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Um Colapso Total Se Aproxima

Dr. Michael LaitmanOpinião (Gerald Celente, prognosticador de tendências americano, editor do Trends Journal, consultor de negócios): “Hoje, os principais prognosticadores de tendências do mundo falaram com o King World News sobre o porquê o chocante movimento suíço é apenas o início de uma crise mundial muito maior que levará ao pânico previsto que acontecerá em Wall Street e em todo o mundo em 2015.

“A humanidade está finalmente começando a entender que não há qualquer recuperação – tudo tem sido um encobrimento. A flexibilização quantitativa do dinheiro inundou o mundo e criou um mercado completamente falso. As dezenas de trilhões de dólares que foram injetados nos mercados globais não fizeram nada para melhorar a economia geral. Nós vemos um colapso global. Não há recuperação: tem sido um encobrimento”.

Meu Comentário: Este autor previu a crise de 2008. Nós não somos capazes de lidar com a crise porque pensamos que ela é puramente uma manifestação terrena, e que suas causas estão em nossos erros eco-político-sociais.

Mas a verdadeira causa da crise está nos nossos erros de cálculo do programa da natureza. Nossas relações com o outro e com o ambiente devem ser desenvolvidas para o estado de Adão (homem), a equivalência com a força superior da natureza e a propriedade de amor e doação. É a interação completa de toda a humanidade, na medida em que todas as partes da natureza nos níveis inanimado, vegetal e animal estão conectados uns com os outros.

Os Níveis Da Ascensão Espiritual

Laitman_041_01Nós temos que tentar manter o foco na imagem geral ao ler a porção semanal da Torá (Parashat HaShavua) uma vez que a Torá nos fala sobre como alcançar a unidade abrangente e completa.

O ego é revelado cada vez mais, repetidas vezes no caminho para a unidade, e à medida que cresce, nós descobrimos a necessidade de uma conexão cada vez maior acima dele.

O ego é o nosso ajudante que age contra nós e serve como ajuda contra nós, mas, ao mesmo tempo, revela todas as falhas, os defeitos e vapores venenosos dos nossos estados.

O ego é revelado na atitude consumista das pessoas para com a natureza inanimada, vegetal e animal, mas especialmente nas relações entre nós. A inveja, o ciúme, a dominação, a aspiração à fama e respeito são os nossos principais problemas.

Portanto, o objetivo da nossa correção é levar a pessoa a um estado de unidade e totalidade, quando ela pode se conectar harmoniosamente com todos os outros num único sistema. Esta é a razão pela qual a Torá, a Luz que corrige todas as falhas, nos foi dada. As falhas são corrigidas na medida em que nós as definimos como tal, o que significa de acordo com a nossa forma de vê-las.

Elevando-se acima das falhas para uma maior conexão e unidade entre nós, nós subimos aos níveis chamados de feriados, dias de semana, sábado e Rosh Chodesh (o início do mês), as nações do mundo, levitas, Cohanim (sacerdotes), israelenses, etc.

Nestes níveis nós vemos todos os outros pilares de sustentação da ascensão espiritual ao estar no nível do Rei David num determinado momento e, em seguida, no nível do rei Salomão, e, depois, no nível de Moisés, Aarão, José, ou Jacó.

Na medida em que a pessoa passa por estes níveis, ela sente que sobe do nível mais baixo para o mais alto, estando em tantos estados quanto possível. Ela parece experimentar todos os dias, feriados, dias da semana, etc. Ela entra nos estados de cada um desses pilares de sustentação, se conecta, e se une com toda a humanidade. No final, ela integra o mundo inteiro dentro dela e se torna um ser humano, Adão (decorrente da palavra hebraica “Domeh“- assemelhar-se), o que significa semelhante ao Criador.

Portanto, nós devemos perceber tudo que a Torá nos diz como níveis essenciais do nosso desenvolvimento, até que todos cheguemos à totalidade predeterminada.

Pergunta: A sequência dos feriados de Rosh Hashaná (ano novo) em diante é mantida nos sentimentos de uma pessoa e, consequentemente, em seu sentimento como Noé, Abraão, etc.?

Resposta: Cada pessoa sente isso a sua maneira.

