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O Clamor Pelo Criador

Dr. Michael LaitmanAntes de cada aula, é muito importante para nós formular a intenção correta: “Pra que estamos estudando?”. Eu não simplesmente chego, me sento e ouço coisas inteligentes sobre a estrutura do mundo superior ou sobre as passagens do Livro do Zohar, artigos e outros materiais. Esta não é a questão. Estes são apenas o meio para atrair a Luz superior.

Então, o que eu estou estudando? Eu estou sentado junto com os amigos. Uma conexão especial está sendo formada entre nós e deve ser tal que nos eleve ao reino da Luz superior, ao nível superior para o qual dirigimos nossos desejos comuns, apenas os comuns! Desejos individuais significam desejos egoístas. Desejos comuns já são desejos de doação em direção à união.

Assim que eu elevo esses desejos, MAN (se eu realmente consigo elevá-los juntamente com o grupo), a Luz superior desce imediatamente sobre nós de Cima, nos corrige e nos aproxima um pouco.

Cada vez que nos elevamos, nos aproximamos cada vez mais. E assim é até que nos unimos num ponto. No entanto, este não é mais um ponto, uma vez que mostrou o nosso egoísmo.

Nós simplesmente o juntamos e é por isso que nós olhamos como um ponto, mas na realidade há um grande egoísmo debaixo de nós, acima do qual temos nos elevamos. Então, nós revelamos a Luz superior dentro de nós mesmos, não mais na forma de Luz Circundante (Ohr Makif), o que nos transforma com a sua influência, mas na forma de Luz Interior (Ohr Pnimi).

Então, pra que nós precisamos de livros? De modo que, enquanto nos reunimos, lemos sobre o que acontece no Mundo superior.

Na verdade, nós não sabemos o que está acontecendo lá, já que não advinhamos nem sabemos realmente que ações são essas. Mas ao fazer isso, atraímos a Luz superior sobre nós mesmos. É por isso que há “Eu + grupo + livro”, e estas são as condições essenciais para o nosso trabalho.

Entre o grupo e eu deve haver interferências, várias questões e problemas. No entanto, entre o livro e eu não existem obstáculos nem perguntas, e não importa se eu entendo alguma coisa ou não.

Em todo caso, eu não entendo nada, porque no livro ele fala sobre o que está acontecendo no próximo nível no mundo espiritual, sobre o qual eu não tenho a menor ideia. Eu estou apenas lendo palavras, mas isso é o suficiente para atrair a Luz superior sobre mim mesmo.

No final, o estudo com os livros e nós é puramente formal. É absolutamente irrelevante o quanto a pessoa sabe e o quanto entende! O importante é o quanto a sua união com o grupo e o livro desperta o desejo dentro de si, eleva a tensão. Para quê? Para a qualidade de doação.

Se a pessoa está pedindo pela qualidade de doação, aspira em direção a ela, tentando não se enganar e esclarecendo junto com o grupo que ela gostaria precisamente disso, então ela ainda descobre de forma mais clara dentro de si qual o significado do Criador, a qualidade de doação, o que significa aproximar-se Dele, aproximar-se da qualidade  e descobri-la em si mesma. Quando ela está envolvida com esse desejo, embora ele seja pequeno e enganoso, ela mesma não entende o que está pedindo. Como ela pode realmente pedir algo que é contrário à sua natureza?

No entanto, a aspiração gradual a move para frente. Ela resmunga como uma criança, sem saber como falar, pronuncia as palavras incorretamente e ninguém a entende, exceto sua mãe. Da mesma forma, o Criador nos compreende. No entanto, nós mesmos não entendemos. Achamos, de fato, que tendo nos unido, estamos exigindo e pedindo; então onde está o que nós queremos?

No entanto, mesmo que não queiramos nada, Ele percebe isso corretamente, sabendo o nosso estado, a partir do qual não podemos fazer nada de qualquer forma. Este é o caso quando a mãe entende o balbucio de um bebê ou simplesmente compreende-o sem palavras. Isso é exatamente o que precisamos. Isto é o que chamamos de clamor pelo Criador, ou oração (MAN).

Da Convenção de Vilnius 24/03/12, Lição 4

A Força Que Muda O Humano

Dr. Michael LaitmanPergunta: A história mostra que o desenvolvimento da humanidade ao longo de dez mil anos não pôde mudar a natureza humana. Que força pode ajudar a fazer isso?

