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O Livro do Zohar Só Pode Ser Compreendido Através da União

laitman4Quando nós estudamos O Livro do Zohar, devemos lembrar que ele foi escrito por um grupo de Cabalistas e, portanto, só pode ser entendido também dentro de um grupo. Para entender este livro, nós primeiro temos que nos unir, encontrar as conexões entre nós e tentar revelar as conexões com a ajuda deste livro. Nós seremos capazes de revelar este livro apenas dentro da conexão entre nós.

Tudo o que O Livro do Zohar fala é entre almas, entre nós. Se nós desejarmos doar uns aos outros, esses desejos se tornarão nossas almas, e dentro deles, dentro da conexão entre as almas, revelaremos o Criador, a Luz que nos conecta.

O Livro do Zohar fala sobre como nós podemos revelar a Luz Superior: ela é revelada dentro da intenção de doação e amor. É por isso que a preparação para o estudo e o empenho no O Livro do Zohar é como se preparar para adquirir a qualidade de doação e amor, o pensamento de unidade, de garantia mútua, e o “amar ao próximo como a ti mesmo”. Nós estamos nos preparando para alcançar este estado, a fim de revelar a Luz de doação e amor. É isso que O Zohar nos ajudará a alcançar.

É exatamente essa a razão pela qual a Cabalá está sendo revelada na nossa época: a fim de ajudar a humanidade a atingir esta qualidade. Mas isso só acontecerá na medida em que percebermos que é necessário.

“E Eles Construíram uma Torre que Alcança os Céus”

laitman5O Zohar: E o Criador disse: “Agora o mundo todo tinha uma língua e uma fala comum”. E eles vieram do Oriente, desde os primórdios do mundo.

E eles descobriram como usar a sabedoria secreta das primeiras pessoas, da geração do dilúvio; assim eles não teriam que se submeter ao Criador. E eles construíram uma cidade e uma torre.

“Vinde, edifiquemos uma cidade, com uma torre que alcance os céus”. Eles decidiram agir de acordo com seu ego, para dominar todo o caminho até os céus. Isto é completamente oposto a elevar-se acima do ego para revelar o Criador e a vida no Mundo Superior.

Agora o mundo todo tinha uma língua e uma fala comum. Esta era a situação na Babilônia: Mesmo que eles fossem egoístas, o seu ego era tão pequeno e subdesenvolvido que eles viviam como um só povo, em completo entendimento, como se falassem uma só língua.

Como todos tinham um só coração e desejo, e falavam a língua sagrada (a língua da doação e do amor), eles eram capazes de realizar qualquer coisa que colocavam em sua mente. E não havia ninguém que pudesse detê-los.

Essas pessoas são opostas ao Criador e não querem nada com Ele. Porém, como elas estão ligadas por laços de amor, elas são invencíveis. Elas são como um bando de criminosos que são amigos leais que se preocupam um com o outro até o triste final. Sua conexão é leal e verdadeira, mas o seu objetivo é egoísta – construir uma cidade com uma torre.

Elas não usam a sua conexão para se tornarem semelhante ao Criador, ainda que a tenham criado sobre a qualidade de doação, o que a torna indestrutível! É em relação à isso que o Criador expressa desgosto.

Esta conexão é semelhante e oposta a Ele, e é exatamente por isso que as pessoas deviam atingí-la. É para rasgá-la em pedaços e depois recriá-la novamente, mas desta vez à Sua semelhança.

É muito parecida com a situação do mundo atual. É como se nós decidíssemos agora acabar com a crise e rejeitar todos os nossos interesses egoístas, estabelecendo uma conexão entre todas as nações, mas faríamos isso sem pensar no Criador ou no objetivo da criação. Assim, nós retornaríamos ao estado da Antiga Babilônia. Hoje, nós estamos descobrindo que o mundo é global, que todos estão interligados, e que devemos tratar bem uns aos outros, para que não nos destruamos. No entanto, se começarmos a estabelecer boas relações entre nós, sem pensar em como nos conectarmos com a Força Superior e sem o objetivo de alcançarmos a meta da criação (revelar o Criador), isso nos levaria à auto-destruição, assim como aconteceu na Antiga Babilônia.

