Um Bom Salário Pelo Trabalho No Egito

Dr. Michael LaitmanNo Egito nós tínhamos abundância de benefícios materiais, tudo, exceto uma coisa: a doação sem qualquer cálculo pessoal, que é chamada de trabalho espiritual no deserto. O homem não se esforça por isso, e é impossível lutar por isso acima do ego que cresce constantemente. A pessoa deve lutar constantemente à medida que ela se conecta cada vez mais com os outros, até que todos se tornem um todo único.

“O fato é que, na verdade, eles gostavam muito do trabalho no Egito”. Era uma sociedade de consumo maravilhosa: você trabalhou, ganhou e conseguiu. Tudo dependia só de você; tudo era claro, de acordo com a ordem e as leis da democracia.

Como se diz: “‘…Mas eles se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras’”. Ou seja, tudo era gerido apenas pelo desejo de receber em todos os níveis, em cada apelo. “Isso significa que, se Israel está sob o domínio de determinada nação…”, isto é, se o ponto no coração, a direção para a doação, a centelha espiritual, está sob o domínio do ego de uma pessoa, o desejo pela espiritualidade só ajuda o ego a se desenvolver em diferentes direções. E não há como se libertar dessa escravidão, porque a pessoa vê que pode até mesmo lucrar com sua aspiração à espiritualidade.

Assim, diferentes organizações altruísticas e práticas místicas, qualquer coisa que esteja um pouco acima do simples ego e possa preencher uma pessoa, passa a existir. Essas pessoas sentem que são preenchidas, perfeitas e elevadas, e parece que não lhes falta nada. Este é um sinal de que o ponto no coração está sob o domínio de Faraó, e é por isso que tudo parece tão bom: o altruísmo, o misticismo ou a Nova Era. Estas pessoas não sofrem e só querem tornar os outros como elas.

Enquanto que Israel (aqueles que anseiam pelo Criador) sofre, trabalha duro e luta com problemas. Afinal, a pessoa trabalha contra o ego que está ficando mais forte o tempo todo. Por um lado, ela tem todos os benefícios materiais, um “pote cheio de carne”, como no Egito, e na espiritualidade não há nada: o deserto, a terra seca, só a fé. Assim, a pessoa está constantemente dividida entre os dois pontos, tentando decidir o que deveria fazer.

Parece que ao deixar o Egito nós estamos nos separando dele totalmente. Mas, na espiritualidade isso não é assim, porque quando você cai, é como se você retrocedesse. Claro, não é o mesmo estado, porque é um novo nível, e assim os problemas já começam no deserto: cobras, escorpiões, brigas, todos os tipos de problemas e doenças. As subidas e descidas vêm uma após a outra e estão combinadas numa só pessoa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/04/12, Shamati # 159