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Fisiologia Do Amor

Dr. Michael LaitmanOpinião (Dmitry Zhukov, biólogo): “No Grande Dicionário Enciclopédico, está escrito que o amor é “visar uma pessoa, comunidade humana, ou ideia”. A forma de amor que é mais interessante para as massas é o amor entre duas pessoas não relacionadas biologicamente.

“Esse tipo de amor pode ser caracterizado como um distúrbio mental, representado por uma ideia supervalorizada na forma de atenção de outra pessoa, acompanhado por um efeito instável, constante mutável. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças, na subseção F63.9, o amor muitas vezes pode pertencer ao seguinte subgrupo: ‘Distúrbios dos hábitos e interesses, não especificados’.

“Uma pessoa apaixonada inconscientemente satisfaz uma gama de necessidades. É importante enfatizar que diferentes pessoas podem ter uma gama completamente diferente. Obviamente, o desejo das pessoas é para satisfazer uma necessidade hedonista, ou seja, a necessidade de obter prazer, que neste caso é muitas vezes chamada de sexual.

“Além do amor hedonista, as pessoas apaixonadas satisfazem muitas outras necessidades, principalmente no aumento da autoestima. Nós costumamos amar mais as pessoas que nos permitem demonstrar as nossas vantagens – física e mental. É fácil de ver a satisfação da necessidade na posse de um objeto de prestígio que provoca a inveja dos outros e aumenta novamente a autoestima de uma pessoa.

“A necessidade de liderança, no desejo de controlar uma situação, sustenta o amor de mulheres maduras por homens jovens. Muitas vezes, o amor é formado com base na necessidade oposta, na necessidade de submissão, de seguir o líder. Normalmente, a base do amor é a necessidade de emoções.

“Esta necessidade desencadeia muitas formas de comportamento humano, mas o amor é o mais agradável, embora uma maneira muito cara para satisfazê-lo. Entre outros requisitos, satisfeitos num estado de amor, nós podemos notar a necessidade de contatos sociais estáveis. Note que nem todas as pessoas têm essa necessidade. Esta forma de amor está intimamente ligada com o conceito de “amizade”.

“Quanto aos mecanismos fisiológicos no amor, eles são desconhecidos. Mais precisamente, há muitas descrições de mudanças no trabalho em vários sistemas que ocorrem nos indivíduos, que afirmam que estão num estado de “amor romântico”. A atividade de várias regiões do cérebro, hormônios, o trabalho dos sistemas cardiovascular, digestivo, etc., também muda. Mas os mecanismos que desencadeiam o amor são completamente desconhecidos. Mais precisamente, eles são puramente psicológicos (a presença das necessidades) e não são estudados em fisiologia”.

Meu Comentário: De acordo com a Cabalá, não há amor: há o desejo de receber prazer. Isto não ocorre somente com o ser humano, mas em toda a natureza: inanimada, vegetal e animal. A parte mais desenvolvida da natureza animal é o ser humano. O amor só pode ser espiritual, isto é, com base no desejo altruísta de doar, de satisfazer os outros. E essa propriedade só pode ocorrer numa pessoa sob a influência da Luz Superior, a propriedade de doação. A implementação da sabedoria da Cabalá nos permite atrair sua influência sobre nós.

O Temor É Uma Característica De “Malchut”

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que o temor é a primeiro Mitzva, que inclui dentro dela todas as Mitzvot da Torá?

Resposta: O temor é uma característica de Malchut alcançada através do desejo de receber. Se eu trabalho com o desejo de receber a fim de corrigi-lo, eu estou no ponto certo de onde posso sempre começar. Cada nível começa a partir do temor. Toda vez que eu caio e começo a construir o próximo nível, primeiro eu experimento todos os tipos de temores.

Pergunta: Se eu caio, então eu caio. Por que deve haver medo nisso?

Resposta: Em primeiro lugar, é necessário esclarecer o que é chamado de queda. Se você tem um mau humor ou um sentimento ruim, isso não é uma queda. A queda é a incapacidade de se aproximar do Criador, de doar a Ele. Eu caio se perco o interesse nos amigos, o desejo de estar com eles, e de sentir o calor e a proximidade em nossa conexão. Tudo depende disso de acordo com o que eu verifico em relação a minha queda.

