Do Segredo À Interpretação Simples

Dr. Michael LaitmanToda a Torá é dividida nas chamadas: Pshat (interpretação simples), Remez (dica), Drush (alegoria), e Sod (segredo). Elas não são apenas as quatro partes da Torá, mas sim quatro maneiras de explicar a metodologia de correção neste mundo.

Estas quatro linguagens são usadas ​​pelo Cabalistas para nos apresentar um único método em quatro níveis diferentes. Cabe a nós escolher o nível que nos satisfaz: segredo, alegoria, dica (sugestão), ou interpretação simples.

Neste mundo, essas etapas estão invertidas: a “interpretação simples” acredita-se ser apenas a leitura dos textos, tratando-a literalmente. Quando a pessoa lê o texto e não o entende, ele é chamado de “um mistério”. No entanto, o fato é que nós não entendemos o que está escrito na Torá. Na verdade, sob Pshat-Remez-Drush-Sod se entende exatamente o oposto. Pshat (interpretação simples) é a sabedoria da Cabalá, Sod (segredo) é quando esse método de correção está escondido de nós por trás de muitas camadas.

Secredo: isso é exatamente a que as pessoas estão acostumadas como uma interpretação simples, que é o entendimento literal do texto, enquanto que a Torá só fala das formas de correção, os níveis espirituais, e das fases de elevação do ser humano. Diz-se: “Eu criei a inclinação ao mal e a Torá como um tempero a ela, a Luz que Reforma”.

A Luz da Torá nos impacta de acordo com estas quatro etapas. O máximo de Luz está encerrado na “explicação simples” (a sabedoria da Cabalá), onde tudo está aberto aos homens e pode ser facilmente explicado de uma forma simples.

Ela descreve um desejo que é egoísta por natureza e, portanto, tem que ser corrigido. Para isso, nós precisamos da Luz que Corrige. Levar um desejo egoísta para a intenção correta (de doação) é chamado de “correção”; para consegui-lo, temos que participar de um grupo, unir-nos com amigos, e continuar nossos estudos, a fim de atrair a Luz.

De forma mais eficaz, nós atraímos a Luz trabalhando em grupo, tentando suprimir nosso egoísmo, conectando-nos uns com os outros acima do nosso egoísmo e tornando-nos como um homem com um coração, e também pensando na Luz que nos influencia e aprendendo com os Livros como ela age e influencia os nossos desejos.

O tema que estamos estudando, nossas ações que visam à autocorreção, as orações nas lições, tudo se conecta e compreende o método mais fácil de atrair a Luz que corrige egoístas grosseiros (nós) que estão no fim das gerações e no pico do desenvolvimento egoísta.

Se não nos esforçamos em atrair a Luz que Corrige para corrigir a nós mesmos e, se tudo o que fazemos é adquirir conhecimento teórico em vez de a Torá, então não estamos aspirando à sabedoria da Cabala. Diz-se: “A pessoa deve acreditar que as nações do mundo possuem a sabedoria, mas nunca deve acreditar que elas têm a Torá”. As nações do mundo são aqueles que se esforçam em adquirir conhecimento, em vez de se autocorrigir.

No começo, todos passam por um estado chamado de nações do mundo, até que reconhecem que a sua tarefa é a de autocorrigir, mesmo que isso aconteça em outra vida, na próxima reencarnação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/11/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot