Textos na Categoria 'Equivalência com o Criador'

Tudo Sobre A Revelação Do Amor

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que só a sabedoria da Cabalá tem uma resposta sobre o sentido da vida?

Resposta: Nós procuramos respostas de forma clara e científica e não acreditamos no que alguém escreveu em alguns livros. Eu tenho que alcançar a resposta por mim mesmo. A sabedoria da Cabalá é baseada no na realização exata, como se diz, “um juiz só tem o que seus olhos podem ver”. A realização é o entendimento mais claro que uma pessoa pode ter. Essa é a maneira que deve ser.

Portanto, quando nos envolvemos com o método Cabalístico, adquirimos ferramentas de investigação científica e descobrimos tudo até não temos dúvidas. É através da sabedoria da Cabalá que eu descubro as ferramentas, as oportunidades e os atributos dentro de mim, com os quais posso revelar o Criador, a rede que conecta toda a criação e o mundo superior.

Eu vivo em dois mundos. Meu corpo vive neste mundo e, ao mesmo tempo, eu sinto a realidade superior. Mas só eu a sinto, uma vez que apenas eu a atinjo. Quem quiser sentir a mesma coisa tem que passar pelo mesmo caminho de estudo e exercícios, e assim irá gradualmente atingir a revelação da realidade superior.

Pergunta: Você sempre fala sobre a revelação, a revelação da força que envolve tudo, a força única que opera na natureza. Será que isso significa que há algo que existe agora, mas eu simplesmente não o sinto? O que significa revelar?

Resposta: Há muitos fenômenos que você não conhece nem detecta. Você percebe ou recebe ondas de rádio? Não. Há muitos fenômenos que ocorrem em torno de nós, mas nós não os percebemos ou recebemos. Nós simplesmente temos construído diferentes instrumentos com os quais podemos detectar tais fenômenos. Mas, de acordo com a sabedoria da Cabalá, não podemos construir dispositivos externos. Nós somos os únicos que têm que mudar internamente; porque a nossa percepção, nossa mente e nossos sentimentos são limitados, nós temos que expandi-los. Como nós temos que descobrir a força geral da natureza que se chama Criador, que significa Bo-re, (venha e veja), nós temos que atingir o estado em que vamos vê-Lo, ou seja, revelá-Lo e chegar à realização.

Pergunta: O que eu tenho que fazer quando alcanço a revelação da realidade superior?

Resposta: A revelação em si obriga você, assim como qualquer revelação neste mundo que obriga você a se comportar de maneira diferente, porque você realmente muda de acordo com ela. Então, novos conhecimentos e sentimentos o preenchem.

Pergunta: Mas como a revelação da realidade superior, do Criador, me preenche?

Resposta: Você sente que é preenchido com amor ao próximo. É uma imensa mudança que a pessoa sofre. É porque “ama teu amigo como a ti mesmo”, a lei da garantia mútua, é a lei geral da realidade superior, e nós temos que subir todo o caminho até ela e existir dentro dela.

Do Programa na Rádio Israelense 103FM, 18/ 01/15

O Fogo Perpétuo É Um Chamado À Ação

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, “Tzav”, item 50: Ele não vai sair. É claro que o fogo da Torá não se extinguirá, uma vez que a transgressão não extingue a Torá, mas uma transgressão extingue uma Mitzva, e aquele que comete uma transgressão extingue uma Mitzva, o que é chamado de “uma vela”. Assim, a pessoa extingue sua vela de seu corpo, ou seja, a alma, da qual foi dito: “A alma do homem é a vela de Deus”.

Se uma pessoa peca na espiritualidade, ela pode extinguir o fogo da Mitzva (mandamento) como resultado. Mas seu ego e a Luz Circundante (Ohr Makif) ainda acarretarão o surgimento da vela, a conexão entre os atributos do Criador e os atributos da pessoa. Então o atributo da pessoa será gradualmente corrigido de acordo com o Criador.

Este estado é muitas vezes mencionado na Torá, como na história dos Macabeus, por exemplo, que tinham apenas um pequeno frasco de óleo que durou oito dias, embora, logicamente, ele deveria ter sido suficiente apenas para um dia. Isso significa que o fogo perpétuo simboliza o desejo permanente pela meta, a conexão contínua, a compreensão contínua, assim como o fogo perpétuo que é aceso em memória daqueles que já não estão entre nós.

