Progresso Tecnológico E Regressão Moral

Laitman_004Hoje, mais uma vez, o mundo enfrenta o mesmo problema que existia na antiga Babilônia: a humanidade está num beco sem saída, no limiar de uma guerra mundial, a humanidade está novamente afundada na barbárie.

É interessante que nos últimos 30 a 40 anos o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, de tudo o que distingue um ser humano de um animal, entrou numa nova fase.

A tecnologia moderna dá à pessoa menos educada tudo que ela precisa: televisores, computadores e telefones celulares. Dentro, ela continua a ser um bárbaro, e, ao mesmo tempo, usa esses desenvolvimentos da humanidade que ultrapassam seu estado interno por centenas de anos.  Acontece que as pessoas regrediram.

Se 30 a 50 anos atrás, uma pessoa estava interessada em pinturas, livros e música, e tinha que absorver pelo menos uma parte do que a humanidade fez e alcançou antes dela, hoje, isso não é assim. Tudo foi substituído com o envio de mensagens de texto. O que as pessoas escrevem entre si? Para que?

No meu tempo, as crianças de uma aldeia queriam ser inteligentes, modernas. Elas tinham vergonha de sua ignorância, ao passo que hoje isso não é assim. Disso resulta que, especificamente, graças à tecnologia – graças a ter tudo e não precisar obter nada, sem precisar elevar-se a qualquer nível – a humanidade está retornando à barbárie.

Hoje, nós estamos passando por um determinado estado chamado de “reconhecimento do mal”. Quem somos nós? A humanidade deve reconhecer a sua barbárie, que está levando as pessoas diretamente à aniquilação. Em paralelo a isso, o povo de Israel deve desenvolver o próximo estado da humanidade: a conexão mútua, a união, tornando-se um exemplo para todos os outros.

Pergunta: Então, de que forma deve-se culpar os Judeus?

Resposta: Nós deveríamos ter começado nosso trabalho desde o período que a humanidade começou a deixar a Idade Média, desde a época do ARI, no final do século XVI.

Foi precisamente nessa época que começou o avanço tecnológico, que deveria ter sido acompanhado do desenvolvimento moral, de modo que a pessoa saberia por que isso caiu em suas mãos; em vez disso, a pessoa se tornou um bárbaro com um iPhone.

Pergunta: Para onde devem os Judeus devem levar essa massa bárbara? À unidade, ao amor?

Resposta: Hoje, nós Judeus não somos menos bárbaros do que todo o resto. Então, em primeiro lugar, precisamos chegar à unidade. Nós estamos numa grande descida em relação ao nível que devemos cumprir.

Pergunta: Mas, em todas as épocas, os Judeus aspiraram por um mundo melhor: eles inventaram o socialismo, a ideia de igualdade.

Resposta: Eles não inventaram nada. A ideia de igualdade tem estado latente neles desde o início. Este processo começou há 3.500 anos, por volta da época em que Abraão reuniu pessoas que queriam saber o sentido da vida, “Nós não seremos escravos de nosso ego. Vamos nos levantar contra ele, cada um dentro de si mesmo e todos nós juntos”.

Uma vez que isso está na base do nosso desenvolvimento, nós não fizemos nada único.

Pergunta: Então, como a humanidade pode permanecer bárbara se uma ideia como essa está latente nela?

Resposta: Em relação ao mesmo nível em que existimos há 2.000 anos, desde Abraão até a destruição do Segundo Templo, hoje nós somos bárbaros. Nós não nos devoramos no sentido literal; fazemos isso através de nossos desejos e intenções.

Nós não compreendemos que tudo o que está acontecendo no mundo depende de nós, e nós podemos corrigir isso mostrando-nos como exemplo de uma existência completamente diferente.

De KabTV “A Última Geração” 14/06/15