O Amor Cobre Todas As Transgressões

Dr. Michael LaitmanPergunta: Os cursos de educação integral para casais me dão esperança de que, ao passar por este processo e construir um novo homem dentro de mim, eu vou corrigir não só as relações no seio da minha família, mas também todas as conexões no sistema e alcançar o sucesso em todos os sentidos. Afinal de contas, o sistema de laços familiares vai se tornar a escola onde estarei me desenvolvendo. Existem algumas diferenças na forma como esse processo ocorre num homem e numa mulher?

Resposta: Acontece que nós devemos manter a família unida, porque através dela podemos alcançar o sucesso na vida. Nós não só corrigimos as relações dentro da família, mas também obtemos um benefício adicional, como se todo este processo tivesse um propósito maior.

Não é um problema restrito a um casal, mas um problema global da nossa conexão corrompida, e nós vamos ter que resolvê-lo de alguma forma. As relações na família podem se tornar o laboratório onde poderemos aprender a melhorar as nossas relações com o mundo para ter sucesso em tudo.

Existem algumas diferenças entre a forma como esse processo ocorre num homem ou numa mulher, mas elas são tão internas que não podemos compreendê-las agora, cada um de seu lado, olhando para o outro. Se começarmos a aprofundar a psicologia do outro e tentarmos descobrir o que está acontecendo dentro da outra pessoa, isso só irá nos confundir. Nós não sabemos o que realmente está acontecendo lá.

Nós só precisamos adquirir a abordagem correta que nos permitirá construir relacionamentos mútuos de acordo com o princípio: “O amor cobre todas as transgressões”. Isso não significa que queremos esconder as injustiças cometidas em relação uns aos outros: nosso ódio, orgulho, ambição, descuido e desrespeito. Nós não escondemos nada.

Mas se eu quiser mudar alguma coisa e construir, eu não devo me afundar em brigas mútuas e repreender o quanto cada um de nós é um egoísta, ou seja, o quão ruim ele é e não percebe o seu mal, mas vê-lo em sua parte. Na verdade, ele não vê os vícios do outro, mas sim o seu próprio egoísmo, transferindo-o ao seu parceiro e reconhecendo o seu reflexo nele.

Em vez de distinguir as faltas em mim, eu as vejo em minha esposa como se fosse um espelho. Eu não percebo isso em mim. Acontece que nós precisamos desenvolver uma atitude boa e positiva, amor, flexibilidade, atenção e uma abordagem madura e elevada em relação ao outro. Nós precisamos concordar com antecedência que isso vai estar acima de tudo o que vemos com nossa visão egoísta.

“O amor cobre todas as transgressões”, isto é, eu cubro com ele todos os males que vejo. Como resultado de exercícios mútuos e workshops, eu começo a desenvolver novas qualidades em mim que antes estavam adormecidas dentro de mim: sensibilidade, concordância, consentimento e capacidade de comprometimento.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 18/07/ 12