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O Círculo Do Abraço

Dr. Michael LaitmanO ambiente especial que foi criado nos seminários (workshops), durante a Convenção na Lituânia, deve ser constantemente mantido durante as aulas. A pessoa precisa sentir constantemente isso. Não importa se ela está ou não realmente sentada num círculo abraçando os amigos, ou se eles estão simplesmente juntos, sentindo a conexão sem abraços físicos, ou mesmo estando muito distantes.

Claro, isso é mais difícil, mas você já sentiu que é possível sair um pouco dos limites do lugar físico e não estar preso ao tempo. Esta conexão continua a existir como se no ar.

Nós precisamos sempre manter este ambiente: nas aulas, em todos os eventos e atividades, e até mesmo no trabalho. Não importa onde a pessoa trabalha, numa fábrica, para um patrão – mas por meio de tudo o que acontece, ela está em contato com o Criador, olhando para Ele. Em cada situação ela deve fazer esforços para revelar a Luz superior, como se estivesse fisicamente entre os amigos.

Assim, nós seremos capazes de sentir, devido a todos esses esforços, como revelamos a nossa conexão com um grande grupo de Cabalistas de todas as gerações, que estão trabalhando conosco, dando continuidade a esses esforços. Tudo isso acima das limitações físicas.

Nós nos preparamos para estes seminários, nos sentamos de uma determinada maneira, mas tudo isso foi uma preparação formal. Nós devemos tentar manter o mesmo espírito que sentimos depois, durante os nossos estudos. A principal recompensa são os próprios esforços e não o sentimento forte que você espera. Nós devemos valorizar o trabalho em si e não a recompensa pelo trabalho.

Portanto, nós não devemos esperar que os comoventes estados de inspiração voltem. A chave é buscá-los constantemente; não com o intuito de receber as sensações agradáveis, mas para nos prepararmos para a revelação do Criador, a fim de dar-Lhe alegria. Esta oportunidade é a nossa recompensa. Isso já está um pouco mais próximo do estado de doação, Lishma.

Vamos tentar fazê-lo. Sinto muito, mas como de costume, as crianças exigem o que gostam mais, enquanto os pais lhes dão o que é melhor para elas conforme sua compreensão madura. E nem sempre é o mesmo. Vamos fazer um esforço para atingir uma forma ainda mais corrigida.

Nós devemos apreciar a oportunidade de fazer um esforço, e também teremos que restringir a sensação. Então, o sentimento de doação irá aparecer.

Da Preparação para a  Lição Diária de Cabalá 27/03/12

A Oração De Semelhantes Num Círculo

The Payer Of Equals In A CircleNão importa que vocês estejam sentados em fileiras atrás das mesas, e não se incluam (abracem) num círculo.  Apenas os corpos físicos estão sentados nas cadeiras. Mas, por dentro, deve haver o sentimento de um círculo: uma grande conexão em todo o mundo. Assim como as mulheres nos envolvem num anel, o mundo inteiro deve ficar mais longe, por trás delas. Devemos aspirar a trazer todos para um ponto de contato.

A distribuição física é inútil. Eu não acho que os alunos do Rabi Shimon se sentavam em tal círculo simétrico. Se assim fosse, as mesmas regras teriam sido mantidas até hoje para o estudo da Torá. O círculo simplesmente simboliza o fato de que todos são iguais: os amigos se conectam e formam uma oração coletiva.

Nós só precisamos pedir a Luz que Reforma. Sem ela, não temos chance alguma de sair do nosso ego, mesmo por um milímetro, nenhum de nós. Somente a Luz que Reforma pode nos ajudar.

Portanto, não faz sentido perguntar sobre como você deve fazê-lo. Você não está fazendo nada. Deixe a Luz fazer o trabalho! Mas você deve estar sempre consciente de que precisa realizar todos os tipos de ações para atrair a Luz que fará tudo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/03/12, Shamati # 52

Nós Somos Os Primeiros!

Dr. Michael LaitmanNós temos que ser gratos por nosso destino, por termos sido escolhidos para conhecer de forma clara do que se trata a sabedoria da Cabalá e apresentá-la ao mundo inteiro. Somos os pioneiros! Nós somos os primeiros de todas as gerações ao longo de toda a nossa evolução. Durante bilhões de anos, a criação passou por uma grande cadeia de transformações. Hoje, finalmente, nós somos os primeiros que podem dominar este método e deixá-lo pronto para o uso, para ser aplicado por aqueles que seguem.