Eu me sinto mal porque não tenho amor pelos outros, e com isso não tenho amor pelo Criador. É especificamente essa condição que eu estabeleço como uma descida. Quando eu chego a um grupo, eu não sinto nenhum desejo de me conectar com os amigos para descobrir o amor entre nós que é chamado de Criador.

Se eu percebo que não tenho um desejo como esse, já está bom; isso indica que estou no exílio. Atingir o exílio é uma grande realização, pois eu vejo que “não há divindade dentro de mim” (Deuteronômio 31:17).

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 14/03/14

Preocupar-se Com O Criador Como Com Um Amigo

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que mais há para fazer depois que já ficou claro que tudo depende apenas da Luz que Reforma?

Resposta: Isto é, a partir de agora eu só procura como despertar e atrair mais a Luz para mim. Eu entendo que este é o único remédio, e eu sou um homem doente deitado inconsciente e dependo cem por cento desta Luz. Cada momento que eu abandono essa Luz, eu estou morrendo, e enquanto estou dentro dela, continuo a viver. Eu vivo dentro deste sentimento.

Pergunta: Mas o que pode continuamente nos manter num sentimento como esse?

Resposta: Temor! Temor de que a Luz vai me deixar. Para mim é muito importante ser saudável, avançar através do poder de doação. Isto se torna a minha eterna preocupação, uma verdadeira obsessão.

Eu me sinto num campo de forças que me abala o tempo todo, agitando como as ondas do mar, incapazes de relaxar. O grupo deve me fornecer um campo como esse. Uma pessoa não pode fazer nada por si mesma.

Primeiro um sentimento mútuo como este no grupo é fundamental para nós, onde dependemos da Luz Superior, da ajuda do Criador; nós devemos despertar isso o tempo todo. É assim que transformamos o caminho de “a seu tempo” (Beito) para o caminho do “eu vou apressá-lo” (Achishena). Esta é a realização da garantia mútua.

Pergunta: Onde exatamente está a liberdade de escolha de uma pessoa? Através de quais ações ela atrai a Luz para si mesma?

Resposta: Eu devo ansiar pela Luz que Reforma e estar integrado num grupo de modo que ele me manterá numa conexão com a Luz e na expectativa de que com a ajuda da Luz, eu vou me mudar e começar a me preocupar com o Criador. Nesse meio tempo, eu não sei o que significa dar contentamento ao Criador, mas pelo menos começo a me preocupar com Ele como com um amigo.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 09/03/14

Louvar O Atributo De Amor E Doação

Dr. Michael LaitmanHá um equívoco geral sobre o significado de agradecer o Criador. Nós caímos de joelhos e bajulamos o Criador, prontos a fazer qualquer sacrifício, como em culturas antigas, etc. Mas isso é totalmente errado. Nós devemos saber o que isso realmente significa.

Louvar o atributo de amor e doação expande nossa mente e nossos desejos, porque se fizermos isso, atraímos a Luz Circundante (Ohr Makif) sobre nós mesmos e nos abrimos à sua influência, embora realmente não entendamos o que estamos fazendo. De qualquer forma, mesmo no nível mais baixo há uma consequência.

Louvar os atributos de amor e doação no grupo, entre os amigos, eleva do Criador aos nossos olhos, a força superior, que é chamada assim porque está acima de nós em termos de qualidade, e assim podemos nos aproximar de revelá-Lo. Todas as belas frases sobre o amor do Criador, louvar o Criador, ansiar por Ele, curvar-se para Ele, nos atrai para mais perto do Criador.

A maioria de nós não entende este atributo porque nós estamos apenas no mundo material, mas agora nós começamos a ver que ele não é matéria, mas sim forças que nos dão a sensação de matéria e do seu movimento mecânico. Nós percebemos que o Criador é o único atributo que existe na natureza, o atributo de amor e doação.

Portanto, no grupo é necessário manter e elevar constantemente a gratidão, e a grandeza e singularidade do nosso trabalho. Assim, não basta elevar o espírito dos nossos amigos, o que também é importante, mas atrair a Luz Circundante (Ohr Makif), que atua em nós e corrige tudo.

Nós podemos até fazer um revezamento no grupo para que todos os dias várias pessoas se envolvam em louvar o Criador, o grupo, o estudo, etc., ou seja, tanto o objetivo como os meios para atingir o objetivo. Revezar-se era prática comum no século XVII no grupo do Ramchal e entre Cabalistas sérios.