Se a alma geral não foi quebrada e fosse apenas uma alma que se corrige de certa maneira proposital que é especialmente destinada para isso, ela passaria por todos os níveis numa ordem exata.

Mas já que estamos todos conectados e só podemos ser corrigidos pela conexão entre nós, temos que passar por todos esses estados, que estão mutuamente incorporados em nós e nos valores da Torá chamados de Abraão, Isaac, Jacó, etc.

Todas estas figuras são níveis espirituais e seu preenchimento interno, que em cada nível é chamado de Adão. Os níveis em si são chamados de sábado, dias da semana, feriados, meses e anos.

É todo um sistema formado pela natureza inanimada, vegetal e animal; todo um mundo que se desenvolve na unidade integral ao atingir cada vez mais uma maior harmonia de cada vez.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/04/14

Criando O Mundo Dos Desejos

Dr. Michael LaitmanO surpreendente sistema chamado Jetro é parte do sistema espiritual geral que inclui atributos egoístas, bem como vários atributos altruístas que são totalmente o oposto.

A conexão entre Jetro e Moisés foi mantida através de Zípora (Séfora) e os filhos.

Pergunta: Por que foi permitido que Moisés se casasse com Zípora, filha de Jetro? Será que é porque a nação ainda não estava dividida em tribos?

Resposta: Nós não devemos olhar para isso a partir da perspectiva da divisão. Todas as figuras bíblicas ao longo da história tomaram mulheres das tribos hostis. Jacó, por exemplo, casou-se com Raquel e Lia, que eram filhas de seu maior inimigo, Labão.

O Jetro também não apoia nem toma partido de Moisés, mas há uma conexão muito clara entre eles, na medida em que Jetro está totalmente imerso no Faraó (o ego) com um pé e, graças a isso, pode estar conectado a Moisés.

A pergunta é sobre o que Moisés fez com Jetro por quarenta anos. Por que ele precisa deste nível intermediário? Quarenta anos é o nível de Bina em cada nível.

Tendo estudado 40 anos com o Faraó, Moisés passa os próximos 40 anos com Jetro e só então ele passa o mesmo número de anos com a nação de Israel.

Pergunta: Se o Faraó é o nível superior de estudo, por que ele deve estudar com Jetro depois?

Resposta: A fim de saber como mudar para o atributo de doação. A verdadeira conexão é formada entre atributos opostos, assim como foi o caso com Jacó e as filhas de Labão. Além disso, Jacó teve concubinas e servas que também tiveram filhos seus. Isto pode parecer uma confusão, mas é assim que o mundo dos desejos é criado, e é assim que eles estão fortemente conectados.

Ruth, a mãe da dinastia do Rei David, pertencia a Moab, que era uma nação que odiava os israelenses. O herdeiro de David é o Messias Filho de David, que vai levar o mundo inteiro à unidade muitos anos mais tarde, no final dos tempos.

Uma pessoa comum que não vê toda a imagem não vê o começo e o fim, a entrada e a saída deste sistema. Ela não entende por que ele se fecha desta maneira, mas o sistema integral se fecha precisamente desta forma.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 21/05/14

Como Um Feixe De Juncos — Eu Quero, Logo Existo, Parte 1

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 2: Eu Quero, Logo Existo

A Vida Como Uma Evolução de Desejos

No capítulo anterior, nós dissemos que o nome Ysrael (Israel) combina as palavras Yashar (direito) e El (Deus). Nós estabelecemos que o nome surgiu quando Abraão reuniu pessoas que desejavam alcançar o Criador, descobrir Deus, e que foram chamadas de “Israel” segundo esse desejo. Neste capítulo, nós discutiremos a formação dos desejos em geral, e a formação do desejo pelo Criador, nomeadamente Israel, em particular. Para fazer isso, precisamos examinar a realidade como uma evolução de desejos.

