A Única Solução Correta É A Unificação

Dr. Michael LaitmanQuando os países desenvolvidos tornaram-se suficientemente avançada, eles começaram a desenvolver os chamados países do “Terceiro Mundo” (na Ásia e África) e entraram nesses países a fim de estabelecer fábricas e preparar toda infra-estrutura. Mas, a fim de instalar a produção, também é necessário educar as pessoas; portanto, eles começaram a abrir escolas lá. Além disso, os países desenvolvidos começaram a aceitar estudantes internacionais destas regiões em suas universidades. Desse ponto em diante, toda a humanidade tornou-se muito interconectada no nível da prosperidade material, educação, ciência e cultura.

Hoje, todos os países do mundo estão unidos por laços muito estreitos. Os norte-americanos dizem brincando que, quando eles querem fazer uma ligação de Nova York a Boston, a primeira chamada passa pela Índia, onde as pessoas se sentam e respondem os telefones e, em seguida, os conecta. Parece que essas linhas de telefone nos conectam de tal forma que nós não nos preocupamos com distâncias, não negligenciamos nenhum país, e nem sequer nos preocupamos que teremos que instalar um cabo de comunicação transcontinental.

Se aprofundarmos esta questão, veremos que todo o planeta está envolvido numa enorme rede de comunicação multifacetada e com muitas camadas. Hoje, é impossível construir ou fabricar alguma coisa se você não tem conhecimento suficiente ou a oportunidade de receber o equipamento mais adequado de qualquer produtor do mundo, ou se você não tem acesso às informações necessárias e aos especialistas. É assim que nosso mundo está construído agora.

Todos estes laços se desenvolveram ao longo do século passado, porém, de repente, nós descobrimos que, por muitas razões, este sistema não está funcionando. Analistas nos campos da ciência, sociologia, política, economia e finanças estão oferecendo suas soluções para este problema, cada um à sua maneira. Mas, no final, só há uma solução simples: este sistema agora exige de nós uma conexão mais interna.

E para continuar o nosso desenvolvimento, nós temos que alcançar uma conexão mais estreita, compreender e aceitar a necessidade da garantia mútua, isto é, o fato de que nós dependemos uns dos outros, que vivemos no planeta Terra e que não existe alternativa senão sentir que somos todos como uma família.

Em outras palavras, o nosso desenvolvimento começou ao comercializarmos o que produzíamos: equipamentos, produtos alimentícios, e assim por diante. Gradualmente, “joint ventures” e bancos internacionais começaram a se formar; as bolsas de valores começaram a se juntar. Eu posso fazer transações na Bolsa de Tóquio e, logo após, nas bolsas de valores na Alemanha, Moscou ou Nova York. Não importa onde e o que eu troco, porque em qualquer lugar tudo é basicamente o mesmo. Eu só analiso onde vale a pena investir e onde não.

Mas o dinheiro é mantido num único lugar, e os bancos só enviam notificações entre si de cada transação através de meios eletrônicos, e isso é suficiente. Nem nos interessa onde o dinheiro é armazenado fisicamente, porque consideramos o ouro como principal o equivalente do seu valor. Talvez o próprio dinheiro seja mantido em um dos países do “Terceiro Mundo”, como um repositório de todas as reservas de ouro, mas o que importa é que a contabilidade rigorosa seja mantida lá.

Como já mencionei, ultimamente nós sentimos que a nossa conexão não pode continuar desta maneira. Isto é especialmente verdade na Europa. Por um lado, ela é o lugar mais desenvolvido, mas, por outro, é o mais desunido. Agora, nós estamos vendo que, devido a esta desconexão, eles são privados da concordância interna, da compreensão e da sensação de que pertencem a um único sistema. Isso dificulta todos os países do mercado global, pois o mercado único não é suficiente. Também é necessário unir todos esses países com laços muito mais apertados, mas isso não é fácil.

A dificuldade é que nós precisamos estar mais próximos uns dos outros em espírito, baseados em nossa compreensão da situação e no reconhecimento do fato de que não podemos existir sem o outro. É por isso que é necessário cultivar nas nações da Europa, o entendimento de que a dependência mútua é necessária.

É claro que esse é o caso, mas o problema é que, embora os tomadores de decisão na política, os cientistas, a classe média e o povo entendam com sua razão a necessidade de mudanças, eles ainda não estão emocionalmente prontos para desistir de suas vidas individuais e características nacionais.

Na verdade, nós acreditamos que isso não é sequer necessário. Uma pessoa não precisa mudar seu comportamento e hábitos que dizem respeito à cultura e tradições nacionais. Ela só se deve superá-los em prol da conexão com as outras pessoas, da garantia mútua.

De KabTV “Uma Nova Vida” Episódio 5, 02/01/12