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Dúvidas Na Zona Da Penumbra

Pergunta: Por que a zona do livre arbítrio, as Klipot (cascas), se localizam entre a sensação da Luz Interna e a Luz Circundante?

Resposta: A Luz Interna é a luz que entra em mim. A Luz Circundante é a luz da qual eu tenho consciência, consciência que ela existe, mas não de forma clara que a pessoa possa saber o que está acontecendo. A pessoa se sente como se estivesse na zona de penumbra (“twilight zone”) onde ela não pode reconhecer uma imagem familiar ou distinguir um amigo de um estranho. (Um amigo é o desejo atado a você, e um estranho é o desejo com o qual você não pode trabalhar; todavia, especificamente desde esses estados, mais tarde, nós ganhamos a oportunidade de correção).

Durante o dia, nada precisa ser feito; tudo já está claro. À noite, não há nada a fazer também uma vez que eu não posso ver nada. Ambos estados foram compreendidos, mas é o “entardecer” que dá a oportunidade para trabalhar, um lugar onde os desejos podem se misturar (“Erev” – entardecer deriva da palavra “Meurav” – misturar).

Depois da quebra, todos os desejos se misturaram uns com os outros, mas quando algumas partes desses desejos quebrados caem no estado do entardecer e nos alcançam, nós podemos discernir e uni-los ao “dia”. Dessa maneira, nós gradualmente estudamos nossos desejos. Assim, os maiores discernimentos acontecem no limite entre a Luz Interna e a Circundante.

Da 3a parte da Lição Diaria de Cabala, 26/10/10, “Beit Shaar Ha-Kavanot”

União Em Tudo

O princípio de amar o próximo como a ti mesmo resume e inclui todos os princípios. Nós realizamos o princípio do temor e o princípio do amor através da união, anulando-nos ante o grupo, e através da garantia mútua, recebendo a Luz que Reforma. A Luz nos leva ao estado de temor e então ao de amor.

Tudo isso junto é chamado “realizar os 613 mandamentos”. Isso fala sobre a correção dos desejos. Cada desejo neutraliza seu egoísmo e adquire uma tela, a intenção de doar.

Eu não vejo os degraus da escada antes do tempo. Eu os construo através da auto renúncia, que me capacita a me agarrar ao grupo com mais e mais força. Assim é como um único Kli (receptor) se forma dentro de mim, dirigido ao único Criador. Isso requer o princípio chamado “único corresponde a único”.

Todos os nossos esforços são dirigidos para a construção dessa união. A pessoa a compreende aspirando a ela e suprimindo tudo o mais. Com quem a pessoa se une? Com o grupo, que ela avalia usando um só critério: a meta. Ela junta somente esse ponto da meta que está presente no grupo, e em nada mais dentro daqueles ao seu redor. Ela se curva ante a união, se focando nela.

Então, ela é única e ela se une com um único grupo, descartando tudo o mais em seu desejo para revelar o único Criador que é Bom e Faz o Bem – a qualidade de doação. Assim, através do amor aos outros, a pessoa adquire a amor pelo Criador.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala, 28/10/10, “De acordo com o que foi Explicado em Relação a Amar o Próximo como a ti mesmo”

Pegue A Mão Do Criador

Quando uma pessoa compreende quão importante é o grupo para sua correção, ela se abre como o capô de um carro e deixa que seus amigos “façam a manutenção” dentro dela. Da mesma forma, um paciente de bom grado se deita na mesa de cirurgia com a expectativa de que os médicos salvarão a sua vida. A pessoa sente que depende cem por cento da boa vontade dos amigos e que somente com a ajuda deles ela irá mudar, ser corrigida, e se recuperar de uma enfermidade fatal.

Então, o ambiente começa a trabalhar nela. Quanto mais ela adere aos seus amigos, mais claramente lhe é mostrado quão duro é se voltar para eles, quão atemorizada ela está com isso. Por um lado, a pessoa entende que ela simplesmente precisa se voltar para os amigos porque toda sua vida depende disso, mas por outro, o egoísmo e a teimosia não lhe permitem agir assim. Essas duas qualidades são chamadas “ódio”, “lado impuro”, e “imundice”.

