Textos na Categoria 'Equivalência com o Criador'

Um Olhar Imparcial Do Mundo

Dr. Michael LaitmanHá certas ações que uma pessoa deve realizar alterando a sua natureza egoísta. Afinal, nossa natureza nos obriga a amar somente a nós mesmos, a ganhar à custa dos nossos próximos, independentemente do sofrimento que isso causa aos outros e até mesmo desfrutando isso.

Da mesma forma, nós não levamos em conta o Criador. Se não fosse pelo temor da força superior, não pensaríamos nela de forma alguma. No entanto, há a ocultação, devido a qual eu não sei o que vai acontecer com a minha vida, meus filhos, pessoas próximas a mim, ou eu mesmo. Será que eu ainda estarei vivo no momento seguinte? O que o dia seguinte me reserva? Portanto, eu realizo um cálculo e decido ser bom.

Nós pensamos que o Criador tem algumas obrigações com respeito à pessoa, se ela realiza suas obrigações no que diz respeito a Ele. Em outras palavras, se a pessoa se comporta corretamente, o Criador a trata bem.

No entanto, há outra condição que nos obriga não apenas a nos relacionarmos bem com o Criador, mas também com o mundo inteiro e os níveis inanimado, vegetal, animal e humano. Eu preciso tratar o mundo que me rodeia como se eu tratasse a mim mesmo. Portanto, está escrito: “Ama o próximo como a ti mesmo”. Meu próximo é qualquer coisa dentro do meu ambiente.

Imagine que eu trato tudo fora de mim com o mesmo nível de sensibilidade, cuidado e amor como eu tratasse a mim mesmo! Assim, eu paro de sentir a diferença entre eu e o que está fora de mim. Todo o mundo inanimado, as plantas, os animais e as pessoas se tornam como eu.

Eu sinto que eu, o mundo inteiro e todo o universo, somos como uma torta onde eu existo. Não há diferença entre o que eu tenho aqui dentro e o que está fora. Se nós atingimos esse estado, anulamos todas as fronteiras e adquirimos um sentido adicional que nos permite sentir o que está fora de nós. Eu sempre senti o mundo exterior ao julgar como alguma coisa é benéfica para mim. Agora eu anulo meu egoísmo, minha noção preconcebida, e sinto o mundo exterior.

De repente eu descubro que o mundo lá fora e eu nos fundimos num só, chamado mundo superior ou Jardim do Éden. O mundo está cheio de luz, energia, vida e prazer. Existe apenas a Luz Superior, que existe em repouso absoluto e tranquilidade. Não há separações, limitações, ou tempo.

Eu saio das limitações deste mundo egoísta e de nossas percepções egoístas e revelo uma nova realidade verdadeira, que não está vinculada às fronteiras do meu egoísmo.

Se eu chego a essa percepção, quando sinto o mundo inteiro como um todo, onde os mundos superiores e inferiores se unem, eu posso sentir toda a Luz que os preenche, a força única do Criador, então eu revelo a verdade, por que existo nesse mundo.

De KabTV “Uma Nova Vida” 17/09/15

Quem É O Culpado Pelo Pecado De Adão?

Dr. Michael LaitmanA descoberta do mal é chamada de “o pecado de Adão”. Mas, esse não foi de fato um pecado, pois o próprio Criador diz que Ele criou a inclinação ao mal. Isto significa que Adão não pecou; ele só descobriu o pecado, o seu mal, a natureza egoísta.

Desde o início fomos criados com uma natureza como essa, para que pudéssemos ter a oportunidade de subir acima dela, e a partir deste mal, tornar-se consciente do bem, o Criador. É impossível descobrir isso sem essa natureza, “Como a vantagem da Luz sobre a escuridão” (Kohelet Rabá 2:13).

No Ano Novo (RoshHashaná) nós celebramos a oportunidade de nos elevarmos e atingirmos a força superior, o Criador, para nos tornarmos Adão (homem), ou seja, aquele que se assemelha a Ele. Isso está dentro do poder de todos, pois Adão foi simplesmente o primeiro quem fez isso. Como se diz, “porque todos Me conhecerão, do menor ao maior deles” (Jeremias 31:33), e “… porque minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos” (Isaías 56: 7). Portanto, Adão é uma imagem que é relevante a toda a humanidade.