Nós o percebemos em nós mesmos. Nós o desenvolvemos na conexão entre nós, com base no que está acontecendo entre nós nos grupos, na conexão. Com base nisso, nós podemos escrever novos artigos e estudar os materiais sobre os tipos de conexões entre nós. Através deste trabalho prático, nós o oferecemos de uma forma realista a toda a humanidade.

Portanto, nós somos buscadores, pioneiros da sua utilização prática. Por um lado, temos que ser gratos por nosso destino, e por outro lado, temos de ser responsáveis por termos tido essa chance. De acordo com o ritmo que toda a humanidade está se desenvolvendo, vemos até que ponto ela sente a necessidade de um novo método de vida.
Bilhões de pessoas em todo o mundo estão perguntando: “O que devemos fazer”. Nós temos que apresentar tudo isso a elas.

Assim, nas conexões internas entre nós, não devemos esquecer que estamos fazendo isso não só para nós, visto que seríamos como egoístas. Nós estamos fazendo isso não só para revelar a força superior, seu plano e senti-la, para ganhar compreensão através do sentimento, e estudá-la na realidade, mas também para levá-la ao resto da humanidade.

O nosso movimento interno deve ser acompanhado pela expansão externa. Estas duas ações devem ser equilibradas como órgãos do corpo que funcionam como deveriam: ambas recebem e doam. É muito importante nos lembrarmos do resto do mundo e da força superior que nos criou de modo a nos elevarmos a ela. Se incluirmos todos esses componentes dentro de nós, nos desenvolveremos de forma correta e muito rapidamente.

Nós já passamos por tanta coisa: muitas convenções, reuniões e noites de união. No entanto, hoje, nós estamos numa situação em que simplesmente devemos exigir de nós mesmos e da força superior a sua revelação real, de modo que realmente comecemos a trabalhar com ela entre nós, para que todos nós e a força superior, que se faz sentir entre nós, sejamos revelados como um todo.

Devemos exigir muito claramente que a nossa oração, nossa demanda, seja cumprida. Cada um de nós não deve apenas esperar, mas de cada ação que fazemos, avancemos com a demanda correta para sentir o Criador através da união.

Da Convenção de Vilnius 23/03/12, Lição 1

Filosofia Vazia Ou Ciência Prática

Dr. Michael LaitmanAo longo dos muitos anos em que tenho explicado o método da cooperação integral, dou como exemplo o nosso corpo feito de diferentes órgãos. Todos os órgãos parecem operar por si próprios: o coração, os pulmões, os rins, ou o fígado. Cada um opera no seu próprio ritmo e ordem e em cada um existe um programa interno, um software, mas tudo é baseado na cooperação.

Embora todos eles operem em planos diferentes, em ritmos diferentes, com tarefas internas completamente diferentes, todos eles devem ter uma tarefa colectiva: manter o corpo todo num estado equilibrado, que depende apenas da cooperação correcta de cada parte corrigida. Uma parte corrigida é a parte que coopera com todas as outras, e o seu trabalho interno orienta-se apenas de acordo com todas as outras partes do corpo.

Nós, também, devemos cada um sentir-nos como pequenos órgãos num grande corpo. A criação do nosso vaso colectivo de percepção, de um novo órgão sensorial, depende do facto de que ninguém opera como um corpo separado, mas em concordância com todas as outras partes do sistema.

Portanto, tudo deve ser dirigido não para o nosso desenvolvimento individual interno, que na verdade não existe, mas apenas para a conexão!

Há ainda muitas pessoas que nos procuram e estudam a partir dos livros, mas apenas para saberem, verem o que está escrito lá. Mas elas não estão incluídas no trabalho geral de conexão e unidade, e assim elas não percebem para onde tudo isto se dirige. “Oh bem, é uma ciência, uma teoria, que fala sobre mudar de lugares e movimentos num espaço imaginário qualquer, para cima e para baixo, sobre diferentes conexões entre algum tipo de objectos estranhos. Onde estão eles? É tudo muito abstracto porque no nosso mundo nada disto existe. Portanto, o que devo eu fazer com isto?”.

