Antissemitismo: Uma Estranha Contradição

laitman_224Pergunta: Quando falamos de antissemitismo, é necessário salientar um fenômeno interessante: esses mesmos antissemitas que odeiam ferozmente os Judeus, ao mesmo tempo os amam.

Por exemplo, Voltaire escreveu sobre os Judeus: “Eles são o mais rude de todos os povos, o mais odiado de todos os nossos vizinhos. Todos eles nascem com intenso fanatismo nos corações. Eu não ficaria surpreso se essas pessoas um dia se tornassem um verdadeiro desastre para toda a humanidade”.

Junto com isso, o mesmo Voltaire confessou seu amor pelo povo judeu: “Eu os amo tanto que gostaria que eles estivessem em Jerusalém, em vez dos Turcos que faliram e destruíram completamente seu país. Trabalhem a terra miserável como vocês nunca trabalharam antes, levantem a terra aos picos expostos de suas montanhas demolidas…”.

Da mesma forma, Tolstoi e Tchekhov falaram contraditoriamente sobre os Judeus, como fizeram outros escritores e pensadores. É dito que há apenas um passo do amor ao ódio, e nós sequer demos esse passo, porque o amor e o ódio estão entrelaçados de tal forma.

Resposta: Estes são dois lados de uma mesma pessoa. E ambos os lados, ódio e respeito especial, que são completa e mutuamente dependentes, são vistos por todas as pessoas esclarecidas e atenciosas para com os Judeus.

Pergunta: Na verdade, durante o curso da história, todas as medidas contra os Judeus foram tomadas como que para protegê-los, “Nós os amamos. Queremos garantir a sua segurança, por isso não portamos armas, não nos envolvemos em determinadas profissões, e vivemos no gueto”. Também hoje, o movimento de boicote contra Israel é acompanhado por declarações de amor, e ao mesmo tempo nos pressionam.

Resposta: Eu, pessoalmente, saúdo esse tipo de amor, já que vejo nisso uma revelação especial da Providência superior que quer que os Judeus implementem sua missão universal pelo mundo e façam tudo o que precisam fazer. O antissemitismo é muito útil para os sionistas. Se não houvesse o antissemitismo na Rússia, não haveria sionistas, e a mesma coisa vale para o resto das nações.

Além disso, na Torá está escrito que sem o ódio das nações do mundo em relação a Israel, os Judeus teriam deixado de ser uma nação muito tempo atrás. Assim, esse ódio é precisamente necessário, como nas relações dos pais para com seus filhos amados. Há misericórdia e há julgamento, o que significa duas mãos, esquerda e direita. A mão esquerda às vezes pune, e direita acaricia e abraça.

Pergunta: Onde no homem surge o ódio em relação aos Judeus e por que é tão difícil ele controlá-lo?

Resposta: Onde há a revelação do amor para com a nação judaica, em relação à sua visão de mundo ou religião, saiba que, pouco depois, virá o ódio. Por outro lado, se você ver o ódio entre as nações do mundo, logo ele vai mudar para melhor, para expressões de amor.

Isto se manifesta não apenas entre povos e nações, mas também entre muitas nações e os Judeus. Por exemplo, após a Segunda Guerra Mundial, depois do Holocausto, uma atitude diferente para com os Judeus apareceu: “Nós temos que dar aos Judeus um lugar para morar, uma nação, para se certificar de que eles estão no comando”. Isto é absolutamente a clara providência superior que não depende de povos ou nações. Isto tem sido observado de forma precisa durante todo o curso da história humana.

Não há nada psicológico nisso. É simplesmente a providência superior geral, supra-humana, que está acima do nosso mundo e está levando-o a subir acima de si mesmo para o próximo nível, par o mundo espiritual de forças.

Não é o mundo material, mas o mundo de forças. São os Judeus que precisam especificar este caminho, pois é somente com eles que há a experiência inicial de se unir, sob a instrução de Abraão, e ascendendo a este nível. Assim, eles são chamados de uma nação especial com uma qualidade única que não está conectada ao resto das setenta nações do mundo.

De KabTV “A Última Geração” 14/06/15