Textos arquivados em ''

Guiar As Crianças Para A Vida Real

Dr. Michael LaitmanO nosso sistema de educação deve trabalhar em um filão da nossa própria vida. Nós não devemos dizer absurdos e mentiras às crianças ou pintar um falso mundo para elas. Todo brinquedo deve orientar a criança para a vida real e a análise correta da mesma. Cada detalhe deve ser um pequeno exemplo das realidades do grande mundo. Nós devemos mostrá-lo à criança gradualmente, mas endo em mente que é o mundo real e não uma ficção.

Para preservar a criança, eu traço limites para ela, mas ao mesmo tempo dou-lhe liberdade dentro destes limites. A criança aprende a ser um ser humano com suas ações nestas condições restritas e seguras. Aos poucos, os limites se expandem, e, gradualmente, o ser humano é formado dentro dela.

Além disso, eu não lhe ofereço soluções pré-definidas, mas apenas um exemplo limitado. Eu não monto para ela os “blocos de cubo” interconectados, mas apenas defino um padrão a ser seguido, e deixo-a com a liberdade de fantasiar e criar. Às vezes, eu mesmo preparo enigmas, truques e armadilhas para ela, de modo que ela seja capaz de aprender com os erros. Somente assim eu prepararei a criança para a vida.

Como eu posso lhe oferecer todas as soluções com antecedência? Pelo contrário, nós crescemos a partir de nossas experiências em enigmas e exercícios, tentativas e erros. A memória deles cria a abordagem correta na criança, e assim ela sabe por onde começar e como resolver um problema. No final, se ela errar, isso será apenas porque ela foi pega de surpresa e não esperava tal reviravolta nos acontecimentos.

Cada nova etapa começa exatamente assim: ela é nova e imprevisível, e a criança erra. Porém, enquanto a criança está nela, ela aprende com seu fracasso e se beneficia com isso.

Da Discussão sobre a Educação 29/09/10

Cabalistas Sobre A Linguagem Da Cabala, Parte 11

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre as passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Lei da Raiz e do Ramo

O mesmo ocorre nos mundos, onde cada mundo inferior é uma impressão do mundo acima dele. Então, todas as formas encontradas no mundo superior são copiadas meticulosamente, em quantidade e qualidade, no que está abaixo.

Assim, não há uma só coisa ou um acontecimento num mundo que não seja encontrado no mundo acima dele. Esta relação que os identifica como duas gotas de água é chamada “a Raiz e seu Ramo”. Isso significa que tudo que existe num mundo é considerado um ramo do mundo superior, que é a sua raiz, da mesma forma que o mundo inferior é o local onde a impressão e a existência da raiz torna-se possível.

Essa foi a intenção de nossos sábios quando disseram, “Não há um pedaço de grama  aqui embaixo que não tenha fortuna (destino) e um guardião acima que a golpeie e lhe ordene crescer”. Conseqüentemente, a raiz, chamada “fortuna”, lhe obriga a crescer e a receber seus atributos em quantidade e qualidade, como o selo e a impressão. Esta é a lei da Raiz e do Ramo, que se aplica à realidade de qualquer mundo, em relação ao Mundo que lhe é superior.

– Baal HaSulam, “A Essência da Sabedoria da Cabala”

O Ambiente Apropriado

Dr. Michael Laitman with StudentsÀ medida que nós avançamos espiritualmente, começamos a valorizar egoisticamente a qualidade de doação. Ela dá liberdade e realização; ela permite à pessoa ser independente. Esta atitude para com a qualidade de doação é chamada de “Lo Lishma“. Mais tarde, sob a influência da Luz, a própria qualidade de doação torna-se valiosa para nós. Esta atitude é chamada de “Lishma“.

Tudo o que nós precisamos fazer para atingir este estado é seguir o conselho dos Cabalistas. O ponto no coração nos leva a um novo ambiente, ao grupo, e nós começamos a nos unir com os demais, independentemente de saber se queremos ou não. Estas ações imediatamente nos ajudam a atrair a Luz Circundante (Ohr Makif) sobre nós. Ela está sempre a nossa volta, mas desta vez nós a atraimos intencionalmente.