Estas pessoas não percebem que têm de conectar-se entre elas, e apenas na conexão entre elas começarão a ver através destes laços: “Onde estão estas partes? Onde é este nível de Bina, a doação, a recepção, a restrição do desejo, a ascensão acima do desejo na conexão com os outros, recebendo deles e doando a eles?”. Até que tentem implementar tudo isto na conexão entre sia, a sabedoria da Cabalá será para eles uma filosofia vazia, que não diz nada.

Portanto o principal não é estudar o que está nos livros, mas desejar sentir o que estudamos, para o implementar na nossa vida, na conexão entre nós. Caso contrário, como os nossos professores nos dizem, uma pessoa “seca”. Ela simplesmente não vê os resultados do que ela lê. Claro, há muitas coisas interessantes lá, muita informação, mas é apenas um estudo abstracto e nada mais que isso. Enquanto que o próprio método é muito prático, e nós temos de o implementar entre nós.

Do Congresso em Vilnius 23/3/12, Lição 1

Humanidade Como Um Sistema Integral

Dr. Michael LaitmanPodemos falar muito sobre a nossa interconexão, que em tempos recentes nos obriga a ter contacto uns com os outros ao nível emocional. Precisamos começar a nos conectar entre nós não apenas de acordo com as leis ecológicas, os processos de manufatura, o sistema bancário, a educação mútua e a saúde, mas pessoalmente. Correspondentemente, todas as nações precisam se comprometer com boas relações entre elas.

No processo de evolução da natureza, o desenvolvimento atravessou os níveis inanimado, vegetal e animal antes de atingir o nível do homem (humano). A civilização humana também se desenvolveu através das mesmas etapas, levando-nos ao ponto onde começamos a adquirir a imagem de um homem. Precisamente este estado é chamado Adão, Humano.

E aqui surge a questão: Como iremos alcançar isto? É impossível existir de outra forma uma vez que o nosso desenvolvimento adicional requer uma boa relação mútua, e sem ela, não seremos capazes de corrigir as leis da economia, indústria, e comércio. O mundo está num beco sem saída, confuso; não percebe o que fazer a seguir. As pessoas perderam todas as suas interconexões porque no nosso tempo é-nos exigida uma conexão sincera, emotiva, algo que nunca existiu entre nós.

Nós podíamos desprezar-nos uns aos outros, trocar bens ou colaborar como resultado do desespero na fabricação e comércio. Mas não era exigido de um indivíduo ou de um governo ter uma boa relação com o seu parceiro. Contudo, agora também nos são exigidos exercer esforços internos, psicológicos em relação a um estranho, e o nosso desenvolvimento consiste apenas nisso.

Podemos sentir que sem tais relações, não conseguimos existir correctamente, mesmo na nossa própria casa. Se eu partilho um apartamento com algumas pessoas, encontramos um jeito de nos dar bem enquanto que cada um tenha o seu próprio espaço. Mas agora mesmo, estamos tão dependentes uns dos outros – cada um com todos – que sem relações correctas entre nós, a nossa vida torna-se simplesmente horrível.

Por isso é necessário chegarmos a um acordo, e este acordo é chamado garantia mútua. Por outras palavras, as nossas relações precisam ser de tal forma que cada um sinta que a sua vida depende dos outros. É assim como os soldados da mesma unidade sabem que a sua vida depende de todos os outros, e se cada um deles não suportar e se preocupar com o resto, todos eles vão perder.

Tais sistemas de dependência mútua existem na natureza e na tecnologia: eles são chamados sistemas integrais ou analógicos. Dentro deles, todas as partes estão tão interconectadas que se qualquer peça falha, o mecanismo inteiro deixa de funcionar. Evidentemente, como a sociedade humana se desenvolveu, crescemos ao ponto de alcançar este tipo de ligação.

De KabTV, “Uma Nova Vida” Episódio 5, 2/1/12

Vamos Construir Um Telhado Comum Para O Mundo

Dr. Michael LaitmanMesmo que sejamos diferentes, nós ainda progredimos de alguma forma como em uma família. É verdade, não é fácil. Digamos que eu tenho uma mãe e pai, minha esposa também tenha, e cada um de nós tem irmãos e irmãs de ambos os lados, seus filhos, os nossos filhos. Temos de levar em consideração o outro, já que somos mutuamente dependentes, tanto na forma positiva quanto na negativa. É por isso que não temos intenção de mudar e reformar o outro.

