O Valor Da Experiência De Vida

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que há de único em ensinar a abordagem integral aos idosos?

Resposta: Eu acho que eles vão recebê-lo com grande compreensão, porque uma pessoa que já viveu uma vida inteira compreende até que ponto não é mestre de sua própria vida. É como se a vida passasse por cima dela, comandando-lhe, e não ela comandando a vida.

Pessoas dessa idade estão mais de acordo com o fato de que a natureza trabalha em nós, e agora, quando elas não têm muito mais tempo para entender, perceber, e possivelmente corrigir isso de alguma forma, elas são mais diligentes, sensíveis e compassivas.

Além disso, a enorme experiência de vida duramente conquistada dá a pessoa uma abordagem completamente diferente a que está sendo oferecida. Desde o início, a pessoa está aberta a aprender, tão naturalmente, que sua participação nos estudos é mais amigável. Nós estamos oferecendo à pessoa a possibilidade de alcançar a harmonia nesse curto espaço de tempo que ela tem.

Estas são pessoas que vivem e medem-se não em relação a algumas conquistas, mas em relação ao fim da vida. De modo geral, essa constante sensação inconsciente da pessoa determina todo seu comportamento.

E aqui é onde nós precisamos impregnar o ponto final de sua vida com alegria, realização e ascensão para um novo estado, que existe para além do fim da vida corporal. Devemos dar-lhes uma sensação semelhente a como se eles estivessem voando e prestes a bater em algo, e de repente, surgisse um motor que os transportasse acima do obstáculo. É justamente a sensação desta possibilidade que lhes dará força; depois, claro, será muito fácil para eles trabalharem em grupo.

Espero que estes grupos sejam uma séria ajuda para nós, porque, em princípio, quantos mais grupos deste tipo podermos criar, mais fácil será para nós incluir-nos em toda a humanidade.

A propósito, a longevidade inerente ao nosso tempo (a esperança de vida mais do que dobrou em relação aos séculos anteriores) significa um acúmulo de experiência de vida por um indivíduo. Em algum ponto, as pessoas viviam 30 ou 40 anos e morriam jovens, sem ganhar qualquer experiência na vida. Desde os tempos antigos até o século XVIII, uma pessoa vivia não mais de 35-40 anos. É difícil acreditar agora que houve certa vez um ciclo de vida tão curto. A pessoa praticamente não tinha tempo de conquistar algo na vida, envelhecia muito rapidamente, e morria. De alguma forma, tudo cessou muito abruptamente.

Precisamos tirar proveito do fato de que em nosso tempo, o ego em desenvolvimento nos oferece a oportunidade, de acordo com seu desenvolvimento, de simultanemanete viver e interiorizar a experiência e o ponto de vista que se desenvolve numa pessoa com a idade de sessenta anos ou mais. Hoje, os idosos formam a grande maioria da humanidade. Precisamos aproveitar esse grupo, que é simpático em relação à nossa metodologia e seus resultados, e através deles criar em toda a humanidade uma base  correta para a integração.

Portanto, sob nenhuma circunstância devemos passar por estes grupos sem os envolver, embora a nossa habitual atitude automática para com este segmento da população seja: “Nós vamos criar todas as condições necessárias para que eles não nos incomodem. Deixe-os sentar em algum lugar num banco e calmamente viver a sua vida”. Não, nós precisamos construir grupos muito poderosos deles, e eles vão disseminar entre seus filhos e netos este método, a sua utilidade, e a solução salvadora que ele oferece para a humanidade.

Pergunta: Sabemos por experiência que a maioria dos idosos realmente gosta de contar a história de sua vida. Devemos dar-lhes a oportunidade de compartilhar suas histórias?

Resposta: Só se isso nos ajuda na capacidade de um exemplo psicológico: O que você contou, o que você viu, o que você viveu. Naturalmente, os idosos adoram isso, mas suas histórias têm de ser acompanhadas por meio de investigação e análise: por que isso aconteceu, o que proporcionou, o que isso deveria ensinar-nos hoje, e assim por diante.

Os idosos passado o tempo em vários encontros é o seu próprio negócio, mas precisamos levar isso em consideração e ensinar-lhes como se relacionar com a experiência vivida da vida.

 Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 4, 13/12/11