Quando nós exaltamos artificialmente a doação e o amor – embora não seja perfeito e o trabalho espiritual nos esgote porque não é natural para nós e nem sempre nos parece que lidamos com ele – é especificamente nesses estados, se tentamos elogiá-los um pouco, que evocamos uma enorme Luz sobre nós, visto que ansiamos por ela artificialmente.

Nós devemos entender que é nesses estados, quando não nos sentimos felizes e não sentimos a grandeza dos amigos, da conexão entre nós e do objetivo da criação, quando nos sentimos cansados, distantes e isolados, tudo é orientação! Tudo é interferência! O estado espiritual é contínuo e eterno.

Se os estados em que nos encontramos estão mudando, isso só ocorre para elevarmos o nível ainda mais alto. Na verdade, nós temos que superar a nós mesmos artificialmente, pois, caso contrário, isso não é considerado trabalho. Todo o nosso trabalho é focado contra o ego, contra o que é revelado em nós a cada momento.

Mesmo se de repente eu estou num estado em que sorrio com os amigos, me sinto impressionado, e um sentimento de amor e unidade emerge entre nós, eu deveria entender que tudo é dado a mim pelo Alto, a fim de que eu suba ainda mais, porque este estado não é meu. Como um homem velho, eu deveria procurar: “Onde eu perdi alguma coisa? Onde posso encontrar um estado ainda mais elevado?” Eu não deveria denunciar o meu estado atual, mas sim buscar o último centavo que perdi aqui e ascender.

Isto significa que nós nunca recebemos certo estado de modo que devemos relaxar e aproveitar! Este é o egoísmo claro! A casca (Klipa) imediatamente começa a agir em nós e é muito difícil deixá-la mais tarde. Ela se acumula como escória, como material de resíduos, que temos que processar mais tarde, assim como poluímos a terra e os oceanos e depois temos que fazer algo sobre isso. Sem isso não vamos chegar à vida espiritual.

Neste sentido, é muito importante não desfrutar o que nos é dado num momento específico, mas sim encontrar prazer em nossos esforços! Nós devemos nos acostumar com isso.

Todos os nossos esforços, toda a nossa vida espiritual está acima da primeira restrição (Tzimzum Aleph) acima da Machsom (barreira). Restrição é um estado em que fazemos as nossas contas com o nosso ego e começamos a calcular apenas como sair de nós mesmos e encontrar prazer nisso.

Não é masoquismo, não é autoagressão e automutilação, mas sim aceitar uma subida egoísta com grandes esforços, mas esse esforço está incluído na Luz Superior. Eu espero que comecemos gradualmente a sentir isso agora. Vamos nos preparar para isso.

O Sofrimento Da Sociedade Pelos Olhos De Um Justo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 128: Tudo isso se refere a alguém que não se compadece com o público, e não lhe é permitido ver o conforto do público, pois ele não será capaz de sentenciá-los a uma escala de mérito e ver o seu consolo. Por isso, ele nunca vai alcançar o atributo do justo.

É impossível avançar sem simpatizar-se com o sofrimento da sociedade, pois cada passo deve ser perfeito. Portanto, não há escolha, exceto sentir o sofrimento da sociedade. Isso acontece em cada fase para alcançar o estado de um justo ou de um justo completo.

Nestes estados há muitos níveis. O vaso inteiro é dividido em várias partes, e cada uma delas deve atingir o nível de um justo e depois o grau de um justo completo. Portanto, as pessoas devem se preparar para esse desejo, a necessidade de preenchimento, que é o sofrimento. As pessoas aspiram à doação e unidade, mas são incapazes de alcançá-las e buscam maneiras de atrair a Luz que Reforma. Nós temos que sentir esses desejos desde o início.

Nós temos que observar a regra do amor ao próximo não só enquanto estamos construindo o  Templo, embora ele incorpore precisamente este vaso, a casa de santidade, mas também temos que considerar a entrega da Torá. A questão é: “Você está pronto para isso?” Não se trata se você é ou não “capaz de” fazê-lo neste momento, mas se está “pronto para ir atrás disso?” Se a resposta for “sim”, basta fazê-lo!