É compreensível que, se no passado eu conheci uma mulher que possivelmente difere de mim em sua personalidade, mas de acordo com outras considerações, decidimos ficar juntos, então, nesta decisão de estar juntos, nós basicamente aceitamos e concordamos, mesmo sem falar isso, que estaremos levando uma vida compartilhada que nem sempre estará indo bem. Nós teremos que fazer concessões mútuas e concordar com a opinião do outro, parcial ou totalmente, e assim por diante. Mas nós nos conectamos com o outro, não tendo outra escolha, porque queremos criar uma família, aumentar a nossa prole e apoiar um ao outro.

Casais jovens não têm esse tipo de educação, que ensina como se dar bem entre si apesar das diferenças. Mesmo que nós pensemos que escolhemos livremente o parceiro de vida mais adequado para nós, na realidade, nós ainda somos muito diferentes. Para os animais, o acasalamento acontece instintivamente, mas as pessoas, já que seus cálculos estão corrompidos, procuram algo de especial, talvez até mesmo raro, não percebendo que, exatamente por causa disso, terão dificuldades de comunicação.

A falta de educação, compreensão e formação com relação à vida em comum, bem como a incapacidade de se submeter ao outro nos leva a uma crise da instituição familiar. Em nossos dias, mais da metade da população da terra, especialmente os jovens, são solteiros. Eles não estão prontos para se casar e não querem ter filhos porque se sentem incapazes de cuidar de alguém.

Esta crise já se arrasta há décadas, e hoje também somos obrigados a resolver problemas semelhantes entre os países. Afinal, cada um de nós, pelo menos em relação aos países vizinhos, está tanto dando quanto recebendo, assim como um casal. É por isso que é necessário aprender também como fazer concessões a nível internacional para se conectar acima de todas as diferenças e divergências. No entanto, nós também nunca fomos ensinados a fazer isso.

Então, como isso pode realmente ser feito? Qual é a técnica de fazer concessões, pois somente através da concessão que demonstramos a nossa boa intenção?

Por falta de outras opções, nós atualmente nos encontramos na crise que nos ensina as coisas mais urgentes. E as pessoas sentem essa urgência de tal forma (e é aí que reside a nossa esperança) que se recusam a aceitar o “divórcio”, pois o “divórcio” entre os países é a guerra.

Espero que nós percebamos que não temos uma escolha e que devemos exercer a moderação. É por isso que nós criamos a ONU, um lugar onde supostamente todos podem se reunir e discutir a cooperação pacífica, bem como muitas outras organizações que lidam com educação e saúde.

Por exemplo, em Genebra, há organizações internacionais que eu nunca sequer percebi que existiam. Há uma comissão sobre frequências de radiodifusão que assegura que cada estação de rádio e televisão no mundo tenha sua própria freqüência e não interfira nas outras. Há um conselho de fabricação de medicamentos, produtos médicos, e serviços, que determina normas neste domínio. Isto nos permite compreender uns aos outros e, assim, um médico, ao enviar seu paciente para tratamento em um país diferente, é capaz de explicar ao seu colega todas as nuances de procedimentos necessários.

Há ainda organizações que monitoram as bandeiras de cada país para que, de repente, não surjam duas bandeiras idênticas. Existem padrões em todos os campos, porque estamos nos tornando tão interligados e próximos uns dos outros que é preciso estabelecer leis para regular todas as áreas da nossa interação.

Assim como o parlamento de cada país, que define as leis para a interação dos seus cidadãos, isso também é feito em uma escala global hoje, para o mundo inteiro. Essas organizações foram criadas há algumas décadas, e sem elas as coisas seriam muito difíceis para nós.

Mas hoje o problema não está no estabelecimento de um lugar para todos. A situação atual nos obriga a construir uma “teto” comum que consiste na compreensão mútua e sensação de que estamos na mesma sala, por assim dizer. Nestas circunstâncias é muito difícil para nós estarmos juntos se não tivermos uma boa conexão entre nós.

Nós devemos sentir não só a proximidade, mas a interdependência que exigirá que todos mudem sua atitude para com os outros. Quer queiramos ou não, somos interdependentes, estamos conectados e unidos em diferentes níveis: alimentação, vestuário, educação, cultura, tecnologia, suprimentos de energia, água e até mesmo ar.

Se a indústria de alguém polui a atmosfera, não temos nada para respirar. Estamos todos familiarizados com o Protocolo de Kyoto que estabelece limites para as emissões de derivados de resíduos e poluição atmosférica.

