Espelho, Espelho Meu, Mostre-Me Toda Verdade

Dr. Michael LaitmanEu aprendi a amar tudo o que está no meu parceiro como uma mãe que ama seu filho, sem cálculos, amando-o devotadamente, não importa o que ele faça. Para ela, ele é o mais belo, o mais bem sucedido, o melhor de todos; ela cobre com amor todas as suas falhas, todos os seus defeitos.

Primeiro de tudo, eu preciso aprender a olhar para o meu cônjuge com estes olhos, e depois vou ver a sua beleza, e não um reflexo do meu egoísmo. Afinal, eu costumo ver qualidades negativas em meu cônjuge que na realidade não lhe pertencem, mas são causadas por minha atitude para com ele. Esse egoísmo que eu projeto no meu companheiro pinta essas imagens negativas para mim.

Eu estou aprendendo a ser objetivo, independente do meu ego. Se eu cobrir todas as transgressões com o amor, devido a isso, eu vou sair de mim mesmo, fora dos limites dos meus interesses egoístas, meu corpo, e começar a subir acima do meu egoísmo. Então eu vejo uma nova realidade, que não é má de todo.

O amor cobriu todas as transgressões, e elas se foram! Mas não é porque eu fechei os olhos para elas como uma mãe que ama seu filho com amor cego, instintivo. O fato de eu ter neutralizado meu ego me permitiu ver o mundo do bem. Na verdade, a força do bem está além de mim, e a força do mal está dentro de mim.

Acontece que a realidade é dividida em duas partes. Uma parte está dentro de mim, onde a inclinação natural, má e egoísta, vive desde o nascimento. E fora de mim, eu vejo um mundo cheio de bondade. Assim, eu me encontro num laboratório maravilhoso. Na medida em que eu tentar subir mais alto e anular a mim mesmo em relação ao meu cônjuge, meu ego vai ser capaz de me mostrar novos fenômenos internos revelados em mim.

Eu vou ver várias falhas em meu cônjuge, as deficiências que me darão a oportunidade mais uma vez de cobrir todas essas transgressões com amor. Então, eu vou me corrigir com maiores esforços e o mundo será apresentado a mim mais benevolentemente e corrigido.

Isso continuará até que todo o meu egoísmo me seja  revelado através desses motivos internos. Depois de dezenas, centenas ou mesmo milhares de casos, quando a raiva e o desejo de acusar o meu parceiro despertar em mim, eu terei corrigido toda esta atitude. Como resultado, eu também desenvolvi a técnica para me relacionar com tudo o que está além de mim.

Uma vez eu fiz tal correção com respeito ao meu cônjuge, eu vejo que não há nada especial a acrescentar em relação aos outros. Afinal, eu não trabalhei em outras pessoas, as quais diferem entre si, mas no próprio egoísmo!

Na verdade, eu trabalhei em mim mesmo. E tudo que eu vi antes me serviu como um espelho, refletindo o meu egoísmo e que me permite reconhecê-lo. Afinal, eu não vejo nada em mim, mas apenas no espelho. Acontece que tal situação natural, como a família, é projetada para nós pela natureza e nos permite alcançar a correção.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 11/07/12