Isso significa que nós temos que sentir o sofrimento da sociedade porque temos que sentir os desejos de nossos próximos como o nosso. Mas há uma sutileza, já que não pegamos os desejos dos nossos próximos por comida, família, dinheiro, poder ou conhecimento diretamente. Ao contrário, nós devemos ter compaixão e sentir a dor dos outros como a nossa própria, pois é algo que lhes interessa em seu nível. Mas temos que decifrar seus estados a partir do nosso nível e entender que o motivo de sua aflição é uma deficiência da Luz que Reforma, a falta da presença da Luz Superior em seus desejos.

Seus desejos exigem correção e, portanto, eles experimentam vários problemas: doenças, problemas com filhos e família, e todos os tipos de problemas. A razão para todas essas tristezas é uma deficiência da Luz em geral. No nosso nível, nós somos capazes de entender esta situação e transferir as suas orações para o nosso apelo (MAN). Isso é o que significa ser imbuído do sofrimento do público.

A questão que surge é sobre como podemos penetrar seus desejos espirituais, se eles ainda não aspiram à espiritualidade, mas apenas anseiam satisfação material? Digamos que eu estou no 50º nível, mas o público em geral não representa o meu Partzuf inferior imediato, uma vez que ainda não alcançou o 49º nível. É possível que eu veja seus desejos no 49o nível?

O fato é que nós vemos os desejos do público em geral apenas a partir do nível que nos encontramos, visto que todos os níveis já existem. Tudo o que a pessoa pode fazer é sentir os desejos da sociedade que estão num mesmo nível. Isto significa que ela eleva os desejos da sociedade ao seu próprio nível. É por isso que até mesmo um justo completo pode ser impressionado pelo sofrimento do público num estado material, mesmo antes do período de preparação, antes de Lo Lishma. Afinal, o estado já existe no mundo espiritual.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 05/03/14

Saber É Provar

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, item 48: É percebido que os seus 613 órgãos são 613 Partzufim (plural para Partzuf), únicos em sua Luz, cada um à sua maneira.

Pergunta: Como partes de um todo podem ser diferentes em esplendor? O que significa “cada um à sua maneira”?

Resposta: Cada célula, molécula, átomo, e as suas partes têm um propósito e um trabalho próprio. Nós devemos revelar a natureza e a finalidade de cada pequeno detalhe da criação até a última “coisa trivial”. Em última análise, temos que chegar ao ponto original, “algo a partir do nada”, a origem do desejo, e, depois corrigi-lo no momento de sua origem.

Ao fazer isso, nós revogamos o “algo a partir do nada.”

Todos os desejos são únicos e interligados. No entanto, nós conhecemos a sua estrutura não indo fundo em suas peculiaridades como estamos acostumados em nossa sociedade determinista, que é fragmentada em partes individuais. Não, na espiritualidade nós vamos entender as coisas através de uma integração dinâmica de todas as suas partes. Lá, os desejos não são estranhos um ao outro. Cada um deles está sempre entrelaçado com o restante do todo (613 menos um).

Pergunta: De acordo com sua descrição, nós devemos ser verdadeiros gênios reais para…

Resposta: É dito: “Não é o sábio que aprende”. Nós começamos a conhecer o mundo através de “gostos, sabores” (Ta’amim). A fórmula química que descreve com precisão as propriedades de uma substância não nos diz nada sobre suas propriedades; entretanto, se nós sentimos a substância, entendemos imediatamente tudo sobre ela.

É por isso que o conhecimento na espiritualidade é provar. Você pode escrever um longo romance sobre algum sabor, mas eu ainda não consigo imaginá-lo. No entanto, se eu o provo, vou resolver imediatamente o problema e saber exatamente o que é. Basta saber o sabor, porque um sabor inclui e revela a origem da substância, as suas propriedades e nuances. Então, ao ler o nome apropriado de uma coisa que eu já provei, eu já sei do que se trata.

A realização espiritual não precisa de nada, exceto anulação perante o grupo, humildade do desejo de receber sobre o desejo de doar.

Pergunta: Então, quem são os que coletam os dados e como eles fazem isso?

Resposta: Uma forma completamente nova de HaVaYaH emerge num desejo, os quatro discernimentos da Luz direta. Não há nada além deles. Isso é o que realmente alcançamos. Todos os mundos, ações, partições e correções são incorporados à estrutura invariável e original de HaVaYaH.

