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Ciência: O Momento Da Verdade E As Limitações

Dr. Michael LaitmanPergunta: Que indicadores nos permitem saber que a humanidade começou a perceber a integralidade do mundo?

Resposta: A consciência de um mundo integral e interligado começou nos últimos anos. Os cientistas foram os primeiros a notar, e hoje a mídia fala sobre isso como algo natural e evidente. Acontece que a crise é realmente global, causada pelo egoísmo humano, e o mundo é de fato um sistema único.

E, quanto aos cientistas, eles já estão falando de um programa inerente à natureza e sobre diferentes dimensões da existência. Físicos quânticos falam disso em particular, e alguns deles não têm mais medo de declarar que a matéria, como nós a compreendíamos anteriormente, não existe na realidade, e que o mundo é construído sobre efeitos quânticos.

No início, nós descobrimos certas substâncias, depois os átomos, e acreditávamos que eles eram indivisíveis até revelarmos o mundo das partículas subatômicas. Agora mesmo essas partículas estão abrindo espaço para certa “nuvem” que se condensa numa imagem do mundo apenas sob o nosso olhar. Não há nem mesmo ondas; tudo é “borrado”. É um fato científico e nada pode ser feito sobre isso.

Como resultado, os cientistas estão falando de uma força unificada, que na nossa percepção surge como partículas, ondas e todos os tipos de forças individuais. Parece quase o mesmo que a seção sobre a percepção da realidade na sabedoria da Cabalá. Basicamente, a ciência tradicional quase atingiu o limite de suas capacidades, e é por isso que está num estado de crise. Simplesmente não há nada mais para desenvolver com a exceção do domínio militar, que tradicionalmente se banha na abundância.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 08/04/12, Escritos do Rabash

Fuja Da Imagem Egocêntrica Do Mundo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quais são os nossos primeiros passos da aproximação com o Criador, que é o objetivo da sabedoria da Cabalá?

Resposta: Na espiritualidade, a aproximação não é determinada pelo tempo ou espaço, ou por movimentos mecânicos, mas por alterações nas propriedades, na qualidade. Eu preciso desenvolver sensações adicionais dentro de mim, uma sensação totalmente nova chamada doação. Neste momento, eu percebo toda a criação somente na qualidade egoísta, buscando receber constantemente satisfação e desfrutar tudo o que é bom para mim, enquanto afasto tudo o que eu acho desagradável.

Eu vejo o mundo somente através destas categorias de bem e mal. É como um cão que percebe o mundo inteiro apenas por meio de cheiros e que pode distinguir uma coisa da outro apenas com base em como cheira. Ele não vê praticamente nada e recebe 99% de suas informações a partir de olfato. Da mesma forma, hoje, nós distinguimos tudo à nossa volta só em relação ao nosso desejo egoísta: preto e branco, cores diferentes, alto e baixo, distante e próximo, agradável e desagradável – milhares de propriedades diferentes que eu percebo neste mundo.

Eu nem sequer percebo que só faço julgamentos com base em quão bom ou ruim eu me sinto pessoalmente. Há uma grade dentro de mim que discerne todas as impressões, dependendo se me beneficiam ou prejudicam, e é assim que eu determino todas as cores, distâncias, tempos, movimentos, bem como vários objetos e seus comportamentos – eu distingo tudo conforme o princípio egoísta.

Eu não entendo isso, porque essa sensação egoísta é a única coisa que eu tenho, e não posso reconhecer a sua presença dentro de mim, pois nasci com ela. Tudo é percebido na grade do detector chamado “meu desejo de desfrutar”. Como na fotografia, que exige uma placa sensível à luz ou filme, dentro de nós há uma tela de que é sensível ao que nos traz benefício ou prejuízo.

De acordo com isso eu distingo várias formas e objetos, até mesmo coisas inanimadas: um copo de água sobre uma mesa, diferentes cores, pessoas, frio e calor, ou distâncias. Eu avalio tudo da perspectiva do que é melhor e que é pior para mim. Estas são as diferenças tão refinadas que me pintam as imagens deste mundo, que eu vejo na minha frente. Mas tudo isso só existe na percepção do desejo egoísta de desfrutar.

A fim de não depender dele totalmente, a sabedoria da Cabalá está nos levando para o desejo de doar. Dentro desse desejo eu começo a ver um “mundo invertido”, ou seja, eu vejo toda a realidade através dos olhos da doação, à medida que cada coisa é útil para a minha doação aos outros.

Está escrito: “O Criador fez um contra o outro”, e na revelação de ambos os paradigmas eu posso me elevar acima destes dois princípios de percepção. Graças a isso, é como se eu subisse acima de toda a criação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/04/12, Shamati # 190