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Ynet: “A Linha Tênue Entre Amor E Ódio”

Tishá B’Av [o dia 9 de Av] é a expressão direta e mais próxima da clara conexão entre o ódio infundado entre a nação de Israel e a destruição, mas não é a única coisa. Enquanto existir o ódio, a destruição vai continuar a nos assombrar. Na véspera do dia 9 de Av vamos tomar um minuto e parar nossa perseguição diária e nos reunir em um balanço conjunto. Usando livros da Cabalá e a orientação fornecida por nossos professores espirituais, os Cabalistas, podemos aprender a amar novamente.

“Cinco coisas aconteceram no dia 9 de Av: nossos antepassados ouviram pela primeira vez que não iam entrar na terra de Israel, o primeiro e o segundo Templos foram destruídos e a cidade de Beitar foi conquistada e pilhada. Quando chega o Av nós diminuímos a alegria”. (Talmud Bavli, Masechet Ta’anit).

A véspera do dia 9 de Av é o final das três semanas dos dias de Bein Hameitzarim (os dias entre 17 de Tamuz e 9 de Av). É um símbolo da destruição do segundo Templo para muitos, mas um breve olhar em nossos livros de história revela a verdade surpreendente que o Templo e a sua destruição não importa tanto quanto o imenso ódio infundado entre os judeus em Jerusalém na época. O ódio era tão profundo que é a raiz de todas as destruições e o sofrimento da nação de Israel ao longo da história.

Não só a destruição do primeiro e segundo Templos ocorreu no dia 9 de Av; muitos outros desastres também ocorreram: as tábuas dos Dez Mandamentos foram quebradas nesta data, Jerusalém foi conquistada e destruída pelos romanos e Bar-Kochba e dezenas de milhares de seus seguidores foram mortos na cidade. Em tempos posteriores, os judeus da Inglaterra foram expulsos em 1290, os judeus da França em 1306, os judeus da Espanha foram expulsos em 1492, e durante o Holocausto ocorreu uma maciça deportação de judeus para os campos da morte nesta data.

Qual É A Raiz Do Ódio Infundado?

O ódio infundado é parte natural do desenvolvimento da humanidade. De acordo com a Cabalá, “o coração do homem é mau desde a sua juventude”, e a força negativa e egoísta cresce e nos separa continuamente. Para evitar eventos destrutivos adicionais e construir o amor fraterno, temos que adicionar a força positiva neste processo que irá equilibrar a força negativa do ego. A força positiva é a força da conexão, uma força que existe na natureza, embora esteja oculta. No entanto, diferente da força do ego que se desenvolve naturalmente, a força positiva é criada somente por nossos esforços. Uma vez que começamos a fazer esforços para construir pontes no fosso entre nós e nos aproximar uns dos outros, para estreitar as conexões entre nós nos elevando acima de todas as nossas diferenças, sem tentar desfocá-las, nós iremos estimular a força positiva que está escondida na natureza.

Enquanto nós negligenciarmos tratar o nosso ego, ele só continuará crescendo até entrar em erupção sob a forma de rejeição mútua e ódio amargo que trará outro desastre para nós, para que despertemos e voltemos ao caminho certo. Isto é o que aconteceu com os filhos de Israel quando saíram do Egito. O egoísmo cresceu em novas dimensões e os arrastou ao ódio infundado, a fúteis conflitos internos e às intermináveis contas pessoais. Sob o ataque de pensamentos de ódio, decorrentes da raiz do Monte Sinai, os filhos de Israel foram obrigados a se unir como um homem em um só coração. A condição com que eles foram confrontados no sopé da montanha era clara: ou vocês se unem ou este será o lugar do seu enterro. A grande tensão entre as rejeições mútuas que eles sentiram e a necessidade da garantia mútua gerou a necessidade do método de conexão.

Foi Moisés, o líder da nação, que foi confrontado com a demanda do povo para se conectar. Ele subiu ao topo da montanha e recebeu a Tora: os meios para estimular a força de conexão entre as pessoas. Mas a nação de Israel escolheu a separação e o ódio em vez de se preparar para o momento sublime da recepção da Torá.

“Enquanto Moisés estava com eles, ele os uniu e conectou enquanto a assembleia de Israel abaixo era como um homem em um só coração. Eles eram como uma parede forte contra as forças externas, que não podiam penetrar o todo de Israel, mas somente quando há uma rachadura no muro de Israel (“Shmuel Shem“).