Resposta: Existe tal força na natureza. Quando você está tentando se tornar parte integral da natureza, de repente você começa a receber algum tipo de força, apoio. Esta é uma lei da natureza. É como se a natureza estivesse se movendo em direção a você.

Isto não é misticismo. Em minhas atividades, eu estou muito distante de várias explicações místicas. Nós simplesmente vemos isso. Nós precisamos tentar ser integrais da mesma forma que uma criança que quer se tornar um adulto faz: ela simplesmente brinca como um adulto.

Do que consiste a metodologia integral? As pessoas se reúnem; em primeiro lugar, elas escutam um curso de educação integral, e depois entram no círculo de desenvolvimento integral. No processo de desenvolvimento, nós começamos a praticamente criar a partir delas uma estrutura comum.

Quando as pessoas se reúnem, esclarecem os problemas psicológicos internos de união entre elas e criam um desejo e pensamentos comuns; de repente, elas começam a sentir um pouco de força, um apoio. Esta força, o suporte, é formada no grupo, no coletivo que pratica a metodologia da conexão integral. Com isso, nós estamos estimulando uma força oculta, que existe na natureza, que nós, como egoístas e individualistas, não percebemos; nós a ignoramos. No entanto, quando nós estamos juntos, ela começa a se manifestar. Esta é a força capaz de nos mudar.

Da Palestra na Universidade Šiauliai 22/03/12

Um Bom Salário Pelo Trabalho No Egito

Dr. Michael LaitmanNo Egito nós tínhamos abundância de benefícios materiais, tudo, exceto uma coisa: a doação sem qualquer cálculo pessoal, que é chamada de trabalho espiritual no deserto. O homem não se esforça por isso, e é impossível lutar por isso acima do ego que cresce constantemente. A pessoa deve lutar constantemente à medida que ela se conecta cada vez mais com os outros, até que todos se tornem um todo único.

“O fato é que, na verdade, eles gostavam muito do trabalho no Egito”. Era uma sociedade de consumo maravilhosa: você trabalhou, ganhou e conseguiu. Tudo dependia só de você; tudo era claro, de acordo com a ordem e as leis da democracia.

Como se diz: “‘…Mas eles se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras’”. Ou seja, tudo era gerido apenas pelo desejo de receber em todos os níveis, em cada apelo. “Isso significa que, se Israel está sob o domínio de determinada nação…”, isto é, se o ponto no coração, a direção para a doação, a centelha espiritual, está sob o domínio do ego de uma pessoa, o desejo pela espiritualidade só ajuda o ego a se desenvolver em diferentes direções. E não há como se libertar dessa escravidão, porque a pessoa vê que pode até mesmo lucrar com sua aspiração à espiritualidade.

Assim, diferentes organizações altruísticas e práticas místicas, qualquer coisa que esteja um pouco acima do simples ego e possa preencher uma pessoa, passa a existir. Essas pessoas sentem que são preenchidas, perfeitas e elevadas, e parece que não lhes falta nada. Este é um sinal de que o ponto no coração está sob o domínio de Faraó, e é por isso que tudo parece tão bom: o altruísmo, o misticismo ou a Nova Era. Estas pessoas não sofrem e só querem tornar os outros como elas.

Enquanto que Israel (aqueles que anseiam pelo Criador) sofre, trabalha duro e luta com problemas. Afinal, a pessoa trabalha contra o ego que está ficando mais forte o tempo todo. Por um lado, ela tem todos os benefícios materiais, um “pote cheio de carne”, como no Egito, e na espiritualidade não há nada: o deserto, a terra seca, só a fé. Assim, a pessoa está constantemente dividida entre os dois pontos, tentando decidir o que deveria fazer.

Parece que ao deixar o Egito nós estamos nos separando dele totalmente. Mas, na espiritualidade isso não é assim, porque quando você cai, é como se você retrocedesse. Claro, não é o mesmo estado, porque é um novo nível, e assim os problemas já começam no deserto: cobras, escorpiões, brigas, todos os tipos de problemas e doenças. As subidas e descidas vêm uma após a outra e estão combinadas numa só pessoa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/04/12, Shamati # 159

Para O Egito Como Um Grupo, Do Egito Como Uma Nação

To Egypt As A Group, From Egypt As A NationDurante a preparação para a correção, a ordem do trabalho interior é a seguinte: Querendo me conectar com os amigos, eu pressiono a mim mesmo e faço grandes esforços. Em resposta, a Luz, a força que me ajuda a conectar, brilha em mim. Finalmente, eu completo a conexão e imediatamente o AHP do grau superior, cujo desejo de receber é ainda mais inferior e espesso que o meu, é revelado. Como resultado, eu sinto que estou num exílio ainda maior.