Esta é a memória eterna, que deve ser um chamado à ação para nós. Nós temos que proteger este fogo em nós e estar em contato permanente entre a Luz Superior, o Criador, e o nosso desejo egoísta. É porque a Luz ilumina por causa do nosso desejo, que gradualmente diminui e serve como combustível para a Luz.

O Criador (a Luz) aparece somente quando podemos subir ao seu nível e nos transformarmos num fogo ardente. Até então não há um Criador e esta é a razão pela qual Ele é chamado de “venha e veja”, Bo-re.

Quando tentamos nos transformar no atributo de amor e doação, uma névoa sobe do óleo através do pavio e a vela é acesa Assim, a forma da vela não é apenas a forma do Criador, Seu atributo, mas também a forma da pessoa, a forma de Adão (homem/ser humano), que se assemelha ao Criador, já que agora eles combinam e estão em adesão.

Como resultado, o elemento que não queima por natureza começa a queimar. Sem ele não há fogo, mas ele só aparece quando anseia em alcançar a equivalência de forma com o Criador. A Luz realmente surge como resultado disso, porque sem ela, não há nível superior e nem mundo superior.

O mundo espiritual surge quando o criamos dentro de nós a partir dos materiais que temos. Primeiro é o grupo que anseia pela conexão, a fim de descobrir o atributo de amor e doação na conexão entre si. Se tal atributo desperta entre nós, então, como resultado da compressão entre nós, da pressão e do desejo de se conectar, existe uma ignição. Então, surge a Luz, que é a imagem do Criador que surge entre nós.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 27/11/13

Sintonizar-Se Com O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Às vezes nós dizemos que o Criador está dentro de nós, outras vezes dizemos que Ele está na conexão entre nós. Como podemos ligar essas duas noções?

Resposta: Não há dilema aqui. Como o Criador pode ser encontrado? Como podemos considerar e avaliar a nós mesmos? O que nos faz nos consideramos bons ou maus, fortes ou fracos? Para isso, precisamos de uma ferramenta de medição externa, um padrão com o qual podemos medir a nós mesmos.

A fim de sermos capazes de medir a nós mesmos, devemos ver as propriedades dos que nos rodeiam e comparar nossas qualidades com a deles. Para nos direcionar corretamente, temos que manter inúmeras ligações: remotas e próximas, odiosas e benevolentes. Devemos lidar com os adversários e simpatizantes, ou seja, toda a humanidade.

Um alvo é insuficiente para atingir a meta. É essencial sintonizar-se em conexão com o Criador. Para isso, precisamos envolver os níveis inanimado, vegetal, animal e falante da natureza. Se conseguirmos definir corretamente nossas mentes e se o nosso comportamento for totalmente certo e positivo, com certeza iremos alcançar o Criador.

Todas essas propriedades estão dentro de nós. Nós só podemos alcançar o Criador nos relacionando positivamente com todos os quatro níveis da natureza, já que o Criador é a soma de bondade, amor e doação.

Pergunta: Quando você fala sobre auto-orientação positiva, eu imagino imediatamente a vastidão da humanidade, da natureza, das pedras, dos céus, e todo o cosmos. Será essa uma tarefa viável?

Resposta: Chegar a uma mentalidade correta é muito fácil. Você tem que convencer todas as suas propriedades internas (inanimada, vegetal, animal e falante), de que tudo o que o rodeia está saturado de amor mútuo e é a melhor maneira possível de existência. Se você tiver êxito, se você conseguir corrigir as propriedades que parecem externas a você, vai atingir o estado desejado.

Pergunta: Será que isso significa que eu deveria trabalhar com coisas ou pessoas que são hostis a mim?

Resposta: Seu inimigo demonstra mais claramente a você suas próprias imperfeições e propriedades negativas. Isso é chamado de ajuda contra você. Com sua ajuda, nós avançamos.

Pergunta: É dito na Torá: se alguém vem matá-lo, mate-o primeiro. Como devemos nos relacionar com isso?

Resposta: Assim que a pessoa encontra uma qualidade que é incapaz de superar, não importa o quanto tenta lidar com ela com amor, compreensão e um senso de unidade, e ainda falha em corrigi-la, é preciso matá-la. Esta é uma correção. Nós matamos nossa própria propriedade que é impossível melhorar quando ela se levanta contra nós.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/08/14

De Um Jubileu Para Outro

Dr. Michael LaitmanUm novo ciclo de venda da terra começa depois do jubileu. Eu posso vendê-la para alguém por 10 anos, a outra pessoa por 20 anos, e assim por diante, até o ano do jubileu, quando a terra mais uma vez torna-se minha.