Os filhos de Israel usaram a pequena rachadura nas relações entre eles e preferiram construir o bezerro de ouro, um símbolo da adoração do ego, que cultiva a concorrência e a perseguição brutal de conquistas em detrimento dos outros. Quando Moisés desceu e voltou ao povo, ficou surpreso ao descobrir quão longe as pessoas se afastaram da meta, para a qual foram feitas, e quebrou as tábuas, os valores de unidade e garantia mútua, como expressão de seus sentimentos.

“Após o evento com o bezerro, os filhos de Israel perderam o nível de conexão em que estavam e precisaram se reconectar (“Shmuel Shem”). Só quando decidiram fazer um pacto e aceitar a unidade como o valor mais alto foram dignos de receber a Torá.

“A ideia principal baseia-se na unidade da Torá, e quando eles receberam a Torá, imediatamente se sentiram responsáveis uns pelos outros, é claro (Likutei Halachot). Graças a isso, as segundas tábuas dos Dez Mandamentos não foram quebradas. Tendo o método de conexão, nós continuamos a conquistar a terra de Israel com maior conexão e amor e depois construímos os dois Templos. “É pelo Templo que nos tornamos uma nação, e quando fomos divididos, o lugar da unidade de Israel foi destruído, e foi por causa do ódio infundado que a cidade e o Templo foram destruídos”. (O Maharal de Praga).

A Destruição Nunca Terminou

O dia 9 de Av, como um lembrete de nossa preferência equivocada de nos desenvolver ao longo do estreito caminho egoísta em vez do amor aos outros, está se tornando cada vez mais relevante. Enquanto o ego continua a crescer e inchar, ele nutre o ódio infundado e destrói as relações entre nós, e então “fomos ordenados a reforçar a unidade entre nós em cada geração (Sefer Hatoda’a).

O mundo hoje está em uma crise profunda em todos os aspectos da vida e a incerteza quanto ao futuro é tão grande que uma terceira guerra mundial pode irromper, e nós temos que continuar do ponto onde paramos. O bezerro de ouro é agora revelado a todos e a decepção que ele traz nos leva à beira de um abismo. “Todos os problemas e sua finalidade é fornecer à pessoa razões mentais para que ela sinta pena sobre a destruição do Templo espiritual em seu coração, que é o caminho para a redenção” (Michtav Me’Eliyahu). Apesar dos momentos de sucesso que tivemos ao longo dos dois mil anos de exílio, ainda estamos enfrentando uma montanha de ódio e somos obrigados a tomar uma decisão e escolher o bem.

Nós temos que reconhecer o egoísmo como uma doença que nos rói por dentro e nos prepara para receber a Luz da Torá. “Assim como os sábios disseram (Masechet Kiddushin): ‘Eu criei a inclinação ao mal, eu criei a Torá como tempero’, que se refere à Luz na Torá que Reforma”, como Baal HaSulam diz. A força da conexão na Torá pode iluminar toda a escuridão e lugares escondidos em nossos relacionamentos, remendar as conexões que foram quebradas e nos dar uma boa sensação de plenitude e eternidade. Só então “uma grande Luz sairá da escuridão, a maldição se transformará em bênção e a destruição do Templo se transformará em sua construção” (O Santo SHEL”A).

Assim, é especificamente em nossos tempos que o melhor remédio é revelado, o método de conexão, a sabedoria da Cabalá. Isso explica por que a nossa natureza egoísta e impotência nos dominam, e ao mesmo tempo, nos permitem evocar a força positiva escondida na conexão correta entre nós e pode, portanto, nos ajudar a evitar os problemas à espreita ao virar da esquina. “A profundidade do mal é uma boa profundidade, a profundidade do ódio é a profundidade do amor e se formos destruídos pelo ódio infundado, seremos reconstruídos pelo amor infundado (“Orot HaKodesh“).

Do artigo no Ynet 11/08/16

Eu Devo Me Examinar?

laitman_238_01Pergunta: Será que eu devo examinar cada desejo, pensamento e resposta que tenho? Ou o meu trabalho reside apenas em contemplar como a força superior funciona dentro de mim?

Resposta: A pessoa não precisa examinar nada dentro de si mesma! Você não sabe como fazer isso e não precisa saber! Você não tem esse sistema; você não tem um especialista interno que tem esse sistema. Nós não precisamos fazer isso.