Assim, verifica-se que quanto mais eu tento chegar à bondade, à doação, mais eu afundo no mal. No entanto, essa imersão no mal é composta de duas partes: por um lado, eu ainda me lembro da conexão que foi alcançada, a proximidade com os amigos e, por outro lado, um novo desejo corrompido é agora revelado a mim, ainda pior do que antes.

Assim, durante o período de exílio, eu não cresço de forma linear, mas passo a passo. Ao atingir a conexão eu caio, e não um grau, mas dois. Isso porque no começo eu me elevei à unificação (+), depois eu sofri a separação (-), e agora sinto uma descida dupla (x2). Então, tudo se repete uma e outra vez: eu subo e desço ainda mais baixo.

Eu sempre caio não do nível anterior do ego, mas do nível que eu subi. Portanto, a cada subida, a queda seguinte é duas vezes pior. Quando eu subo, eu subo em doação, e quando eu caio, eu caio na recepção e na imundície.
Assim, a pessoa expande seus vasos construindo o bem de acordo com o mal, e graças a isso ela avança durante os 400 anos de exílio.

O exílio começa quando nos aproximamos da unificação no grupo. Ele termina quando, depois de ter dado todas as nossas forças à unificação, nós chegamos ao ponto em que não conseguimos nos conectar.

Durante este processo, nós nos unimos e nos tornamos o povo de Israel. Não é o mesmo grupo pequeno que uma vez desceu para o Egito por causa de conflitos internos, como o conflito de José e seus irmãos, por exemplo. Uma nação unida sai do Egito, embora ainda seja impossível atingir a Santidade por essa unificação. No estado atual a forma de união é revelada como o controle sobre o desejo de receber. Somente através do nosso último esforço é que ocorre a fuga, a saída do ego.

Na espiritualidade, nós também andamos sobre “duas pernas”: da união à separação e, depois, à união novamente. O Faraó cresce, assim como Moisés oposto a ele, e o Criador é revelado… Todos estes discernimentos se tornam cada vez maiores e nós não fugimos deles, mas continuamos com o nosso trabalho.

Da 4ª parte do Lição Diária de Cabalá 05/04/12, Escritos do Rabash

Formação Integral Em Chicago

Aqui estão algumas fotos de nossos amigos disseminando informações sobre a formação integral durante os protestos em Chicago.

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O Salto Para O “Mar Vermelho”

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa quando você tem que saltar para o “Mar Vermelho”, a fim de escapar do “Faraó”?

Resposta: É um estado de desespero, quando o Faraó (o seu ego) o empurra por trás. Ele não deixa você, ele quer engolir, comer você, e você sente que estar nele é pior que a morte.

Quando as Torres Gêmeas queimaram em Nova York, as pessoas pularam do 50º andar. Não havia sentido, mas a pessoa simplesmente conseguia ficar no fogo. Para ela ficar um segundo sequer fora do fogo parecia a redenção, e assim ela saltava.

A pessoa sente a mesma coisa ao escapar do Egito. Você não pode ficar nesta situação mais um segundo e está pronto para saltar no mar, não importa onde, pois para você isso é a redenção. Quando você chega a este estado o mar se abre.

Você supera o ponto de separação, o ponto de ruptura, e não há volta. Você já tomou a decisão e consigo matou totalmente, cortou e quebrou a conexão com o seu ego.

Pergunta: Será que o ego hoje chegou a este estado, em que você só consegue superá-lo num grupo?

Resposta: Sim, este é o ponto coletivo no grupo que é descrito como Nachshon, aquele pulou na água primeiro.

É o ponto de “Moisés”, o centro do grupo, mas que muda o seu papel a cada vez, de acordo com o atributo que é revelado a cada momento.

Assim, o ponto de Nachshon é revelado no grupo, quando todo o grupo está convencido de que proximidade, união e apoio mútuo, são as coisas mais importantes para ele.