O Criador nos destruiria, como fez na Babilônia, quando misturou as línguas (ou seja, quando o egoísmo surgiu entre as pessoas) e as pessoas deixaram de se entender umas com as outras. Isso aconteceria para nos fazer entender que nossas conexões requerem um outro componente – o Criador. Só Ele pode nos unir com uma conexão verdadeira, e permitir que sintamos a vida no Nível Superior: uma vida perfeita e eterna.

(Da Lição sobre O Livro do Zohar, Capítulo “Noah”)

O Livro do Zohar é um Bilhete Para o Mundo Espiritual

laitman6É do conhecimento comum que O Livro do Zohar é único. A razão para isto é que ele é o único livro com o poder de levar os seres humanos para o mundo espiritual. Esta missão sem paralelo é que tornou este livro famoso, e fez a humanidade ter uma relação especial com ele.

A Natureza prepara uma entrada muito peculiar neste mundo para nós; nós nascemos sem nenhum conhecimento, e nada é explicado para nós antes do tempo. Uma criança não herda um intelecto, os sentidos ou as memórias de seus pais ou das gerações anteriores. A pessoa nasce como uma concha vazia, e depois começa a sentir este mundo como calor, frio, luz, escuridão, som e silêncio.

No início, o bebê não sente nada. Porém, aos poucos, ele começa a reagir ao som e luz; mais tarde, ele reconhece sua mãe e observa as ações que estão sendo feitas para ele. Em resposta, o bebê ri ou chora, e aos poucos começa a explorar o mundo e quer descobrir o que está acontecendo ao seu redor. Ele começa a se identificar com seu corpo e é assim que ele cresce.

Comparado a isso, é surpreendente que os animais recém-nascidos (bebês) conheçam tudo e aprendam a sobreviver de forma independente em poucos dias, ao passo que o bebê humano permanece totalmente desamparado sem o atendimento dos adultos, por um longo tempo. Se nós deixarmos um bebê humano no mato, ele cresceria como os animais que o cercam.

O desenvolvimento de um bebê humano é baseado unicamente nas impressões, exemplos e modelos de comportamento deste mundo, que ele recebe dos adultos. As pessoas criaram música para crianças, brinquedos, parques infantis e jogos projetados para ensinar as crianças a quebrar as coisas, juntá-las e distinguir as cores e os sons. O objetivo destes jogos é preparar a criança para viver em nosso mundo.

Os pais de uma criança e as pessoas ao seu redor estão prontos a dar tudo o que for necessário para a criança crescer em conformidade com as normas de sua geração e o mundo que ela vive. Nossos instintos nos levam a transferir o nosso conhecimento para uma criança, visto que de outra forma ela não estaria pronta para a vida em nosso mundo.

Este tipo de educação é natural e não pode ser alterado. Nós somos incapazes de alimentar um ser humano com informação, conectando-o diretamente a um computador que irá transferir um conhecimento enciclopédico a ele. Nós não podemos simplesmente “instalar” uma educação apropriada, a fim de desenvolver os sentimentos e as reações de uma criança. Nós só podemos fazer isso gradualmente, à medida que ela molda sua personalidade, adquirindo e acumulando impressões.

Esse processo leva pelo menos 20 anos na vida de um ser humano. E quando nos tornamos adultos, continuamos a aprender e a nos desenvolver, e muitas vezes acabamos lamentando que não adquirimos mais conhecimentos antes nas nossas vidas.

O nosso nascimento e desenvolvimento no mundo espiritual envolve processos similares, mas a diferença é que nós também continuamos a existir no mundo material, uma espécie de inconveniência. Assim como no mundo físico, o crescimento no reino espiritual exige pais, ambiente, brinquedos, educação, uma criação adequada e explicações. Se nós não obtivermos os exemplos corretos, não estaremos prontos para viver no mundo espiritual, e, portanto, ele não se revelará para nós. Mesmo que isso acontecesse, nós não seríamos capazes de reconhecê-lo.

