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Elevando O Mundo Inteiro

O propósito de tudo o que nós sentimos na nossa realidade, seja positivo ou negativo, é formar-nos ao longo da escada espiritual. Não há nada que possa ser criado para qualquer outro propósito ou exista por si só. Tudo neste mundo – milhares de objetos, ações ou forças à nossa volta – existe para um único propósito: o meu desenvolvimento espiritual. Eu incorporo, conscientemente ou não, tudo o que me rodeia e, portanto, evoluo.

Na verdade, se tudo veio do Mundo do Infinito até o nível do nosso mundo, onde este existe, aparentemente, sem estar conectado com um todo, então, como objetos e ações do nosso mundo não podem estar ligados por um propósito único do qual eles descem até nós? Como pode haver algo no nosso mundo que não tenha vindo do Mundo do Infinito? E se algo veio do Mundo do Infinito, isso significa que se originou da unidade que existia lá, e, posteriormente, descendo até aqui, tomou a forma da quebra, do distanciamento e isolamento.

Portanto, ao subir a escada espiritual, a pessoa tem que elevar toda a realidade, todos “Deste Mundo”, consigo. Diz-se que através da ascensão espiritual a pessoa eleva (corrige) os níveis inanimado, vegetal e animal da natureza junto com ela.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 6/9/10 , “E Jacó Saiu”

O Geral E O Particular

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós podemos conciliar a noção da Providência Privada e da oração individual da pessoa com a noção das leis espirituais gerais que cada pessoa deve cumprir?

Resposta: Você não entenderá isso até parar de se separar do sistema geral. O “particular” é um tipo de conexão entre você e o sistema de almas, o qual se origina fora do seu estado. Enquanto isso, o “geral” é a condição básica do grupo.

A pessoa nunca consegue receber algo para si. Com efeito, sozinha, ela não tem capacidade de receber a espiritualidade. A capacidade espiritual de uma pessoa existe fora dela. É no desejo dos outros que ela é capaz unir-se a si mesma com a ajuda da Luz Superior, como uma mãe que vive dentro dos desejos de seu filho.

Além dos desejos dos outros, cada um de nós tem apenas um “ponto”, sua raiz individual. O que você pode fazer com um ponto? Apenas conectá-lo a todas as outras partes de sua alma: os desejos dos outros.

Esta questão de conectar-se ao Kli geral é o que chamamos de Providência Privada. A noção de “eu” como indivíduo (um ponto) não existe na realidade! Este ponto sente a si mesmo somente no que diz respeito ao ambiente, seja de forma egoísta (nosso mundo) ou altruísta (o mundo espiritual). Sem o ambiente ele não consegue sentir nada, nem mesmo a si próprio.

Portanto, o nosso desenvolvimento refere-se exclusivamente ao ambiente, e a nossa liberdade de escolha está apenas na escolha de um ambiente melhor. Afinal, o meu ambiente atual será eu amanhã.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 5/9/10, “Qual É O Problema De Eu Fazer Um Pacto No Trabalho”

125 Degraus De União

Dr. Michael LaitmanComo nós podemos nos unir? Isso só é possível se a pessoa, com o seu desejo, existe no amigo e o amigo existe nela. Cada um deve absorver o desejo do outro e trabalhar com ele, e ao fazê-lo, eles se conectam. Visto que o desejo deles visa ao mesmo objetivo, através do seu trabalho mútuo eles criam uma força comum de aspiração para avançar. Esta força garante o seu progresso e é chamada de Arvut (garantia mútua).

A conexão ocorre quando eu participo do seu desejo e experimento-o como meu, e todos os meus desejos servem para satisfazê-lo. Além disso, já que o seu desejo é atingir a meta, descobre-se que eu conduzo você à ela, enquanto você me conduz. Assim, nossos desejos se unem em um objetivo comum. Portanto, está escrito: “Torne o seu desejo como o Dele, e Ele tonará o Dele o seu”.

Este é um critério para verificar a extensão da nossa conexão. A distância entre nós é de 125 degraus (níveis), 125 partes do meu desejo egoísta. Mas, aos poucos, corrigindo-o através de ações “para o seu benefício”, eu me aproximo de você no meu trabalho pela doação.

Isso se chama “amar ao próximo como a si mesmo”. Em outras palavras, eu emprego o seu desejo de anular o meu antes, e ao fazê-lo, eu corrijo o meu desejo. O meu desejo continua, mas como eu fui tão longe para alcançar você, eu tornei o meu desejo doador. Nada mudou; eu só acrescentei a intenção. E a distância entre nós desapareceu, porque eu a destruí com a minha intenção!

