Segundo As Leis Da Bolha

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que nós não temos a tendência de dar maior ênfase às ações do que às intenções durante o dia?

Resposta: Todo o nosso trabalho se baseia nas intenções. Nós só podemos provocar mudanças reais no mundo por meio das ações? Ao disseminar a nossa mensagem nós queremos mudar a intenção das pessoas. Nós temos que abordá-las de diferentes maneiras, de modo que elas irão absorvê-las e serem inspiradas, e, depois, suas atitudes irão começar a mudar.

Se houvesse uma onda na qual nós pudéssemos transmitir a elas pelo poder da mente o conhecimento sobre o mundo integral, faríamos isso. Mas, por outro lado, um método que se assemelhe à hipnose ou a uma injecção não seria eficaz aqui. As pessoas têm de entender, perceber e analisar internamente o que nós trazemos a elas.

É impossível simplesmente “injetar” outra perspectiva do mundo numa pessoa. Ela precisa conscientemente adquirir este conhecimento, sem mentiras, confusão, ou fraude. Nós temos que criar as condições adequadas para ela, graças às quais ela irá atingir o resultado desejado por si mesma e irá compartilhar o nosso ponto de vista. Assim, mesmo se houvesse uma onda para a transmissão mental das informações, isso seria apenas rebaixar a pessoa ao nível “inanimado”, enquanto nós, ao contrário, teríamos que apoiar o seu desenvolvimento. Este é todo o problema.

Assim, nós devemos oferecer à pessoa “alimento para o pensamento”, com o qual ela vai concordar ou discutir internamente, até que as ferramentas certas sejam criadas nela, as “ferramentas” que lhe permitarão compreender a situação. Hoje por “seguir o fluxo da vida” a pessoa não pode entender e avaliar esse fluxo olhando para ele de fora. Ela não penetra na profundidade da natureza a fim de compreender suas leis, ela não conhece a si mesma e o seu ambiente.

Nós não estamos falando do ambiente artificial que as pessoas criaram para si. Nessa área elas são “peritas” e muitas se sentem como um grande peixe no mar. Mas os sistemas naturais que movem a pessoa, a sociedade e a natureza são desconhecidos para elas. Temos que torná-los acessíveis a elas, de modo que elas começarão a sentir a essência das coisas, terão a permissão de conhecer as leis básicas da natureza externa e a essência da humanidade. Isso é o Criador, embora ainda esteja numa forma corporal adaptada.

Por enquanto, as pessoas não tem ideia disso. Elas estão vivendo suas vidas normais numa rede artificial que teceram para si. É para isso que os processos globais de modernização e urbanização nos trouxeram. Hoje, o mundo inteiro está vivendo de acordo com essas leis, e assim nós estamos diante de um trabalho muito duro: nós temos que estimular nas pessoas a necessidade da elevação, para levá-las ao nível de esclarecimento e de um novo sentimento, e guiá-las à raiz, de modo que sob a orientação dos mecanismos artificiais da civilização, elas verão a nossa conexão mútua natural que penetra todos os níveis da natureza.

Ao trazer a pessoa a esse pensamento, nós a trazemos para dentro, num sistema totalmente diferente sobre o qual ela não sabe e que não levou em conta. Ela encontra um problema: ela se desliga da rede artificial e tem que resolver sozinha questões básicas: “Quem sou eu e o que sou eu? O que é o ambiente, o que é a natureza?”. Aqui outro ambiente é revelado a ela, o sistema da natureza superior.

Esta é a razão pela qual os cientistas hoje estão muito mais perto da nossa mensagem. Em breve estaremos tão perto deles que iremos realmente começar a falar a mesma língua. Por outro lado, não podemos ter uma conversa séria com empresários, industriais, comerciantes, políticos, etc; em seu ambiente existem as leis do mercado.

Nós estamos realmente diante de um difícil problema de disseminação. Temos que compreender a maneira como a pessoa sente o mundo, a imagem que ela vê diante de si, os serviços sociais que ela usa, seus interesses, etc. Ela está vivendo numa “bolha” artificial e não entende o que estamos falando.

Por outro lado, nós falamos do fato de que o homem é parte da natureza, onde há leis claras e definidas. Eles se ressentem dessa idéia, “De que leis você está falando, todas as leis estão escritas na constituição”. Assim, todos os problemas são “resolvidos” pela legislação, adicionando mais alguns itens a certas leis. É assim que cresce o sistema artificial pelo qual as pessoas esperam mudar algo.

Finalmente, nós chegamos a uma crise global: dois sistemas, um artificial e outro natural, estão agora um oposto ao outro. O problema é que o sistema artificial está começando a quebrar como um todo, ao passo que queremos levar as pessoas para o sistema natural, e este é um grande problema. Nós também estamos passando gradualmente por este processo. Assim, o que podemos dizer sobre a humanidade?

Portanto, eu não espero que as intenções sejam suficientes. Primeiro, nós temos que entrar na bolha e estabelecer uma conexão com a pessoa. Nós descemos ao seu nível, ao seu estado, nos tornamos parte dela, e a partir daí começamos a explicar gradualmente que todos nós dependemos do segundo sistema natural, do equilíbrio e das corretas relações mútuas com ele. Além disso, temos que agir com cuidado, caso contrário, as pessoas não vão aceitar a nossa mensagem, porque elas só sentem a sua bolha.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/04/12, Escritos do Rabash