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A Participação De Todo O Povo É Necessária

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torah” (A Entrega da Torá), seção 17: De todo o exposto acima, nós podemos entender uma das frases mais desconcertantes de nossos sábios: “Todos de Israel são responsáveis uns pelos outros”. Isso parece ser completamente injusto… Mas, de acordo com o que foi dito acima, nós podemos entender suas palavras de forma muito simples; nós temos demonstrado que cada uma das 613 Mitzvot na Torá gira em torno dessa única Mitzva: “Ama o teu amigo como ti mesmo”. E nós achamos que tal estado só pode existir numa nação em que cada membro se compromete com isso.

Nós realmente não temos nada porque esperar, nem esperança de que podemos chegar a tal intensidade de conexão que é chamada de amor ao próximo a partir do nosso estado egoísta, mesmo que tenhamos um grupo e um estudo, a menos que trabalhemos numa dimensão chamada toda a nação.

Aqui deve haver uma integração de muitos desejos conectados, onde cada um descobre seu caráter único, e então, no grau de completa integração mútua entre eles, será possível alcançar esse desejo poderoso que atrairá a Luz que Reforma, trazendo-lhes a qualidade de amor.

Os filhos de Jacó foram incapazes de chegar a este amor, esta intensidade de desejo, enquanto estavam fechados dentro de sua família, e havia inclusive ódio entre os irmãos, o que atesta a intensidade do desejo necessário para a correção. Isso ocorre porque cada um tinha uma mãe diferente, sua própria parte na casa de seu pai e seu próprio caráter.

No entanto, mesmo isto ainda não foi o suficiente para a sua conexão, para além da rejeição mútua, a qual lhes daria um preenchimento chamado amor. Somente quando o grande ego chamado Faraó foi adicionado a eles e depois que eles passaram pelos 400 anos do exílio egípcio e descoberto todos os níveis do ego, é que a intensidade da separação foi suficiente para poderem ser chamados de uma nação em vez de um grupo.

A ideia aqui não é a quantidade, mas fala apenas da qualidade. Portanto, após eles receberem um ego adicional, uma densidade adicional, eles começaram a se chamar de uma nação e mereceram receber um meio para fazer uma correção que se tornou imperativa para eles. Isto é porque eles mesmos já não podiam corrigir nada como irmãos que se sentiam membros de uma família antes de sua entrada no Egito.

Com o êxodo do Egito e o peso do coração, depois que levaram todos os vasos do Faraó, eles começaram a exigir a Torá.

Da 5ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/05/14, Escritos do Baal HaSulam

O Acelerado Pulso Do Tempo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Todos nós sabemos que a sensação de tempo é muito subjetiva. Como é possível que quando uma pessoa tem que tomar uma decisão importante, o tempo é esticado e ela passa por muitos estados e pode considerá-los?

Resposta: Isso é verdade, muitas pessoas experimentam este fenômeno. Mesmo em nossa vida comum, às vezes nós sentimos que o tempo é expandido, e às vezes ele voa e é comprimido.

Se eu me divirto, o tempo passa despercebido, e se não me divirto, não posso esperar que o tempo passe.

Mas o tempo é ainda mais subjetivo do que pensamos. A questão é se nós pudéssemos sentir o tempo, se não vivêssemos de acordo com nosso pulso que é de 80-90 batimentos por minuto, ou de acordo com o nosso ciclo de respiração, que é cerca de 16 a 20 respirações por minuto. Se não houvesse o ciclo das estações do ano nos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza, será que nós poderíamos perceber o tempo no nível falante, em nossos sentimentos? Provavelmente não.

Talvez nós percebamos o tempo como o fazemos, porque esta é a maneira que nós existimos no nosso nível físico, animal, que é influenciado pela nossa percepção humana da realidade e determina a nossa percepção da vida e da realidade. Uma pessoa se desenvolve e sente a conexão com seu passado, presente e futuro.

Em contraste com o ser humano, um animal vive no presente, mas ainda está ligado de alguma forma ao futuro e é capaz de senti-lo. Os animais sentem o futuro de uma maneira muito mais clara que os seres humanos porque estão conectados à natureza. Todas as possíveis formas futuras já existem na natureza, mas estão ocultas de nós.