Eu não posso vendê-la novamente, visto que esta terra não pode ser propriedade de outra pessoa até o ano do jubileu. O indivíduo sente que é um estranho, um estrangeiro na terra e que a terra não é sua, mas pertence ao Criador que estava apenas alugando-a a ele. A razão é que a terra simboliza nosso desejo.

Pergunta: O que significa isso num nível mais interno de entendimento? Como eu posso vender o meu desejo?

Resposta: Você pode fazer o que quiser com ele, a fim de obter a colheita correta dele, mas você deve saber que, no final, você tem que devolver o desejo corrigido ao Criador sob a forma de doação. O jubileu simboliza a compatibilidade completa com o Criador. O jubileu é comum e compartilhado por toda a nação. Todo mundo sabe sobre ele; você não pode enganar ninguém, e não há necessidade de apresentar quaisquer documentos. É assim que a contagem da terra sempre foi feita: de um jubileu para outro e no momento em que tudo volta ao início.

Comentário: Isto é sentido como um ponto muito profundo, e tudo é muito complicado. Nós, que existimos nessa dimensão, achamos difícil de entender.

Resposta: Se você está conectado ao Criador, à força geral da natureza, e sabe que está subordinado a ele, nada é complicado ou difícil.

Hoje nós começamos a sentir de forma bem acentuada que somos governados pela natureza e que não temos escolha. Nós não controlamos as coisas e todas as nossas noções ingênuas de que somos os mestres da natureza e que podemos ter tudo o que queremos dela à força estão desaparecendo gradualmente.

Nós somos como crianças pequenas que, sem a mãe e o pai, começam a perceber que foram deixadas sozinhas numa caixa de areia gigante sem saber o que fazer a seguir e que a corrompemos a tal ponto que brincar nela é impossível. Todos os jogos de crianças acabaram; é hora de crescer.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

Um Shabat De Descanso Solene No Sétimo Ano

Dr. Michael LaitmanPergunta: A que se refere o seguinte versículo: “Levítico 25: 3-4: Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um Shabat dedicado ao Senhor. Não semeiem as suas lavouras, nem aparem as suas vinhas”?

Resposta: Todos os seis anos de trabalho na terra são seis anos de correção do nosso desejo quando constantemente trabalhamos nele. E no sétimo ano o desejo corrigido será preenchido com a Luz do Criador.

Então não precisamos fazer nada, já que a Luz preenche o desejo geral e conecta, enfraquece e domina-o de tal maneira que a principal coisa para nós é não interferir.

O que significa que todas as ações que competem a nós devem ser dirigidas de tal forma que não perturbemos o Criador de mergulhar em nós, preencher, conectar e nos colocar juntos como um único pacote, onde todas as características do Criador nos níveis inanimado, vegetal, animal e falante são conectadas pela primeira e única Luz num único conjunto.

E isso é chamado de sétimo ano, que é o ano do descanso solene. Portanto, isso é chamado de Shabat (sábado), a liberdade e a cessação do trabalho. Mas, na verdade, há um trabalho interior muito forte, só que é dirigido no sentido oposto, na medida em que eu me anulo e não faço nada, possibilitando que o Criador atue.

Ao mesmo tempo, eu estou junto com Ele em pleno acordo e união. Eu trabalho, mas o meu trabalho se resume numa ação sincronizada com o Criador, e isto é muito complicado e difícil.

Então eu tenho que me preparar para o descanso de modo que toda a densidade do ego, todos os seis anos durante os quais eu o corrijo, me levarão ao sétimo ano, o ano do descanso solene, o ano da Shmittah (desapego) .

Depois disso virá o oitavo, nono, décimo anos (milenares), o que corresponde à conquista do nível de GAR, os níveis de Bina, Hochma e Keter. Neles eu atinjo a mente do Criador, Seus planos, e Ele, Ele mesmo. Este é o nível mais alto, chamado os segredos da Torá.

O que se quer dizer com os segredos da Torá? Depois que eu alcanço o sétimo milênio, todas as minhas imagens, todo o aparato da minha compreensão e consciência está tão transformado que só então eu serei capaz de entender o que os três níveis superiores simbolizam: o oitavo, nono e décimo milênios.

