Os Quatro Estágios Do Desenvolvimento Humano

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podem ser caracterizados os níveis inanimado, vegetal e animal do desenvolvimento humano?

Resposta: O nível inanimado é o período em que a pessoa tem um egoísmo muito pequeno que ainda não a desperta para se conectar com os outros. Ela existe passivamente na natureza, sem mudar praticamente nada em torno de si, apenas trabalhando a terra um pouco com as mãos e ferramentas primitivas (na verdade, mesmo isso ainda não existe) e conseguindo comida para si mesma. Este é o nível do desenvolvimento inanimado, ou seja, que ela não se aperfeiçoa e permanece no mesmo nível o tempo todo; ela ainda não está crescendo, como o próximo nível.

O nível vegetal é caracterizado pelo fato de que a pessoa já está “crescendo”, mas, como dizemos, “ela ainda é uma planta”. Isso significa que ela ainda não tem movimento, não é capaz de grandes realizações ou de várias transformações. Ela organiza o espaço em torno de si, mas como uma planta que espalha suas raízes e absorve um pouco de tudo. Ela conquista algo, mas de uma forma muito limitada já que seu egoísmo, sua capacidade não está deixando-a “engolir” o que conquistou. É por isso que não faz sentido arriscar, esforçar-se e sofrer.

O nível animal é, antes de tudo, o desenvolvimento da tecnologia, isto é, o que está fora do homem. Nós começamos a desenvolver instrumentos que nos ajudam a conquistar o mundo até o espaço. Esta etapa começou na Idade Média com a invenção das máquinas de impressão e outras novidades.

Na verdade, a Idade Média não é um simples nível de desenvolvimento. Ela foi um período agitado concebido de forma um tanto interna. No entanto, quando se estuda o processo de evolução nós entendemos que, naquela época, processos de concepção muito interessantes, poderosos, embora ocultos, da fase seguinte estavam ocorrendo.

Deve-se ressaltar que isso não foi observado nas fases anteriores, porque há muito pouca diferença entre a terra e uma planta, e sua conexão é muito forte. Elas contêm uma a outra, elas transformam uma na outra, e assim por diante. Enquanto que há uma enorme diferença entre o vegetal e os estados animais: no livre-arbítrio, movimento, espaço pessoal, conquista do espaço, e assim por diante.

O desenvolvimento humano interno continua de acordo com isso. As pessoas literalmente correram para conquistar a natureza e as áreas, e para descobrir novas terras. Tudo mudou: trabalhar a terra, a agricultura, as ocupações, as cidades, a divisão das pessoas em grupos e clãs, e assim por diante. Então, o movimento por um parlamento começou, por liberdade, e assim por diante. A humanidade tornou-se mais ativa em todos os níveis relativos a estados passados, e esta atividade tem crescido cada vez mais.

Durante o último século, ela alcançou a união. Nós chegamos à integração, à interação egoísta. Isto se tornou o pressuposto para a concepção do novo nível, que começou a se manifestar em meados do século XX. O Clube de Roma, o acadêmico Vernadsky na Rússia, e várias organizações internacionais começaram a notar que um nível holístico da natureza está sendo revelado e que influencia a sociedade nesse sentido. Se não o seguirmos, vamos sofrer com o desequilíbrio com a natureza.

Naquela época, muitas pessoas começaram a escrever e falar sobre isso. Cada uma em seu nível: no nível da biologia, sociologia, ciência política, mineralogia, desenvolvimento social, ou mesmo no desenvolvimento econômico e financeiro (economia e finanças são duas funções diferentes do homem). Tudo isso vem se acumulando gradualmente e levou ao surgimento de pré-requisitos para passar ao próximo nível. No entanto, o surgimento desses pré-requisitos, como qualquer movimento no desenvolvimento, inicia-se com pequenas revoltas que estão em constante crescimento até atingirem estados onde é impossível parar, permanecer no estado anterior, e, em seguida, um novo estado nasce em um salto.

Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 12, 16/12/11