Não Brinque Com Fogo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 97: Por isso, nossos sábios nos advertiram em muitos lugares sobre a condição necessária para a prática da Torá, que será especificamente Lishma, de uma forma que a pessoa receberá a vida através dela, pois ela é uma Torá da vida, e é por isso que nos foi dada, como está escrito, “portanto, escolha a vida”.

Essa é uma condição muito importante e eu diria muito assustadora. Há um aviso muito sério nela que é proibido usar a Torá, ou seja, o método da Cabalá, de maneira errada. Afinal, há Luz em todos os livros de Cabalá, e se a pessoa usa-los de forma errada, em vez da poção de vida ela recebe a poção da morte. É uma arma muito forte, como a radiação, que pode ser utilizada beneficamente em diferentes técnicas e na medicina, mas que também pode matar. O fogo também pode ser destrutivo, por um lado, enquanto por outro lado, pode nos ajudar e nos aquecer.

O poder da Luz é o maior poder na natureza. Nós temos que saber como usá-lo. Portanto, os sábios primeiro proibiram o ensino da sabedoria da Cabalá para todos, exceto para aqueles que tinham a intenção altruísta de Lishma (doação).

Mas como alguém pode mudar esta intenção? Existem várias condições preliminares aqui.

No nível humano geral, as pessoas não têm necessidade de estudar o método da Cabalá. Mas, às vezes, surge a pergunta: “Qual é o sentido da vida?”. Depois, eu me volto à Cabalá. Em seguida, outra pergunta surge: “Pra que estou estudando; é para que eu me sinta bem ou para que eu possa alcançar Lishma?”.

No início, a pessoa quer saber qual é o significado da vida. Ela ainda não sabe muito sobre as intenções. O Baal HaSulam diz que apenas a intenção de Lishma, que é para doar, é a condição que possibilita ensinar uma pessoa o método da Cabalá. Nesse caso, não há dúvida de que ela vai estudar corretamente. Embora ninguém comece neste nível, deve-se alcançá-lo!

Portanto, a pessoa deve participar de um grupo onde encontre um professor e livros. Se todos esses fatores se juntam corretamente, embora a pessoa ainda não seja digna, ela pode ser autorizada a se conectar com o método da Cabalá, que pode leva-la à intenção de Lishma.

Portanto, deve haver uma estrutura muito clara: amigos, um professor e o estudo. Assim, a pessoa não se confundirá e não sairá do caminho. Caso contrário, o “elixir da vida” vai se tornar a “poção da morte” para ela.

Até que a humanidade esteja preocupada, não sentirá a necessidade disso. Abraão, em seu tempo deu aos filhos das concubinas “presentes”, que eram as práticas orientais que se adaptavam ao seu nível de desenvolvimento. Então, ele os enviou ao Oriente para fazer coisas que hoje chamamos de “Nova Era”.

Disso devemos entender como as coisas se desenvolveram. Como resultado da quebra, a Torá foi disseminada entre todos os povos e permaneceu com o povo de Israel. Mas que tipo de Torá? Como o método da Cabalá pôde ser estudado durante o exílio, na intenção egoísta?

Finalmente, quando fomos para o exílio, não tínhamos a Torá verdadeira, mas a sua “maquete”. Nós continuamos chamando os livros Cabalísticos de “livros sagrados”, mas não há Luz neste Torá. Rabi Chaim Vital escreveu sobre isso e assim o fez Baal HaSulam.

Mas se a pessoa precisa da Torá a fim de mudar para a intenção de Lishma, ela é atraída à sabedoria da Cabalá, onde existe realmente a Luz que Reforma. Proibiu-se usar essa sabedoria durante o tempo de exílio, para não trazer a Luz à pessoa com a possibilidade de se tornar a poção da morte para ela.

Somente agora, quando chegamos à quebra geral e à última camada do desejo egoísta que podemos descobrir a sabedoria da Cabalá e estudá-la. Baal HaSulam escreve sobre isso nos artigos “Tempo de Agir”, “Shofar do Messias”, e outros. Trata-se da parte da Torá que transmite a Luz que Reforma. A nossa geração já está nos “dias do Messias”, quando temos que usar este método.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/02/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot