O “Adaptador” Para Conexão Com A Luz

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Arvut (Garantia Mútua)”: Estas são as palavras do Rabi Elazar, filho do Rabi Shimon, que disse que o mundo é julgado por sua maioria. Ele estava se referindo ao papel da nação de Israel em qualificar o mundo a certa pureza, até que sejam dignos de tomar para si o Seu trabalho, não menos do que Israel fora digno no momento em que recebeu a Torá”.

É errado imaginar o “mundo” como o desejo de receber que não pode executar qualquer ação por conta própria. Não é assim. A parte de Israel no mundo é simplesmente semelhante à cabeça do Partzuf, às três primeiras Sefirot (GAR), e deve agir como o “adaptador” entre a Luz e o desejo de receber.

O Partzuf é dividido em cinco partes: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. A Luz reside nos vasos de Keter, Hochma e Bina, e eles estão adaptados a ela. Por ser o mesmo desejo de receber, eles contêm a Luz e realizam Zivug de Haka’a (acoplamento de golpe) com ela, transmitindo-a aos vasos de recepção, a Zeir Anpin e Malchut (ZON).

Portanto, é impossível ter êxito sem os vasos de Keter, Hochma e Bina. Eles são o elo e são muito importantes, pois sem eles a conexão seria perdida. Por outro lado, o objetivo do processo é que os vasos de ZON, cujo trabalho é aumentar o pedido de correcção (MAN) para os vasos de doação (GAR), sejam incorporados neles e se unam a eles.

As duas partes se ajudam mutuamente. ZON ajuda os vasos de GAR a cumprir seu papel como elo, e GAR evoca os vasos de ZON e lhes traz o método de correção, necessário para os vasos de recepção se conectar e serem incorporados nos vasos de GAR. Assim, as “nações do mundo”, aqueles que não têm uma centelha de doação, realizam um trabalho importante quando se conectam aos vasos das primeiras três Sefirot.

A mesma coisa acontece conosco. Como nós podemos atrair a Luz se não estivermos conectados ao Rabi Shimon, ao Baal HaSulam, ao Rabash e outros grandes Cabalistas, ou em outras palavras, aos Partzufim, Sefirot, aos níveis espirituais? Nós nos conectamos a eles a fim de receber poder deles, de modo que eles agirão sobre nós e nos unirão. Quando eu leio um texto Cabalístico, tento me conectar com seu autor. Afinal, ele é o superior para mim e por ele a minha conexão com a Luz flui. Não se trata de certa pessoa que já viveu; eu quero me conectar com a fonte da Luz, e sou atraído ao elo, ao mecanismo espiritual pelo qual essa conexão continua.

Quando eu desenvolver meus vasos espirituais, juntamente com a Masach (tela), quando eu conseguir me conectar com o mundo espiritual, eu vou ver o Cabalista em sua forma espiritual, como um Partzuf. Agora, ele é o autor do artigo ou o autor do livro para mim. Esta é a singularidade do nosso mundo: aqui nós podemos usar textos, que na verdade ainda não entendemos, e podemos nos conectar com a espiritualidade através de tais dispositivos externos. O Cabalista me convida, cuida de mim, e eu tento segurá-lo. Assim, nós estamos numa relação de garantia mútua.

Quanto às “nações do mundo”, elas também não vão receber a correção de uma só vez. Sua função é se unir, ajudar, para ser incorporadas nos vasos de GAR. Este é um trabalho muito sério, graças ao qual Hochma se revela nelas. É por elas que toda a Luz é revelada.

Ainda que, de acordo com o valor oposto entre as Luzes e os vasos, isso só seja revelado pela primeira vez nos vasos de GAR e apenas por enquanto, no caminho para o fim da correção. No final, tudo é preenchido com uma simples Luz, como se diz: “e todos Me conhecerão, do menor ao maior”. E não haverá nem um grão de desejo que não receberá satisfação completa. Uma vez que todos os grãos estão incluídos um no outro, cada um deles, cada alma individual, atinge Ein Sof (Infinito).

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/06/12, “A Arvut (Garantia Mútua)”