E o que este “outro” quer? Ele quer atingir a adesão com o Criador, assim como você. Assim, você precisa ajudá-lo em uma coisa: tornar-se um com o Criador (junto com você). Esta única intenção conecta todos nós como um só.

Portanto, nós dizemos que estamos todos num único barco, e ele vai em uma única direção. Quanto mais perto eu chegar de você, mais perto eu chego do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 3/09/10, Shamati # 50

União Das Almas = Equivalência Com O Criador

Dr. Michael LaitmanNós precisamos sentir a nossa oposição em relação à Luz e atingir o seu estado. Se nós não atraimos a Luz, nós sofremos, porque a sensação de sermos opostos ao Criador é amarga. Portanto, a fim de termos a oportunidade de nos desenvolver adequadamente, nós somos levados a um sistema chamado “grupo Cabalístico”. Ao invés de existir em um vazio e não saber como me desenvolver nas tentativas de me tornar semelhante ao Criador, eu me descubro em um grupo.

Eu posso trabalhar na união com o grupo, junto com outros que aspiram ao mesmo objetivo que eu. Em vez de focar em algo invisível, estando em um vazio, e não sabendo de onde vem o sofrimento ou o que está acontecendo, eu trabalho no sentido da união. E a nossa conexão resolve todos os problemas!

Como a união das almas pode ser substituída pela equivalência com o Criador? Originalmente, no Mundo do infinito, nós éramos uma única alma de Adão. Mais tarde, nós quebramos em várias partes, as almas individuais, e em vez do Mundo do Infinito nós começamos a sentir o nosso mundo (quebrado). Através da quebra, a Luz criou qualidades em nós que são opostas a ela, e a alma se tornou oposta à Luz.

No entanto, se nós corrigimos a quebra juntos e nos unimos novamente, a nossa ação se presta à revelação da Luz, tornando-se como ela. Em vez de nos igualarmos à Luz que está oculta, nós nos igualamos aos desejos que sentimos e compreendemos. Parece-nos como se estivéssemos sendo convocados, como bons filhos, para nos unir e anular o nosso egoísmo. Mas ao fazê-lo nós revelamos a Luz na união dos nossos desejos, pois este é o lugar onde a Luz se oculta: no interior dos Kelim quebrados.

Acontece que a oportunidade de trabalhar em grupo é a aplicação mais prática e real da Cabala. Nós realizamos ações que estão à nossa disposição, enquanto, em essência, revelamos a Luz que está além da quebra. Desta forma, nós purificamos o nosso contraste com a Luz, tornando-nos iguais a ela, e nos unimos. A Luz e o vaso se fundem num todo, e nós retornamos ao Mundo do Infinito.

Nós revelamos os 620 níveis ou degraus que nos separam uns dos outros e da Luz. Ao fazê-lo, nós descobrimos que somos opostos à Luz conforme os 620 degraus e, assim, compreendemos a Luz do Infinito 620 vezes melhor. Assim, nós revelamos a alma comum e toda a Luz que a preenche: o Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 3/09/10, Shamati # 50

Cabalistas Sobre Cabalistas, Parte 19

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre passagens dos grandes Cabalistas. Eu prometo respondê-las. Os comentários entre parênteses são meus.

Principais Fontes Cabalísticas: As Obras do ARI

E as mesmas palavras que foram ditas sobre o Rashbi devem ser ditas sobre o próprio ARI: que seus antecessores (mesmo sabendo mais do que o ARI) não receberam a permissão do Alto para divulgar as interpretações da sabedoria, e que lhe foi dada essa permissão. E também, não se dsitingue nisso qualquer grandeza ou insignificância, uma vez que é possível que a virtude de seus antecessores fosse muito maior do que a do Ari, mas eles não receberam permissão para isso. Por esta razão, eles evitaram escrever comentários que dizem respeito à sabedoria real, mas contentaram-se com alusões que não estavam de forma alguma ligadas umas às outra.

Por esta razão, desde que  os livros do ARI surgiram no mundo, todos os que estudam a sabedoria da Cabala abandonaram todos os livros do Ramak, e todos os principais e maiores (Cabalistas) que precederam o ARI, como é conhecido entre aqueles que se dedicam a esta sabedoria . Eles uniram as suas vidas espirituais exclusivamente aos escritos do ARI de uma maneira que os livros essenciais, considerados adequados às interpretações dessa sabedoria, são apenas O Livro do Zohar, os Tikkunim (Tikkunei Zohar) e, depois deles, os livros do ARI.

(Visto que o Baal HaSulam escreveu comentários completos sobre O Livro do Zohar e os livros do ARI, a nossa geração estuda ambas as fontes através de suas obras).
– Baal HaSulam, “Revelar Uma Porção, Cobrir Duas