Quanto mais eu me esforço em me unir com os demais, mais forte é a influência da Luz sobre mim, e eu começo a receber novas impressões. Finalmente, eu avalio a doação como algo bom e a considero como algo elevado e especial. Esta é a influência do ambiente.

Proper Environment

O ambiente não são as pessoas. Os nossos esforços, nossos desejos comuns nos permitem evocar a Luz que Corrige. Todos nós existimos em um oceano de Luz e podemos atraí-la. Este é o ambiente adequado: um ambiente que me ajuda a atrair a Luz e também a Luz real.

Ele nos influencia mesmo quando não fazemos nada; mas neste caso, o processo flui lentamente, com a velocidade natural do desenvolvimento das Reshimot (genes espirituais). Quando nós começamos a evocar a Luz através do estudo, da disseminação e da união dos amigos, nós despertamos a influência do ambiente da Luz sobre nós.

A Tela Me Constrói Como Um Personagem Do Mundo Espiritual

Dr. Michael LaitmanDurante sete dias nós temos atraído a Luz Circundante, construindo a cobertura da cabana. A Luz se expande desde Aba ve-Ima (AVI) do Mundo de Atzilut através de Zeir Anpin (ZA). Zeir Anpin é representado pelo ramo da palmeira.

Mais adiante, a Luz passa através de HGT, as Sefirot de Hesed, Gevura e Tifferet, simbolizadas por três ramos da árvore de murta, e através das Sefirot de Netzah e Hod, representadas por dois ramos do salgueiro. Depois disso, a partir de Yesod do Partzuf de Zeir Anpin, a Luz entra em Malchut, representada pela fruta Etrog. E essa unificação de todos os canais de Luz, de AVI à Malchut, ocorre sob a cobertura da cabana ou sob a tela que esconde a alma da Luz.

Ter recebido todas as sete Luzes Circundantes da correção durante os sete dias de celebração chama-se “Grande Súplica” (Hoshana Rabá ). Eu verifico o que conquistei, que tela ou qualidade de doação. Na verdade, o efeito da luz Circundante em nosso trabalho é denominado tela. Assim que eu a adquiro, eu instantaneamente começo a sentir o Criador e a definir o nosso relacionamento, conforme o poder de minha tela.

The Screen Builds Me As A Character In The Spiritual World

É por isso que nós honramos esse momento no nosso desenvolvimento como um evento especial, o início do trabalho com a tela. Este trabalho constrói-me como personagem do mundo espiritual. Isso porque sem a tela eu simplesmente não existo. O nível da tela, o tipo, o tamanho, e a forma fazem-me o que sou. Eu não determino nem o desejo de receber prazer, nem o desejo de doar, a Luz. Então, o que sou eu? Eu sou apenas a tela.

Da Lição Noturna de Hoshana Rabá 29/09/10, Shamati # 8

Sentindo-se Responsável Por Toda A Criação

Dr. Michael LaitmanA primeira correção do desejo de receber é doar a fim de doar. Isso significa que eu restrinjo o uso do meu desejo devido à sua natureza egoísta (para o meu “eu”), recusando  infligir dano aos outros, como é dito: “Aquilo que você odeia, não faça ao outro”. Mas mesmo esta restrição do uso do meu desejo egoísta contém uma correção, já que não apenas me impede de fazer maldades. Se eu tiver uma chance de roubar e não for pego, o que me impedirá?

A correção implica que eu não apenas me desligo de todos os meus desejos, como se eles não existissem, mas eu vou mais longe. Eu devo experimentar em meus sentimentos o quanto eu machuco outra pessoa e quanto ela sofrerá. Essa sensação de sofrimento deve impedir-me de roubar, como eu disse: “Aquilo que você odeia, não faça ao outro”.

Eu absorvo os desejos do outros. No início, a minha consciência da inclinação ao mal parece manter as minhas mãos amarradas, para que eu não possa roubar. Mas depois disso, ela me liberta e me dá a oportunidade infinita de roubar tudo o que pertence aos outros e até mesmo ao Criador! Você está autorizado a fazer qualquer coisa, sem quaisquer consequências!