Se durante esse feriado nós fizermos a conta correta do ano passado, nós esclarecemos que ainda não alcançamos a correção e que não subimos com toda a humanidade para o ápice da nossa existência, o mundo espiritual, o nível de assemelhar-se ao superior, o poder eterno e perfeito. Para isso, nós pedimos perdão, ou seja, julgamos a nós mesmos que poderíamos ter descoberto a nossa inclinação ao mal e corrigi-la, subindo acima dela e nos unindo, mas não fazemos isso. Por isso, nós pedimos no início do ano que recebamos o poder que torna possível nos corrigir e atingir o objetivo da criação.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 06/09/15

Feliz 5776º Aniversário!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Segundo a religião, o homem foi criado 5.776 anos atrás, enquanto que de acordo com a ciência aconteceu mais de 200.000 anos antes disso. Quem tem razão na perspectiva Cabalística?

Resposta: A sabedoria da Cabalá não participa de tais debates. Ela estuda a natureza e nos fala sobre isso. A natureza é a mesma coisa que o Criador, e a sabedoria da Cabalá explora a força superior da natureza chamada Criador. A palavra “Criador” em hebraico (“Bore”) significa “Venha e veja”. Se nós exploramos a natureza corretamente, podemos alcançar o Criador e vê-Lo.

Assim, Rosh Hashaná (O Ano Novo Judaico) é o dia da revelação do Criador, da força superior. Este é o dia que a humanidade atingiu pela primeira vez a força superior, o mundo espiritual, a realidade superior da qual saímos para viver aqui neste mundo, de modo que seremos capazes de irromper nela novamente. Deste mundo, seremos capazes de alcançar o mundo superior.

Então vamos saber as respostas a todas as perguntas eternas: “Qual é o propósito desta vida? Qual é o seu significado? Para que existimos nesta terra e para que serve tudo isso? Isto não é uma mera busca de preenchimento porque estamos insatisfeitos com a vida, mas uma busca pelo objetivo para o qual fomos criados desde cima. A Cabalá nos ensina como nos voltar ao Criador, elevá-Lo e revelá-Lo. Então, todo o plano da criação é revelado a nós, incluindo o que aconteceu antes de sentirmos que existimos aqui neste mundo. É porque o nosso mundo é apenas uma estação intermediária entre o que aconteceu antes de nascermos e a estação de nosso objetivo futuro, onde chegamos depois de deixarmos este mundo.

Nós podemos subir para uma dimensão superior ou descer para uma inferior ao nosso nível neste mundo. A sabedoria da Cabalá nos permite fazer as duas coisas. Tudo isto está acessível para nós graças à sabedoria da Cabalá que foi revelada pelo primeiro homem que foi o primeiro ser humano a descobrir o Criador.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 06/09/15

Como Descobrir O Futuro

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa revelar a força superior, descobrir a sua intenção, revelar para onde ela está me levando, e descobrir o que ela quer?

Resposta: O Ramchal (Moshe Chaim Luzzatto, grande Cabalista que viveu no século XVIII, na Itália), escreveu que a sabedoria da Cabalá se destina apenas a aprender o governo e o propósito do desejo superior: por que o Criador fez todas essas criações, o que Ele quer delas, e qual será o fim de todas as encarnações do mundo.

Você deve saber tudo em termos do que acontece em seu corpo, em seus pensamentos, desejos, na mente e no coração, tudo o que está acontecendo no mundo e para onde leva. Eu estou falando de uma realização elevada, quando você está no mesmo nível que a força superior, como está escrito em Oséias 3:5: “Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor seu Deus…”.

Você revela todo o programa de criação, todas as forças que o ativam, e começa a receber o direito de entrar neste programa e controlá-lo, em vez do Criador. É como com uma criança que cresce, e o pai entrega a empresa para que a criança continue executando-a no lugar dele.

Isto é o que significa tornar-se um ser humano, homem, porque “homem” (em hebraico “Adam, da palavra “Edomeh, semelhante) significa semelhante ao Criador, semelhante ao superior. Isso é o que precisamos alcançar.

Pergunta: Será que essa revelação afeta a vida cotidiana de uma pessoa?

Resposta: Claro! Primeiro você se torna o mestre de tudo que está acontecendo. Você sabe para que está vivendo e como organizar sua vida, a fim de extrair dela o maior benefício.

