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Sábado À Noite

Dr. Michael Laitman“Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “O Condutor de Burro”, Item 81: “Meus Shabats”. Et (“de”, esta palavra só aparece no hebraico de “Meus Shabats”) passa a incluir a zona do Shabbat, dois mil côvados para cada lado. É por isso que ele acrescentou a palavra Et (Aleph-Tav). “Meus Shabats” está no plural, o Shabat superior e o Shabat inferior: os dois são incluídos e ocultados juntos.

O Shabat representa a correção completa (Gmar Tikun). Em relação ao tempo, todo o processo, quando estamos nos preparando para a correção completa, é chamado de “Sábado à noite”, e em referência à distância é chamado de “2000 côvados”.

Todos nós já entramos nesse período. Esta é a razão pela qual o mundo está experimentando todos esses acontecimentos dolorosos que nos obrigam a acelerar a nossa correção.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/01/11, “Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “O Condutor de Burro”

A Doação Nunca É Excessiva

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como é possível diferenciar um desejo verdadeiro de um desejo excessivo? Como posso saber que não estou pedindo por coisas excessivas?

Resposta: A doação nunca é excessiva. Ela é ilimitada, porque não havia nenhuma restrição na Luz de Hassadim. Peça o quanto quiser; não se limite. A maioria dos pedidos exorbitantes são gentis. Não há cálculo com a Luz de Hassadim.

O cálculo só começa quando você muda da Luz de Hassadim para a Luz de Hochma, da recepção.
Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/01/11, Escritos do Rabash

Quem É O Último Na Fila Para A Luz?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Hoje sou incapaz de pedir sequer pela minha própria correcção. Portanto, como posso pedir pelo mundo inteiro?

Resposta: Pedir para si mesmo ou para o mundo é a mesma coisa. Imagine que você não tem ar suficiente. Mas nós temos todos de respirar; portanto, se os outros não o têm, eu também não o tenho, e se há ar, será para todos. Não pode ser cortado.

É impossível pedir por uma correcção individual uma vez que a correcção é baseada precisamente na nossa unificação. Uma pessoa não pode pedir a Luz para si mesma porque a Luz é uma força universal de doação que existe entre nós. Se eu for um elemento de uma rede eléctrica, como posso pedir que a corrente passe apenas por mim? Ela não me pode atingir se não passar pela rede inteira.

Isto deve ajudar-nos a compreender a natureza do mundo global e integrado que começamos a sentir agora. Você não pode pedir nada para si; não ajudará. Se você continuar a tentar isolar-se, só irá atrair maiores golpes para si mesmo.

O seu apelo para si, o seu proteccionismo, “separatismo” apenas o ajudarão a perceber o seu mal. Você será forçado a admitir que você não está pedindo correctamente! E como pode este conhecimento ser passado para você sem ser através de golpes? Quanto mais você ora pelo seu próprio bem-estar, mais será golpeado até que aprenda que você não pode pedir apenas para si mesmo.

Você verá que não só não ajuda, mas também traz um resultado oposto. Em determinado ponto perceberá que a realização apenas pode ser colectiva. E se ninguém o recebe, então você não o receberá tampouco já que você é o último da fila para tal!

Perceba aquilo que o Criador lhe quer ensinar. E quanto antes o perceba, melhor. Afinal de contas, se Ele tem de usar um determinado número de golpes para lhe mostrar o seu lugar no fim desta cadeia, quanto tempo quererá você sofrer? É melhor que aprenda rápido para que possa viver em conformidade.

De certo, agora mesmo isso parece-lhe absolutamente irreal e indesejável. Mas por outro lado, não há escolha: Você terá de chegar à mesma conclusão de qualquer forma. Portanto, tente o que quer que possa enganar o seu egoísmo e corra à frente dos golpes pedindo pela correcção de tudo, pelo menos artificialmente.

Durante a aula, peçamos à Luz que venha e nos dê esta experiência, entendimento, direcção, uma aspiração mínima por este objectivo. Façamo-lo por razões pragmáticas pelo menos, de forma a evitar os golpes. Afinal de contas, cada um recebe a satisfação por último.