Pergunta: É possível dizer que os seis anos de trabalho da terra são arar, elevar e transformar o ego?

Resposta: Sim, eu transformo o ego do mesmo modo que nós transformamos o solo quando o aramos antes da semeadura. As sementes espirituais da pessoa não podem crescer se ela não transformar seus desejos (a terra). Isto é realizado durante os seis anos, e no sétimo ano a realização acontece através da Luz do que foi plantado.

Pergunta: É só então que os brotos aparecem?

Resposta: Não, eles saem a cada ano. É que durante os seis anos (Hesed, Gevurah, Tiferet, Netzah, Hod e Yesod) eu trabalho no solo de tal forma que, no sétimo ano, tudo o que eu obtive na obra, que eu cavei em meu ego, está pronto para ser preenchido pela Luz.

Então a Luz percebe isso sem minhas ações. Agora eu termino meu trabalho através de ações opostas, visto que eu devo ajudar a Luz a fazer isso a partir do seu lado e não do lado do solo.

Pergunta: O que significa “o preenchimento pela Luz”?

Resposta: Quando os desejos da pessoa se transformam completamente para serem semelhantes à Luz em quantidade e qualidade, então ela sente que a Luz é encontrada dentro dela.

Na verdade, a Luz estava sempre nela, só que agora a pessoa começa a sentir isso porque preparou seus sentidos, sua compreensão, para isso. Ela vê que, mesmo antes disso, ela estava no mundo do Criador, e que tudo estava cheio de Luz, “não há outro além Dele”, mas agora ela sente e descobre isso. Este é o sétimo milênio.

Portanto, o Shabat é chamado de um dia santo, porque é a soma de todo o imenso trabalho que uma pessoa passa para alcançar o Criador, para descobri-Lo dentro de si.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

O Mundo Futuro Não É O Que Você Pensa Que É

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você disse que a força da sorte nos leva para o outro mundo. Que mundo futuro você tem em mente?

Resposta: O mundo futuro significa que eu saio do meu corpo. Em outras palavras, eu subir acima do meu ego. O ego é todos os meus desejos, pensamentos, inclinações e toda a minha consciência egoísta que é chamada de meu corpo, não a minha carne, que é considerado um animal.

Eu devo subir acima de todos esses desejos e pensamentos, e em vez de tentar absorver tudo internamente, eu tenho o desejo de dar ao meu próximo.

Isto significa que a alma deixa o corpo, eu sinto o mundo futuro e encontro um novo desejo de doar, amar e se unir. Tudo isso é chamado de segundo corpo, no qual eu entro e ajo com base nestes novos desejos. Então eu me movo mais e mais até chegar à correção completa.

O mundo futuro significa o mundo vindouro, o meu próximo estado, que eu alcanço como resultado do trabalho sobre mim e minha atitude para com os outros. Eu troco este mundo pelo mundo futuro, trocando o amor por mim mesmo pelo amor ao próximo. Isso significa que eu chego ao outro mundo a partir deste mundo e entro no Jardim do Éden.

Pergunta: Por que isso é chamado de Jardim do Éden?

Resposta: Porque eu estou começando a sentir que estou além de todos os limites, porque não há limites ao doar aos outros. Eu estou numa extensão que pertence totalmente a mim.

Pergunta: O que significa doar a todos?

Resposta: Doar significa fazer o bem por amor a todos.

Pergunta: Por que se uma pessoa quer fazer o bem a todos, ela está no Jardim do Éden?

Resposta: Porque o Jardim do Éden é chamado o lugar onde você pode fazer o que quiser, sem quaisquer restrições. Afinal, você quer dar, e não há limites na doação. Então você sente que tudo é para o bem de todos, tudo é para você e é abundância completa.

Em outras palavras, o mundo futuro é chamado de terra de Israel (Eretz Isra-El), o desejo totalmente dirigido ao Criador. O Criador é uma força global de doação e amor, que inclui toda a criação, incluindo nós. Você tem que desvendá-lo de acordo com a equivalência de propriedades com Ele. Portanto, você é chamado de Isra-El porque quer alcançar o mesmo estado, os mesmos valores do Criador.