Baal HaSulam escreve no artigo “O Ensino da Cabalá e sua Essência” que a sabedoria da Cabalá é a revelação da força superior governante em todas as suas propriedades e manifestações que se desenrolam nos mundos e sujeitas à revelação pelo homem no futuro, até o fim de todas as gerações.

Em outras palavras, você vê todas as perspectivas com antecedência, até o final da existência do nosso mundo em 6000 anos, a contar da primeira revelação do Criador a Adam HaRishon 5775 anos atrás. Você revelará o futuro.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 08/08/15

Será Um Dia De Descanso Para Você

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Êxodo” 35:1 – 35:3: Então Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: “Essas são as palavras que o Senhor ordenou que se cumprissem. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá. Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”.

Inicialmente, nós lidamos com os desejos egoístas de uma pessoa ou sociedade.

A Torá nos diz que tudo o que precisamos fazer é superar o nosso ego e nos reunir acima dele num único conjunto. Portanto, essa Parasha (porção da Torá) é chamada de “VaYikahel” (reuniu).

Ela fala sobre a reunião de todas as partes separadas, distantes e hostis da alma coletiva, que são encontradas em todos nós e que temos que reunir como um quebra-cabeça, numa única alma.

Através da conexão dessas partes, nós começamos a organizá-las sob a influência da Ohr Makif (Luz Circundante), a característica de doação e amor do Criador. Se tentarmos ser como Ele, na medida dos nossos esforços, Ele vai nos influenciar e ajudar nossa reunião numa conexão integral mútua.

Então veremos como nossas características mútuas criam certo todo, algum tipo de imagem completa, que na sabedoria da Cabalá é chamada de Partzuf, ou seja, um bloco ou estrutura.

Esse Partzuf é composto de Sefirot: Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod, Malchut. Nas primeiras seis Sefirot, que simbolizam os seis dias da semana, nós precisamos trabalhar na reunião das partes separadas da alma. Se conseguirmos isso, a Luz terminará a reunião completa, trabalhando em nossos esforços ao longo dos seis dias de trabalho. Então não precisamos fazer mais nada, uma vez que no sétimo dia o nosso trabalho está terminado.

Nós possibilitamos que Luz termine essa soldagem entre nós, na qual a unidade completa da alma emerge das partes separadas que se reuniram.

Nós terminamos uma semana, e começamos uma nova semana. Uma parte e depois outra parte é recolhida, e, dessa forma, nós reunimos toda a nossa alma comum. Dentro de um determinado número de ações como essas, nós alcançarmos a reunião espiritual de todas as partes tornando-se uma unidade completa, à semelhança de Adam (homem), o qual significa Domeh (semelhante ao Criador). Com isso, nós alcançamos a correção completa da humanidade, a qual temos que alcançar.

Portanto o Shabat é o dia mais sagrado, pois nesse dia a Luz age, influencia os nossos esforços, e os termina. É como se ao longo dos seis dias nós criássemos o trabalho a ser feito, e no sétimo dia a Luz o realiza.

Se no sétimo dia nós continuarmos esse trabalho, é como se estivéssemos felizes com essa quebra da alma de Adão, porque estamos tentando fazer o trabalho em vez da Luz. Essa é a maior violação de todo o sistema de correção.

Em geral, nós fazemos parte do trabalho e a Luz faz parte do trabalho. Se nós mesmos fazemos todo o trabalho, estamos adicionando ainda maior destruição no sistema e até mesmo rejeitando mais fortemente a reciprocidade de todas as partes que se reuniram durante a semana. Geralmente, é preferível não fazer nada do que reunir toda a semana e continuar isso mesmo no sétimo dia. Desta forma, nós negaríamos todo o método de correção do sistema e todo o seu progresso.

Assim, antes do sétimo dia, é necessário terminar os nossos esforços, o que significa que vamos parar no sexto dia e possibilitar que a Luz solde todas as partes, juntando-as. É dito: “Será um dia de descanso para você”. Basicamente, a pessoa está fazendo um trabalho e não apenas descansando. Nesse momento, nós finalmente sentimos a unidade gradual de todas as seis partes num todo geral e terminamos a correção do nível espiritual atual. Depois disso, nós corrigimos o próximo nível e o próximo, e assim por diante, semana após semana.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/10/13

A Sabedoria Da Conexão Na Era Do Isolacionismo

Dr. Michael LaitmanNa vida cotidiana nós geralmente escondemos o nosso egoísmo. Se eu dependo completamente do meu inimigo, meu ego começa a desaparecer e o ódio evapora. Não há para onde fugir e eu começo a buscar como amá-lo e levá-lo a me amar. O instinto de autopreservação começa a agir, e eu não posso odiar alguém quando a minha vida, a coisa mais preciosa que eu tenho, depende dele.

