O Vazio Interior É O Embrião Do Vaso Espiritual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 100: …O Zohar nos diz que não devemos sequer pensar que o Criador deseja permanecer na Providência da face oculta de Suas criações. Pelo contrário, é como uma pessoa que, deliberadamente, esconde-se, de modo que seu amigo irá procurar e encontrá-la. Da mesma forma, quando o Criador se comporta na ocultação da face com Suas criações, é somente porque Ele quer que as criaturas busquem a revelação de sua face e a encontrem.

Nós estamos falando apenas daqueles que recebem, isto é, as criaturas que têm sentimentos em relação ao Criador. Existe uma criatura: um corpo, cabeça, braços e pernas, tudo está em seu lugar. Mas ela é automaticamente chamada de “criatura?”. Não.

A criatura é o desejo de receber que sente o Criador, ou que sente uma deficiência nela. Por essa deficiência, eu posso ser chamado de “criatura” em relação a quem é o “Criador” para mim. Se eu não sinto essa deficiência pelo Criador, eu não posso ser chamado de criatura, porque eu não sinto que sou parte de algo ou de alguém, e eu permaneço no nível de desenvolvimento de uma “besta”.

A criatura, o homem, começa a busca de sua fonte, o Criador. Só então é que o vaso espiritual nasce nela, a deficiência e a necessidade de revelar o Criador. Até então, ela passa pelas fases de preparação, visto que ela ainda não alcançou a quarta fase do seu desejo.

Em geral, trata-se apenas da intensidade do desejo de receber, da sua “espessura” e do novo atributo que orienta a pessoa em sua busca pela fonte. Quando esse desejo nasce na pessoa, ela começa a sentir que está na ocultação. Assim, a ocultação é também palco da revelação: eu descobri dentro de mim que algo está oculto de mim, e não é trivial. Se tal “apetite” é evocado em nós, certa deficiência, se o vazio é revelado dentro de mim, a deficiência de alguma coisa, isso já é um embrião, um começo do futuro vaso. Seu desenvolvimento depende de meus esforços, mas o seu início, o fim da cadeia, é colocado em minhas mãos.

Portanto, nós devemos amar e respeitar a ocultação e não rejeitar ou desrespeitá-la. Nós devemos saber como trabalhar com ela. Este é o nosso ofício, pois a ocultação nos leva à revelação. Além disso, a revelação virá também para a pessoa de uma maneira oculta, se o Criador criar um véu para ela e, assim, a pessoa construí-lo por si mesma e descobrir o Criador nele.

O Criador mostra que está oculto: Ele coloca uma “partição”, uma “cortina”, entre eles, de modo que a pessoa sinta Sua presença na ocultação. Aqui a pessoa deve fazer os cálculos: isso está acontecendo porque eu estou no meu desejo egoísta. Se eu criar essa cortina agora, não sobre o meu reconhecimento, mas apenas sobre o meu ego, eu serei capaz de subir acima dessa “cortina”, acima da Masach (tela), e lá descobrirei o Criador.

Apenas o meu ego permanecerá na parte inferior que está abaixo da Masach, o desejo de receber a fim de receber. Quando eu construo tal Masach, como uma cortina acima do meu ego, eu desvendo o véu que oculta o Criador.

Assim, nós trabalhamos em ocultação e não a anulamos imediatamente. Todas as Masachim (telas) são ocultações: eu verifico o que eu deveria cobrir e o que eu deveria revelar e em que medida e de que maneira. Este é todo o meu trabalho.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/02/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot