Egoístas Altruístas

Laitman_632_3Comentário: Os cientistas afirmam que os maiores egoístas são altruístas, e isso tem sido provado em num nível neurológico e no plano econômico. Há até mesmo um termo “punição altruísta”, que é quando nós punimos aqueles que prejudicam a sociedade, aqueles que não tornam as pessoas felizes, aqueles que prejudicam a nossa liberdade, e nós gostamos de fazer isso e, como resultado, o nosso ego cresce ainda mais.

Resposta: Claro que pode nós comprar uma pessoa se dermos presentes a ela, servi-la e mostrar-lhe amor. Assim, ela vai receber um prazer contínuo de nós, irá desfrutar, se acostumar com os prazeres, e vamos aproximá-la de nós. Em geral, este é um trabalho feminino: quando uma mulher aceita e cuida de seu homem, ele sente que ela é a figura materna e que precisa dela.

Eu não vejo nada de errado nisso. Essa é a maneira como nós, egoístas, nos comunicamos. Se eu não precisasse de alguém, nem iria perceber que ele está junto a mim. Eu sempre noto apenas o que preciso e o que pode me beneficiar, ou o contrário, o que me perturba ou me ameaça. Isso significa que nós observamos tudo o que afeta o nosso desejo, seja negativa ou positivamente.

O maior ego é, de fato, o ego altruísta. É um ego muito sofisticado e desenvolvido. Quando eu percebo que por trás de cada boa ação simples, como ajudar um animal pequeno ou cuidar de um bebê, eu gradualmente o domo ou o enganar ao preencher o seu desejo para que ele não seja capaz de continuar sem o meu preenchimento, eu evoco certa reação nele e ele sente que me deve.

Pergunta: Se a gente só ver o ego por trás de cada ação a partir de agora, onde isso vai nos levar?

Resposta: A lugar algum. É uma fase avançada do ego na qual entendemos como trabalhar com outras pessoas que também são egoístas, e que se você as tratar de forma altruísta, vai comprá-las e não terá que manejá-las à força, mas simplesmente tratá-las bem.

É o mesmo benefício egoísta, mas num nível mais elevado, e como os cientistas percebem hoje, essa é a forma como todas as pessoas vão se sentir: esse é apenas o mesmo egoísmo. É semelhante à relação entre uma mãe e um filho: a mãe ama seus filhos de uma maneira humana normal e lhes dá tudo; como resultado, ela precisa deles e eles precisam dela.

Comentário: Mas as pessoas têm certeza de que o amor materno é o verdadeiro amor altruísta.

Resposta: Nós temos que olhar para a vida um pouco mais a sério. Eu saúdo, respeito e também adoro a minha mãe que ainda está viva.

Eu sei como eu a trato, como devo tratá-la, e como ela me trata, mas devemos entender que é a natureza que evoca esse sentimento em nós e não a pessoa que se educa para ser assim. Essa é a diferença.

Nós devemos entender que o homem age de acordo com a lei da natureza que o estimula dessa maneira, e essa é a razão de perseguir comida, sexo, família e o amor dos pais.

É diferente se ele faz isso contra o seu ego, se ele se educa para estabelecer relações totalmente novas com tudo o que é exterior a ele, à sua volta: a natureza inanimada, as plantas, os animais e os seres humanos. Assim, todas as mudanças que ele sofre por sua própria vontade, como resultado da educação contra a sua natureza egoísta instintiva inicial, uma mudança que é o resultado da força e esforço será considerada uma conquista e, portanto, algo do que ele possa se orgulhar.

As Reshimot egoístas se desenvolvem dentro de nós, as quais são registros de dados ditados para nós, e nós temos que subir acima de nós mesmos para atingir um estado superior egoísta. De que outra forma eu posso entender o próximo estado se ele não for representado em mim egoisticamente? É assim que eu sinto, “Eu quero!”, eu quero não apenas esse mundo; também quero o mundo superior, o futuro que está acima da morte, acima de tudo. Eu quero ver tudo, controlar tudo, compreender e sentir tudo.

Então eu estou pronto para ouvir o que a sabedoria da Cabalá diz e como ela me ajuda a partir de agora. Essa ajuda é dada a mim para que eu possa ser capaz de agir contra a minha natureza e, assim, eu me transformo internamente e começo a pensar de forma diferente, não com a intenção de receber, mas com a intenção de doar, não se importando comigo, mas se preocupam com os outros.

Neste estado, eu sinto paz, um preenchimento, e não anseio por ele mais. É totalmente diferente do amor de uma mãe para com o filho. Ela sente um amor instintivo com o qual se preenche, mas aqui eu preencho os outros e não o meu próprio filho pelo qual sinto um sentimento humano pessoal e comum, mas estranhos totais que podem se opostos a mim e por quem sou repelido. É assim que vamos chegar ao preenchimento da consciência Cabalística. Embora seja um grande esforço, vamos conseguir.

De KabTV “Notícias com Michael Laitman” 04/03/16