Valor Adicionado

laitman_528_02Nós precisamos construir uma linha entre a Luz e o Kli, entre o desejo e o Criador. Nós fazemos isso de forma gradual, de acordo com 125 níveis, construindo a intenção correta para perceber a nós mesmos apenas a fim de doar aos outros ou ao Criador.

Para fazer isso, eu recebo o poder de correção da Luz que Reforma. Ela me corrige e me dá tudo o que é necessário. Mas cabe a mim encontrar um anseio pela meta dentro de mim. Eu devo ser o fator inicial; caso contrário, não há criação. Afinal, se eu quero que a Luz faça tudo para mim, é como se eu realmente não existisse.

Inicialmente, o Criador criou o desejo. Este pertence a Ele. Eu sou o que desejo que corre para a Luz de acordo com a forma como ela brilha. Um jogo é realizado comigo desde Cima, como foi dito alegoricamente pelos Cabalistas: o Criador joga com o Leviatã que Ele criou. Com a Luz, Ele joga: onde quer que ela brilhe, é para aí que o Leviatã se volta. Mas isso ainda não significa que eu realmente existo, já que por enquanto eu sou completamente gerenciado.

Apesar de entender e sentir que toda a minha vida é como uma caça à isca, eu não tenho essa consciência como resultado dos meus esforços. Eu recebo a sensação de que estou correndo atrás da isca e que não sou diferente da natureza inanimada, vegetal e animal.

Mas, além disso, eu recebo uma Reshimo (reminiscência) que desperta dúvidas em mim: “Por que estou correndo? Qual é o benefício? Qual é o objetivo?” Então, eles me dão uma pergunta adicional, que é “Qual é o propósito da vida?” E isso é feito para que eu possa agora começar a trabalhar por conta própria.

Enquanto eu não tiver feito a pergunta: “Para quê?”, eu posso correr atrás de vários prazeres toda a minha vida, que é o que todo o mundo faz. Nós consideramos pessoas que são especialistas proeminentes ou cientistas famosos como inteligentes, mesmo que estejam perseguindo as iscas como todos os outros. Esta não é a sua adição, uma vez que realmente não estão fazendo nada e não têm liberdade de escolha. Olhe para o mundo através do filtro das intenções e você vai ver o vazio. Não há natureza inanimada, vegetal e animal e não há sete bilhões de pessoas, mas sim tudo é puro. Não há lugar adicional que uma criatura deva criar por si mesma. Apenas em algumas, onde a verdadeira pergunta sobre o sentido da vida tem despertado, pode-se produzir um desejo independente. Mesmo esse desejo foi dado a elas de Cima, mas elas precisam “trabalhar” com ele através do trabalho em grupo.

Portanto, onde nós vamos obter o poder para isso? Onde podemos encontrar o método? Como sabemos o que é exigido de nós?

É por isso que houve a Shevira HaKelim (quebra dos vasos). Se tivesse havido uma criatura, ela não teria tido nada a ver; ela não teria sido capaz de fazer qualquer coisa. Não é por acaso que Adam HaRishon (o primeiro homem) foi chamado de um “anjo”, porque ele pertencia ao nível animal. Mas quando há outras pessoas ao meu lado que fazem a mesma pergunta, nós podemos apoiar uns aos outros através da conexão de nossas perguntas. Se vencemos o nosso ego, cada um de nós insere seus anseios em todo mundo, a sua adição, o significado de uma vida voltada à doação. E isso possibilita que nós avancemos.

É assim que eu uso os desejos que o Criador desperta em meus amigos. Mesmo que esses desejos não sejam nossos, nós os internalizamos dentro de cada um no grupo e isso já se torna o nosso trabalho, graças ao qual nós construímos um desejo ainda maior, um “valor adicionado” em cada um. Essencialmente, esta é a nossa forma de perceber a obra do Criador. É claro que a Luz é que realiza isso, mas nós a organizamos.

É assim que nós reproduzimos a operação que o Criador estava fazendo em Ein Sof (Infinito), produzindo um desejo. Mesmo que este não seja um novo e incomum ato criativo, apesar de tudo, é uma verdadeira adição. O Criador deu início à criação e, no final, nós a concluímos…

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/06/13, O Zohar