Se nós conseguirmos anular o nosso desejo de receber, seremos capazes de transcender de uma percepção subjetiva para uma percepção mais objetiva do tempo, e então seremos capazes de sentir o futuro. O único problema é que estamos em nosso desejo egoísta. Mas se nós conseguirmos superá-lo e subirmos acima dele, o conceito de tempo, espaço e movimento pode ser totalmente invertido e não ser um obstáculo em nossa percepção.

A pessoa que tenta se libertar do seu ego e ascender acima dele, começa a pensar que se todo o universo — toda a matéria inanimada, vegetal, animal e o nível dos seres humanos — está no desejo de receber, deve haver uma força contra ele, o que significa o desejo de doar e preencher aquele desejo de receber. Então, ela quer conhecer esta força e transcender do nível de quem recebe o prazer para o nível de quem quer proporcionar prazer.

Ascender acima do nosso desejo de receber significa ascender acima da nossa natureza. Será que é possível sair da estrutura do universo, transcender o momento do Big Bang e retornar ao estado que o precedeu, à força que criou a criação?

De repente, nós percebemos que para fazer isso não precisamos voar até estrelas distantes ou explorar outros mundos. Nós encontramos tudo isso bem aqui onde nós estamos, dentro de nós. É porque uma pessoa percebe tudo de forma subjetiva. Portanto, quando eu trabalho na percepção da minha realidade, na minha atitude para com o que está acontecendo aqui e agora, eu posso executar exercícios com os quais vou ser capaz de ascender acima do meu desejo de receber, porque não existe nada, exceto eu, e tudo só existe na minha percepção.

Eu serei capaz de controlar meu desejo de receber, sair dele e restringi-lo, o que significa que não vou permitir que ele opere egoisticamente, mas o transformarei na força que me motiva.

Ascender acima do meu desejo de receber significa adquirir o desejo de doar, a fonte da qual o desejo é preenchido. O desejo de doar é a força que causou o Big Bang e forneceu a centelha da qual nosso universo se desenvolveu. Esta é a força que criou toda a matéria e a preenche.

Na verdade, esta força está em toda parte, uma vez que sustenta e opera a matéria, mas ela está oculta de nós. Nós só percebemos os seus resultados, a força de atração e rejeição. Cada ação tem lugar em consequência dessa força, dessa centelha de energia superior que é a fonte da vida.

Enquanto eu existir no meu ego, o tempo é o meu pulso que é totalmente subjetivo e existe apenas enquanto estou vivo. Mas se eu quiser subir acima do tempo, então não há nenhum problema, pois tudo o que tenho a fazer é simplesmente subir acima do meu desejo.

De KabTV “Uma Nova Vida” 17/04/14

Transformando O Impossível Em Possível

laitman_940Baal HaSulam, “Matan Torah” (A Entrega da Torá), Item 16: Então, para cada membro da nação foi perguntado se concordava com aquele trabalho exaltado. E uma vez que cada um da nação concordou de coração e alma e disse: “Faremos e ouviremos”, foi possível manter toda a Torá, e aquilo que era anteriormente impossível se tornou possível.

Para alcançar o estado de recepção da Torá, nós primeiro precisamos de um peso do coração que é chamado de exílio egípcio, escuridão com peso do coração, uma reação do ego, o desejo de receber. Quanto mais ele cresce, mais terrível é e mata a pessoa. Nós devemos sentir que o Criador está oculto e que temos uma grande necessidade de descobri-Lo, ou seja, descobrir a característica de doação.

Especificamente, o Criador é o que é chamado de descoberta da característica de doação e não algum poder místico que nos serve do jeito que imaginamos dentro do nosso ego.

Nós decidimos que o desejo de receber é escuridão para nós, e que o desejo de doar é a Luz. É impossível receber a Torá, ou seja, a Luz que nos corrige e eleva acima do desejo de receber até o desejo de doar, exceto num grupo que seja grande o suficiente em intensidade, quantidade e qualidade.

Neste grupo nós devemos reunir pessoas que se apoiam e estão prontas para dedicar suas vidas em benefício da sociedade. Elas têm certeza que a melhor coisa é ser dependente da opinião da sociedade.

