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Acelerar Nosso Esforço

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se nós só podemos avançar na espiritualidade através da aceleração constante, como podemos conseguir isso?

Resposta: Nós temos que “acelerar” o nosso esforço e constantemente aumentá-lo. Cada nível seguinte inclui todo o nível anterior em sua menor Sefira, Malchut. Assim, o esforço se multiplica constantemente.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/11, Escritos do Rabash

Ascender Acima Do Seu Destino

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como psiquiatra, eu visualizo claramente as pessoas estudando no programa de educação integral por três a cinco anos. Você acha que existe qualquer limitação de tempo ou as pessoas estudarão a vida toda?

Resposta: Até que toda a humanidade atinja o maior nível de integração com a Natureza, quando todos nós estaremos conectados a ela internamente, quase instintivamente, trabalhando com ela em uníssono, eu não vejo como poderemos nos afastar ou recusar isso. No entanto, a Natureza imediatamente nos empurrará em direção ao equilíbrio com ela com todos os tipos de golpes.

Quanto ao que vai acontecer depois que tivermos chegado a este estado, isso eu não sei. No entanto, pelo menos por agora, observando esta tendência de desenvolvimento, ou seja, o comportamento da natureza em relação a nós, pode-se dizer que ele certamente nos levará a um estado de harmonia total.

Comentário: Portanto, existe algum tipo de objetivo superior neste método que todos nós, finalmente, atingiremos?

Resposta: Eu acho que ao fazer isso a pessoa atingirá as profundezas informativas do seu ser que existem como que fora do seu corpo. Em nosso corpo nós existimos por certo tempo, enquanto que a informação e sua circulação em suas várias encarnações são eternas. Atualmente, a circulação da informação se manifesta através do corpo, embora ela possa se ​​manifestar através de outras imagens.

Falando de forma prática, aqui nós subimos a um grau fantástico. Pode parecer que estamos falando sobre a vida após a morte ou algo parecido. No entanto, nós estamos subindo para níveis que muitas pessoas, tais como Wolf Messing, já sentem nesse mundo.

Eu acho que todas as pessoas no mundo podem atingir isso. Em outras palavras, a pessoa sobe acima do acaso, acima do seu próprio destino.

Discussão sobre a Educação Integral 12/12/11

A Chave Para Pessoas, Família E Sociedade Saudáveis

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que organizemos um curso sobre educação integral para adultos. Que resultados eles podem obter após a conclusão do curso?

Resposta: É preciso compreender que a partir de agora, a natureza nos oferece apenas dois caminhos de desenvolvimento, levando a um objetivo. O objetivo final da natureza é a união completa de todas as suas partes, incluindo a humanidade como parte da natureza em geral.

Nós podemos chegar a este estado de harmonia, equilíbrio e homeostase de duas maneiras. Um deles é o caminho do sofrimento, a compreensão dessa necessidade, apesar de nossos desejos e impulsos internos. Este caminho é muito difícil, complexo, e forçado.

Em princípio, a natureza nos desenvolveu desta forma o tempo todo. Este é o processo da evolução, quando somos empurrados por trás e, assim, buscamos conforto. Acontece que nós buscamos uma vida melhor sendo empurrados por trás, errando muito, mas, no final, nos desenvolvemos. É assim que o homem, as pequenas sociedades, bem como a humanidade como um todo, desenvolveram-se no passado.

Mas há uma possibilidade de desenvolvimento com dignidade, quando a pessoa está ciente de antemão que toda a natureza está se movendo para a integralidade. Agora, os primeiros sinais dessa futura integralidade tornam-se aparentes, obrigando-nos a existir nela como parte da sociedade, da natureza e do universo.

A natureza se esforça para se equilibrar porque essa é a chave para a sua saúde, segurança e sustentabilidade, tanto em cada parte dela (por exemplo, no nosso corpo) como em todo o sistema.

Tomemos este estado futuro como objetivo comum de toda a humanidade e comecemos a abordá-lo, pelo menos em regiões diferentes do mundo, através de várias organizações internacionais, crenças e, mais importante, através da educação. A educação não deve ser intrusiva; nós devemos simplesmente dizer às pessoas sobre as leis da natureza, as leis do desenvolvimento da sociedade humana: comportamento, educação, relacionamentos, família e educação infantil. Nós ensinamos as pessoas como viver com um salário bastante modesto, subsídios ou bolsa de estudos.

