Egito Aos Olhos De Um Escravo E Aos Olhos De Um Homem Livre

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como uma pessoa pode contar os 400 anos (níveis) de sua permanência no exílio se o Egito está na escuridão total?

Resposta: É impossível contar isso, e é por isso que a fuga ocorre de repente, com pressa. A pessoa não sabe quando vai sair do exílio. Suponha que os 400 anos de exílio devam terminar hoje às 13h30min, mas você não pode saber disso. Você não percebe que, segundo a história, a fuga é súbita? Dizem-lhe apenas o que você deve levar consigo: os componentes que compõem o seu vaso espiritual, para que mais tarde você seja capaz de subir acima dele.

Segundo a história, depois que saímos do Egito, não deixamos nada para trás. Eu pego todo o ouro, todas as ovelhas e o gado, toda a propriedade, e deixo para trás um país vazio e destruído. Eu destruo o solo do país que uma vez floresceu grande e próspero, com belas cidades, e eu abandono.

Claro, abandono por uma vida melhor, e não há nada a perder. Não há razão para ficar no Egito, onde não há sequer água para beber, porque tudo se transformou em sangue, e tudo está morto.

É assim que a pessoa vê o mundo corporal que abandona. Na verdade, os belos palácios ainda estão lá, assim como todas as coisas boas, tudo está florescendo, mas, aos meus olhos, parece uma terra destruída na escuridão. Esta é a forma como isso é percebido em meus novos discernimentos que me obrigam a desrespeitar todo o luxo, a vê-lo como lixo e querer fugir dele.

No entanto, se eu olhasse para tudo através dos olhos de um escravo, eu veria a terra rica e acharia que não há necessidade de escapar. Afinal, a terra do Egito é cercada por um deserto.

Mas, de repente, eu decido que ficar lá é a pior coisa, e não há nada pior do que isso. Não é apenas um deserto, mas um lugar de terrível destruição e humildade. É tudo aos olhos de quem vê.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/04/12, TES