De KabTV “Uma Nova Vida” 08/01/15

Primeira Familiaridade Com O Criador

No trabalho espiritual procedemos na linha direita, que é no sentido de doação, aproximação, e unificação. E tudo contra isto que é despertado em nós é o que precisamos corrigir. Só isto! Todo o resto é feito intencionalmente e não está sujeito a qualquer correção. Recebemos todos os tipos de distúrbios de modo que possamos decidir o que precisamos com mais clareza. De tal modo que começaremos a preferir da providência geral, que não está sujeita a qualquer correção ou realização individual, pessoal do Criador. Especificamente é aqui, onde, seguindo os nossos esforços, nos é mostrado o quanto não estamos prontos para fazer isso.

Por quê? Assim vamos precisar de ajuda do alto.

As forças, que estão despertas especificamente neste lugar de unidade e empurram-nos para longe um do outro, são uma expressão do Kli estilhaçado.

Especificamente, não devemos perder esses desejos e características. No momento em que esta cobra revela-se interiormente, você deve agarrá-la de imediato, sufocá-la constantemente e não deixá-la ir. Parece-lhe que você estrangulou-a, você respira facilmente e pode, então, abraçá-la. Mas depois de um momento, ela acorda de novo. Isto acontece mesmo dentro de um segundo e não há interrupção! E isso é bom. Constantemente, precisamos realizar movimentos de início e interrupção como esses.

O reconhecimento do mal é o primeiro estágio e é muito difícil. Em todos os níveis, será cada vez mais agudo e exigirá uma intenção mais precisa, consciente, emocional e analítica. “Porque este sentimento é despertado, para quê, ou isso é apenas a rejeição? Por que isso? Para quê? O que o Criador quer me dizer”? [Leia mais →]

A Característica Única Da Luz

Dr. Michael LaitmanTodos nós somos peças de um único desejo, um Kli. Não há propriedades anteriores neste desejo, exceto uma pequena faísca, uma memória implícita do nosso estado anterior chamado um Reshimo, que está dentro de nossos desejos mais baixos, bestiais.

Graças a esta faísca, eu posso subir ao próximo nível, no qual um Reshimo é descoberto em um ainda mais alto nível, e assim por diante.

Um Reshimo é a impressão do próximo estado espiritual, que está completamente quebrado. Em outras palavras, eu tenho impulsos em direção a algo superior, no entanto, eles são direcionados para que eu obtenha prazer nesta situação, irei conquistá-lo. Embora este seja um movimento em direção a algo superior, o movimento é egoísta. Isto significa que, por um lado, meu Reshimo anseia pelo estado mais elevado, mas, por outro lado, é egoísta. O que pode ser feito?

Se a principal coisa para mim é abster-se do ego, eu devo fechar o Reshimo e não avançar para lugar algum. Afinal, quando eu anseio por algo mais à frente e compreendo isso, eu começo a ansiar por uma atividade egoísta ainda maior. Afinal, quanto mais eu avanço em cada nível, eu estou lidando com um ego maior.

Por que isso não me impede? É porque não sou eu quem corrige meu ego; é o trabalho da Luz. Eu só preciso me colocar sob sua influência. E quanto mais eu anseio pela espiritualidade com ainda mais inveja, força e perseverança, mesmo que isso seja egoísta, ao mesmo tempo, se eu me coloco sob a influência da Luz, isto é o que é necessário.

Por conseguinte, eu avanço rumo a um estado espiritual composto por dois componentes opostos. Por um lado, desejos egoístas ainda maiores são revelados em mim, mas, por outro lado, eu os coloco sob a Luz que os ilumina. Desta forma, eu aparentemente me encontro em dois estados opostos. Qualitativamente, eu sou contra a Luz mais e mais. Ainda assim, simultaneamente, eu mesmo e evoco através de um esforço maior.

O contraste entre a relação quantitativa e qualitativa em todos os aspectos nos confunde. No entanto, isso é feito intencionalmente para que aceitemos as condições do próximo nível e as mantenhamos, jogando com este nível.

Baal HaSulam escreve no Shamati 12: A essência do trabalho de uma pessoa deve ser como chegar a sentir gosto em doar contentamento ao Criador.

Onde está isso em mim? Que tipo de gosto eu posso sentir em doar? É egoísta ou altruísta? Eu nem sei. Como eu posso influenciar o Criador e o que eu ganho com isso? Uma vez que tudo o que a pessoa faz para si a distancia do Criador devido à disparidade de forma, será que eu posso obter algum resultado desta situação? Afinal, eu também anseio pelo Criador. Mesmo assim, eu posso repetir mil vezes que estou fazendo isso a fim de doar, e estas serão apenas palavras.