Em 1937, Baal HaSulam publicou o Talmud Esser HaSephirot (O Estudo das Dez Sefirot), um comentário monumental sobre os escritos do ARI, autor de A Árvore da Vida. No comentário, o autor entra em grandes detalhes explicando que na base da realidade reside o desejo de dar, que ele chama de “desejo de doar”, que depois criou o desejo de receber. Esta é a razão, explica Baal HaSulam, porque nossos sábios testemunham que “Ele é bom e faz o bem”, [i] e falam de “Seu desejo de fazer o bem às Suas criações”. [ii]

Na Parte 1 de O Estudo das Dez Sefirot, Baal HaSulam explica porque o desejo de doar necessariamente criou o desejo de receber, e porque os dois desejos estão na base de toda a Criação. Nas suas palavras, “Assim que Ele contemplou a criação em prol de deleitar Suas criaturas, esta Luz [prazer] imediatamente se prolongou e se expandiu Dele na completa medida e forma dos prazeres que Ele havia contemplado. Tudo está incluído nesse pensamento, que chamamos de ‘O Pensamento da Criação’. …O Ari disse que no princípio, uma Luz superior e simples preenchia toda a realidade. Isto significa que uma vez que o Criador contemplou deleitar as criações, e a Luz se expandiu e partiu Dele, o desejo de receber Seus Prazeres foi imediatamente impresso nesta Luz”. [iii]

Para sublinhar a suposição de que o desejo de doar, o Criador, criou o desejo de receber em prol de lhe dar prazer, Baal HaSulam categoriza essa seção, “O desejo de doar no Emanador necessariamente gera o desejo de receber no emanado, e ele [o desejo de receber] é o vaso na qual o emanado recebe Sua Abundância”. [iv]

Ashlag não foi o primeiro a se referir à criação do desejo de receber pelo desejo de doar, embora o tenha feito mais implicitamente. Rabi Isaiah HaLevi Horowitz (O Sagrado Shlah) também escreveu que “Uma vez que Ele favoreceu fazer o bem às Suas criações, Ele as desejou beneficiar com o verdadeiro benefício, como com a matéria da criação da inclinação do mal [o desejo de receber, egoísmo], que é a favor das criações”. [v]

Semelhante aos dois sábios mencionados acima, Rabi Nathan Sternhertz escreve em Likutey Halachot [Regras Sortidas], “O Senhor aumenta Suas misericórdias e gentileza, pois Ele desejou beneficiar Suas criações no melhor possível de todo o melhor”. [vi]

Assim, o desejo de doar, o Criador, deseja doar sobre nós, Suas criações, e nós devemos receber esse benefício, a doação. Todavia, o que é esse benefício, o bem que devemos receber?

Na sua “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Baal HaSulam escreve que o benefício que é suposto recebermos é alcançar o Criador, tal como Abraão fez há praticamente 4000 anos. Nas palavras de Ashlag, “[com a realização] a pessoa sente o maravilhoso benefício contido no Pensamento da Criação, que é deleitar Suas criaturas com Sua mão completamente bondosa e generosa. Devido à abundância do benefício que a pessoa alcança, um amor maravilhoso aparece entre a pessoa e o Criador, incessantemente derramando sobre ela pelos próprios trilhos e canais através dos quais o amor natural aparece. Contudo, tudo isto chega a uma pessoa a partir do momento em que ela alcança e progressivamente”. [vii]

Para alcançar o Criador, nós temos que ter qualidades semelhantes às Suas, ou nos termos de Baal HaSulam, temos que obter “equivalência de forma” com Ele. Na “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot [Brilhante e Acolhedora Face]”, Ashlag escreve, “Assim, como a pessoa pode alcançar a Luz … quando está separada e em completa oposição de forma … e há grande ódio entre eles [Criador e a pessoa]? … Desta forma, a pessoa… lentamente purifica e inverte a forma de recepção para ser em prol da doação. Você descobrirá que a pessoa equaliza sua forma com o sistema da santidade, e a equivalência e amor entre eles retorna… Assim, a pessoa é recompensada com a Luz… uma vez que ela entrou na presença do Criador”. [viii]

Quatro Níveis de Desejo Moldam a Realidade

Ao examinar a realidade da perspectiva da evolução de desejos, os Cabalistas descobriram que o desejo de receber que acabamos de descrever contém quatro níveis distintos: inerte (inanimado), vegetal (flora), animal (fauna) e falante (humano). Desde que o ARI mencionou a divisão da realidade nesses quatro níveis no século XVI, [ix] numerosos acadêmicos e Cabalistas discutiram esses quatro níveis. O MALBIM (Meir Leibush ben Iehiel Michel Weiser), [x] Rabi Pinhas HaLevi Horovitz, [xi] e o RABaD (Rabi Avraham Ben David), que escreveu, “Todas as criaturas do mundo são inertes, vegetais, animais e falantes”, [xii] são apenas três dos numerosos sábios que se referem à realidade como consistindo desses quatro níveis.

