No Centro Do Vazio

Dr. Michael LaitmanHá uma força que opera dentro de nós, no desejo de receber, em toda a criação, em Malchut de Ein Sof (Infinito), e nosso objetivo é descobrir esta força. De repente nós começamos a sentir que existem certos vazios dentro de nós e que não sabemos o que fazer com eles. Não podemos preenchê-los por nós mesmos ou controlá-los. Este sentimento de desamparo e impotência se repete de tempos em tempos e se torna cada vez mais claro.

Nós entendemos que temos que resolver o problema, mas entendemos mais claramente que não podemos fazê-lo, já que transcende nossas forças. Nós passamos por diferentes sentimentos e estados e não podemos mantê-los. Nós podemos gritar aos amigos, tentar executar determinadas ações, mas nada ajuda.

Nós nos sentimos impotentes, como se enfrentássemos o destino e a força superior, e por isso entendemos que precisamos da presença da força superior, a força que opera todo o universo. Ela deve começar a operar e realizar o que não podemos fazer, controlar todos os espaços vazios que foram criados entre nós e nos quais sentimos que estamos nos afastando um do outro e que nossos sentimentos estão arrefecendo.

Parece que o Criador deve controlar este estado, já que não podemos mantê-lo. Essa demanda já nos concentra no Criador. É assim que nós adquirimos experiência e a consciência de que o vazio, o arrefecimento, o desapego, os espaços vazios criados que não existiam antes das descidas, são todos feitos para criar um novo espaço para o Criador.

Mais tarde, você sente que não há nada, exceto esses vazios! Toda a realidade que se revela em maior medida é, na verdade, um espaço vazio. Se o Criador não o sente, ele irá desaparecer, uma vez que você não tem controle. O único controle que você tem é obrigar o Criador a controlar.

Você está no centro da realidade, no ponto médio negro, e a realidade continua a se expandir. Este vazio desenvolve até as dimensões de todo o universo, engole você e você desaparece totalmente nele. A iluminação da Malchut vazia que nós sentimos é uma sensação muito assustadora. Então, você simplesmente deve ter esse vazio preenchido pelo Criador.

Assim, você agradece ao Criador por ter-lhe acordado a se aproximar, ao evocar o sentimento de desapego em você. Este é o estado que nos encontramos depois da Convenção. Se não quisermos que a Convenção termine, temos que manter o Criador, essa força operacional, neste quadro e tentar conectar “Israel, a Torá e o Criador são um” igualmente como três parceiros.

Nós nos esquecemos disso e achamos que a principal coisa é Israel, ou seja, nós. Mas se não nos preocupamos com as três condições, não somos chamados de “Israel!”. Nós queremos que algo aconteça em nossa unidade e pronto, mas o que está faltando é nos mantermos com força nestas três condições. Nós não sentimos o Criador, que deve estar entre nós, como uma raiz que temos que alcançar. Nós nem sempre nos lembramos da Luz que Reforma, da Torá que deve nos levar a amar. Além disso, nós devemos esclarecer o que exatamente significa o amor e em que medida é devoção mútua e devoção de todos nós para com o Criador.

Estas são todas as questões importantes que devemos processar e esclarecer. Seu esclarecimento para buscar constante onde Israel, que anseia pelo Criador, está na conexão entre nós. O que é o Criador pelo qual ansiamos? O que é a Torá e como ela age em nós? O que devemos fazer para que ela atue em nós, de modo que com sua doação descubramos a imagem do Criador entre nós e assumamos sua forma?

Nós temos que trabalhar nisso, e isso vai parecer mais vago, incerto e se desintegrar cada vez. O Criador vai nos deixar sentir cada vez mais isolados e nós vamos preencher o espaço vazio, o círculo maior e mais amplo, o vazio interior, com a Sua presença.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 19/07/13