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Sob Pressão Dos Elementos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós devemos “nos tornar um professor e comprar um amigo” antes da Conveção?

Resposta: Isso só pode ser feito pelo caminho da união; não há nada mais para nós  fazermos. Porém, isso deve ser uma ampla e poderosa ação de união. Nós ainda temos tempo.

Nós devemos entender que há descidas, subidas, e estados difíceis esperando por nós até o último momento. Nós experimentaremos repentinas rajadas de vento e a pressão de imensas ondas jamais experimentadas.

Dramático assim foi o êxodo do Egito. Por 210 anos tudo seguiu seu curso, mas antes do êxodo a preparação começou, trazendo estados bastante incomuns.

De qualquer forma, quanto mais a pessoa atravessa a fase de preparação, mais séria é a situação e maior sua chance de alcançar suas expectativas.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala 27/10/10, “Torne-se um Rav, Compre um Amigo”

União De Corações

Dr. Michael LaitmanPergunta: Na Convenção, como nós podemos combinar o ataque interno com o cuidado com os recém-chegados e com o mundo inteiro?

Resposta: Em primeiro lugar, eu não estou concentrado no mundo inteiro, mas nos participantes da Convenção. Cada pessoa que está lá, e cujo coração está lá, participa nele junto conosco.

A Convenção é a reunião de todos os corações que estão prontos para se unir a fim de alcançar a equivalência de forma com o Criador. Nós estamos criando e conectando desejos para nos tornarmos semelhantes ao Criador, para revelá-Lo.

Todos os nossos desejos visam a união em um só desejo para alcançar a doação mútua. Nessa doação, nós revelaremos a Luz Superior, o Criador, de acordo com a lei de equivalência de forma.

Eu estou pensando somente nas pessoas que estão tomando parte nisso. Mesmo que alguém participe somente  um pouco, como uma criança, ela é todavia uma parte disso. Enquanto isso, o resto do mundo permanece fora do meu campo de visão.

Claro, nós disseminaremos informação através dos meios de comunicação de de massa, mas eu só sinto aqueles que querem fazer parte dessa missão. A Convenção é um ato de disseminação interna entre nós. Ela é nossa interconexão, nosso pacto, nossa garantia mútua, a recepção da Torá. Nós não estamos organizando isso para dizer algo ao mundo. Nossas ações são dirigidas para dentro e nós não as dissipamos prestando atenção à externalidade. 

Na Convenção nós estamos diante de nossa tarefa comum, como se estivéssemos ao redor do Monte Sinai. Essa tarefa é a união. A “tribo dos escravos” saiu do Egito e saiu correndo na escuridão, sem saber ou entender nada. Eles nem sabiam para onde escapar. Ao invés de honra, existe uma fuga; ao invés de confiança, existe medo e impotência. Ainda assim essa sensação é correta e boa.

Depois disso eles chegam ao Monte Sinai, a revelação do ódio, e tomam a decisão de atacar, de ir em direção a ele, porque eles não têm outro caminho a seguir. Cada pessoa está sem saída; ela deve decidir aqui e agora, e desejar que isso aconteça. Cada pessoa deve querer isso com tudo o que tem. Como isso se realiza? Isso não é problema meu. O Criador completará o que eu comecei, mas eu tenho que exigir isso.

Mesmo que eu não concorde com isso do fundo do meu coração, mesmo se eu estiver com medo, eu ainda grito como uma criança, como se eu realmente não pudesse sobreviver sem a garantia mútua.

Da lição de 22/10/10, Escritos do Rabash

Cabalistas Sobre A Torá Oculta E A Torá Revelada, Parte 9

Dr. Michael LaitmanQueridos amigos, por favor, façam perguntas sobre essas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

Estudar a Torá Oculta é Preferível à Torá Revelada

 De fato, se examinarmos suas (do Rav Chaim Vital) palavras, elas serão esclarecidas diante de nós tal como estrelas no céu. O texto “ele sai ganhando tirando suas mãos dele (do Talmud), uma vez que ele testou sua sorte nessa sabedoria (revelada)”, não se refere à sorte da inteligência e erudição (conhecimento pelo conhecimento). Pelo contrário, é como explicamos acima na explanação “Eu criei a inclinação ao mal; Eu criei para ela o condimento da Torá”.

Isso significa que a pessoa se aprofundou e se esforçou na Torá revelada (não para obter conhecimento, mas para a correção da inclinação ao mal, o egoísmo), e a inclinação ao mal ainda está no poder e não se fundiu de nenhuma maneira. Isso é porque ela ainda não está a salvo dos pensamentos de transgressão (entendendo que estuda não para corrigir o mal, mas para conseguir uma recompensa), como o Rashi escreve na explanação “Eu criei para ela o condimento da Torá”.

Desta forma, ele a adverte para deixar suas mãos fora dele (do Talmud) e se ocupar com a sabedoria da verdade (Cabalá), pois é mais fácil atrair a luz da Torá enquanto se pratica e trabalha na sabedoria da verdade do que trabalhando na Torá literal.

– Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das  Dez Sefirot”, item 22

Poderosas Fraquezas

Dr. Michael LaitmanNo caminho espiritual, existem dois obstáculos extremamente sérios ou duas questões levantadas pelo próprio Faraó:

1 – “Quem é o Criador para que eu O ouça?”. Em outras palavras, o que há de tão importante, que está oculto na qualidade de doação, para que eu me submeta a ela?

De fato, essa rebeldia de nossa natureza nos ajuda, porque ao superá-la, nós podemos continuar a exaltar aos nossos olhos a importância da doação sobre a recepção. O crescente egoísmo nega continuamente a importância da doação, e nós temos que manter o fortalecimento de nossa conexão com o grupo para que comecemos, sob sua influência, a aspirar novamente à realização das qualidades de doação dentro de nós.

2- “O que resta para você nesse trabalho?”. O egoísmo nos mostra que somos fracos e incapazes de alcançar o que desejamos. “O que você tem com isso?”. Sua meta pode ser bonita, mas quem é você para alcançá-la?

Quando somos dominados por essas duas fraquezas, devemos entender que não podemos nos libertar desse aprisionamento por nós mesmos. A única chance de fazer isso é se os amigos vierem nos salvar. Somente no grupo eu encontrarei forças para avançar, na conexão entre nós. Lá, eu revelo a minha natureza e compreendo que lhe falta a doação.

Então, eu experimento angústia entre esses dois pólos: por um lado, existe a importância da doação e por outro lado, a minha insignificância. E eu adquiro ambos os fatores graças ao ambiente.

Agora, tudo está corretamente organizado: eu sou fraco, a meta é exaltada e profunda, e eu tenho os meios para alcançá-la. Nesse momento, surge um sentimento de certeza que nós chamamos de Arvut (garantia mútua). Depois de tudo, eu sei que através do grupo eu receberei toda a força necessária.

Como eu sei disso? De fato, o ambiente correto é a estrutura criada pelo Criador e infundida com Seu atributo. Portanto, se nós nos aproximamos uns dos outros por meio de laços de amor, a doação começa a reinar entre nós.

Acontece que, na realidade, eu não estou usando o poder do grupo, mas a qualidade da doação que está oculta em nossa interconexão. Ela não pertence a ninguém individualmente, pois ela é a força do Criador, que se revela entre nós. Essa força particular é que faz todo o trabalho.  

Assim, o coração do Faraó está nas mãos do Criador. O Faraó é a força da recepção criada pelo Criador para que nós construamos a forma da doação exatamente por cima dela.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala 19/10/10, “Ele Que Fortalece Seu Coração”

Unindo Dois Mundos Dentro De Você

Dr. Michael LaitmanQuanto mais nós avançamos, mais confuso e imprevisível o mundo se torna. Nós percebemos a presença de um processo, mas não entendemos para onde ele está nos levando.

Estudos mostram que a nossa realidade está situada em uma qualidade: o desejo de receber ou desfrutar. Todos os cálculos, em todos os níveis, são conduzidos somente com base no ganho pessoal. Mesmo a doação é usada com o fim de receber. Falta-nos a energia para uma ação que não seja dirigida ao nosso benefício próprio. Portanto, o que devemos fazer?

Os Cabalistas nos dizem que existe outra realidade, contrária, governada pela força geral da criação. Nós podemos chamá-la de Natureza ou Criador; é a mesma coisa. Nós estamos falando sobre a qualidade de doação absoluta e universal. Nós só podemos subir do grau de recepção ao grau de doação com a ajuda dessa força global e integral que criou toda a realidade. Nós podemos evocar sua influência sobre nós através de nossas ações, de modo que essa força possa mudar nossa natureza.

Essas ações são simples: nós tentamos nos unir, imaginando a nós mesmos em doação mútua, e, junto com isso, estudamos as leis da realidade que está completamente oculta de nós. Devido aos nossos esforços e aos estudos, nós aparentemente nos aproximamos da qualidade de doação, ou, ao contrário, a atraímos até nós para que ela nos influencie e transforme.

Desta forma, nós evocamos a união das qualidades enquanto oscilamos nas ondas das sensações transitórias. Algumas vezes, nós nos sentimos bem ao chegar perto da doação e perceber que estamos avançando. Outras vezes, ao contrário, nos sentimos mal com isso.

É assim que caminhamos: algumas vezes com o pé direito, outras vezes com o esquerdo, algumas vezes com o aumento da doação, e outras vezes com o crescimento da recepção. Se nós não abandonamos o método, a recepção é revelada em nós até o ponto do ódio, e o amor é revelado acima dela cada vez mais, até que todo o mal introduzido em nós e todas as bondades que podemos atrair da qualidade de doação sejam revelados.

Então, nós criamos a combinação correta dessas qualidades: a linha média. Nós unimos dois mundos dentro de nós e existimos em ambos, elevando constantemente a força da doação acima da força da recepção. Isso se chama “receber em prol da doação mútua”.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala 19/10/10, “Ele Que Fortalece Seu Coração”