Eu acho que vale a pena apresentar uma lista de organizações internacionais e as questões com as quais trabalham. Então, nós vamos sentir o escopo de nossa conexão. Parte destas organizações está localizada em Paris, Londres e Nova York, mas a maioria delas está em Genebra.

Isto é muito importante porque dá às pessoas uma idéia de dependência mútua, de tal forma que é difícil de acreditar. É muito maior do que numa família. Em uma família, eu posso parar de falar, discutir e até mesmo me distanciar por algum tempo.

Mas aqui, isso é impossível. Acontece que todos os países existentes já estão dentro de um mosaico único, e ninguém é capaz de sair dele ou se comportar da forma que agrada a si. Vemos que sempre que alguém tenta fazer algum movimento independente, nunca consegue. Depois de algum tempo eles regridem, ou talvez nem sequer vão além das tentativas verbais, nunca chegando a quaisquer ações práticas, porque no nosso tempo isso não é possível.

De KabTV “Uma Nova Vida” Episódio 5, 02/01//12

Dificuldades Do Período De Transição

Dr. Michael LaitmanAs transições para novos níveis de desenvolvimento sempre foram induzidas por pequenas crises: os sistemas educacional, social, financeiro e outros, gradualmente começaram a quebrar. Casamentos começaram a desmoronar-se, de forma lenta mas progressiva a propagação do uso de drogas ilícitas aumentou e superou o  alcoolismo. De repente o terrorismo veio à tona.

O nervosismo da humanidade se revela. Ele é o resultado da fraqueza e dificuldades em todas as esferas da vida, que foram construídas de acordo com as regras egoístas que fizeram com que todos se concentrassem somente em si: isto é seu, aquilo é meu, não cruze a linha!Todo mundo defende a sua liberdade e espaço pessoal. Agora, a natureza destrói fronteiras entre nós, quebra paredes, e arrasta-nos para algum tipo de vida em comunidade que nós tentamos evitar porque não estamos ainda prontos para isso.

Quando os nossos egos ainda eram muito pequenos, nós estávamos abertos a tudo. Naquela época, nós não nos importávamos se vivíamos como uma família em uma aldeia. As pessoas não trancavam as portas e eram muito simpáticas umas com as outras. Uma grande família (pais, filhos e netos) compartilhava um quarto e não ficávamos envergonhados uns com os outros.

Hoje em dia, a coisa é diferente. Nós estamos separados por nosso enorme egoísmo: Todo mundo quer uma sala separada, se esforça para se esconder atrás do computador ou telefone, e tende a contactar outros o mínimo possível. As pessoas não se unem mais em famílias, mas se reúnem para fazer sexo e depois ir embora.

Mas, de repente, a Natureza começa a destruir as divisórias e, ao fazê-lo, anula a nossa separação. A crise atual é a maior já experimentada por nós até agora. Fazemos de tudo para atrasar, deturpá-la, mas ela se manifesta em níveis mais baixos, onde todos ainda estão interligados.

Atualmente, não há tal coisa como uma crise familiar, já que as famílias estão simplesmente quebradas. Mais da metade das famílias não pode ser considerado uma família por si só e não tem vontade de reviver e reconstruir-se. O número de pessoas que não desejam se casar chegou a 70%! Hoje, isso é normal; uma boa família onde os seus membros tratam uns aos outros com amor e respeito tornou-se um anacronismo.

O segundo grande problema são as drogas. Estamos em conformidade com este fenômeno feio; nossa luta com ele é leve e suave. Sabemos que é uma coisa terrível que não podemos evitar, porque a sociedade em que vivemos e a própria vida nos obrigam a procurar maneiras de escapar.

O próximo problema é como criar a nossa juventude. Atualmente, dados demográficos são pobres, a população não cresce muito, e as pessoas não sabem como cuidar de seus filhos. Os pais concordam em deixar as crianças, tanto durante a noite quanto durante o dia. As crianças não estão mais ligadas aos seus pais, o fosso entre as gerações cresce. Estamos prestes a perder a próxima geração, mas ninguém se preocupa muito com isso. Nós dizemos: “Que diferença faz se a educação de nossos filhos é boa ou má, o que isso muda?”. Esta é a forma como pensamos. Nem mesmo remotamente percebemos a essência do problema.