No entanto, se a pessoa executa um ato para beneficiar o Criador, mesmo o menor ato, isso ainda é considerado uma Mitzva (mandamento, preceito), ou seja, uma correção de si mesma.

Portanto, o principal esforço da pessoa deve ser em adquirir a força que sente gosto em doar, que é através da diminuição da força que sente gosto na recepção pessoal. Nesse estado, a pessoa lentamente adquire o sabor em doar. Isto é, nós temos que alcançar um estado em que, quando damos algo, nós apreciamos.

Todo nosso trabalho em grupo é indicado para nos levar gradualmente a isto. No início, nós avançamos sob a influência de um desejo quebrado, ou seja, com a ajuda de sinais de respeito, louvor, gratidão e conhecimento. Quando tentamos ser bons uns com os outros, e apreciamos isso, é porque então parecemos grandes e respeitáveis aos olhos da sociedade e aos nossos próprios olhos.

Mas se continuamos a jogar com isto, podemos adquirir características completamente diferentes, visto que, dependendo de nossas ações (as nossas intenções são certamente quebradas), a Luz que Reforma vai brilhar sobre nós e começaremos a mudar sob sua influência.

Isto é exatamente o que deve sempre ser a nossa base: como podemos agir de tal forma que, em cada momento, estejamos sob a influência maior da Luz Superior? Isto é o que deve determinar nossos atos, pensamentos e intenções em todos os tempos: como agir da melhor forma por dentro e por fora, para que a Luz irradie em nós tanto quanto possível.

Nós devemos nos preocupar sempre com isso o tempo todo, mesmo que essa preocupação também possa estar incorreta. Afinal, o que me parece ser correto hoje vai passar a ser errado amanhã, uma vez que todos os nossos desejos e o flerte com a Luz Superior são egoístas e contra a característica da Luz. Ainda assim, isto não é levado em conta.

Nós estamos num estado que é absolutamente contrário à Ohr Pnimi (Luz Interior) que mais tarde vem a nós. No entanto, nos encontramos em completa acomodação com a Ohr Makif (Luz Circundante).

Obviamente, eu sou um egoísta e estou constantemente tentando colocar algum tipo de característica sob a influência da Luz para corrigi-la para meu próprio benefício. Apesar de minhas correções egoisticamente estarem dirigidas para mim mesmo, a Ohr Makif não olha para isso e ainda brilha em mim de acordo com os meus esforços egoístas e corrige meu ego.

Esta é uma tremenda característica da Luz Superior! Afinal de contas, quando ela deixou o Kli quebrado, ela mesma passou por essa mudança. Ela não leva em conta o estado atual do Kli, mas olha para tudo o que o próximo estado possa trazer.

Então, o mais importante para nós é tentar como uma criancinha o faria, e a Luz vai corrigir tudo. Quanto mais nós agimos de acordo com a Luz Superior, maiores são as correções que podemos obter dela. Esta é precisamente a transição de Lo Lishma (não para o nome dela) para Lishma (para o nome dela), de “para mim mesmo” para “para o Criador”.

Portanto, o principal esforço da pessoa deve ser adquirir uma força que sente gosto em doar.

É difícil para nós falar sobre isso agora, pois nesse meio tempo nós temos um gosto egoísta de doação, ou seja, estamos começando a gostar disso. Para mim, deve haver algum tipo de indicação, sensação e padrão interno. Eu devo dar mais para desfrutar mais, e se eu der menos, desfruto menos. Eu preciso medir tudo, caso contrário não serei capaz de sentir as minhas ações e estarei sob algum tipo de anestesia na qual faço algo, mas não sinto.

Como posso doar e sentir prazer ao mesmo tempo? Porque assim todos estariam dispostos a doar. Qualquer diferença que exista entre a recepção e a doação, a principal coisa é que eu vou ter prazer no momento em que agir. Entretanto, nós não entendemos isso. Neste momento nós só agimos em um plano. Não importa o que fazemos, só recebemos.

Gradualmente, a Ohr Makif realiza tal mudança em nós, de tal forma que começamos verdadeiramente a doar. Nós podemos sair de nós mesmos para um espaço vazio oco que não sentimos, e ainda junto com isto, desfrutamos.