No entanto, eu começo a experimentar o “sofrimento da Shechina“, ou a dor dos outros, como se eu tivesse roubado algo, privado ou matado alguém. Eu sinto a dor dos outros dentro de mim como se eu fosse a causa disso. Em relação a eles, eu sou como o Criador que criou a inclinação ao mal. É assim que nos tornamos conectados. Eu me torne semelhante à Bina, uma mãe que sente todos os desejos dos filhos e o mal que ela está se impõe se não estiver cuidando deles. Mas, ao mesmo tempo, ela está consciente do quanto de bom ela pode fazer se estiver alimentando-os.

Em seguida, a segunda fase da correção se revela em nós: como nós podemos doar aos outros. Nesta fase, a pessoa já é capaz de servir como um canal entre o mundo e o Criador. Ela acha que só ela pode canalizar a satisfação a eles, e que seu crime não está em roubar, mas no fato de que ela não está satisfazendo seus desejos. Este é o verdadeiro amar aos outros como amamos a nós mesmos.

A pessoa deve experimentar estas duas fases da correção pessoal: “Aquilo que você odeia, não faça aos outros” e “Ama ao seu próximo como você ama a si mesmo“.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 28/09/10 “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados”

Desenvolvendo O Ser Humano Dentro De Nós

Dr. Michael Laitman“Ama ao teu próximo como a ti mesmo” é a sentença que determina o princípio da conexão entre o desejo e a Luz, a correção da alma comum. Para que a criatura seja capaz de alcançar uma equivalência com o Criador, Este é forçado a quebrar a primeira criatura e levá-la ao ódio, a um estado que é oposto a Ele.

Alcançar um estado que seja oposto ao Criador só é possível através da criação de uma criatura que seja semelhante a Ele, e que depois mude este estado ao contrário, de modo que uma forma imperfeita surja de uma perfeita. Dessa forma, a criatura é presenteada com a oportunidade de alcançar uma equivalência com o Criador sozinha, a partir de um estado imperfeito, ao examinar as suas próprias qualidades e as do Criador: o que significa ser perfeito e como chegar a essa perfeição.

A criatura está à procura de uma solução, e desta forma ela alcança o estado do Criador. Neste processo ela obtém a liberdade de decidir pela escolha da equivalência como o único estado perfeito. É impossível entender como alguém pode ser livre de sua natureza. No entanto, sob a influência da Luz, que é oposta à nossa natureza, cria-se um espaço neutro em nosso desejo, o qual está ausente até mesmo no Criador. E justamente o que irá se desenvolver neste espaço neutro será chamado de criatura.

Nós mesmos criamos essa criatura, o ser humano, “Adão”, que significa “semelhante” ao Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 27/09/10 “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados”

A União Dos Corações É A União De Bina E Malchut

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa a “união dos corações” entre os amigos do grupo?

Resposta: A partir da sabedoria da Cabala, nós sabemos que a quebra ocorreu para permitir a correção de Malchut. A menos que Malchut incorpore o desejo de doação (os Kelim de Bina), é impossível corrigí-la. Malchut está sendo gradualmente corrigida por meio da penetração recíproca de Malchut e Bina, com exceção de sua base, “o coração de pedra (Lev Ha Even)”, que é corrigido por último.

Nós corrigimos Malchut através da incorporação das propriedades de doação (Bina) nas propriedades de recepção (Malchut). Nas almas, isso acontece através de sua penetração mútua, até que todas as almas se misturem e se tornem completamente corrigidas através das demais (Israel versus as nações do mundo dentro de cada pessoa).

As nossas correções só podem ocorrer mediante a incorporação de nós mesmos uns nos outros. Corrigir-se significa corrigir a sua incorporação mútua com todas as outras partes da alma comum. A base da correção está apenas na correção da conexão quebrada entre nós. Tudo resulta disso: do estatuto de todo o grupo, das leis que devemos aspirar a cumprir, seguindo os conselhos dos Cabalistas, os quais se baseiam em sua compreensão do Mundo Superior.

Tudo isto vem da correção dos Kelim que precisam estar incluídos uns nos outros. Isto é alcançado através do esforço de conectar-se, atraindo-se a Luz que corrige a incorporação mútua. Todas as recomendações dos Cabalistas descritas em seus livros vêm das leis que definem a natureza da quebra, a correção, e o estado perfeito.