Mas tudo isso deve ser ensinado às pessoas. Elas não sabem como educar os filhos, como se dar bem entre si. Nós vemos que a humanidade ensina algo completamente diferente: ela não ensina ou educa seus filhos, a geração futura, para que ela viva bem.

Nós não pensamos como tornar as pessoas felizes. Nós as empurramos para o abismo da concorrência capitalista, onde elas estão dispostas “a se comer” de bom grado. Mas não há vencedores nesta disputa, e no final, nós as condenamos ao estresse constante e problemas. Como resultado, ninguém vê a felicidade.

É essencial que os psicólogos, sociólogos, pais, professores e pessoas, que já entendem o problema ou podem entendê-lo, cheguem a uma conclusão mais ou menos correta, e com a ajuda de cientistas, do público, e da Internet (que hoje é uma força considerável) sejam capazes de mostrar a toda a humanidade que esta educação integral é a chave para uma sociedade, um homem e uma família saudável. Nós simplesmente não sobreviveremos sem ela, nós avançaremos com enormes prejuízos. Claro, nós atingiremos o mesmo objetivo, mas será um caminho terrível.

Discussão sobre a Educação Integral 11/12/11

A Tela É Um Cálculo Para O Trabalho Com O Desejo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Do que é composta a tela e como ela é capaz de impedir que a Luz neutralize o desejo?

Resposta: A tela não é o desejo, mas a força de resistência. A tela é sentida como um cálculo para o trabalho no desejo.

Como eu posso superar o desejo se estou nele? Eu recebo uma força especial do lado de fora (do ambiente ou da Luz, isto é, de algum fator externo), que permite que eu me separe do meu desejo.

Então, eu não me afundo no meu desejo e nem me identifico com ele. Eu não estou sob seu controle quando penso apenas em satisfazê-lo, semelhante a um escravo que recebe ordens de seu mestre e sai correndo para procurar como realizar o que o patrão pediu. Eu recebo um tipo diferente de força do Alto, um cálculo diferente, que acontece tanto por meio de grandes sofrimentos ou através da iluminação intelectual.

Antes disso, eu só me preocupava com o meu desejo e queria satisfazê-lo, isto é, eu era um grande egoísta. Este grande egoísta não existe mais dentro do seu pequeno desejo. Ele está separado dele e, de lado, examina como é possível satisfazê-lo mais e mais.

Mas ao me separar do egoísmo em prol de maior satisfação, eu começo a realizar um cálculo fora do meu ego. Um tipo de divisão é criado entre o meu ego e eu na tomada de decisão: a mente e o meu desejo estão como que divididos. Então, eu começo a entender que o desejo sempre escraviza a mente e me transforma em seu escravo.

Muitas pessoas no mundo experimentam isso, como, por exemplo, os alcoólatras ou viciados em drogas. Se alguma coisa provoca dano óbvio, a pessoa compreende que ela se tornou um escravo do seu desejo, do hábito vicioso.

Mas se eu olhar para o meu desejo de lado (obviamente, um ego grande e desenvolvido é necessário aqui: tanto a mente quanto o desejo), eu começo a ter pena que eu sempre o obedeço. Eu gostaria de certo alívio dele, e é aqui que começa o desenvolvimento do homem.

Eu começo a refletir se é possível alterar de alguma forma os meus desejos, limitar alguns deles e aumentar os outros? Isto é possível através do ambiente. Se a quebra não tivesse ocorrido e o ambiente não tivesse surgido, não teríamos qualquer chance de sair de nossos desejos. Mas, visto que eu estou conectado ao ambiente que me desperta e me dá valores diferentes, como resultado disto, eu mudo gradualmente.

Eu os comparo com meus valores e vejo que estou interessado apenas na boa comida, e se o ambiente fala de música, teatro e ópera, eu começo a sentir vergonha e começo a fazer cálculos que me distanciam do meu desejo. No mínimo eu começo a criticá-lo e, assim, um problema é criado: eu já não estou mais satisfeito comigo mesmo e sou obrigado a mudar para me ajustar ao ambiente.