O Baal HaSulam escreve o seguinte no artigo “Corpo e Alma”: “Um ser humano não pode viver em nosso mundo sem ter conhecimento dele; da mesma forma, a sua alma é incapaz de viver no mundo superior sem ter conhecimento dele. Além disso, o conhecimento sobre o Mundo Superior realmente serve como uma forma de sentir a vida nele. ”

Se uma criança fosse deixada em seu berço, sem qualquer atenção imediata, e somente suas necessidades físicas fossem satisfeitas, ela não seria nada mais do que um corpo vivo respirando. Nós somos incapazes de nos desenvolvermos, a menos que recebamos novas e diversas impressões de forma regular. Não importa que nós não entendamos o significado por trás de muitas dessas impressões, assim como uma criança não entende muito o que acontece com ela. Independentemente disso, nós ainda somos preenchidos por essas impressões e as utilizamos para crescer. A mesma coisa acontece no mundo espiritual: nós precisamos nos preencher com diversas impressões que se originam do mundo espiritual, e que não existem no nosso mundo.

É exatamente assim que O Livro do Zohar nos influencia, e a razão pela qual este livro é tão especial. Quando uma pessoa lê ou ouve este livro, ela começa a transferir para si as impressões do mundo desconhecido e superior. Não importa se nós compreendemos ou não o significado do seu conteúdo; nós ainda somos preenchidos por essas impressões. Não há outro livro que tenha tal impacto.

Gradualmente, à medida que nós avançamos no estudo do O Livro do Zohar, nós começamos a receber e a acumular impressões do mundo espiritual. Quando essas impressões entram em nosso ser, elas aceleram o nosso desenvolvimento no mundo espiritual, mesmo termos consciência de que está ocorrendo este crescimento.

Quando nós lermos O Livro do Zohar em nossas aulas, eu darei explicações do texto, a fim de ajudar a pessoa a se conectar com seu conteúdo. No entanto, a pessoa pode ler O Livro do Zohar sem qualquer explicação. Tudo que nós precisamos é um desejo de entender e de se conectar com o texto, da mesma forma que uma criança com olhos arregalados explora o mundo ao seu redor e não consegue ficar parada por um minuto por causa de sua tendência natural para aprender e absorver tudo ao seu redor. Se abrirmos os nossos sentimentos, o coração e o intelecto para absorvermos o que sai deste livro, como uma criança que absorve tudo neste mundo, avançaremos na espiritualidade.

Pouco importa se a pessoa tem uma mente brilhante ou se ela tem dificuldade de aprendizagem, se é preguiçosa ou trabalhadora, racional ou emocional; todos desenvolverão a sua própria maneira, a que for melhor para eles.

A Verdadeira Conexão com o Criador

Uma pergunta que recebi: Será que um Cabalista pode se tornar religioso, uma vez que ele revela o Criador?

Minha Resposta: Um Cabalista está preocupado apenas com uma coisa: como atingir a conexão com o Criador. O restante se desenvolve dependendo disso. Tudo que está acontecendo agora com você, ocorre em seu desejo não corrigido. Sua atitude em relação ao mundo, em relação a você mesmo e o Criador, está completamente errada. Então, como você pode ter uma atitude correta em relação a Ele?

Se você se corrigir, então não importa como será a sua conexão com o Criador. A coisa mais importante é que ela seja real e verdadeira, e é isso que o Criador espera de nós.

Portanto, nós não perguntamos como serão as nossas religiões no futuro, ou como as pessoas se comportarão, como serão suas vidas, e se esse mundo existirá. A coisa mais importante é que essa seja a verdade.

Se eu não estou corrigido agora, então tudo que eu sinto, vejo, penso e entendo é incorreto, tanto em minha mente quanto em meu coração. Portanto, nada disso permanecerá no futuro; todas as coisas quebradas serão substituídas por outras corrigidas.

Então, como será a vida? Eu não sei, e eu não consigo imaginar isso dentro das minhas qualidades corrompidas. Eu só posso lhe dizer que tudo se transformará em seu oposto, como está escrito: “Vi um mundo invertido!”. Você só tem que estar pronto para as mudanças que a Luz Superior realizará em nós.