Ao mesmo tempo, as pessoas não se importam de estar no escuro. O importante é chegar mais perto, mesmo que elas morram juntas. Isso é mais importante do que estar sozinho no ego e existir nele da forma mais confortável e bestial. Este é todo o nosso livre arbítrio.

Então, o mar é dividido, o que significa que você simplesmente descobre o próximo nível, ou seja, o salto para o “Mar Vermelho”.

Este é o fim do período em que você viveu sob o controle do seu ego. A partir desse momento você não retorna a ele.

Você nunca mais volta ao nível anterior. Se você acha que está numa situação pior, é só porque você recebeu o nível seguinte, que ainda não está corrigido.

De KabTV “Fundamentos da Sociedade Integral” 01/04/12

No Meio Entre O Criador E O Mundo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é tão difícil entender o que significa a conexão em si?

Resposta: É difícil para nós realizarmos essas ações porque, inicialmente, nos relacionamos com elas e as abordamos egoisticamente. Eu não posso impedir a minha mente de perceber o mundo, o grupo e a mim mesmo, e começar a esclarecer a situação usando uma mente fria externa.

Em primeiro lugar devemos entender a razão de nossas ações e o que eu sou obrigado a fazer. O Criador quer que eu realize a correção do mundo. O mundo é toda a realidade que surge diante de mim. Isso significa que eu tenho que me relacionar com ele nesse sentido e ser incluído no público, nas pessoas, que em seu nível de desenvolvimento também estão exiladas no Egito; mesmo que elas não estejam nos estágios finais, elas estão em estágios muito avançados. As pessoas já estão sentindo que chegaram a um beco sem saída; elas estão sentindo que é o fim do mundo, pois têm encontrado problemas ecológicos, guerras, fome, suicídio, desespero, etc. Este é o “exílio no Egito” para elas, um exílio da prosperidade que conheciam antes e do desamparo.

No passado, a pessoa costumava fazer mudanças em sua vida e encontrar alívio nisso. Hoje, não há para onde ir; a pessoa não encontra conforto em nenhum lugar. Não há conforto em casa e na família, e nenhum lugar para descansar. As crianças não mostram qualquer esperança de algo bom; no trabalho, é impossível a pessoa se contentar com o que realmente precisa, juntamente com os outros, pois não há bondade. A esperança de descansar quando nos aposentarmos está se tornando imaginária, e não podemos ter certeza de que quando envelhecermos vamos ter comida e abrigo. As pessoas vivem na incerteza: durante as suas vidas elas economizaram em algum fundo, mas se algum dia elas terão esse dinheiro de volta é uma grande questão. E estes são apenas alguns dos problemas.

Portanto, quando estamos nos aproximando do Criador, não levamos em conta o que Ele quer e o que nós queremos? O Criador quer a correção do mundo. É assim que nos aproximamos das pessoas, pegando os seus desejos e nos preocupando com eles? Eu não tenho certeza. Será que nós nos dirigimos às pessoas o suficiente, àquelas que, por sinal, sentem o exílio muito mais do que nós? Será que estamos incluídos no seu exílio, em suas dificuldades corporais? Será que nós podemos transformar gradualmente seus problemas em problemas espirituais em nosso nível?

Se a Luz influenciar as pessoas através de nós, as pessoas se sentirão bem. Isto é o que a parte do mundo chamada “Israel” deve fazer, tornar-se a “Luz para as nações”. Para todos aqueles que não têm contato com a Luz, eu tenho que ser o “adaptador”, seu enviado. Será que eu devo começar a partir disso?

O Criador quer levá-las à Luz e ao avanço, enquanto eu sou apenas o elo. Eu tenho que pegar a deficiência delas e transformá-la numa necessidade de se conectar no meu nível, a necessidade da Luz que Reforma, e transmitir este pedido para cima, e não os meus desejos pessoais. Isso significa doar.

Nós fazemos isso? Nós valorizamos a disseminação a fim de absorver os desejos das pessoas? A contagem começa desde o inferior e não no meio. A verdadeira deficiência está oculta no mundo, enquanto nós recebemos a nossa deficiência do Criador e só devemos fazer parte do todo.

