Afinando-nos À “Melodia” Do Workshop

Dr. Michael LaitmanPergunta: É óbvio que para se preparar para um workshop, a pessoa precisa aplicar um esforço interno. De uma maneira precisa, que tipo de esforço é necessário? O que devemos fazer especificamente?

Resposta: Os primeiros 20 artigos do Rabash explicam de forma clara, específica e concisa esta questão. Eles ilustram o que particularmente devemos falar enquanto nos preparamos para o workshop: a importância do grupo e amigos, a importância da revelação do Criador dentro do grupo, o papel de anular-se perante o grupo, a necessidade da inclusão completa no grupo e a necessidade de considerar todos como “um todo”, a fim de revelar a força superior de acordo com a lei da equivalência de qualidades.

Todas estas condições criam uma aspiração comum que devemos imaginar como uma imagem única. Nós devemos sempre trabalhar com essa imagem, mantendo-a permanentemente em mente, e tentar elucidar todas as questões através dela, uma vez que este é o lugar onde todos estão unidos e onde o nosso desejo e mente estão agregados. Se conseguirmos alcançar isso, tudo o resto vai acontecer sem problemas.

O único problema é como começar a pensar nesse sentido, e como se preparar para alcançar este estado. Talvez nós devamos escrever tudo o que nos ajuda a “afinar”, sintonizar, como quando se afina um instrumento musical. Você já viu como eles afinam um instrumento? Primeiro, a pessoa cuida de uma parte do instrumento, e depois a atenção é voltada para outra parte. Uma oitava de cada vez: ela toca a nota “dó” em oitavas diferentes e depois tenta a nota “mi”. Ela toca e ouve os sons dos acordes. Em outras palavras, é um sistema ao qual temos que nos “sintonizar” internamente.

Nós temos que ter sempre em mente que o sistema das dez Sefirot, de que somos feitos, é muito mais complexo do que qualquer instrumento musical. Este é um enorme sistema multidimensional, com vários níveis, que inclui inúmeras sensações que são dispostas numa estrutura comum.

Nós não estamos falando de alguns “planos” separados; no final, todos eles se unem. No devido tempo, nossos esforços vão acabar criando uma imagem esférica do mundo superior.
Assim como hoje você se imagina na esfera deste mundo, imagine-se no mundo superior, embora ele seja muito mais complicado do que o nosso, uma vez que tem n-“espaços” dimensionais, se pudermos usar “espaço” neste contexto.

As pessoas não percebem o quanto estão despreparadas para os workshops. Tudo o que elas sabem é que hoje algo vai acontecer. Não tem nada a ver com a verdadeira preparação!

A preparação é quando várias horas antes do workshop, você está “afinando” a si mesmo, procurando a maneira precisa de se unir. É um processo de reforço, intensificação das sensações internas, realizando-se uma análise detalhada. Trata-se também de livrar-se de todas as interferências e considerações até que algo “clique” internamente, uma sensação de conexão que temos que preservar e aumentar por todos os meios.

Pergunta: Este trabalho é individual ou tem a natureza de grupo?

Resposta: É um trabalho individual. Mais tarde, no grupo, no início de cada workshop, todos devem gastar um par de minutos para captar a ideia. No entanto, quando a pessoa se conecta com o grupo, há uma boa chance dela perder o resultado do seu trabalho preparatório. No entanto, ela ainda deve fazer seu trabalho, e somente após a conclusão do trabalho é que ela pode se envolver em outra coisa, embora não deva durar 50 minutos (ou até mais), como aconteceu no último workshop.

Basicamente, as pessoas estavam discutindo os temas do workshop mecanicamente, ao invés de implantá-los internamente. Elas se confundiam até com as palavras! Estranhamente, até mesmo aqueles que têm muita experiência e que geralmente são bastante eloquentes não conseguiam encontrar palavras normais para examinar seus estados internos através da sensação de união.

Da “Discussão sobre Workshops” 25/05/12