Mas no nosso caso, não estamos conseguindo. O ódio está sendo revelado cada vez mais entre nós e os movimentos separatistas estão tomando conta do mundo. Quanto mais o nosso mundo é descoberto como um todo e mutuamente conectado, mais forte se torna a tendência oposta.

Cada um aspira ao isolamento e, finalmente, chegaremos a mesma situação que nos tempos antigos, onde cada cidade e área tornou-se uma nação separada. O mundo inteiro será dividido em tais reinos.

Por um lado, o egoísmo está crescendo, sentindo suas limitações e áreas de controle com mais precisão. Desse modo, ele se separa dos outros. Como resultado disto, o mundo onde sete bilhões de pessoas estão vivendo criará 10000 nações que não se dão bem umas com as outras.

Mesmo indivíduos solitários já não são capazes de conviver uns com os outros. Houve um tempo em que as famílias viviam num quarto: pais, filhos, netos. Hoje, duas pessoas não podem viver em paz no mesmo apartamento. Isso é chamado de ódio.

Da mesma forma que a nossa interdependência está aparecendo, o desejo de quebrar esta dependência, separar-se e afastar-se uns dos outros está aparecendo como isolacionismo e separação. Essas duas tendências não vão desaparecer e vão se desenvolver cada vez mais dentro da sociedade humana, e não há como resolver isso! Ambos irão crescer até o céu e não haverá como resolver esse conflito.

A arte da conexão é chamada de sabedoria da Cabalá. Em última análise, as relações entre todos – crianças, adultos, nas escolas, no trabalho, nas relações internacionais e no seio da sociedade – chegarão a um estado tal que não estaremos prontos para falar uns com os outros e precisaremos da sabedoria da conexão!

Essa sabedoria será necessária simplesmente para ser capaz de organizar as relações normais no trabalho, na escola, na família e em todas as áreas de nossas vidas. As pessoas precisarão dessa sabedoria, porque o ódio, a rejeição, a incapacidade de falar um com o outro ou até mesmo olhar para os outros vão chegar a um grau tão ameaçador que não seremos capazes de preencher essa lacuna.

Não será possível superar a falta de desejo de ver e sentir os outros. Uma pessoa vai procurar isolamento para que ninguém esteja perto dela, e ela não vai querer chegar perto de ninguém. Mas, por outro lado, ela vai ter que se sentar na classe na escola ou na universidade e estar em conexão com os outros.

Hoje, uma pessoa não pode fazer nada; até mesmo os cientistas realizam pesquisas em grandes grupos. Além disso, nos nossos trabalhos em toda parte nós precisamos nos conectar em equipes. Mas uma pessoa vai perder a capacidade de cooperar, mesmo com uma pessoa que é como ela na medida em que esse ódio cresça a tal ponto.

Portanto, a sabedoria da conexão será muito procurada. O mundo inteiro vai precisar dela.

Nós precisamos entender que todos os mundos espirituais: os cinco mundos, Olam Ein Sof (mundo do infinito), toda a escada de níveis, e os Partzufim são revelados em nós através da conexão não natural entre as pessoas. De acordo com a natureza, o ódio e a interdependência são revelados em nós. Mas se organizarmos uma conexão entre esses opostos, o ódio e a dependência, e nos comunicarmos com os outros acima do nosso intelecto, desejo, e todos os cálculos, vamos descobrir novas relações e um novo mundo.

Agora nós sentimos esse mundo através de nossos cinco sentidos, ou seja, os cinco tipos de conexão egoísta entre nós. Nós vemos tudo através do nosso egoísmo, o que significa que em cada situação nós procuramos a oportunidade de estar confiantes e desfrutar. Graças à sabedoria da conexão, a sabedoria da Cabalá, chegaremos a novos relacionamentos acima dos relacionamentos egoístas, que são relações de “…amarás o próximo como a ti mesmo” (“Levítico” 19:18), e na conexão entre nós começaremos a descobrir os cinco sentidos adicionais: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut.

