que ela vai cuidar disso.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/11/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot

Tudo Se Esforça Pela Unidade, E A Pessoa?

Dr. Michael LaitmanA natureza é um círculo; ela é perfeita. Neste momento, a natureza nos impacta integralmente. Esta conclusão deriva das leis da natureza e é apoiada na sociologia, física e outras ciências. Portanto, a nossa sociedade deve alcançar a mesma condição e tornar-se global, fechada, redonda e integral. Todos devem depender um do outro.

Olhe o que está acontecendo no mundo agora. Hoje, basta isolar qualquer país em particular, e ele vai perecer. Ele não vai suportar sozinho. Olhe para o Irã ou outros países. Eles dependem completamente de tudo e de todos. Nós somos incapazes de quebrar essas ligações.

As aflições empurram a nossa sociedade por trás em direção à integralidade. Ela deve se tornar tão arredondada quanto a própria natureza. A integralidade significa que temos que alcançar o equilíbrio e a igualdade mútua.

Na prática, todos devem viver no mesmo nível financeiro e trabalhar duro para estabilizar a igualdade e a interdependência mútua. A natureza vai nos empurrar fortemente em direção a isso. Até agora, ainda não percebemos isso. Portanto, vamos ter mais impedimentos até chegarmos a compreender este fato.

Como vamos conseguir isso? Se continuarmos usando apenas os remédios que atualmente estão disponíveis para nós, este processo vai ser muito complicado. No entanto, se abordarmos o problema do ponto de vista da Cabalá, será relativamente suave, já que a metodologia Cabalá nos permite alcançá-lo sem muita dificuldade e o torna quase sem esforço. A Cabalá explica e vividamente demonstra que o atual estado das coisas no mundo nos obriga a viver de acordo com padrões de consumo razoável.

Por todos os meios, a pessoa deve ter uma casa, uma família, um trabalho, um carro, tudo o que um ser humano normal necessita neste momento – mas tudo o que está além deste nível é extra. Não devemos permitir mais esbanjamento.

A natureza vai nos forçar rigorosamente através da criação de catástrofes. Isso é óbvio, e nós quase exaurimos a natureza. Logo, todos os recursos naturais vão ser drenados, e não seremos capazes de satisfazer nossas necessidades por mais tempo, sem mencionar as dos nossos filhos e netos. Para eles, não haverá mais nada. As leis integrais da natureza nos falam sobre isso.

Hoje em dia, a formação integral deve substituir o nosso paradigma atual, a nossa percepção atual do mundo, por meio da educação integral. Nós temos que começar a educar as pessoas a compreender, a fim de ver o mundo de forma diferente. Uma vez que todos estão à mercê um do outro, devemos naturalmente mudar a nossa natureza para a total interação mútua.

Aqui, o apelo bíblico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, vem à mente. É óbvio que nós simplesmente não podemos permanecer sem esse versículo. É inevitável que, no final, atinjamos este estado, mas é importante saber se vamos chegar lá com força ou voluntariamente, conscientemente e sem sobressaltos.

A sabedoria da Cabalá serve para nos ajudar a perceber estas coisas e, assim, evitar golpes severos do destino. Ela nos ajuda a avançar de uma forma gentil e suave, que nos permitirá ganhar.

O que, de fato, vamos ganhar? Faremos a transição para um novo nível de existência, para outra dimensão. Neste momento, todos nós estamos no nível animal. Animais cuidam de si e de seus corpos. Nós também cuidamos de nossos parentes, amigos e dos nossos corpos.

Em outras palavras, nós não subimos acima do nível animal, enquanto que o nível “falante” (humano) – chamado de Adam, da palavra “Domeh” (semelhante ao Criador) – é análogo à força da doação e amor. Este nível é bastante diferente daquele onde estamos atualmente, e ainda devemos subir a ele.

Da Convenção na Georgia 05/11/12, Lição 1

O Estágio Atual Do Desenvolvimento Da Cabalá

Dr. Michael LaitmanA última fonte escrita da sabedoria da Cabalá é datada de cerca de 500 anos atrás. Estes são os livros do Santo ARI. Cerca de 20 volumes de seus escritos revelam em detalhes todo o sistema de governança deste mundo e sua interação com o mundo superior.

Os livros do ARI explicam não só a forma como este mundo é controlado pelas forças superiores, mas também o nosso impacto sobre elas, a influência inversa, e como essa influência mais uma vez desencadeia as ações das forças superiores sobre nós. Os livros do ARI descrevem todas as interações entre a governança superior e nós, o nosso livre arbítrio, nossos destinos, reencarnações anteriores, e assim por diante. Eles fornecem uma descrição muito séria e detalhada de tudo que existe.

No entanto, isso acabou por ser insuficiente. No século XX (400 a 500 anos após o ARI), outro Cabalista, o Baal HaSulam (“mestre da escada”, em hebraico), surge. Por quê? Porque ele descreveu em detalhes a “escada” que a pessoa deve ascender ao subir deste mundo, o estado atual em que se encontra, até o ápice do seu desenvolvimento.

Não se trata de crescimento físico, nem de desenvolvimento intelectual. Nós vemos que não há muito para se gabar neste mundo. Pelo contrário, trata-se do avanço que cada um de nós deve realizar: atingir o mundo superior, o sistema de governança. Trata-se da nossa realização do mundo eterno e perfeito que ainda está além de nossa percepção. Baal HaSulam apresentou uma metodologia moderna que estamos usando no momento.

Seu filho, o Rabash, desenvolveu ainda mais o método de seu pai e o tornou mais prático. Ele criou instruções detalhadas e concretas descritas em vários artigos. Estes artigos mostram claramente como, ao mudar a nós mesmos, expandindo nossos órgãos de percepção, podemos começar a perceber o Universo oculto, escondido de nós por nossas próprias limitações.

É de conhecimento comum que somos limitados. Nós só conseguimos ouvir dentro de determinada gama de sons, vemos um espectro limitado de luz, etc. Em outras palavras, todos os nossos sentidos da visão, olfato, audição, tato e paladar, são limitados. Embora aqui estejamos falando de outros órgãos de percepção, e não dos que temos atualmente.

A fim de ampliar nossos órgãos de percepção, nós inventamos vários dispositivos, tais como telescópios e microscópios para os olhos, inúmeros tipos de radares, localizadores, e assim por diante. No entanto, o mais importante para nós é descobrir que outros órgãos de percepção nós precisamos para sentir o mundo ao nosso redor.

Da Convenção da Georgia 05/11/12, Lição 1