Parece que todas as crises anteriores não foram golpes muito grandes para nós, nem acionaram o nosso entendimento que falimos em todos os aspectos de nossas vidas. O processo de desenvolvimento sempre flui a partir do pequeno e fraco até influenciar os grandes. Isto é semelhante à punição de crianças, ou seja, em primeiro lugar começamos convencendo-os e depois progredimos ameaçando com maiores problemas. Neste ponto, todos nós estamos passando por um processo muito sério; é uma questão de vida ou morte.

Estamos passando por dois ciclos graves de discrepâncias entre nós e a natureza. A integralidade nos permite perceber que somos opostos à Natureza e contrários a todos os seus sistemas, o que significa que originalmente tínhamos de estar completamente interligado, mas fazemos tudo o que pudermos para evitar ficar unidos.

Entendemos que ficar junto seria bom para nós, mas não sabemos como alcançar este estado. Todo mundo percebe que, se as pessoas se unirem para fins educacionais, técnicos, pedagógicos e culturais, isso facilitará toda a situação. Mas como podemos agir contra o nosso ego? Nós não somos capazes de fazê-lo!

Aqui está o problema: se não formos capazes de nos unir, vamos ficar com fome. Muito simples! Nós não seremos capazes de fornecer as necessidades básicas: alimentação, segurança, calor, habitação e saúde física. Estas são cinco necessidades básicas que têm de ser cumpridos a fim de sobreviver.

Neste momento, a Natureza está pressionando-nos tanto que se não correspondermos a suas exigências, não seremos capazes de fornecer nossas cinco grandes necessidades. Uma noção de como a ecologia faz parte de nossa necessidade de segurança. Vamos deixar de fornecer alimentos e manter uma boa ecologia; ambos estão interligados, visto que um influencia o outro.

Preocupação, medo, dificuldade, acabarão por forçar a humanidade a tomar medidas drásticas. Se não fizermos nada, a nossa resistência e oposição á Natureza nos levará à aflição, guerras, devastação e obliteração. Em algum momento, vamos reavaliar nossas chances de sobrevivência e chegar à conclusão de que temos que nos unir e alcançar o quarto nível de desenvolvimento: o  nível Humano.

Da “Discussão sobre Educação Integral” #12, 16/12/11

A Linguagem De Uma Nova Cultura

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós esperamos que o método de educação integral seja disseminado em todo o mundo. Como você vê a interação do grupo de Moscou com os grupos da América do Sul, por exemplo? Será que faz sentido eles manterem uma relação um com o outro?

Resposta: Se nos livrarmos da barreira da língua através da tradução simultânea, as pessoas vão se entender perfeitamente. Elas vão entender os sentimentos, as canções, as danças e expressões diferentes. Você verá que, de repente, elas têm os mesmos movimentos corporais.

Quando falamos em integração, as pessoas começam a se expressar da mesma maneira, independentemente de quem elas são. As diferenças nacionais, étnicas e raciais derretem-se.

Por exemplo, os nativos da América do Sul e África, que têm movimentos de dança completamente diferentes, começam a se mover em sincronia, tentando sentir o outro. Sua dança já não se assemelha a dança moderna, onde todos estão a dois metros de distância um do outro e ninguém vê ninguém, enquanto dançam e pulam por conta própria. Pelo contrário, eles tentam ficar juntos, para entrar em contato, para estar mais perto, talvez até mesmo parar de se mover, mas para sentir-se fisicamente e, mais importante, internamente.

Eles adquirem uma linguagem corporal completamente nova e eu diria, uma nova cultura, comunicação e comportamento. Mas não é apenas uma cultura, é uma nova forma de arte, a arte da dança e da expressão que provém precisamente da sensação integral.

Espero que esta cultura surja e seja revelada, e talvez por ela a humanidade se adapte ao mundo integral. Isto é chocante e mostra-nos que realmente estamos nos aproximando da única imagem de “Adão”.

Esta é uma linguagem que não existia durante a separação de pessoas que viviam na antiga Babilônia, durante a sua dispersão por todo o mundo (se aceitarmos a lenda da Bíblia como um fato). É uma linguagem inserida na fundação da nossa raiz, mesmo antes dos seres humanos surgirem, e vem de nossa fundação espiritual antes dela se materializar.

Se tomarmos todas as canções, danças, qualquer tipo de música, ou quaisquer outras formas de expressão de vários grupos de diferentes continentes, vamos descobrir um denominador comum em todos eles. E as diferenças entre eles serão muito menores.

 Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 11, 16/12/11