Assim, a influência do ambiente nos leva a tal cálculo, quando estamos preparados para mudar completamente – apenas para que os outros nos respeitem. Mas, por enquanto, eu atuo de forma puramente egoísta, sem qualquer tela. Por enquanto, é a tela egoísta. Eu quero ser magro e bonito; assim, eu limito a minha ingestão de alimentos. Embora isso também não seja fácil, as pessoas fazem isso de qualquer maneira. Tudo depende do que é mais importante para mim e o que me dá maior prazer: a minha aparência exterior ou a comida.

Tudo depende do meu cálculo, quando com a ajuda do ambiente eu posso aumentar a importância de uma coisa em detrimento de outra. Assim, quem estiver interessado em perder peso ou em ser reabilitado de um hábito nocivo deve ser incluído numa sociedade que valoriza a vida sem esse hábito.

Mas se você quer adquirir a tela antiegoísta, isso é outra coisa. Para isso você precisa de um ambiente que faça você sentir a importância da doação. Deve lhe doer que você não seja capaz de doar. Você vai sentir que é menosprezado por causa disso, que não vale nada e está desperdiçando sua vida; que, em geral, não há razão para viver se você não atinge o atributo de doação.

A influência do ambiente precisa ser muito forte, até o ponto onde você sente que preferiria morrer do que viver assim. Então, você começará a exigir, pedir, orar, realizar todos os tipos de cálculos e ações a fim de adquirir a tela. Quando você perceber que não há como alcançá-la, você começará a pedir a Luz que Reforma. Isto é o que o levará ao reconhecimento do mal.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/11, TES

Foco No Infinito

Dr. Michael LaitmanAqui está um exercício interior: nós estamos longe uns dos outros em nossas qualidades e pensamentos, os quais são estranhos e diferentes; nós estamos separados pelo egoísmo de cada um. Há tantos de nós, e nós somos tão diferentes para revelar o Criador através de nossa conexão.

Nossas diferenças, distâncias e rejeições indicam a distância para o Criador. Eu vejo o quão longe eu estou das pessoas que estudam comigo, quem são as pessoas mais próximas de mim no mundo em espírito, propósito, aspiração e compreensão da vida. Nós ainda estamos tão longe. Eu estou ainda mais distante de todas as outras pessoas no mundo. Se eu me testar em relação a todas as pessoas, toda essa diferença acumulada será a distância entre eu e o Criador.

Agora, o significado do grupo se torna mais claro. É por isso que nós nos unimos: nós queremos ser capazes de alcançar algum tipo de correspondência, pelo menos entre nós, e nos aproximar mais, o que significa nos aproximar do Criador. Nós aspiramos a pelo menos superar a diferença entre nós. Nós afastamos o nosso egoísmo, nos elevamos acima dele, e gostaríamos de nos conectar apenas com os nossos pensamentos e desejos mais elevados, para nos aproximar mais do Criador, de uma forma ou de outra.

Assim, nós começamos a viagem. Então, nós veremos que não há pessoas aqui, não existem almas individuais, não há nada, apenas uma visão borrada, o que me leva a ver as pessoas em vez do Criador. É como se eu não fosse capaz de me concentrar, tudo está embaçado, e em vez de uma pessoa, eu vejo duas, três ou quatro. Agora, eu vejo bilhões de corpos diante de mim. Mas se eu conseguir combinar todos, eu vou alcançar o Criador.

É para isso que eu preciso do grupo: para iniciar este processo de uma forma ou de outra. Todos os exercícios de união devem ser dirigidos para a revelação do Criador! Afinal, eles são um meio para revelá-Lo. Não há sentido num grupo por si só, mas apenas do ponto de vista expresso como: “Israel, a Torá e o Criador são um”.

Baal HaSulam escreve que ocorreu um crime horrível praticado na Rússia socialista ao se começar a construir uma sociedade altruísta, tendo-se deformado completamente o princípio de ser um homem com um coração, um desejo, um propósito. Todos estavam juntos; distribuição justa, garantia mútua, tudo era maravilhoso, exceto por uma coisa: eles transformaram um meio para atingir a meta em sua meta. E isso os fez perder grande tempo.