Ao absorver a deficiência das pessoas, você tem que se conectar com os amigos. Caso contrário, por que você precisa desta conexão? Para quê? A quem se destina a sua futura doação? Sem o mundo não há como você alcançar isto. O Criador não precisa de sua doação, ele não precisa de nenhum favor de você. Você pode Lhe dar alegria se você passar a Sua Luz para baixo, se você conseguir convencer as pessoas que elas precisam mudar. Em seguida, pela discreta mudança nelas, você vai aumentá-la e elevá-la ao Criador e, portanto, atrair a conexão de baixo para cima. Você vai crescer da pequenez até Seu nível superior e terá o seu lugar no meio. Sem a conexão entre os dois extremos, você está brincando com algo que não se baseia em nada, exceto o ego.

Pergunta: Então o que estamos fazendo de errado? Afinal, estamos tentando levar a nossa mensagem ao mundo.

Resposta: Parece que não estamos impressionados com os desejos do mundo o suficiente para agir por eles. No final, nós ficamos apenas com uma impressão “fictícia” formal do trabalho que é feito. Tudo se inverte: nós queremos avançar e, por isso, usamos as pessoas como meio, em vez de sermos o meio para seu avanço e levarmos as pessoas para onde o Criador quer levá-las. Nós estamos virando tudo de cabeça para baixo: em vez de sermos servos, estamos nos tornando os donos da situação. O Criador depende de nós, as nações dependem de nós, enquanto nós olhamos para elas ficando no meio.

A questão não são as ações, mas a nossa atitude interior. A deficiência do Criador e a deficiência do mundo é o que deve ser importante para nós. É a partir destas deficiências que devemos estabilizar a nossa autodeficiência, de modo que ela conduzirá ao resultado desejado. “Israel” pertence ao nível de Bina, e não tem nada próprio. Sua parte superior é Keter e a parte inferior é Malchut. No meio existe apenas uma fenda. Então, como as duas partes podem ser conectadas? Nós é que devemos ser esta conexão e esta é a nossa única propriedade.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/04/12, Escritos do Rabash

No Papel De Conectores

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você está dizendo que os desejos das massas devem estar em primeiro lugar e não as nossas próprias aspirações espirituais. Mas hoje eu estou preocupado com meu avanço e esta é a razão de eu disseminar. Como eu posso fazer essa transição interna?

Resposta: Eu tenho que entender que tudo o que vai acontecer comigo depende dos outros, na medida em que eu aproximá-los da fonte. Para fazer isso, eu tenho que aproximá-los de mim, de modo que eles me forneçam a deficiência correta, a fim de me dirigir ao Criador. É por isso que eles são subitamente importantes para mim.

Depois, eu vou descobrir que eles são partes minhas e que, na verdade, são partes da minha alma. A necessidade do “Ego” desaparece totalmente: deixe-o queimar, eu só quero prover-lhes, isso é mais importante. A autoconsciência anterior desaparece: minha parte superior pertence ao Criador, a minha parte inferior pertence às criaturas, e eu estou no meio, no terço médio neutro de Tifferet que existe apenas para conectar as duas metades. Não devemos fazer nada com ele.

Pergunta: Então, segue-se que quando nos conectamos com as massas, a fim de absorver os seus desejos e servi-las, fazemos o trabalho entre nós e recebemos a resposta em algum lugar do Alto. É um sistema muito complicado…

Resposta: O sistema é simples: acima é o positivo (mais) e abaixo é o negativo (menos), e você permite a entrada no meio e abre o caminho.

Isso pode ser desenhado de forma diferente, como uma torneira. À esquerda há uma pressão positiva (P +), à direita há uma pressão negativa (P-), e você determina o que vai sair. Por um lado, há a nação, por outro lado, há a Luz, e no meio, o Bnei Baruch (BB).

É exatamente assim que a natureza é construída. Este sistema é normal e natural. Vamos desenhá-la em termos cabalísticos. Acima há Keter e Hochma, no meio há Bina dividida em GE (Galgalta ve Eynaim) e AHP (Awzen, Hotem, Peh). Na parte inferior há ZON (Zeir Anpin e Nukva). No topo, até o meio do Bina, há o sistema do Criador, na base há os inferiores, e entre eles há o Bnei Baruch. É tudo a mesma coisa: acima há o positivo (mais), abaixo há o negativo (menos); você está no meio e a torneira está em suas mãos.