Nós apenas precisamos ler os livros Cabalísticos e passar o material através de nós mesmos como através de um moedor de carne. Pense, sinta e deixe que a informação se mova através de você repetidamente. E o mais importante, você deve participar de atividades em grupo. Você verá como isso ajuda. É o suficiente para uma pessoa pegar uma hora por dia para aprender e mais uma hora por semana para estar junto com o grupo.

Assim é como era durante o tempo do meu professor. Eu estudava muitas horas todos os dias, três horas pela manhã com o grupo, depois algumas horas com Rabash pessoalmente. Mas, uma vez por semana, nós tínhamos uma reunião de amigos em que líamos o artigo que ele escreveu para essa semana. Quando nos reuníamos, tentávamos nos unir e perceber o que foi dito nos artigos sobre a unidade dos amigos. Um total de uma hora era dedicado a isso, um máximo de uma hora e meia por semana. Além disso, estudávamos a sabedoria da Cabalá algumas horas todos os dias.

Mas a pessoa não precisa de um trabalho intensivo como esse hoje. Basta estudar uma hora por dia e participar de uma reunião de amigos mais uma hora por semana. Especialmente, desde que seja possível, fazer tudo isso virtualmente hoje e que basta estabelecer relações fortes e esclarecer todas as relações e os princípios de cooperação mútua do trabalho de grupo. Nós também organizávamos convenções que eu recomendo muito que todos os estudantes participem delas.

Se a pessoa usar as possibilidades de aprendizagem e participar de nossas atividades compartilhadas, isso irá avançá-la. Ela vai sentir como muda, a forma como o mundo ao seu redor muda. Ela vai começar a entendê-lo mais e, de repente, ver que na verdade ele é diferente, complexo e gerido. Além disso, ela será capaz de participar na administração conforme se adapta à força positiva que gerencia o mundo.

Da Lição de Cabalá em Russo 17/04/16

O Gene Espiritual, Parte 1

Laitman_632_1Pergunta: Se dentro de cada pessoa existe além de um gene material também um DNA espiritual, como se chega a ele? Este gene espiritual é também herdado dos pais para os filhos?

Resposta: É muito difícil de explicar. Podemos dizer que os genes espirituais não são herdados, mas as qualidades que facilitam seu despertar são transferidas.

Ao dar à luz uma nova vida, a mãe dá vestimentas materiais ao DNA espiritual. Claro, há alguma conexão entre eles, uma vez que os caracteres de uma mãe e de um pai são passados ​​para a criança. Essas são qualidades relativamente materiais, mas não deixam de afetar a realização do gene espiritual. Afinal, absolutamente tudo visa a realização do DNA espiritual.

O mundo material não tem importância por si só, nenhuma meta própria; tudo foi concebido apenas para alcançar a realização do gene espiritual.

Pergunta: Eu tenho quatro filhos, mas eles são tão diferentes. Eles receberam os mesmos genes do pai e da mãe. Então, por que eles são tão diferentes?

Resposta: Porque o pai e a mãe também são diferentes. Apesar de serem as mesmas pessoas, dentro elas incluem muitas qualidades diferentes. E o mais importante, cada vez que o DNA espiritual (o Reshimo) entra no mundo, tem um propósito especial.

Portanto, para o bem do destino espiritual da criança, do pai e da mãe são selecionadas qualidades que não são as mais dominantes, exibidas externamente e visíveis para nós, exceto aquelas que são mais adequadas para o bom crescimento do DNA espiritual do embrião.

A carga espiritual define todas as outras qualidades. Se os nossos DNA espirituais estão conectados entre si, temos que realizar essa conexão. No entanto, uma vez que ainda não estamos prontos para isso, somos colocados em uma casca material e parece-nos que temos corpos materiais, assuntos comuns, e algum tipo de relacionamento.

No entanto, tudo isso é apenas uma realidade imaginária, projetada para aproximar os DNA espirituais uns dos outros. Essa é a única função desse mundo. E, depois, ele desaparece.

Pergunta: Isso significa que qualquer conexão com algumas pessoas no trabalho, com vizinhos, com marido ou esposa, qualquer interação entre duas pessoas tem o propósito de realizar o DNA espiritual que começa todo esse processo?

Resposta: É claro. Esse mundo não tem qualquer outra função além dessa: nos fornecer um local de trabalho e nos aproximar uns aos outros, num momento em que ainda não podemos influenciar o nosso DNA espiritual e começar a trabalhar com ele diretamente, como em um laboratório.

