“Não Há Tal Coisa Como Livre Arbítrio”

Laitman_507_03Nas Notícias (Atlantic): “Durante séculos, filósofos e teólogos têm mantido quase unanimemente que a civilização como a conhecemos depende de uma crença generalizada no livre arbítrio, e que perder essa crença poderia ser desastroso. …

“As ciências têm ficado mais ousadas em sua afirmação de que todo o comportamento humano pode ser explicado através das leis exatas de causa e efeito. Essa mudança de percepção é a continuação de uma revolução intelectual que começou cerca de 150 anos atrás, quando Charles Darwin publicou pela primeira vez A Origem das Espécies. …

“Galton lançou um debate que se alastrou durante o século XX sobre a natureza versus criação. As nossas ações são o efeito do desdobramento da nossa genética? Ou o resultado do que foi impresso em nós pelo ambiente? …

“Nas últimas décadas, a investigação sobre o funcionamento interno do cérebro ajudou a resolver o debate natureza-criação e desferiu um novo golpe na ideia do livre arbítrio. Scanners cerebrais nos permitiram espreitar dentro crânio de uma pessoa viva, revelando complexas redes de neurônios e permitindo que os cientistas alcançassem amplo consenso de que essas redes são formadas por ambos, os genes e o ambiente. Mas há também um consenso na comunidade científica de que o disparo de neurônios determina não apenas alguns ou a maioria, mas todos os nossos pensamentos, esperanças, memórias e sonhos. …

“Muitos cientistas dizem que o fisiologista americano Benjamin Libet demonstrou na década de 1980 que não temos livre arbítrio. Já se sabia que a atividade elétrica se acumula no cérebro de uma pessoa antes que ela, por exemplo, mova a mão; Libet mostrou que esse acúmulo ocorre antes que a pessoa tome conscientemente a decisão de mover. A experiência consciente de decidir agir, que nós normalmente associamos com o livre arbítrio, parece ser um acréscimo, uma reconstrução post hoc de eventos que ocorre após o cérebro já iniciar o movimento. …

“O debate natureza-criação do século XX nos preparou para pensarmos em nós mesmos como moldados por influências além do nosso controle. … O desafio colocado pela neurociência é mais radical: ele descreve o cérebro como um sistema físico como outro qualquer, e sugere que não mais desejaremos que ele opere de um modo particular do que desejaremos que o nosso coração bata. A imagem científica contemporânea do comportamento humano é um dos neurônios disparando, fazendo com que outros neurônios disparem, produzindo nossos pensamentos e ações, em uma cadeia ininterrupta que remonta ao nosso nascimento e além. Em princípio, nós somos, portanto, completamente previsíveis. Se pudéssemos compreender a arquitetura e a química do cérebro de qualquer indivíduo bem o suficiente, poderíamos, em teoria, prever a resposta desse indivíduo a um determinado estímulo com 100 por cento de precisão.

“Saul Smilansky, professor de filosofia na Universidade de Haifa, em Israel … chega a uma conclusão dolorosa: ‘Não podemos permitir que as pessoas internalizem a verdade’ sobre o livre arbítrio.

“Smilansky está convencido de que o livre arbítrio não existe no sentido tradicional, e seria muito ruim se a maioria das pessoas percebesse isso.

Resposta: De acordo com a sabedoria da Cabalá não existe livre arbítrio conforme a definição comum. Todas as ações de uma pessoa são inconscientes, e se realizam inconscientemente e só depois compreendidas, e algumas delas nem sempre são bem compreendidas. Muitos textos Cabalísticos, como o artigo do Baal HaSulam “Tu Me Cercastes Por Trás e Pela Frente”, os artigos do Shamati, etc., falam sobre isso. Outra parte da literatura Cabalista descreve o que depende de uma pessoa. Toda a literatura Cabalista é dividida em duas partes: a parte que depende do Criador e a parte que depende da pessoa.

O estudo da Cabalá, na verdade se resume ao estudo e implementação de nosso livre arbítrio, mas nós podemos definir e implementá-lo apenas na medida em que entendemos as ações do Criador e quando os nossos atributos se tornam iguais aos Dele através da adesão a Ele como a um parceiro. O significado de nossas ações está em nosso entendimento e nossa conexão completa entre todas as ações de uma pessoa e as do Criador. Isto é chamado de adesão.