É o mesmo que focar e combinar imagens tremidas, a fim de ver elas mesmas, e não o que está por trás delas. Eu, naturalmente, perco, porque o meu foco não está na imagem escondida por trás dessas ilusões, mas nas ilusões. É por isso que a Rússia falhou.

Nós não podemos permitir que isso aconteça conosco. Por isso, sempre deve haver três componentes presentes: eu, o grupo (o lugar e os meios para a revelação), e o Criador, isto é, a revelação do Criador aos seres criados.

Da Lição 2 na Convenção em Arava Convenção 28/10/11

Rebaixar-se Significa Elevar A Doação

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa rebaixar-se?

Resposta: Rebaixar-se significa, em vez de ceder e cair, procurar por diferentes meios de fazer a Luz superior deixá-lo sentir que a doação é mais importante que a recepção.

Todas as mudanças acontecem em virtude da Luz que reforma. Portanto, rebaixar-se significa fazer tudo que é possível a partir do seu final (que é chamado de oração), de modo que você valoriza a qualidade de doação e a eleva mais alto do que qualquer recepção. Assim, qualquer recepção será desprezível, enquanto que a doação será sagrada aos seus olhos.

Então, você vai querer isso! E, conforme o seu desejo, você vai atrair a Luz que reforma, que irá criar a estrutura do Partzuf espiritual em você: a cabeça (Rosh), ou seja, a doação ficará acima, enquanto que o corpo (Guf), recepção – abaixo. A cabeça está no topo, acima de tudo, ou seja, que mesmo a recepção embaixo, no corpo, ocorre em prol da doação. Este é o correto Partzuf espiritual.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/11, Escritos do Rabash

Os Arquitetos Do Mundo Integral

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se nós organizarmos um curso sobre relações integrais para um grupo de pessoas, isso as aproximará da questão sobre a meta, ou será que elas simplesmente entenderão que o mundo moderno é assim?

Resposta: Isto as aproximará da meta. No entanto, elas começarão a senti-la de uma forma natural.

Nós experimentamos várias “revoluções” no nosso caminho espiritual, porque construímos a estrutura do mundo superior; nós o estudamos e criamos como arquitetos, designers e naturalistas. Outras pessoas, no entanto, não participam no estudo, concepção e construção; elas não se importam e aproveitam o que outros fizeram. Quantos pesquisadores da natureza, artistas e educadores verdadeiros, com letra maiúscula, existem no mundo? Há poucos. No entanto, eles mudam o mundo e o avançam de geração a geração. Outros fazem o papel de “usuários”.

Você abre um mundo novo, o constrói, amplia as relações entre as pessoas e o Criador, e através de si conduz a Luz que Reforma. Você carrega os métodos de ensino, união e educação para elas, e elas usam isso porque a própria vida as deixa sem escolha. Como uma criança que não tem opções, exceto a escola, elas receberão a educação integral de você. Ou seja, você se tornará um mentor, um pai para elas.

Pergunta: Será que isso as incentivará a continuar o caminho e escolher o ambiente adequado?

Resposta: Elas não podem continuar, elas só podem usar. Claro, elas podem ser induzidas a usá-lo mais, não num sentido criativo, mas na aplicação.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/12/11, “A Liberdade”

Ele Está Em Toda Parte. Então, Onde Eu Estou?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Liberdade”: Assim, nós estamos nas mãos desses quatro fatores, como argila nas mãos de um oleiro.

Nós estamos rodeados pela influência do Alto de todos os lados. O Criador nos governa de uma maneira muito dura e absoluta, à medida que Ele controla todos os canais, tanto internos quanto externos, em nossos desejos, pensamentos, hábitos e natureza. Nós não temos nada que é nosso, e até mesmo as palavras que eu estou dizendo agora são organizadas por Ele.

Então, qual é o nosso livre arbítrio? Afinal, não podemos atribuir a liberdade a qualquer objeto, ação, pensamento ou a menor partícula do desejo de receber. O Criador o criou, Ele o influencia de forma absoluta. Então, o que pode ser livre nele?

As pessoas vieram com teorias sobre duas autoridades e politeísmo, sobre as quais o Baal HaSulam escreve em seu artigo “A Paz”. É difícil concordar que existe apenas uma autoridade que “cubra” tudo. Se o Criador é unificado, se não há outro além Dele, se tudo depende Dele, então estou sob o Seu controle absoluto, e é como se eu não existisse, mas sim me dissolvesse nele. Por isso, é preferível ter duas autoridades: uma boa e outra má. Isso é compreensível; entre elas há espaço para mim, e eu posso afetar as coisas.