A chave para a realização é a unidade dos amigos reforçada pela Luz. Só a unanimidade nos proporciona conhecimento e sabedoria. Depois de sairmos de um estado de desapego e voltarmos a montar as partes quebradas, nós penetramos na sua natureza, atingindo, assim, a realização.

Esta é a única razão pela qual a quebra ocorreu: fragmentos destacados formavam uma imagem despedaçada que é totalmente oposta à sua própria natureza. Ao reuni-los de volta, nós conhecemos formas inversas de unidade, e “remontamos” o Criador. No entanto, nós não remontamos Ele no sentido do preenchimento interno do vaso, mas sim, nós o fazemos externamente. No entanto, por causa deste processo nós O alcançamos.

Pergunta: Portanto, isso significa que a unificação influencia tudo no nível atômico deste mundo material. Pode realmente ser assim?

Resposta: O mundo que vemos atualmente é um retrato da nossa própria falha, como se tivéssemos radiografado e víssemos o resultado na tela. Nós vemos a nossa própria corrupção, as entranhas do nosso egoísmo que se esforça continuamente por mais autorealização.

É por isso que quando nós mudamos, o mundo inteiro também muda conosco. É dito: “. E eu vi um mundo de cabeça para baixo”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/02/14, Escritos do Baal HaSulam

Questão Proibida

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 67: Quando uma pessoa de Israel aumenta e dignifica a sua interioridade, que é Israel nessa pessoa, sobre a exterioridade, que são as nações do mundo nela, isto é , quando ela dedica a maior parte de seus esforços para melhorar e exaltar a própria interioridade, para beneficiar sua alma, e realizar os menores esforços, a mera necessidade, para sustentar as nações do mundo em si, ou seja, as necessidades corporais, como está escrito: (Avot , 1), “Torne a sua Torá permanente e seu trabalho temporário”, fazendo assim, a pessoa também faz os filhos de Israel se elevar na interioridade e exterioridade do mundo, e as nações do mundo, que são a externalidade, reconhecer e admitir o valor dos filhos de Israel.

Pergunta: Existe a interioridade e existe a exterioridade. É claro para mim. No entanto, eu não entendo o que significa preferir um em detrimento de outro.

Resposta: Existe uma alma e existe um corpo. Aqui “corpo” não é usado no sentido físico da palavra. No nível falante, o corpo é o desejo de receber. O que é um ser humano em primeiro lugar?

Não é um corpo físico. Mesmo um macaco tem mãos e um galo tem pernas. Os seres humanos ficam acima do nível animal porque têm a capacidade de alcançar o Criador. Mesmo que os seres humanos pertençam ao nível animal, eles ainda têm um potencial adicional: o desejo de procurar o Criador.

Nós somos “macacos estranhos” que têm horizontes ilimitados de desenvolvimento.

“O que você está procurando em nossa floresta”, questionam os macacos; “Você perdeu alguma coisa?”.

“Eu estou procurando meus irmãos. Eu quero encontrar o pai”.

“Aqui está o seu pai, você não vê?”.

“Não. Eu estou procurando a fonte da vida. Há algo faltando em minha vida. Eu quero saber por que eu vivo. Há algo além de bananas lá fora? É difícil para mim permanecer sem procurar”.

“Sem o que …?”

“Eu mesmo não sei ainda, mas tenho que encontrar um sentido na vida. Minha existência não tem gosto sem sabor”.

“Tente estas bananas maravilhosas!”

“Isso não vai funcionar! Eu ainda tenho um desejo que está além de ter apenas o sustento”.

Este desejo adicional é chamado de “o Homem” (Adão). Nossa busca interna aborda a aspiração de se tornar semelhante (Domeh) ao Criador, às Suas propriedades e natureza.

Um macaco começa a procurar sem ter qualquer pista sobre algo. Até agora, a procura está envolta em desenvolvimento egoísta.

O desenvolvimento é rigidamente orientado para ganhar mais dinheiro, ter mais sucesso e construir mais. Este processo já se arrasta por centenas de milhares de anos: houve a agricultura, depois emergiu a indústria, interações sociais complexas, inúmeras realizações humanas, e ainda assim o macaco nunca está completamente feliz ou satisfeito.

