Quando a visão espiritual é revelada em nós, nós realmente começamos a ver e, gradualmente, entendemos mais claramente que tudo depende do “lugar” (o Criador), ou seja, do número e da intensidade dos meus discernimentos que revelam a realidade espiritual e que me mostram de que forma estou conectado a todos os outros. Tudo depende do número de discernimentos e principalmente de sua intensidade, e da intensidade da conexão.

De repente, cada um de nós descobre diferentes discernimentos de sua percepção egoísta, mas desiste de seu ego, a fim de conectar com outras pessoas. Acontece que uma “depressão” aparece no meu desejo, oposto a uma “saliência” no desejo do amigo, bem como uma “saliência” no meu desejo em oposição a sua “depressão”. Assim, nós nos conectamos à medida que cada um dá ao outro.

Acontece que eu dei acima dos meus interesses, a fim de me conectar com o amigo, mas ele, em sua percepção, vai descobrir estas “saliências” do meu ego e anular-se para se conectar comigo. Assim, nós não anulamos o nosso ego, mas sempre usamos ele através de mais “saliências” e “depressões”. Nossa percepção sensível e fina, e sua intensidade, dependem da quantidade de conexões nas quais descobrimos cada vez mais discernimentos.

É assim que o vaso geral é construído para o interesse do público. Quanto mais comuns as necessidades que eu descubro, mais posso me anular e conectar com outras pessoas. Mas eu tenho que pensar sobre a razão pela qual estou fazendo isso: para a revelação da Shechiná (Divindade). Aqui eu tenho que atingir mais uma conexão, que é mais interna e por um objetivo maior ao descobrir que ela é o Criador.

O Criador não é uma personalidade, mas um discernimento que eu revelei como resultado do meu esclarecimento. É a Sefira superior, Keter, que eu descobri depois de ter esclarecido todas as Sefirot que a precedem, assim como o mandamento do amor, que devemos alcançar, mas que na verdade não podemos. Ela se revela por si mesma se realizarmos todos os mandamentos que a precedem.

É o mesmo quando se trata da conexão. Se eu com o meu ponto no coração trabalho no grupo e me conecto com os amigos, então dentro desse contexto, em todas as quatro fases, eu descubro sua raiz interna chamada Shechiná. Shechiná simboliza a revelação do Criador.

Eu não consigo construir sozinho esta última fase, Keter, aquela que doa. Ela é  revelada quando eu dou os quatro passos em sua direção.

Eu fiz tudo que estava em meu poder: eu revelei as quatro fases e as formas de conexão, e descobri a fase de Keter, onde não posso trabalhar sozinho. Esta é a Shechiná. De minha parte, eu completo o trabalho e há uma descoberta esperando por mim, como se dissesse “eu trabalhei e encontrei”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/06/12, ” A Arvut (Garantia Mútua) “

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