Ainda assim, em algum momento eu percebo que por trás de tudo que me afeta há uma Fonte. Não é uma imagem que podemos imaginar, mas uma mente, um sentimento, algo unificado. Eu só tenho que descobrir a razão pela qual ela me afeta, o que quer de mim? O que eu deveria me tornar de acordo com a sua influência?

Ao saber o que Ele quer de mim, eu vou conhecê-Lo. Para quê? Apenas para conhecimento ou para cumprir o Seu desejo?

Qual foi Sua intenção ao me criar? O que Ele quer, gerindo-me desta maneira? Se Ele só quer que eu Lhe obedeça, é melhor não saber nada, mas simplesmente agir de acordo com as instruções que recebi. Mas, se Ele realmente quer que eu O alcance, revele-O, então eu tenho que fazer de tudo para alcançar este objetivo e não agir automaticamente.

Portanto, há muito trabalho a fazer com relação à causa inicial de tudo. Este é o nosso único trabalho: constantemente afiar, “polir” nossa atitude para com Ele. Quem é Ele? O que Ele quer de mim? Por que Ele me faz reagir dessa forma? Eu sempre subo os níveis de minha atitude e esclareço o que Ele quer me dar ao me exigir as coisas. O que Ele quer é que eu, graças à doação a Ele, O entenda.

Eu continuo esta cadeia e constantemente elevo o nível de Suas exigências para comigo. Assim, eu tenho que justificar o mal como o bem, uma vez que ambos vêm de uma só fonte. Eu tenho que entender porque Ele divide Sua doação em duas: graças a isso eu serei capaz de verificar a mim mesmo, ajustar o meu curso. Para Ele, essa dualidade não existe, mas minha realidade é dividida em doação e recepção.

Finalmente, nós devemos revelar constantemente o conceito de Unificado, e não mais do que isso. Se eu prestasse atenção nisso, eu veria que não há mais nada na minha vida. Mesmo no mundo corporal, tudo se resume a este esclarecimento que descobre a união, revela o Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/12/11, “A Liberdade”

Meus Recursos Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: Os alunos do Rabi Shimon se odiavam no início de seus estudos, mas ainda aspiravam alcançar a união. Com experiência, a pessoa aprende a ver a si mesma objetivamente, mesmo quando ela está num estado de ódio. É possível que o ódio possa ofuscar o ponto de análise da pessoa, ou a sua visão objetiva sempre permanece?

Resposta: Isso depende do estado. Às vezes, as emoções nos dominam, não deixando espaço para análise. Isto ocorre  quando somos capazes de fazer coisas terríveis. Às vezes, as emoções são equilibradas pela mente, e eu permaneço no controle da situação, apenas para ser surpreendido com minhas próprias emoções. Além disso, eu poderia também estar ciente de que o estado atual é enviado para mim pelo Criador. A força superior é a fonte deste estado, e este é enviado para mim a fim de me fazer avançar ao longo do caminho.

Por isso, tudo depende da nossa consciência. Como podemos ativá-la hoje? Será que nós podemos sempre lembrar que todos os nossos estados vêm de Cima para que possamos superá-los corretamente e tirar proveito de cada um deles?

Nós só podemos atingir este estado por meio da responsabilidade mútua, graças a qual mantemos uma conexão com o ambiente ou o grupo. Se eu estou constantemente sob a influência do meu ambiente e eu invisto meu esforço sempre que eu sou capaz, eu posso receber constantemente de meus amigos uma iluminação, a Luz Circundante. Quanto maior a nossa conexão, mais Luz eu recebo deles, enquanto que no meu próprio eu não tenho nenhuma chance de conseguir algo.

Conforme a minha capacidade, eu participo em todas as atividades do grupo. Se eu não tenho a oportunidade de fazer isso, por exemplo, se eu não recebesse a oportunidade de Cima para ir à convenção, então, lamentavelmente, eu ficaria em casa com o entendimento de que este estado me foi dado pelo Criador, e, portanto, é provavelmente o estado ideal para o meu desenvolvimento.