Da 3ª parte da Aula Diária de Cabala 23/1/2011, Talmud Eser Sefirot

Desfrute De Cada Momento Da Vida

Dr. Michael LaitmanSe a vida passa, e existem nela estados bons e maus, então toda a sabedoria repousa na nossa capacidade de desfrutar também os estados desagradáveis. Isto é o que chamamos de sabedoria da vida: como tratar o que é mau de forma que o vejamos tanto como a nossa atitude em relação a, a preparação para, ou parte de um estado bom.

De facto, é realmente assim, à semelhança de sentir fome antes de estar saciado ou cansado antes de ter o descanso desejado. Não pode ser de outra forma. Tem de haver “escuridão” antes do “alvorecer”, como está escrito: “E houve noite e houve manhã”.

Por exemplo, eu adoro o pensamento de que em breve vou de férias. Então, parte destas férias já as estou a sentir, agora mesmo, embora na realidade ainda não tenham começado para mim.

Então começo a pensar: “Preciso mesmo tirar férias? Ou, posso começar a desfrutá-la aqui e agora mais que quando elas começarem?”. E de facto, quando realmente vamos de férias, não desfrutamos tanto disso porque desfrutamos a antecipação, a suas preparação.

É isso que é a sabedoria da vida. Quando a usamos, vivemos sempre em belas ilusões e desfrutamos cada momento. Esta é uma abordagem autêntica, uma vez que não somos satisfeitos dentro do desejo. Tudo repousa acima dele.

Da Conversa com Rachel Laitman, antes de gravar um programa de TV 19/1/11

Um Amor Por Todos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se tudo que é exigido das criaturas é a preparação, que princípio ela traz ao nosso trabalho?

Resposta: Todo trabalho é feito pelo Criador, tudo vem de Cima, e nada depende dos Kelim (vasos, desejos), exceto a preparação cooperativa de sua atitude em relação ao Doador, o Criador. Todos existem junto com outras almas, com todos os outros seres criados e o Criador, a Fonte. Esta é a única maneira de nos prepararmos.

O princípio é muito simples. Temos que discuti-lo repetidamente, pensar nele, brincar com ele, de modo que nós o processemos cada vez melhor nos nossos desejos e pensamentos. O momento crucial aqui é usar o ambiente: nós nos esforçamos em estabelecer a interconexão, unir-nos como iguais. E tão logo revelamos mesmo que apenas uma gota desta conexão, seremos imediatamente capazes de estabelecer uma conexão com o Criador, o Doador. Este será o nosso primeiro passo espiritual.

Depois, tendo se ligado mais firme ainda, entraremos no segundo nível da conexão com o Criador. E assim por diante, em cada nova etapa: conforme a nossa ligação mútua construímos o Kli, o vaso, apto a receber a abundância do Criador. Em nossa interconexão, construímos  a intenção de doar a Ele.

Assim, conclui-se que a chave está no ambiente, no grupo, na adesão com a intenção mútua, de acordo com o princípio: “Israel, a Torá e o Criador são um”. “Israel” é as almas individuais, desejos, que apesar de seu egoísmo se esforçam para unir-se mutuamente e para se tornar iguais, unidos, como um homem com um coração, em garantia mútua, no amor ao próximo como a si mesmo. Assim, nós apresentamos o Doador com uma oportunidade de nos doar; nós levamos a Ele a nossa intenção: receber a fim de dar prazer a Ele.

Nós somos como primeiros irmãos de sangue, que se unem perante sua mãe. Ela não pode doar a cada um de nós separadamente, apenas para todos nós juntos. Seu amor é único por todos.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/01/11, Escritos do Rabash

Receber Para Doar

Dr. Michael LaitmanDeve haver sempre uma meta diante de nós: alcançar a adesão, a equivalência com o Criador. A adesão é a correspondência completa das qualidades, quando a força de doação age dentro de nós.

Nossa matéria, o desejo de prazer, não muda, enquanto que o método para empregá-la muda: o desejo de prazer deve ser usado para doar. E para conseguir isso, precisamos sentir os desejos dos outros. Só então descobrimos que ao receber estamos aptos a doar.