Este é o nosso trabalho. Nós nos conectamos no grupo a fim de corresponder à Luz, e abaixo construímos o sistema de disseminação que transmite a mensagem de amor ao próximo e união. É assim que nos conectamos com as pessoas, a fim dar alegria ao Criador.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/04/12, Escritos do Rabash

Entre O Menos E O Mais Infinito

Dr. Michael LaitmanNós fazemos parte de um sistema chamado mundo do Infinito. Neste Infinito, existe o desejo com várias formas e modos de recepção e doação, bem como a Luz que se revela no desejo, na medida em que o desejo atribui importância ao atributo de doação. Quanto mais o desejo expressa doação, mais a Luz é revelada. Se o desejo não anseia pela doação, a Luz não é revelada.

Ele é chamado de mundo do Infinito à medida que todas as formas possíveis de criação, desde a mais egoísta a mais altruísta, de menos infinito a mais infinito, existem nele.

O desejo em si foi criado pelo Criador, e todas as suas formas são reveladas de acordo com o plano de desenvolvimento que também vem do Criador. No entanto, como resultado de todas as metamorfoses e mudanças que o desejo passa neste caldeirão, fiando e fervendo, um ponto novo e especial de autoconsciência, de independência, é formado. Este ponto começa a crescer em todos os estados que o desejo atravessa: a sentir mais, compreender mais, sentir-se como existindo e alcançar a sua independência.

Este ponto é mais importante porque cresceu a partir do meio, da terceira linha. Ele não existe na natureza do Criador nem na natureza da criatura, que é oposta à do Criador e completamente dependente de si. É claro que ele é um derivado, o resultado do choque entre estes dois atributos opostos, mas é totalmente independente.

É difícil para nós imaginar como essa independência é possível se tudo foi criado pelo Criador. Mas imagine dois campos completamente opostos, separados por um abismo ao longo de toda a gama de menos até mais infinito, onde nenhum pode existir. A fronteira onde ambos os atributos se encontram e lutam entre si é o lugar onde a criatura pode existir independentemente.

Em contrapartida, ele ainda é considerado um ser criado, o que significa que ele foi criado pela força superior. Por outro lado, ele tem um atributo que torna possível que ele permaneça oposto à força superior, não estando sob o seu completo controle. Entretanto, nós somos incapazes de compreender como isso é possível. O homem não entende como, estando sob o controle total do Criador o tempo todo, pode, todavia, ser livre!

Existem dois atributos completamente diferentes e opostos, e a criatura só pode existir no abismo entre eles. Ela só se torna criatura na medida em que se esforça em adquirir consciência. Esta consciência é um terceiro elemento que não existia anteriormente.

Todo o resto já existia na criatura: todas as forças, atributos e o caráter que determina quem eu serei. Por tudo isso, está escrito: “Vá ao Mestre que me fez”. No entanto, acima de tudo isso, eu crio um terceiro elemento, independente. É como uma criança que cresce e, de repente, torna-se independente, tem suas próprias opiniões. Obviamente, isso é criado sob a influência da hereditariedade, educação e ambiente, mas é a manifestação de sua personalidade, não apenas a soma simples de parâmetros fixos conforme um projeto inscrito nela.

É como quando cozinhamos sopa, adicionamos todos os ingredientes nela, e no final recebemos uma nova essência chamada sopa. Ou podemos cortar e misturar cinco ingredientes: tomate, pepino, cebola, sal e pimenta. No final, surge uma nova essência chamada salada.

Hoje, nós vivemos neste mundo, satisfazendo inconscientemente os mandamentos de nossa natureza. De onde pode surgir algo novo para nós? Só se você se posicionar entre os dois mundos de recepção e doação, querendo pertencer a ambos, sem se separar de nenhum um deles, mas usando ambos; assim, você cria uma nova essência, como um novo prato, a “salada”. Você pega todo o desejo do mundo da recepção e lhe dá a forma de doação, que é chamada de Adão.

O feto é composto da matéria (o desejo de receber prazer), mas de fora ele adota a forma do Criador (a Luz). Depois, a substância e a forma juntas são chamadas de homem.

Parece que não há nada novo aqui, pois tudo já existia. Mas você fez o trabalho, você emprestou à matéria a forma do Criador. Você pegou a matéria de uma área e a propriedade de outra área, e combinou ambas. Como resultado, uma nova essência foi formada. Já não é a primeira nem a segunda, mas uma terceira. É como a salada que tem um significado por si só; é um novo sabor, uma nova existência.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/03/12, TES