Todas as Diferentes Religiões são Reflexo da Nossa Desunião

Todas as crenças que ultrapassam os limites das crenças mais primitivas sobre as forças da natureza, chegaram até nós a partir da ciência Cabalística. A ciência Cabalística se originou da revelação da Força Superior por Abraão, que reconheceu a relação entre o Criador e todos os níveis do desejo.

No nível mais inferior do desejo, isso se expressa como os “presentes” que Abraão deu aos filhos de suas concubinas, os quais ele enviou ao Oriente. Esta é a origem das religiões orientais, que estão muito próximas da natureza e do corpo do homem.

Um método diferente opera no 4º nível do desejo, o mais elevado e egoísta. Este é o método que Abraão ensinou ao seu grupo de alunos, que mais tarde se transformou na nação de Israel (Isra-el significa “direto ao Criador”). Quando seus alunos (a nação de Israel) caíram do seu nível espiritual de doação e amor ao próximo, para o nível do egoísmo e do ódio mútuo (conhecido como a queda do Segundo Templo), então, a fim de substituir a Cabalá – “A vida com o Criador”, as pessoas propuseram a religião Judáica (Judaísmo), que é a vida sem a sensação do Criador.

Quando o desejo das pessoas foi corrigido e usado para a doação e o amor, as pessoas sentiram o Criador e a Vida Superior dentro desse desejo. Mas quando esse mesmo desejo caiu da doação para a recepção, para a intenção egoísta “para mim”, as pessoas começaram a sentir apenas este mundo. Isto é, quando a Cabalá (sensação, realização e revelação) foi trocada pela religião (fé, misticismo e tradição).

Portanto, a religião Judaica é uma marca (impressão) da ciência Cabalística e do desejo de doar, dentro do desejo de receber quebrado (a quarta camada de desejo). As centelhas desta quebra caíram em outras camadas de desejo; é assim que a terceira camada formou o Cristianismo e a segunda o Islamismo. Estas religiões foram criadas de acordo com a forma como as pessoas compreenderam a marca da Cabalá em seu desejo egoísta. Isso também esclarece que, segundo o plano do Criador, a humanidade deve atravessar essas fases de desenvolvimento egoísta, a fim de realizar a sua oposição ao Criador, seguindo o princípio: “O valor da Luz vem da escuridão”.

Todas as religiões, crenças e credos (que somam cerca de 3800 em todo o mundo) vêm dos diferentes modos de se imaginar o Criador dentro do desejo egoísta, em todas as suas formas. É por isso que existem tantas abordagens religiosas diferentes no mundo, e nenhuma delas se entendem entre si. Porque todas vêm da divisão da Cabalá em diferentes religiões – a mudança da sensação de unidade para a sensação de desunião.

No passado, a quebra do Nível Superior (a queda do Segundo Templo) revelou as relações sociais egoístas, a atitude egoísta do desejo comum em relação ao Criador, o que fez com que surgissem todas as religiões e crenças. Entretanto, se nós, aqueles que têm o ponto no coração, corrigíssemos agora a conexão entre nós nesse nível superior, seríamos capazes de corrigir todas as religiões e crenças. Então, tudo passará a integrar a unidade com o Criador.

A Única Coisa que O Nosso Mundo Precisa

A única coisa que o nosso mundo precisa é a revelação do Criador. Então, ele se transformará no mundo espiritual, e todas as forças do mundo espiritual apontarão somente para uma coisa – o seu Mestre.

Mesmo no nosso mundo, a luz e as trevas, bem como todos seus matizes e quaisquer outras imagens que vemos – tudo depende e vem do sol. Sem o sol, não haveria nada além de trevas.

O mesmo é verdadeiro para o mundo espiritual. Basicamente, a pessoa revela apenas uma coisa além deste mundo – a Força Superior, “Não há nada além Dele”. Mas essa força nos mostra todos os tipos de imagens e as qualidades do Mundo Superior.