Uma ação espiritual parece muito estranha e não se parece com as ações materiais. Somente se revelamos entre nós uma conexão mútua, profunda e poderosa, descobrindo a adesão, a camaradagem, a garantia mútua, o amor e a reciprocidade, podemos interagir como engrenagens de um sistema unificado: ao receber o que o outro quer me dar, eu dou a ele.

Acontece que os seres criados apenas recebem, mas primeiro eles devem revelar que residem na doação mútua e expressá-la exatamente desta maneira. Como é que vamos conseguir isso?

O Criador, a força integral de doação, está presente entre e dentro de todos. Portanto, se nós nos anulamos juntos, começamos a desejar doar; então, ao receber um do outro, seremos realmente capazes de doar. Neste caso, ninguém recebe dos outros, mas todos recebem do Criador. No entanto, há uma condição para isso: quando nós recebemos Dele, temos que ser um.

Tal pode ser comparado a uma mãe que tem muitos filhos e quer dar amor a todos eles. Quando eles estão dispostos a manter a garantia mútua e unidade, a fim de amá-la de volta, quando estão prontos a receber o amor dela somente juntos, porque estão ligados uns com os outros, então eles a encantam, e ela fica feliz em dar amor a eles, enquanto eles estão felizes em receber os seus dons. Esse receber é considerado doação absoluta.

Obviamente, os seres criados não podem fazer nada além de se preparar, e deles não é esperado nada mais. Eles só precisam preparar o formato no qual irão receber a abundância do Criador. Eles não praticam a doação como tal, mas doam na intenção. Dispostos a receber de tal maneira, eles alegram o Doador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/01/11, Escritos do Rabash

Tornar-Se Consciente

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é o papel do ambiente no nosso trabalho contra a nossa natureza?

Resposta: O ambiente reforça a pessoa e lhe dá um lugar para se expressar, para fazer as ações necessárias. É um lugar onde ela recebe o apoio e a solidariedade, a Luz Circundante (Ohr Makif), e as impressões ao longo do caminho. O ambiente é tudo.

Ninguém recebe nada diretamente do Criador. Estamos interligados em um único sistema, onde todos têm seu lugar, como células de um corpo, e todos recebem alimentação a partir deste corpo comum. E a vida que flui através dele é a força comum de doação, o Criador.

Considere o nosso organismo, por exemplo. Ele contém três níveis de desenvolvimento: inanimado, vegetal, e animal. Ao mesmo tempo, com um funcionamento apropriado, que ultrapassa a sua própria existência, ele gera uma nova vida: desejos, pensamentos, paixões, sentimentos, realização e compreensão. O corpo vive, e isso permite uma tomada de consciência da vida que se manifesta sobre ele.

Tecnicamente, o organismo continua trabalhando quando eu perco a consciência. Mas eu não continuo sendo uma pessoa no sentido pleno da palavra; eu fico desconectado da vida humana.

Então, agora o nosso corpo comum age de uma forma ou de outra, é completo, mas a reciprocidade de suas partes só é percebida nos niveis inanimado, vegetal e animal . Este é o nosso mundo. Mas o nível humano, o grau de semelhança com o Criador está faltando; ele não é revelado. E nós precisamos desenvolvê-lo.

Nós só o descobrimos quando ativamos o nosso corpo com a finalidade de estabelecer uma conexão com a doação, a Luz, a consciência que referimos como o “Criador”. Nós precisamos ativar todas as nossas células, mas também devemos adicionar a intenção nelas: o propósito da vida.

Quando adicionamos uma intenção sobre a vida que agora vivemos, entramos no nível humano. Então, devido a esta preparação, o Criador se revela a este desejo, a essa intenção que foi adicionada. Ele se revela no desejo humano (Adão) dentro de nós.

O nível humano só se manifesta em nós sob a condição de que nos unamos, à medida que entendemos e percebemos que a razão de estarmos fazendo isso é o Criador. Queremos revelar o Criador, e Ele quer dotar-nos com a doação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/01/11, Escritos do Rabash