Por exemplo: algumas vezes temos que nos desculpar com alguém e não podemos nos forçar a fazer isso. Nessa situação, eu descubro duas forças opostas: eu preciso fazer isso para me salvar, ainda assim, eu não posso. Porém, eu mais tarde reconheço que minha incapacidade é causada por uma força estranha e, como resultado, eu ganho força.

Isso acontece toda vez a cada novo nível. Eu começo a compreender que o Criador arranjou tudo para que eu segure Sua mão como uma criancinha que se agarra a um adulto. Então, com Sua ajuda, eu serei capaz de ir ao Faraó.

É assim que eu avanço até o final da correção: eu reconheço o mal de minha natureza, me separo dele, e vejo que é o Faraó, meu rival. Então, eu desejo me livrar dele e peço à Luz Superior para fazer isso.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala, “Venha ao faraó”

Presentes Da Convenção

Pergunta: Por que o senhor disse que a participação na convenção dá à pessoa avanço espiritual igual a no mínimo meio ano de trabalho?

Resposta: A convenção é o lugar onde nos todos caímos sob o impacto concentrado de uma força espiritual elevada. Evidentemente, ela nos afeta muito. A Luz habita lá “vestida na sociedade”, e se eu me anulo ante essa sociedade, eu recebo seus desejos (vasilhas espirituais), entusiasmo, e aspiração para a doação.

Assim, a Luz começa a me afetar através deles, através de suas vasilhas. Resulta que eu avanço ao receber suas vasilhas e a Luz.

Esperemos que todos experimentem isso; eu também estou procurando por isso! Todos se beneficiam disso, sendo um iniciante ou um Cabalista com alcance uma vez que a Luz Superior não conhece limites “O Criador habita entre Seu povo”, e se tal imensa massa de pessoas se junta e deseja revelar a espiritualidade, então graças a suas grandes qualidades e a despeito de seu pequeno desejo, todos podem ganhar a força da vida!

Da 4a parte da Lição Diaria de Cabala, 18/10/10, “O Ensino da Cabala e sua essência”

Não Pinte a Espiritualidade Com Formas Corporais

No processo de desenvolvimento, tendo alcançado uma idade compreensível, nós nos tornamos equipados com um enorme arsenal de imagens e conceitos sobre os elementos deste mundo. Em consequência disso, somos capazes de dividir e conectar várias imagens e significados na nossa imaginação ou em ações. Desta forma, quando escutamos sobre algo, podemos imaginá-lo baseados sobre o que conhecemos de “algo semelhante” mesmo se nunca tenhamos visto esse objeto ou tido relação com ele.

Enquanto que na espiritualidade, nós não temos nenhuma ideia sobre ela, nem qualquer contato com ela; nós não temos conhecimento dos seus elementos que possamos classificar e dividir ou conectar para imaginar algo “parecido”. Nós lemos sobre um fenômeno espiritual, e, se imaginamos algo como em um quadro, nós devemos compreender que estamos nos enganando. Neste caso, estamos tomando imagens do mundo corporal que são familiares a nós, e, delas, em nossas imaginações, nós as juntamos, como se fossem, imagens do mundo espiritual.

Visto que esse caminho é sabidamente falso, nós, enquanto estudamos a Cabalá, tentamos não juntar nada em nossa mente e sensações, mas agir desde o que está sendo descrito, como “o juiz só tem o que seus olhos veem”. Adicionar coisas (intelectualizando e fantasiando) não é permitido uma vez que significa forma não vestida na matéria. A Cabalá é contra isso porque temos que alcançar a forma vestida na matéria. Se começamos a imaginar formas que não estão vestidas na matéria, elas serão sempre falsas formas emprestadas do nosso mundo, e nós nunca iremos conhecer a verdade.

Da 4a parte da lição diária de cabala, 20/10/10, “A essencia da sabedoria da cabala”