De KabTV “Nova Vida” 12/07/16

Correção Gradual

laitman_549_01Torá, “Deuteronômio”, 7:22: E o Senhor teu Deus lançará fora estas nações pouco a pouco de diante de ti; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo não se multipliquem contra ti.

Se você decidir corrigir os desejos que não pode controlar, não será capaz de persuadi-los a se converter de desejos egoístas em altruístas. Você não terá a pressão interna para corrigi-los. O prazer que você tem que desistir é muito grande; ele se esconde por trás deles.

Ou você terá que superar enormes dificuldades e pressões para corrigi-los em doação aos outros. Ou, ao ver que preenchimento você passa às outras pessoas, não vai sentir que elas são iguais a você, mesmo maior do que você. Um monte de diferentes obstáculos aparecem aqui, e por isso é necessário fazer tudo de forma gradual.

Afinal, se você não for capaz de corrigir os desejos no nível humano, vai ter problemas no nível animal com desejos que são chamados de animais do campo. Eles vão atacar você e você não será capaz de lidar com eles.

Portanto, não devemos ficar à frente de nós mesmos. A Torá fala sobre a correção gradual, onde a pessoa verifica claramente em si mesma todas as suas possibilidades e habilidades e entende o que faz.

Quantas vezes na vida fazemos algumas promessas, mas alguns dias depois as quebramos? Nós entendemos que não temos força para mantê-los.

Quando você vai executar algumas correções, você deve entende o que está recusando e como vai se sentir se os outros receberem tudo que você recusou. Isso significa que toda esta bela e perfeita satisfação que você estava recebendo em seu egoísmo e apreciava, você deu para os outros e agora eles apreciam e sentem a alegria espiritual.

Acontece que você entra em algum tipo de isolamento e eles desfrutam. Ao mesmo tempo, eles estão no mesmo grau que você. Inveja, ciúme, etc., podem irromper. E tudo isso está em ordem para terminar o atual grau de correção.

Essa realmente é a parte quando a inveja o destroça e se transforma em um novo grau egoísta. Exatamente aqui começa a correção. Afinal, você pode devolvê-lo e receber o dobro de prazer: o que tomou deles e com o que você é preenchido. Assim, os animais do campo surgem em você.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 27/04/16

Renascer A Cada Dia

Laitman_715Pergunta: Se tudo o que aconteceu foi de acordo com o plano do Criador, eu posso fazer uma aliança com Ele agora e anular os resultados de algumas coisas que fiz no passado que interferem com a minha vida hoje?

Resposta: Você pode parar de se preocupar com o passado, pois não há passado. A pessoa renasce a cada momento. Por isso, comece a trabalhar deste momento em diante, não importa quantos anos você tem. Eu já tenho 70 anos de idade e começo a trabalhar cada vez como se tivesse renascido. E não há problema.

Da Lição de Cabalá em Russo 10/04/16

Nova Vida # 756 –Amor Na Bíblia

Nova Vida # 756 – Amor Na Bíblia
Dr. Michael Laitman em conversa com Oren Levi e Yael Leshed-Harel

A Torá define o amor de forma diferente do que nós definimos. Em geral, para nós todas as histórias da Torá são grandes segredos.

Resumo

Ela se baseia no princípio do amor ao próximo, o que significa se preocupar com o bem-estar dos outros, fazer bem aos outros e viver apenas para satisfazer os outros, não pensando no que vou me beneficiar ou o que vou receber em troca.

A Torá não nos fala de pessoas, mas de sistemas espirituais. O amor espiritual é dar e não receber a fim de satisfazer meus desejos; o amor espiritual é a superação do ego. Casar-se por exemplo, significa conectar-se com os desejos do outro e satisfazê-los.

O propósito da nossa vida neste mundo é alcançar amor e conexão, porque ninguém pode realmente satisfazer-se.

Portanto, o desejo de amar está profundamente enraizado em nós, mas nós temos que aprender a trazê-lo para fora e desenvolvê-lo.

A sabedoria da Cabalá nos ensina como construir o amor acima do ódio que sentimos, se conectar acima do egoísmo que nos separa. O amor espiritual não depende dos outros, mas do grau de sua doação. É através dos outros que a pessoa se conecta ao Criador.

De KabTV “Nova Vida # 756 – O Amor Na Bíblia”, 09/08/16