No emaranhado de desejos dos macacos, dentro se esconde uma corrida para sentir o Criador. Mas essa aspiração é desarticulada, implícita, como se escondida sob várias camadas de roupas, outros desejos. Novas terras inexploradas e continentes parecem tão atraentes para os macacos! Macacos se esforçam para explorar o mundo e suas leis: “O que há nos céus? O que há na profundidade da terra? O que está na mente dos nossos amigos e em seus corações?” Os macacos desenvolvem as ciências e tecnologias que representam marcos evolutivos na linguagem que eles entendem.

Em essência, no mais profundo de suas mentes, por trás de todos os esforços possíveis na ciência, na filosofia, e nas mais recentes tecnologias, os macacos aspiram à revelação da fonte da realidade.

Com o tempo, os macacos se tornam muito estranhos e começam a se chamar “seres humanos”. Essa situação continua até que um desejo, antes escondido, começa a se manifestar de forma mais vívida. Então, os macacos começam a procurar certos poderes naturais; eles se envolvem em misticismo e astrologia, começam a olhar para os sacramentos, percebendo “sinais” que estão ao redor e dentro deles. Eles atribuem propriedades misteriosas para várias coisas e fenômenos e criam inúmeras teorias. Como resultado, eles ainda não encontram nada.

No entanto, o desejo mais profundo dos macacos gradualmente emerge cada vez mais. De repente, no meio de milhares de macacos altamente desenvolvidos surge um com o nome de “Adão”. Não é por acaso que seus pais lhe deram este nome em particular. Este enorme desejo recém-criado finalmente revela a força superior que iniciou toda a realidade com tudo o que já existiu.

Este homem é chamado de “o primeiro homem” (Adam Ha-Rishon), uma vez que é o único que adquiriu uma aparência humana: semelhança com a força superior. Assim, ele revelou o Criador.

Ele foi seguido por muitos outros ao longo de vinte gerações antes de Abraão. Alguns deles conseguiram atingir o nível humano.

Consequentemente, uma sede de revelar a força superior é construída neste tipo de macaco. Até agora, o seu egoísmo só o acompanhava em direção a essa força. Eles estão tentando construir uma vida melhor e tentam vários remédios, visto que o seu apelo interno ainda está escondido.

Da mesma forma, eles “enganam” as nossas crianças para envolvê-las em atividades benéficas ao colocar coisas que são boas para elas em invólucros atrativos, para que elas gradualmente se movam na direção desejada. O mesmo se aplica aos macacos: eles se aproximam lentamente da questão sobre o propósito da vida impulsionados por inúmeros desafios, desapontamentos e provocações. É assim que acontece qualquer avanço.

Na antiga Babilônia, havia grandes discussões entre as pessoas. Elas não tinham ideia de como resolvê-las. A situação tornou-se tão aguda que elas começaram a gritar: “Queremos conhecer o nosso Rei!” Estes eram macacos racionais muito avançados, progressistas. Eles levaram centenas de milhares de anos antes de proclamar seu desejo de se “familiarizar” com a força superior. Eles não eram meros idólatras primitivos, eles construíram zigurates (antigos templos da Mesopotâmia). Com a sua torre alcançando o céu, em essência, eles estavam engajados em ações espirituais que trabalham com as forças da natureza, embora egoisticamente.

Em suma, este é o momento em que começou o desejo dos macacos de revelar a força superior. No entanto, eles não sabiam como alcançá-la. Eles tinham uma longa tendência milenar de progresso técnico e social atrás deles, de modo que decidiram continuar neste caminho, mas encontraram uma crise, uma vez que é impossível alcançar o Criador desta forma.

Nós temos que entender que eles viviam muito modestamente, tinham o suficiente para comer, e todos os seus esforços eram direcionados para a realização da força superior.

Na época da Babilônia, os macacos se aproximaram do estado humano a um certo grau. Algo mudou neles. Eles começaram a aspirar à fonte, à força superior.

Desde então, o desenvolvimento de uma nova metodologia de realização foi lançado. Esta metodologia revela a verdade para nós. Não importa se a verdade é agradável ou confortável. Eu não estou à procura de conforto, mas sim quero saber.

Nós só podemos continuar este caminho de realização adquirindo um grau ainda maior de egoísmo. Isso significa que temos que passar para a próxima etapa.