O que nós revelamos não é a verdadeira Força Superior, mas a manifestação e o governo dela sobre a rede que une todas as almas. É por isso que nós nunca falamos da essência do Criador, apenas do Seu atributo (qualidade) de doação.

No entanto, um doador deve ter alguém para dar; Ele deve estar num local onde a Sua doação possa ser revelada. Ele não pode Se revelar, mas somente as suas ações em relação a alguém. Portanto, o Criador só pode ser revelado onde Ele age e governa – na matéria, o desejo que Ele criou, que são as almas que estão conectadas umas às outras. E quanto mais forte a sua ligação, maior é a revelação do Criador.

Ele criou a nossa matéria e reside dentro dela. De nossa parte, nós somos levados a um grupo Cabalístico onde devemos revelar a unidade. Uma vez revelada essa unidade, nós revelaremos dentro dela o Criador, a força que nos une.

Não há mais nada para nós revelarmos. Nós nunca podemos alcançar a força em si, mas apenas as suas manifestações – a matéria e a forma de doação que ela assume. É semelhante à forma como em nosso mundo nós só atingimos a matéria – o desejo de desfrutar e a forma que ele assume.

A Realização Espiritual Nunca é Perdida

Uma pergunta que recebi: Se a pessoa começa a estudar a sabedoria Cabalística, consegue alcançar a espiritualidade, e depois morre alguns anos mais tarde, ela deve voltar a este mundo e sofrer novamente para fazer a mesma pergunta: “Qual é o sentido da minha vida?”. Então, ela deve começar a fazer o mesmo trabalho novamente, a fim de passar a Machsom e partir daí começar a avançar?

Minha Resposta: Bem, diga-me você: cada vez que uma pessoa tem que passar por uma nova experiência de aprendizagem na vida, ela também não tem que “morrer” e “retornar”, a fim de perguntar: “Qual é o sentido da minha vida?”. De fato, antes de dar qualquer passo na vida, a pessoa tem de se perguntar: “Qual é o sentido da minha vida? O que eu estou fazendo aqui, por que e como?”.

Se a pessoa realiza uma ação verdadeiramente espiritual, ela deve sempre começar do zero, como se ela morresse. A este respeito, não faz diferença se o seu corpo físico está vivo ou não. A morte do corpo físico indica que a pessoa deve substituir o menor grau do seu desejo de desfrutar, na medida em que nos faça sentir o nosso corpo material e este mundo material.

No nível mais inferior do desejo comum criado, a pessoa percebe o seu Partzuf como o corpo material, e percebe esse nível como este mundo. Este nível nunca muda, sendo necessário acompanhar a pessoa durante todo o seu processo de correção, até a correção total.
Além do nível material, a pessoa também percebe os níveis espirituais como se ela os subisse. Porém, de vez em quando, ela deve substituir o nível mais inferior (o corpo físico), o que significa que ela deve morrer e renascer.

No entanto, substituir o nível mais inferior não significa que ela deve reiniciar o seu caminho espiritual de novo. Significa que desta vez ela percorrerá este caminho com maior facilidade. Afinal, a realização espiritual de uma pessoa nunca desaparece. No próximo ciclo de vida, ela encontrará facilmente um professor e um grupo, atingirá rapidamente tudo o que já atravessara antes, e continuará avançando. No entanto, para atingir um novo nível e uma nova realidade, ela terá que passar por certo processo de adaptação.

A Sabedoria De Unir Tudo Dentro De Uma Raíz

Está escrito: “O Criador criou o homem para ser franco, mas as pessoas vieram acima com muitos cálculos.” Parece que o mundo é tão grande e multifacetado, mas isso é só porque não podemos unir tudo dentro de uma raiz e nós ” redispersos entre vários desejos. Fazemos muitos cálculos e ao mesmo tempo procuramos coisas diferentes que podem nos ajudar a ganhar poder e obter prazer.

Entanto, quando começamos a concentrar tudo isso dentro de uma raiz, que é dar a Ele, chegamos a um princípio simples. Começamos a nos concentrar em um objetivo só, que é o de “Revelar a única que doa.”

