Liberdade Dentro Da Imagem Estreita Da Vida Familiar

Dr. Michael LaitmanPergunta: Uma vez, uma mulher disse que sua liberdade é limitada por certas obrigações para com seus filhos, família, marido, casa, etc. Ela se sente mais livre dentro dessas obrigações. Mas, se tudo isso lhe fosse tirado, seu sentimento de liberdade desapareceria.

Resposta: Isso é verdade. Quando uma pessoa carece de limites estritos, é difícil para ela determinar onde a liberdade está, e ela simplesmente se sente perdida, porque a liberdade absoluta parece-lhe como uma absoluta falta de liberdade.

A liberdade, tal como qualquer outro sentimento, é definida entre o negativo e o positivo nela. Portanto, dentro de certos limites e a oportunidade de permanecer, agir e existir confortavelmente dentro deles, o que significa gerenciá-los, realizando quaisquer obrigações e desfrutar o seu alcance, isto é percebido como liberdade.

Mas, a questão é que quando nos tornamos parte integrante da nossa sociedade contra a nossa vontade, de acordo com o plano da natureza, somos incapazes de nos sentir aptos a criar o quadro correto, porque ele está sendo violado todo o tempo; por um lado nos tornamos mais interligados com os outros, e por outro lado, nós não sentimos que podemos fazer algo por conta própria dentro da nossa própria estrutura, porque dependemos de uma quantidade enorme de fatores externos.

É por isso que a única maneira de superar nossos limites é entrando no sistema integral, que dá a sensação de liberdade.

A natureza inevitavelmente nos empurra para nos sentir “encurralados” em um estado de necessidade, em uma luta constante pela sobrevivência dentro de nossa própria estrutura, em todos os lugares; em nossas famílias, no trabalho, em casa, na rua, em qualquer lugar afinal.

É aqui que temos que mostrar às pessoas que a liberdade só é adquirida pela correta interação com os outros: global e harmoniosamente.

Uma pessoa, especialmente uma mulher, importa-se apenas com os seus limites, seu conforto, dentro desses pequenos limites no nível animal e egoísta da existência. Quando ela tem um lar, uma família, filhos, responsabilidades, e ela é competente, capaz e equipada para proporcionar o bem-estar de toda sua pequena família, então, é claro, ela pode ter uma sensação completa de confiança, liberdade e realização.

Não é tão simples com uma pessoa moderna, mesmo uma mulher moderna. Ela aspira entrar nos negócios e se realizar. Mas, ainda assim, o determinante, a orientação básica do caráter feminino é dirigida à família, e para que as coisas estejam bem nela.

No entanto, vemos que as famílias estão quebradas. As últimas estatísticas são ameaçadoras! O número de divórcios e famílias com um só dos pais é maior do que 50%!

Aqui nós observamos uma tendência em empurrar a pessoa para fora do seu pequeno círculo familiar, onde ela se sente confortável apoiada por seus parentes, onde é suficiente para ela poder cuidar de sua casa e obter quaisquer necessidades para sua casa. Apesar de sua mente, o homem está sendo empurrado em direção a algo maior contra sua vontade.

Nós estamos amarrados com todos os outros. Nosso bem-estar interior depende de todo mundo. Assim, a educação integral é simplesmente necessária aqui para compensar a insegurança, os medos e a ausência de liberdade.

À medida que subimos ao próximo nível, adquirimos exatamente a liberdade, apesar do nosso atual princípio egoísta.

Quando eu me conecto com os outros, eu adquiro algo em comum com eles, desejos comuns e o entendimento comum de que, quando decidimos tudo juntos, interagindo uns com os outros, e não de outra maneira, é que eu me sinto livre.

Minha liberdade depende de mim. Ela não depende dos outros, porque todos os outros no grupo integral começam a parecer totalmente corrigidos para mim. Eles já estão no estado integral da garantia mútua, conexão, e eu só estou apenas começando a sentir que ainda preciso adicionar e me ajustar. Em geral, cada pessoa se sente assim em relação aos outros.

A pessoa adquire uma necessidade completamente nova para lutar constantemente por um bom relacionamento com todas as pessoas.

Este é um nível totalmente novo. Ainda é egoísta, mas ao mesmo tempo, é um nível diferente e desejável, onde eu sinto que me falta uma maior integração. É que, depois de entrar nele, realizando uma virada psicológica dentro de mim, como se puxasse o gatilho e mudasse para o oposto, eu, de repente, adquiro liberdade.

É como quando um feto nasce do ventre da mãe; ele fica com a cabeça para baixo e parece perder tudo o que tinha, após o que ele aparece num mundo novo: nós precisamos virar de cabeça para baixo, começar a entender o mundo de outra maneira, e então, nós nasceremos num novo mundo integral.

Da “Palestra Sobre Educação Integral” #9, 15/12/11