Morte: A Taxa Para O Desenvolvimento Do Egoísmo

Dr. Michael LaitmanO puro desejo sem intelecto representa uma forma original que é derivada da raiz. Se o desejo se esforça apenas em se manter sem outros desejos, ele é chamado de “inanimado”. Ele não muda, mas sempre quer por todos os meios preservar totalmente a sua existência do jeito que ela é, e sempre resiste a qualquer tipo de modificação. É por isso que é chamado de “morto”.

Por um lado, é a força mais poderosa que mantém a matéria inanimada em sua forma e como é inanimada, é mais forte do que qualquer outra coisa. Por outro lado, tem um déficit, porque não se desenvolve por completo, nem cria qualquer forma avançada!

A planta não possui tanta força por auto-preservação como a matéria inanimada; ela é mais fraca. Mas tem uma adição: ela é capaz de mudar! Ela se desenvolve, altera e cresce. Por outro lado, ela ainda não pode permanecer eterna; é por isso que “adquire” vida e morte.

Não há escolha, há um preço pela oportunidade de continuar a se desenvolver. Se você não possui firmeza de pedra, mas sim permite-se mudar, você vai de ponta a ponta, da vida à morte, não há outra opção. Em outras palavras, o nosso desenvolvimento acontece à custa da imortalidade.

Para uma pedra sem vida, a vida e a morte são iguais. Para uma planta, a vida e a morte são diferentes já que as plantas podem sentir a vida. Esta é a raiz de qualquer sensação, prazer e aflição, um contra o outro.

Os animais estão muito mais longe da natureza inanimada; eles passam por mudanças dramáticas e experimentam um enorme crescimento. Eles adquirem um intelecto superior que acompanha seus desejos; por isso, durante o processo de desenvolvimento, os animais adquirem formas diversas. Naturalmente, os animais são sujeitos a uma série de influências externas e internas. Em comparação com o níveil inanimado e até mesmo o nível vegetal, os animais têm uma organização muito mais complexa. É claro, os animais sentem sua mortalidade muito fortemente como a diferença entre a vida e a morte.

A capacidade adicional de usar o intelecto para a análise constitui uma distinção entre os seres humanos e animais. Em oposição a um animal, a pessoa desenvolveu-se na medida em que reconhece o “tempo” em seu cérebro: passado, presente e futuro. As pessoas podem aproximar o tempo, incluindo-o no desejo. De repente, nós começamos a invejar alguém que viveu há mil anos atrás ou alguém que vai nascer daqui a 200 anos.

Nós observamos que no nível humano, o intelecto aumenta o desejo. O trabalho do intelecto sobre o desejo está diretamente relacionado à Luz; na verdade, é o único trabalho que nós fazemos. Quanto mais trabalhamos no esclarecimento e expansão dos nossos desejos, mais avançados nos consideramos em relação ao nosso passado, os estados subdesenvolvidos: os subníveis inanimado, vegetal, animal e falante dentro do nível humano.

Naturalmente, os seres humanos sentem a vida e a morte, a Luz e as trevas, ainda mais fortemente. Nós nos tornamos mais dependentes, delicados, sensíveis e restritos. Mas este é o pagamento pelo nosso desenvolvimento.

No momento em que o nosso desenvolvimento nos níveis simples (inanimado, vegetativo, animal e falante) está completo, nós nos aproximamos do nível do Criador, onde ganhamos novos sentidos, um tipo diferente de inteligência e uma força alternativa de desenvolvimento, todos os três componentes juntos, os quais não tínhamos antes.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 06/01/12, O Zohar