Acima Do Nível Da Morte

Dr. Michael LaitmanA educação (formação) integral despe a pessoa de praticamente tudo o que caracteriza a nossa sociedade moderna. O que resta é apenas a sua existência normal, pacífica e regular (que chamamos de nível bestial, mas não com desdém, visto que este é o nível em que nosso corpo físico existe). Neste ponto, a pessoa dedica todos os seus recursos apenas para dominar o nível seguinte, o de “Adão”, o nível da garantia mútua, da ascensão e unidade universal. É precisamente em nossa unidade que revelamos o próximo nível de nossa existência: a realização da eternidade e perfeição.

E isso é possível, já que ao romper com o seu corpo animal e atingir o quadro completo da natureza (seu mecanismo, dinâmica e as forças que permeiam do início ao fim todo este processo), a pessoa se conecta e se associa a este processo e já vive de forma simples nesse nível. É como se ela rompesse com seu próprio corpo (nós ainda não conseguimos imaginar esse estado) e se associasse com a unificação comum alcançada e existisse dentro dela a tal ponto que mesmo que o seu corpo morra, ela não sente a morte. É como se isso fosse a morte de seu amado animal de estimação que vive ao lado dela. Ela não sente que o seu “eu” perde algo assim.

Como nosso corpo representa meramente a soma de nossos desejos e nossa noção de “eu”, se não nos associamos a ele, é como se vivêssemos separados dele. Este é também um problema psicológico, mas que pode ser superado no decurso da educação integral.

Nós precisamos trazer gradualmente nossos alunos a isso, já que o problema da morte, apesar das constantes tentativas de “engarrafá-la”, dirige o ser humano. Em qualquer tarefa que estabelecemos para nós mesmos, nós incluímos, inconscientemente, este elemento e somos obrigados a enfrentá-lo. Qualquer decisão que tomamos: ter filhos, sustentar uma família, parecer de certa maneira aos olhos da sociedade, etc., qualquer coisa pressupões um elemento de inclusão do “eu” em algo fora de nós mesmos, uma vez que desta forma, é como se continuássemos.

De “Lições sobre o Novo Mundo” # 8, 15/12/11