Todavia, nenhum sábio ou acadêmico é tão descritivo como Baal HaSulam. Seus escritos, que ele explicitamente pretendeu que todos lessem e compreendessem, detalham de forma sistemática e elaborada a estrutura da realidade da maneira que os Cabalistas e acadêmicos judeus a percebiam durante as eras. Em seu ensaio, “A Liberdade”, ele explica a estrutura dos desejos inerte, vegetal, animal e falante sob a seção, “Lei da Causalidade”. Ele explica que todos os elementos da realidade estão conectados e emergem uns dos outros. Nas suas palavras, “É verdade que há uma conexão geral entre todos os elementos da realidade diante de nós, que obedecem a lei da causalidade, por meio de causa e efeito, avançando em frente. E como o todo, assim cada item em si mesmo, ou seja, cada criatura no mundo dos quatro tipos – inerte, vegetal, animal e falante – obedece a lei da causalidade por meio de causa e efeito.

“Além do mais, cada forma particular de um comportamento particular, que uma criatura segue enquanto neste mundo, é empurrada por causas antigas, obrigando-a a aceitar essa mudança no comportamento e não outra seja qual for. Isto é aparente a todos aqueles que examinam os caminhos da Natureza de um ponto de vista puramente cientifico e sem uma migalha de influência. Certamente, nós devemos analisar esta matéria para nos permitirmos examiná-la de todos os lados”. [xiii]

[i] Talmude Babilônico, Masechet Brachot [Tratado das Bençãos] p 44a; Maimônides, Mishneh Torá , “Regras das Bençãos”, capítulo 8, artigo 14; Rav Moshe Cordovero (Ramak), Um Pomar de Romãs, Portão 23, capítulo 5; e inúmeros outros.

[ii] Rabbi Isaías HaLevi Horowitz (O Santo Shlah), Masechet Pesachim, Sexta Interpretação, (27); Rabino Menachem Nachum de Chernobyl, Maor Eynaim [ Olhos Bulhantes], Lech Lecha [Avante], Rabino Tzadok HaCohen de Lublin, Os Pensamentos do Diligente, item 19, e muitos outros.

[iii] Yehuda Ashlag, Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot), Parte 1, Histaklut Pnimit (Reflexão Interna), capítulo 2, itens 10-11 (Jerusalém: M. Klar, 1956), 17.

[iv] ibid.

[v] Rabbi Isaías HaLevi Horowitz (O Santo Shlah), Masechet Pesachim , Sexta Interpretação, (27).

[vi] rabino Nathan Sternhertz, Likutey Halachot [Regras Sortidas], “Regras de Tefilat Arvit [Oração da Noite]”, regra n. 4.

[vii] Yehuda Ashlag, Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot), Parte 1, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, itens 104-105 (Jerusalém: M. Klar, 1956), 31.

[viii] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot [Brilhante e Acolhedora Face]” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 150.

[ix] Rabino Itzhak Luria (o Santo ARI), Árvore da Vida, Portão 39, artigo no. 3.

[x] Rabino Meir Leibush ben Iehiel Michel Weiser (O MALBIM), em 1 Reis, 08:10, Seção, “Explicação da Matéria”.

[xi] Rabino Pinhas HaLevi Horovitz, Sefer HaMikneh [A Escritura de Compra], Masechet Kidhushin [Tratados do Noivado], p 82a.

[xii] Rabbi Abraham Ben David, (The RABaD), Um Comnetário do Rabad sobre O Livro da Criação, capítulo 2, estudo no. 2.

[xiii] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “A Liberdade” (Israel: Instituto de Pesquisa Ashlag, 2009), 415.