Mais importante, você deve usar cada momento para garantir um ambiente adequado para si mesmo. Afinal, o que acontece no momento seguinte está oculto de mim.

Em nosso mundo a pessoa paga o plano de saúde, a previdência social, e outros seguros privados, a fim de garantir o seu futuro. O que aconteceu no passado aconteceu, mas nós estamos sempre preocupados com o que vai acontecer no futuro. Conforme a minha capacidade, eu tenho que garantir que o futuro será melhor, ou pelo menos não pior, que o presente. Isso significa que eu devo permanecer no ambiente correto e fortalecê-lo se possível.

Eu não tenho outras opções. Ao contrário do sistema financeiro moderno, aqui nós não temos nenhuma concessão: você recebe exatamente o que você investe. Eu invisto tostão por tostão em meu ambiente e recebo a Luz dele. Basicamente, é a Malchut do mundo do Infinito. Esta é a minha caixa registradora, e não há outro lugar para eu investir.

Isto explica a importância da disseminação. Afinal de contas, ao disseminar você investe no seu ambiente; ele é o seu mais amplo, embora ainda potencial, ambiente. Estes esforços também são contabilizados.

Em última análise, o meu trabalho cria “ativos” (Zchut) que são registrados no meu “banco” espiritual. Conforme o meu investimento, eu recebo a Luz do grupo e me torno mais puro (Zach).

Da 4ª parte da Lição diária Cabalá 30/11/11, “A Essência da Religião e Seu Propósito”

Juntando Tudo Em Um

Dr. Michael LaitmanMeu objetivo é sempre revelar até que ponto sou incapaz de conectar tudo junto em “um homem com um coração”, e exigir a Torá, cuja Luz reforma. Esta luz chega até nós a partir da fonte de AB-SAG (Hochma e Bina juntas).

Afinal, nós somos incapazes de atingir Keter sozinha, mas apenas através de nossas ações na Luz de Hochma e na Luz de Hassidim. E tudo isso é revelado em ZON: na criatura quebrada e dividida. Assim, nós nos corrigirmos a cada vez.

É por isso que se diz que, antes de tudo, haverá a correção do mundo e só depois a correção final. Afinal, “mundo” significa “surdez” (Elem), “ocultação” (Alama), separação. A Luz do Um, que conecta tudo junto e dirige tudo a partir de uma fonte superior, realiza primeiro a correção e conecta tudo o que eu sinto na minha sensação da realidade.

Então, dependendo de quão opostos e espalhados estes pólos estão na minha percepção, e dependendo da quantidade de Luz que Reforma eu atraio, a qual conecta tudo acima de suas diferenças em Um, conforme esta lacuna entre separação e união, eu descobro a magnitude do meu vaso ou desejo espiritual.

Neste vaso eu sinto o poder da Luz revelada como Nefesh, Ruach, Neshama, HayaYechida. O tipo de Luz que eu sinto depende da diferença entre os desejos quebrados e separados, conectados acima de si mesmos pela Luz numa intenção geral para utilizá-los em prol da doação.

Disso nós compreendemos o significado de “em prol da doação”, isto é, que eu posso me conectar com alguém numa só ação, com um único objetivo. Egoisticamente, não é possível agir em conjunto, com um objetivo. Na verdade, cada um quer agir por si mesmo, para satisfazer seus desejos particulares. Assim, dentro do ego, o conceito de Um não pode existir, apenas o conceito de “muitos”.

Se nós estamos falando do Um, ou seja, da conexão num único conjunto, o retorno a Ele, a revelação do Um (visto que, na verdade, não há outro além Dele, e o resto são os mundos, “ocultações”), este conceito só existe fora do desejo egoísta. Isto é, ele existe nos desejos dos outros, a fim de conectá-los pela intenção de doar àquele Um.

A partir deste quadro torna-se claro que somente através da doação nós podemos ter êxito em chegar a ações comuns e alcançar um resultado a partir das numerosas ações que aspiram a se unir. Isso é impossível na recepção egoísta, mas somente se sairmos do nosso egoísmo e nos movermos para fora, em direção ao objetivo comum, fora dos nossos interesses pessoais egoístas.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/11/11, Shamati # 69