Ao Desfrutar Os Refrescos, Não Se Esqueça Do Anfitrião

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati # 52, “Uma transgressão não extingue uma Mitzva“: Eu ouvi outra parábola que ele contou sobre dois amigos, um dos quais tornou-se um rei e o outro tornou-se muito pobre. O pobre ouviu que seu amigo tornara-se rei. O pobre foi até o seu amigo rei, e falou sobre o seu mau estado.

O rei deu-lhe uma carta endereçada ao ministro do tesouro, que por duas horas deixasse o amigo receber tanto dinheiro quanto quisesse. O pobre foi até o tesouro com uma pequena caixa, entrou e encheu essa pequena caixa com dinheiro.

Quando ele saiu, o ministro chutou a caixa e todo o dinheiro caiu no chão. Ele continuou da mesma forma uma e outra vez, e o pobre homem estava chorando: “Por que você está fazendo isso comigo?”. No final, ele disse, todo o dinheiro que você pegou ao longo deste tempo é seu e você vai levar tudo. Você não tem os recipientes para pegar dinheiro suficiente do tesouro, e é por isso que foi feito este truque com você.

Nós temos que estar prontos para a situação que no momento em que enchermos a nossa “caixa”, ela será imediatamente esvaziada. No entanto, não é assim que continuamos a preenchê-la mecanicamente e a tomar cada vez mais do tesouro.

O ego sente como a caixa está sendo esvaziada repetidamente, e ele mesmo começa a treinar-nos a perceber isso como algo normal. Então, nós começamos a perguntar por que isso acontece dessa forma, qual é o significado disto, e não concordamos com isso.

Nós atravessamos os mesmos estados repetidamente, enquanto a Luz age sobre esta repetição inflexível e nós começamos a compreender que não precisamos nos preocupar com a caixa cheia, mas com o próprio trabalho. A oportunidade de transferir o tesouro do rei de um lugar para outro nos dá satisfação, e assim alcançamos a doação “Lishma“.

Nós não devemos visar e nos concentrar na satisfação, que é agradável e importante para nós hoje, mas pensar constantemente no que será importante amanhã. Precisamos fazer isso imediatamente, e assim seremos semelhantes ao mesmo velho homem que caminha curvado e está procurando, como se perdera alguma coisa. Ele está constantemente com medo de perder a importância da meta e tenta esclarecer o que é exatamente esta meta.

A meta não são as sensações agradáveis. As sensações agradáveis ​​são necessárias para que eu possa superá-las e exigir sentimentos diferentes — para sentir a importância Daquele para quem estou trabalhando e que permanece em ocultação. Eu exijo a revelação da grandeza do Criador apenas para suprir a mim mesmo com combustível para o trabalho. Como se diz: “A Sabedoria (Hochma) é para os humildes” e “A recompensa por um mandamento é um mandamento”. A isso é que a pessoa deve aspirar a fim de que seja autorizada a se elevar acima de um ação para a próxima, que não tem relação alguma com o prazer que recebeu.

É como se eu preparasse alguma ação, executasse e recebesse bons resultados. Agora, eu preciso agradecer ao Criador por executar tudo do começo ao fim. Afinal, agora eu entendo que tudo aconteceu porque Ele me deu desejo, combustível, direção, intelecto, e todo o resto. Ele é o Único que organizou tudo, e eu não fiz completamente nada.

Assim, eu preciso fazer um sacrifício (Kurban), aproximar (Karov) a minha outra parte da doação. Eu tenho que sacrificar o prazer que recebi graças ao trabalho e dinheiro (Kesef) de “outra pessoa”, que não eram meus, isto é, a tela ou cobertira (Kisuf) neste mundo. O Criador me deu tudo isso e também me deu satisfação. Eu quero me elevar acima de tudo isso e trabalhar não por esta satisfação, mas por causa de Sua grandeza.

Desta forma, nós não perdemos o nível que obtivemos e não descemos. Agora, nós vamos determinar uma meta ainda maior para nós mesmos, como aquele velho homem que procura, caso tenha perdido alguma coisa.

E nós realmente perdemos algo. Por um breve momento, nós sentimos quão bom e agradável é estar em união, e agora temos que nos elevar acima deste sentimento agradável até a importância da meta. Esta mesma sensação agradável nós queremos passar ao Criador, de modo a dar-lhe alegria.

Conclui-se que todo este processo que ele passou, todos os refrescos que o hóspede recebeu do anfitrião, ele agora quer devolvê-los, de modo a não recebê-los para si mesmo. Este já é um estado que, de alguma forma, torna-se doação pura, “Lishma“. E esta já é a atitude correta.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/03/2012, Shamati # 52