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A Escola Da Verdade

Pergunta: Como eu posso explicar às crianças a lei de “ama teu próximo como a ti mesmo”?

Resposta: A educação deve ser a mesma para crianças e adultos. Somente que com a criança você revela tudo numa medida menor, apresentando exemplos que ela possa entender que são meramente “reduzidos” a seu nível, e não contos de fadas. Em cada caso é preciso dizer a ela a verdade! Nós simplesmente precisamos ter a certeza de que ela nos entendeu de forma apropriada, no seu nível, como adaptamos a linguagem dos Cabalistas num esforço para trazê-la para perto do homem moderno e fazer com que seja clara para todos.

São necessárias várias aulas para explicar a uma criança uma pequena parte do que os adultos estudam na lição diária. Depois de verificar que todas as lições anteriores foram entendidas, eu revelo um novo problema para o grupo de crianças resolverem; eu dou a elas “meia colher”, só para dar um “gostinho”.

Mas, depois, as crianças precisam começar a fazer perguntas, enquanto estão sem entendimento e afetadas por dúvidas, discutir isso com seus amigos, juntos tentar entender o que está realmente acontecendo, em que repousa o problema e sua solução. E o professor se inclui na discussão em iguais termos com elas, guiando-as para o caminho correto enquanto mantém sua distância.

Primeiro, nós clarificamos completamente a questão em si, e, então, tentamos achar uma solução. Através desse processo o professor avalia o progresso das crianças: cada grau precedente se conecta no grau subsequente com sua parte inferior. Não são dadas notas, todas são iguais; nós só avaliamos a solução coletiva para cada problema.

O Altruísmo Autêntico E A Ajuda Humanitária

Pergunta: Baal HaSulam escreve que o amor pelo outro tem que ser tão profundo que estaremos desejosos de dar a ele o único travesseiro que tivermos. Isso significa que temos que satisfazer também cada desejo material do outro?

Resposta: Eu não tenho nada para satisfazer esses desejos! Onde eu vou conseguir 7 bilhões de travesseiros para toda a humanidade? Se todos se preocupassem somente em doar, a pessoa teria somente necessidades para sustentar a si mesmo. O que, então, ele seria capaz de dar aos outros?

A lei proíbe dar o basicamente essencial sem o qual não se possa sobreviver. Isso se relaciona à sobrevivência do corpo animal que não pode ser negligenciado. Assim, acontece que eu não tenho nada para dar aos outros, e não se espera isso de mim. Se eu me organizei corretamente em relação ao processo de correção, eu não terei nenhuma comida extra nem dinheiro de reserva uma vez que eu vivo somente para doar e não pego nada além do necessário para mim mesmo.

Porém, estamos esquecendo que nós mesmos não temos que fazer nada. Tudo é disposto pela Luz. Nós só temos que criar a conexão para que a Luz atue através de nós. Se eu estou pensando sobre a necessidade do outro, ele receberá o que precisa. Sou eu quem arranja isso para ele. Fazendo isso, eu me torno equivalente ao Criador porque eu suscitei o ato de doação.

Eu não posso fazer mais do que motivar a Luz a agir. Isso significa que eu elevo MAN (Mayin Nukvin, Águas Femininas) que é um pedido ou prece. Meu MAN pede que Malchut trabalhe de forma similar a MAD (Mayin Duchrin, Águas Masculinas), responda, e trabalhe desde Bina. Eu elevo à Bina todo meu desejo de receber à magnitude de ZAT de Bina. Tudo é resolvido no pensamento: eu forneço o desejo de satisfazer o amigo, mas é o Criador quem o satisfaz. Eu sou somente um link de conexão entre a outra pessoa e o Criador. É assim que o mundo é criado na minha imaginação para que eu possa me corrigir.

Eu sinto que não preciso de nada para mim mesmo exceto doar a outro. Eu sinto seu desejo acima de meu próprio desejo e, acima dele, e sinto o desejo do Criador, uma oportunidade de satisfazer e deleitá-Lo. Se eu organizo meus desejos desse jeito, significa que eu executo minhas ações. O Criador irá realizar esses atos, e nós alcançaremos a unificação. Eu pedi a Ele para nos unir em adesão, e Ele nos uniu. Eu só preciso continuar pedindo.

O Criador intencionadamente faz com que outros sintam a falta de algo. Isso é feito para que eu desenvolva um desejo de pedir ao Criador para satisfazer a carência do outro, para que eu deseje me tornar um com Ele, me fundir e me igualar com Ele. Ele criou todo o mal no mundo e deseja que eu atue em nome de todos como seu guardião e cuide de todos eles. Ele preenche o mundo com a Luz da Infinidade, e então desaparece, dando-me a chance de trazer a Luz de volta a esse mundo.

Porém, eu preciso entender que é assim que o mundo é pintado na minha imaginação na minha “matrix” ou na ilusão que eu preciso viver especificamente para minha correção. Se eu tento dar algo, isto é, tento corrigir o mundo e não a mim mesmo, então eu somente irei causar dano ao mundo e mais adiante compreender o erro que eu cometi e começar a me corrigir afinal. Nós claramente vemos que qualquer “ajuda humanitária” traz um dano adicional, provocando terrorismo, roubo, e indolência.

Perfeição Não Dá Lucro

Tudo se origina na Infinidade, o estado inicial, e para que nós alcancemos a correção total, temos que encontrar todas as condições colocadas aí. No estado de Infinidade, o desejo de receber é inflexível, ele não abre mão de uma partícula da adesão, unidade, ou semelhança com o Criador.

Na Infinidade, não há final ou fronteira, ou um detalhe que possa escapar de Seu cálculo. Por isso é chamado Infinidade. Ele não está relacionado a um lugar (desejo), quantidade ou qualidade da satisfação, mas se situa na decisão incondicional da criatura de aderir ao Criador. Por isso, os graus espirituais de ascensão do nosso mundo à Infinidade são os “graus de compromisso”: em que medida a criatura ainda está se recusando a executar um cálculo preciso para a equivalência.

No estado inicial de seu trabalho, o homem olha para tudo através do prisma do seu benefício pessoal. Essa é sua natureza; ele foi criador assim. Esse período é extenso e eventualmente leva ao desespero. Da mesma forma, durante toda a sua história, a humanidade passou por giros e voltas de uma vida dura enquanto buscava por prazer, até a linha de desapontamento alcançar uma massa crítica. Tendo aprendido através de experiências dolorosas, isto é, tendo provado seu amargo resultado, nós abandonamos a corrida porque nós nem acreditamos que ela irá nos trazer satisfação nem nos realizar. Assim, começamos gradualmente a desprezar a satisfação egoísta pelo seu efeito amargo. Devido ao desespero, fazemos um novo cálculo: no altruísmo iremos experimentar satisfação. Desse modo, afetados pela Luz, a cadeia de Reshimot (genes espirituais, reminiscências), que apareceram bem no começo de nosso descenso desde a Infinidade, consegue se realizar.

Duas linhas entram em jogo: a linha direta desde o Alto até abaixo e a linha inversa desde abaixo até encima. Agora, ao invés da auto gratificação, a pessoa faz um cálculo baseado no seu envolvimento em doação. Como resultado, sua recompensa também muda. Ela é experimentada não em desejos de receber, mas nos de doar.

Mas, qual é a diferença? Afinal, somos criaturas e precisamos sentir satisfação. Porém, para senti-la no mesmo jeito que o Criador sente, temos que ser equivalentes a Ele. Por isso, de agora em diante, trabalhamos na nossa capacidade de receber prazer através da ação mesma e não do resultado final da doação.