Por que, de repente, nós sentimos que estamos dando a um espaço vazio? Isso ocorre porque na transição do trabalho “para o meu benefício” para o trabalho “pelo benefício dos outros”, eu não sinto a outra pessoa. A ideia é que agora eu a sinto dentro de mim e construo um relacionamento com ela de acordo com sua distância ou proximidade. À medida que ela está perto de mim, eu quero dar a ela egoisticamente, ou caso contrário não a sinto. Eu não estou pronto para realizar até mesmo uma única ação para o bem dela.

Quando uma revolução espiritual ocorre numa pessoa, primeiro ela sente os outros como insignificantes. Em outras palavras, seus sentimentos anteriores e ações desaparecem e os outros começam a aparecer. Isto é semelhante ao nascimento, quando o corpo do recém-nascido começa a funcionar autonomamente e assume fazer tudo o que o corpo da mãe fazia anteriormente por ele.

Uma revolução semelhante acontece conosco. Nós recebemos um entendimento do trabalho espiritual, a possibilidade de doar fora de mim mesmo. Isto é algo realmente inacreditável! E tudo graças à Ohr Makif, que na época da quebra saiu do Kli e se encontra ao seu redor, ou seja, nos cercando. Desta forma, ela pode nos doar.

Da Convenção em Sochi, 6/10/14, Lição 2

Movendo-Se Para As Mãos Que Sustentam A Boa Força

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que forma a revelação do Criador no momento da entrega da Torá é maior do que o que acontece na época do êxodo do Egito e da abertura do Mar Vermelho?

Resposta: A revelação do Criador no momento do Êxodo e a divisão do Mar Vermelho foram simplesmente ações realizadas pelo Criador. E a entrega da Torá foi uma transmissão do método e do poder do que é superior às pessoas, para que elas pudessem usar isso corretamente. Por isso é uma revelação tão importante.

Desta forma as pessoas tiveram a possibilidade, a oportunidade e capacidade, que através de seu esforço, poderiam realizar as ações necessárias para alcançar a adesão. Fora isso, nada é exigido de nós. Todo o resto das formas de ajuda, revelações e ocultações, exílios e resgates, tudo vem de cima como anjos do Criador, e são as forças que atuam na criação.

Mas a entrega da Torá significa que o poder de trabalhar por nós mesmos foi entregue em nossas mãos. Não houve maior evento do que esse, porque ele se refere a eu como uma pessoa que pode realizar algo de forma independente e pessoal. A oportunidade foi dada a mim para se assemelhar ao Criador, e não apenas que algo bom tenha sido feito para mim ao me permitir atravessar o Mar Vermelho ou me levar para fora do Egito.

Pergunta: De que forma o Kli que era esperado para a entrega da Torá era diferente do Kli para o êxodo do Egito?

Resposta: Era um Kli completamente diferente. O Kli para o êxodo do Egito é o desejo de ser separado da minha natureza egoísta, minha inclinação ao mal. Eu simplesmente quero que todo o meu mal sai de mim e não me mantenha na escravidão. Eu quero tirá-lo, arrancá-lo do meu coração e mente. Ele permanecerá em algum lugar atrás de mim, no meu AHP, mas eu quero me livrar dele: “Para ser um povo livre em nossa terra”, de bom grado.

Mas isso não é suficiente. Portanto, eu me livro dele e o que mais?

No momento da entrega da Torá, um poder superior foi dado a mim. Eu aparentemente tenho em minhas mãos o poder do Criador e posso remover o meu mal e trazê-lo de novo a mim mesmo quando entendo que preciso dele para poder corrigi-lo cada vez e subir desta maneira.

Em minhas mãos se encontra o poder do bem, o poder da correção. Antigamente, eu só precisava me perguntar, como é dito em Êxodo 2:23: …e os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Este foi um grito de impotência: “Salva-nos, ajuda-nos, faça isso e aquilo”. E no momento da entrega da Torá, embora eu dependa Dele, nós nos tornamos parceiros.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 03/06/14

Uma Estrada Reta Para Nós E O Mundo Inteiro

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que forçou os filhos de Israel a receber a Torá no Monte Sinai?

Resposta: Foram as dificuldades, os problemas e os sofrimentos. O que mais pode ser um incentivo se você está dentro do seu desejo egoísta?