Esta revelação  ocorre pelo princípio de similaridade, onde uma pessoa tem que construir um sistema interno fazendo que todos os seus desejos e pensamentos sigam um princípio simples : “Não há nada, mas doação”! Achando a qualidade da doação dentro de si significa revelar o Criador. O problema reside no fato que é impossível abandonar os numerosos cálculos e aspirar a este único princípio, o único que doa.

Entanto, como uma conseqüência dos nossos esforços, a pessoa começa a entender que todos os obstáculos são destinados a ajudá-la. Eles surgem apenas para que, através deles, uma pessoa dirija-se ao verdadeiro objetivo.

As Interferências Quem Vêm No Nosso Caminho São Ajudas Que Vem De Cima

Se buscamos a revelação do mundo espiritual no lugar certo – na ligação que construímos entre nós, e é este o lugar onde queremos revelar o Criador, então vamos exigir essa conexão e isso será revelado para nós. Por outro lado, se não incidir sobre este objetivo sozinho, então estamos engajados em uma infinidade de cálculos, e assim vamos avançar em todas as direções possíveis, exceto no sentido da verdade.

Mas há um problema: Mesmo quando alguém tenta prender-se apenas nesta direção, interferências diversas começam a aparecer, atirando-o fora da meta  e tentando distraí-lo com outros objetivos. Isto acontece, a fim de mostrar as áreas onde há falta de precisão e sensibilidade para manter o objetivo correto. As interferências trabalham constantemente para aumentar a sua sensibilidade, ajudando você a ser dirigido, mais precisamente em direção ao ponto certo, em vez de apenas “para o céu.”

Todos os diferentes cálculos que fazemos são desejos egoístas do mundo, como, por dinheiro, honra, poder e conhecimento. Essas são as várias interferências que constantemente chegam até nós, e devemos  esforçar-nos  para não perder de vista o objetivo por trás de todos eles. Devemos tentar trazer a meta para fora do nevoeiro e da loucura dos sentimentos. Nós, então, vemos que essa confusão toda foi criada para nosso próprio benefício.

Nosso egoísmo é uma ajuda contra “nós” – contra o nosso eu egoísta. Portanto, quando nós mudamos e adquirimos a qualidade de doação, as interferências desaparecerão. Durante o período em que a espiritualidade estiver escondida, não há nenhuma outra força para nos ajudar além de egoísmo, que nos direciona para a meta (o Criador) através de interferências.

Aprendendo A Aprender De Um Professor De Cabala

É impossível receber espiritualidade (ou seja, adquirir a qualidade de doação que é similar ao Criador) somente estudando os livros por conta própria. Você precisa de um professor ao vivo, pois só ele pode ligar o seu nível atual com o nível espiritual. O professor tem que servir de nível intermediário entre você e o Criador. Por conta própria, você nunca será capaz de “saltar” para o nível do Criador. Seu professor é o grau intermediário entre você e o mundo espiritual. Ele é capaz de fazer isso porque ele existe em ambos os mundos ao mesmo tempo.

O Ari e Baal HaSulam tanto escreveram que estados intermediários são os meios para deslocar para Cima. Por exemplo, ver a parte 3 do Talmud Eser Sefirot, a ” Reflexão Interior”.

Mesmo que um estudante pudesse subir ao primeiro nível espiritual por sí próprio, ainda assim levaria muito tempo para aprender sobre o Mundo Superior sem a ajuda de um professor, e então ele não teria tempo suficiente para corrigir a si mesmo. Assim como neste mundo, primeiro você tem que crescer cerca de 20 anos, e só aí você pode começar a viver por conta própria. Mas se você não passar os primeiros “20 anos” de sua “vida” ao lado de um professor, então você é como uma criança que nunca recebeu uma educação ou ensino, e que cresceu sem qualquer apoio dos adultos.

É por isso que uma pessoa deve ouvir o que o professor lhe diz e fazer todos os esforços possíveis para realizar os conselhos do professor. O aluno deve aceitar este conselho acima do seu próprio desejo egoísta. Não seja como uma criança que se recusa a abrir a boca e aceitar a comida, pois o que o professor vai ser capaz de lhe dar ao contrário?