O egoísmo Babilônico “adicional” permitiu que uma pequena parte (cerca de cinco mil pessoas de três milhões) triunfasse, subisse acima do seu egoísmo, se tornasse Galgalta ve Eynaim e se juntasse aos grupo de Abraão. A maioria não foi capaz de lidar com o seu egoísmo e se esqueceu do propósito de sua vida, a “torre para o céu”, isto é, a busca da força superior. Eles caíram sob o peso do amor-próprio e se espalharam por todo o mundo e continuaram estabelecendo a sua existência material.

O egoísmo amplificado dividiu-se em duas partes: interno e externo. Esse processo continua até agora: uma pequena parte, a casa de Abraão, de Israel, se desenvolve e corrige, enquanto que a parte maior (AHP) só deve ganhar a vontade de se corrigir, mas é incapaz de fazê-lo por conta própria e é corrigida unicamente através de Galgalta ve Eynaim. Isso explica por que o mundo inteiro também tem que passar por uma grande crise e muitas decepções para que, no final, eles se conectem a Galgalta ve Eynaim e a apoiem.

Como o profeta Yeshayahu (Isaías) disse, as “nações do mundo” vão levar os “filhos de Israel” sobre os seus ombros para o Templo. Elas são capazes de fazê-lo, embora não sejam capazes de se corrigir por conta própria. Galgalta ve Eynaim é um ponto de transição entre AHP (as “nações do mundo”) e a força superior.

Assim, em conjunto, ambas as partes vão atingir a correção completa.

Por que os macacos preferem a interioridade à exterioridade? Eles se questionam sobre o sentido da vida: “Por que eu faço alguma coisa? Pra que eu vivo? Por que eu desenvolvo a indústria, ciências, cultura, educação e sistemas políticos? Por que eu descubro novas terras? Por que eu conquisto o cosmos?”.

Hoje em dia, pelo menos metade do mundo passa por vários estágios de disparidade. Um grande número de pessoas está tomando antidepressivos, drogas leves ou álcool. Estes são sinais de fraqueza e desamparo. Ninguém tem uma resposta para a questão mais profunda de sempre: “Por que eu estou aqui?”.

As pessoas não percebem isso, mas sentem o vazio e a devastação. Se elas forem privadas da televisão ou de outros tipos de meios de comunicação que as confundem ainda mais, se elas se libertarem de tudo o que são forçadamente “alimentadas” de manhã até a noite, o que lhes restará?

As pessoas são obrigadas a trabalhar duro, mas é desnecessário. Trabalhando duro, elas são propositadamente distraídas da grande questão evocada pela natureza. Hoje, esta questão torna-se muito perigosa. É como um jogo que pode acender um fogo em todo o mundo.

Ninguém quer ouvir esta questão. As pessoas têm medo da dor que carregam dentro. Quando uma pessoa se pergunta a cerca desta questão, toda a vida se transforma num grande espasmo doloroso. Quem quer isso? As pessoas estão tentando encontrar um pouco de alegria; elas não querem ficar submersas num desespero total.

As pessoas estão prontas para matar quando questões sobre o sentido da sua vida causam uma dor que não pode ser curada por qualquer medicação conhecida.

A humanidade faz tudo o que pode para evitar dores: turismo, moda, cinema, televisão, entretenimento; não há fim para as “alternativas”. Faça o que quiser, mas não desperte a angústia que não tem solução.

No entanto, a questão sobre o sentido da vida desperta independentemente de políticos ou outros profissionais que sabem como inverter esta questão de cabeça para baixo. Seus esforços não são bem sucedidos, uma vez que contradiz o propósito da criação.

No entanto, as pessoas precisam “cozinhar” e “amadurecer” internamente. Por todos os meios este processo depende da oportunidade de ter um amplo acesso à metodologia da correção que carrega um remédio pronto, uma bela vida saturada com uma sensação de eternidade e perfeição, bem como uma subida interminável para todos em vez de doenças ou o absurdo de nossa existência atual.

Por um lado, a metodologia da correção apresenta uma explicação clara da situação em que estamos neste momento. Ela explica por que essa situação aconteceu conosco e como corrigi-la. Por outro lado, ela fornece uma técnica forte e prática de correção que mostra resultados positivos imediatos.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 03/03/14, Escritos do Baal HaSulam