No entanto, existem diferentes sofrimentos: os que vêm do mundo a sua volta e os que você evoca internamente. De um jeito ou de outro, não podemos avançar sem problemas, e a questão é apenas se eles são enviados a você externamente ou se você os evoca internamente ao estudar, pensar, entender e reconhecer. Como está escrito: “Quem é sábio? Aquele que vê o futuro”. Se você age por si mesmo, é suficiente se desenvolver pelo caminho do “eu o apressarei” (aceleração), sem esperar que os problemas o empurrem para frente. Eles também nos obrigam a acelerar o tempo, mas há uma grande diferença.

Se eu sou sábio, eu avanço direto à meta. Se não sou, eu paro no caminho e os problemas me fazem mover. Eu escapo deles, e depois vou direto à meta de qualquer maneira. No entanto, com isso, eu prolongo o caminho. Em vez de tomar o caminho mais curto e fácil, eu sigo o caminho longo e difícil.

A Straight Road For Us And The Entire World

De uma forma ou de outra, eu finalmente atinjo a mesma coisa. Portanto, para me ajudar a escolher o caminho curto desde o início, eu devo ouvir os Cabalistas que nos falam sobre o método de correção. Meu sucesso depende se eu os ouço ou não.

Pergunta: Como podemos ouvi-los e passar esta mensagem para o povo de Israel?

Resposta: Deve haver o reconhecimento da grandeza do grupo, do professor, e do Criador, a fim de fazer com que a meta pareça importante para você. Quanto ao povo de Israel, tudo depende de nós.

Nós somos os únicos que têm livre arbítrio. Nós podemos aguçar nossos sentidos através do trabalho em grupo e dos esforços que temos que fazer. Nós sabemos do que se trata. Portanto, nós ouvimos o que nos é dito, enquanto outros não podem ouvir isso ainda.

Eles têm que receber isso de nós. Eles serão capazes de se juntar a nós passivamente depois de disseminarmos a mensagem.

Pergunta: Como eles verão a estrada reta, a linha vermelha no desenho?

Resposta: Eles vão nos seguir. Nós vamos avançar com eles como Galgalta ve Eynaim (GE) e AHP. Afinal, nós só podemos avançar com alguns passos ao longo da linha vermelha, na medida em que adquirimos o sistema.

Em cada etapa, nós devemos realizá-la antes de subir para o próximo nível. Portanto, é impossível avançar sem os vasos de AHP. Nós simplesmente não entendemos como somos dependentes deles.

AHP é todas as “nações do mundo” e Israel é apenas Galgalta ve Eynaim (GE), os primeiros nove vasos de doação que vêm do Criador: Keter, Hochma, e GAR de Bina. No conjunto, os vasos de GAR fazem parte da Divindade de cima, embora essa parte esteja quebrada.

Em Israel, não há nada, e eles não podem avançar ou organizar a conexão com o Criador sem os vasos de recepção, os quais devem ser corrigidos e levados à adesão. No entanto, eles não podem fazer isso por si mesmos, de modo que a quebra ocorreu, e, como resultado, os vasos de Israel e das “nações do mundo” foram misturados e incorporados.

A Straight Road For Us And The Entire World

Agora, há uma parte de AHP acima e uma parte de GE abaixo. Isto lhes permite organizar a conexão entre eles, que de outra forma seria impossível.

Isso aconteceu pela primeira vez durante a destruição do Primeiro Templo (no nível de Mochin de Haya), quando as dez tribos foram dispersas entre as nações e desapareceram. A segunda vez que a conexão foi estabelecida foi durante a destruição do Segundo Templo (no nível de Mochin de Neshama), quando as duas tribos restantes se dispersaram.

A primeira vez, nós perdemos as partes que pertencem ao verdadeira AHP. Foi uma descida do nível de Hochma ao nível de Bina. No segundo caso, as duas tribos não desapareceram; elas só estavam no exílio.

Finalmente, graças à mistura, uma ligação foi formada, uma incorporação de GE e AHP, e agora nós podemos começar a “sentir” estas cordas. Os vasos de GE que caíram em AHP se tornaram religiões.

O mesmo aconteceu na nação de Israel: AHP que subiu para GE foi expresso no judaísmo. Em outras palavras, em vez da espiritualidade, a pessoa imagina a corporeidade, e em vez de “ama teu amigo como a ti mesmo”, ela realiza diferentes ações físicas, não internamente em seu desejo, mas externamente na matéria. No entanto, no final, graças à incorporação, nós podemos ser corrigidos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/06/12, “O Arvut (Garantia Mútua)”