Dentro destes sentidos, nós descobriremos fenômenos chamados de mundos espirituais, até atingirmos a conexão completa chamada Olam Ein Sof. O mundo espiritual é revelado na conexão entre nós, nos níveis de nossas relações que vão do desapego total à adesão completa. Essa é a escada dos níveis espirituais.

Na medida em que eu tento desenvolver o amor acima do meu egoísmo e ódio, eu descubro os níveis dos mundos espirituais. Portanto, não é necessário procurar o mundo espiritual em qualquer outro lugar, como em livros ou ações mecânicas com as mãos e pés. Tudo depende apenas do trabalho no coração e quanto eu posso me conectar emocionalmente com os outros acima da rejeição e do ódio sem querer apagar ou aniquilar isso.

Afinal, tudo é construído precisamente acima do ódio, como está escrito, “o amor cobre todas as transgressões” (Provérbios 10:12). Assim, com o amor construído acima do ódio, eu descobrirei um novo mundo chamado o mundo dos homens. Afinal de contas, nós estamos todos dentro desse mundo e estaremos conectados como um e receberemos a forma de Adam – homem (Domeh – semelhante ao Criador).

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 25/05/14

O Mundo Vindouro, Aqui E Agora!

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que forma o mundo, que eu estou vendo agora na minha vida, difere do mundo vindouro, sobre o qual é dito: “Você vai ver o seu mundo em sua vida” (17-A Berachot)?

Agora eu estou vivo e vejo o que todo mundo vê, um mundo cheio de ódio. Que tipo de benefício eu obtenho desse “imenso” computador que você fala, que leva todo o sistema a um estado de separação, ódio e desconfiança em nossos relacionamentos mútuos?

Resposta: Eu vejo todo esse gigantesco mecanismo superior e como ele joga conosco para nos fazer desenvolver de modo que nos tornaremos semelhantes a Ele subindo ao Seu nível. É dito: “E as crianças vão voltar para seu pai no céu (o Criador)”(Vayicrá Rabá 1:3). Então, eu começo a justificá-Lo, entendê-Lo, e vejo de que maneira preciso me comportar para viver nesse nível em todos os momentos e não ter que esperar!

No momento em que eu começo a estudar a sabedoria da Cabalá, eu tenho a possibilidade de subir ao nível da força que gere isso.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM, 12/04/15

A Diferença Entre A Sabedoria Da Cabalá E As Outras Ciências

Dr. Michael LaitmanPergunta: Todas as ciências estão geralmente envolvidas com a descoberta da natureza, ou seja, o Criador. Então, de que forma a sabedoria da Cabalá difere do resto das ciências, ainda que também se chame uma ciência?

Resposta: A sabedoria da Cabalá é uma ciência para a descoberta do poder superior, o único diretor, que é chamado de Criador. Mas, ao contrário do resto dos métodos que falam sobre o que uma pessoa deve fazer para aproximar o Criador de si, a sabedoria da Cabalá explica que a descoberta do Criador acontece na medida em que a pessoa se aproxima do Criador.

A sabedoria nos diz que a pessoa deve descobrir o Criador num grau cada vez maior até a Sua completa revelação. Isso significa que toda a sabedoria da Cabalá é um método para mudar e corrigir a pessoa de ser oposta e contra o Criador para ser completamente semelhante ao Criador.

Ciúme E Inveja São Exclusivos Do Homem

Dr. Michael LaitmanPergunta: A Cabalá nos diz que o ciúme e a inveja só existem nos seres humanos, mas eu também vejo isso no meu gato e cachorro. Como você explica isso?

Resposta: Você está certo. A inveja no nível do nosso mundo é um sentimento egoísta comum, um meio competitivo de lutar por uma fonte de prazer, seja num animal recebendo prazer de seu dono ou uma pessoa que recebe prazer de uma pessoa amada.

A sabedoria da Cabalá fala sobre o conceito de inveja e, especialmente, o conceito de vergonha, no que diz respeito às emoções que uma pessoa sente quando atinge o atributo de amor e doação aos outros. Isso significa que ela atinge o atributo do Criador (natureza), ou seja, o nível humano, Adão.