Quando eles falam sobre isso, eles dizem, “Unam-se, organizem reuniões de amigos, elevem o ânimo de seus amigos”. Entretanto, nós precisamos entender que isso vem da necessidade de se incorporar um no outro, a fim de atrair conjuntamente a Luz Circundante que corrigirá a conexão entre nós.

Da 2ª parte da  Lição Diária de Cabala 28/09/10, O Zohar

O Paradoxo De Doar

Dr. Michael LaitmanA pessoa deve aspirar a satifazer-se agradando ao outro, ao invés de agradar a si mesma. Eu o satisfaço, sinto seu desejo e de que modo ele está sendo satisfeito; assim, eu recebo prazer. Eu fico satisfeito sentindo a sua satisfação, e é por isso que me esforço em agradá-lo o máximo possível, como uma mãe que está feliz porque alimentou seu filho.

A Paradox of Giving

Eu não estou disposto a satisfazer-me diretamente, apenas através do meu próximo. Não se trata de quanto alimento o meu corpo físico consumiu, mas da satisfação da minha alma. A minha alma fica feliz quando eu satisfaço os outros, quando eu satisfaço o Criador. Assim, eu me torno semelhante a Ele, pois Ele gosta de deleitar-nos. Se nós formos incapazes de aceitar o prazer que emana Dele, nós O fazemos experimentar a angústia da Shechina.

O Criador sente prazer com a nossa satisfação; tudo o que podemos fazer é “permitir” com que Ele nos deleite. Nós devemos alcançar um estado em que isto é tudo que desejamos.

Isso parece um paradoxo: como é possível “ficar satisfeito dando”? E para isso que serve o amor: para conectar-nos todos juntos. Se não há amor entre nós, nós não podemos obter prazer com a doação. Eu tenho que sentir o desejo do meu próximo como mais importante do que o meu.

Para uma mãe as sensações do bebê são muito mais essenciais do que as suas. A mãe sente a dor do filho desde dentro. Esse é o amor natural. Nós devemos alcançar o mesmo tipo de amor com a ajuda da Luz, permitindo que ela nos corrija. Como resultado, nós teremos o mesmo desejo que o Criador e atingiremos a espiritualidade.

Imagine que você tem bilhões de bebês e traz consigo algo que possa satisfazê-los, já que você tem acesso a um canal de Luz ilimitado. Que felicidade você experimentará quando sentir os desejos de outras pessoas e suas realizações como seus! Você se satisfará  620 vezes mais, já que conseguiu construir o amor acima do ódio.

Ao satisfazê-los, você sente 620 “quilos” de alegria, ao invés de um “quilo” que cada um deles recebeu. Eu conecto suas almas a mim e as sinto como se fossem minhas.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 27/09/10 “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados”

Educar Pela Verdade

Dr. Michael LaitmanEducar um filho significa aproximá-lo do nosso mundo e do mundo espiritual. Durante um curto período de tempo, especialmente entre as idades de nove a treze anos, a criança tem que descobrir tudo.

A educação termina com a idade de doze ou treze anos, porque as crianças naturalmente deixam de nos ouvir. Elas agem e realizam por conta própria, não recebendo nada de nós. Portanto, nós temos que dar-lhes explicações e a verdade sobre o que está acontecendo no mundo .

Se nós as alimentamos com mentiras, isso é como um veneno que não pode ser removido de sua consciência. Ela distorce a sua visão de mundo e, de certa forma, separa as crianças da realidade, substituindo-a por uma ilusão.

Obviamente, isso não significa que nós não possamos usar analogias e lendas quando educamos uma criança, mas sua forma e os limites devem ser claramente definidos. Uma coisa é a criança entender o que você está falando com ela de forma metafórica, e outra completamente diferente se ela achar que realmente existe uma floresta habitada por animais que ela só vê em fotos e que esses animais são capazes de falar uns com os outros.

Tudo depende de como você apresenta as coisas: no primeiro caso a pessoa se torna familiarizada com o mundo real, enquanto que no segundo, a sua consciência e memória são permeadas por imagens falsas. Apesar disso, nós devemos entender que em muitos aspectos os atuais contos de fadas vêm de antigas crenças e mitologias, quando cada objeto era pensado para ter uma alma, uma força superior, e uma influência especial sobre a pessoa.

Da Discussão sobre a Educação 29/09/10