Venha E Veja Seu Criador!

Dr. Michael LaitmanNós atribuímos às Luzes os nomes dos vasos: NHY, HBT ou HGT. Por que nós não podemos simplesmente nós referir às Luzes com seus nomes permanentes: Nefesh, Ruach, Neshamah, Haya e Yechida? A verdade é que não há Luz fora do vaso! Nós não podemos dizer nada sobre a Luz. A Luz é uma impressão no interior do vaso. Eu sinto alegria ou medo proveniente dela, e essa alegria não existe sem mim.

Portanto, o Criador é chamado “Bo-Re” (“venha e veja”); ele é percebido apenas dentro do vaso (desejo). Nós só podemos falar sobre a matéria e a forma vestida na matéria, enquanto que a forma abstrata é inatingível para nós. Portanto, os vasos (desejos) e as sensações neles são da maior importância.

Além disso, a sensação depende somente da percepção do próprio Kli (vaso). Nós não sabemos o que realmente acontece; mas sim, nós aprendemos apenas a nossa reação às ocorrências. No entanto, nós não sabemos que fenômeno ocorre fora do vaso.

Algumas Luzes fluem através do meu vaso, e a minha alma treme. Então, uma Luz diferente flui através de mim, e eu sou preenchido com prazer. Então, qual é a diferença? A diferença está apenas no próprio vaso. Eu não sei que tipo de Luz flui através dele, e eu nunca serei capaz de dizer algo sobre isso; eu só posso falar da minha reação.

Entretanto, é a mesma Luz que flui através de mim o tempo todo. Ela não muda?! Eu não sei sobre isso, não posso medir nada Nela. Eu só meço o meu vaso, suas impressões e alterações. Mas o que faz com que o meu vaso mude de repente? Ele muda sob a influência dos genes espirituais (Reshimot) e por conta própria. Eu nem sei por quanto certo e devido a que ele muda.

No entanto, eu sempre falo somente sobre o meu vaso, e isso é muito importante, pois determina o princípio geral de perceber a realidade que está dentro de nós, em vez de em algum lugar lá fora. Portanto, “a pessoa julga de acordo com suas falhas”, e todos os esclarecimentos ocorrem nos desejos, enquanto que a Luz é a sensação dentro do vaso.

Todo o nosso trabalho ocorre apenas dentro do nosso desejo, e a nossa sensibilidade à Luz depende apenas de nós. Se eu elevar a minha sensibilidade, eu subo através dos níveis espirituais deste mundo para o Mundo do Infinito. Toda a diferença entre os níveis consiste na minha sensibilidade ao que está acontecendo. Na verdade, eu estou no Mundo Infinito até mesmo agora; então, por que eu percebo este mundo horrível?

A única razão é a minha falta de sensibilidade. Eu preciso de óculos mais nítidos, depois de binóculo, de um telescópio, e eu verei um mundo diferente. Toda a realidade consiste de sensações dentro de mim. Portanto, a Cabala é chamada de ciência interior, uma vez que revela apenas o que está escondido dentro de nós. “Venha e veja” (Bo-Re) seu Criador dentro de você!

Todas as religiões, metodologias e sistemas de crenças insistem que precisamos nos corrigir em relação ao mundo exterior. No entanto, na ciência Cabalística nós só corrigimos a nós mesmos: o grupo, bem como todo o mundo, tudo existe dentro de mim. É inaceitável pensar de outra forma, visto que o princípio acima me obriga a corrigir-me exclusivamente. Eu não perderei meu tempo e energia cometendo erros ao tentar corrigir o mundo e outras pessoas.

Este princípio age em relação a toda a humanidade em geral, bem como em relação ao grupo em particular. Consequentemente, nós revelamos gradualmente a verdade: a pessoa só necessita corrigir a si mesma; então, o mundo inteiro será corrigido, dos círculos mais internos para os mais externos. “O ser humano é um mundo pequeno”.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 13/10/10, Talmud Eser Sefirot