A não ser que cheguemos a esse nível, somos considerados animais, assim como o seu gato e cachorro. A natureza dos nossos sentimentos é a mesmo e isso decorre de nossos medos egoístas de permanecer sem uma fonte de prazer (comida, sexo, etc.).

O Que É Deus?

Dr. Michael LaitmanDeus é uma conexão de amor entre as pessoas. Mais precisamente, uma conexão é uma ação e a sensação que acompanha a ação. A propriedade que aparece como resultado disso é chamada de Deus. Não podemos imaginar esta propriedade fora de nós.

É por isso que é proibido imaginar Deus como uma imagem. Na Cabalá, proibido significa impossível.

No entanto, é viável descrevê-Lo como uma propriedade que se veste em cada um de nós como uma qualidade de amor, doação e fusão. É dito: “Eu conhecerei o Senhor de dentro de mim. Eu O conhecerei de suas ações”.

Deus só pode ser alcançado através de nossos esforços para nos unir, e o nosso apelo para unir em essência é uma chamada para revelar o Criador.

Assim que a humanidade admitir que um egoísmo geral e poderoso habita dentro de nós, e assim que aprendermos a considerar o egoísmo como uma crise que acompanha todas as nossas ações incontroláveis, será um verdadeiro sinal de que chegamos a um ponto de transição para o próximo nível de desenvolvimento espiritual. Este é um estado quando as pessoas estarão unidas, não através de relações egoístas, mas através da construção de relações altruístas entre elas.

Antes que essa transição ocorra, a manifestação oposta (reversa) do Criador, o egoísmo (Faraó, Aman, etc.) dentro de nós, nos pressionará para nos fazer continuar a nos desenvolver em prol de Sua revelação. Em outras palavras, é Ele quem nos impacta por seu lado oposto e nos faz revelá-Lo.

É dito: “Não há outro além Dele”, porque nós somos governados por uma única força, não importa se ela é feita pela Sua frente, o lado direto, ou pelo oposto, o lado oculto, como é dito, “Tu me cercaste por trás e pela frente”.

Isto é o que nos faz crescer na fase inicial do nosso avanço antes que reconheçamos nosso egoísmo como a força do mal. A evolução final do ego, o lado oposto do Criador (Faraó, Aman, etc.) se revela gradualmente e sua aparência corresponde aos quatro estágios da propagação da Luz Direta. Ela pretende levar a criação (um desejo) a construir uma reação independente, as quatro etapas do exílio e da submersão no egoísmo, e os quatro níveis de libertação da autoridade do Faraó. Hoje, nós (grupo de Abraão, o povo de Israel) chegamos à quarta fase do nosso processo de libertação.

Só depois de passarmos por todas as quatro fases e admitirmos nosso egoísmo, ou seja, o lado oposto do Criador, nós podemos reconhecer e perceber que nosso ego é mal, podemos confrontá-lo. O egoísmo foi inserido artificialmente em nós pelo Criador para nos fazer decidir que lado do Criador nós preferimos escolher: o oposto, o lado negativo ou o Seu lado frontal, ou seja, o amor acima do egoísmo, a fé acima da razão.

É por isso que devemos entender que não há nada que nos prejudique; pelo contrário, tudo que enfrentamos está destinado a acontecer para promover nosso crescimento. Nós somos aqueles que definem o estado em que estamos, ao reagir aos acontecimentos que nos envolvem. Se nos relacionamos corretamente com as circunstâncias, com o entendimento de que não importa o que esteja acontecendo conosco é enviado pelo Criador, nossas aflições serão substituídas pelo lado positivo do Criador. Não há nenhuma condição intermediária. É o lado oposto do Criador ou Sua face.

Para resumir, não é o Criador que muda o seu impacto em nós de negativo para positivo; pelo contrário, somos nós que temos que alterar a nossa atitude para com Suas ações, de incompreensão e rejeição à compreensão e consentimento.

A diferença entre Deus e o Criador é que Deus é a qualidade superior separada, enquanto que o Criador é a propriedade atuante, governante, estreita e sensata. No entanto, todas essas definições são verdadeiras somente para os seres humanos que se esforçam em revelá-Lo (aspiram a senti-Lo).

Vejam as partes 1 e 2 da lição diária 20/03/15