Isto não significa que a pessoa se joga egoisticamente nas mãos da sociedade, de modo que a sociedade estará preocupada com ela e que ela não precisará pensar em nada. Ela também não faz isto de forma distraída, jogando-se num grupo e pensando que tudo o que será, será; mas sim que a preocupação em superar o seu ego, em entender todo seu poder, emoção e intelecto, é que ela se anula em relação ao ambiente, elevando-se acima de sua emoção e intelecto.

Sendo uma pessoa muito sábia, sensível, madura e séria, ela anula tudo isso e aceita a opinião da sociedade, que é o oposto de todo o seu conhecimento. Ela vê que isto refuta completamente sua inteligência saudável, sua lógica, sua força mental e sua visão do mundo; ela descarta todos os seus dados e se anula frente à sociedade.

Imagine que tipo de trabalho difícil o Rabi Yosi ben Kisma fazia ao se anular perante seus alunos. Certamente ele não mostrava isso ativamente a eles para não estragá-los. Mas ele próprio aceitava estar no pequeno e miserável grupo de principiantes que o Criador tinha arranjado para ele e fez-se menos e mais baixo do que eles.

A fim de obter energia para o avanço espiritual, a pessoa deve se anular frente ao grupo. Isso é feito “acima da razão” e é estendido a todas as áreas da vida, mas isso acontece apenas depois de cálculos muito sérios.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/05/14, Escritos do Baal HaSulam

Saia Da Maca E Corra

laitman_562_02Pergunta: O que uma pessoa pode fazer para preencher o vazio da “ocultação” com doação?

Resposta: Ela deve mover a ocultação de si mesma para “Não há outro além Dele”, ou seja, não deve ter pena de si mesma, mas da “tristeza da Shechina (Divindade)”. Ela deve sentir o quanto ela agora está prejudicando o grupo através da ausência de seu papel. Pois os amigos devem continuar sua viagem transportando seu “corpo” numa maca.

Eu devo entender que desta forma sou um fardo para eles e devo sentir responsabilidade e vergonha também. É claro que nós não alcançamos um entendimento assim imediatamente, mas gradualmente. Pelo contrário, isso é feito, em última análise, com a ajuda do grupo e do Criador. Então a “tristeza da Shechina (Divindade),” significa que ela está triste porque eu não estou participando adequadamente do trabalho geral.

O grupo é um conceito que já existe na espiritualidade. Se nós descobríssemos a espiritualidade, veríamos que o coração e a mente do grupo já existem. Ainda não vemos isto porque o tempo ainda não chegou, mas tudo isso já existe. Então nós descobrimos que a garantia mútua, o sentimento, a razão e a descoberta do Criador já existem neste estado. Isso é algo que existe acima de nós, e cada um deve apoiar os outros para que juntos, apenas através da intensidade da conexão entre nós, cheguemos à estrutura do grupo que já existe.

Pergunta: O que nós vemos quando olhamos através do centro do grupo?

Resposta: Eu vejo que todo mundo está conectado, com exceção de mim. E cabe a mim penetrar ainda mais no grupo e me ligar a eles; cabe a mim ver isto como uma meta diária. Eu me levanto de manhã e verifico o que é importante fazer hoje: organizar a minha relação com o grupo melhor do que era ontem, para que no final do dia eu seja capaz de dizer que avancei um pouco na direção certa.

Se eu não me sentir cortado do grupo, não conseguirei atrair a Luz que Reforma. Cabe a mim sentir que devemos renovar e reforçar esta conexão para fortalecer nosso Kli, para desenvolver a sua eficácia, crescimento e qualidade, e possibilitar que o Criador seja revelado nele ainda mais.

Não importa que nós ainda não tenhamos descoberto que tipo de contentamento nós estamos dando ao Criador. Uma criança entende quanto sua mãe e seu pai gostam de seu sorriso? Nosso avanço é medido apenas dessa maneira. Nós só podemos pedir a Luz que Reforma quando a conexão entre nós, que nós mesmos não estamos prontos para realizar, está faltando.

É claro que não estou pronto para fazer nada sozinho e descubro para minha surpresa que avanço na direção oposta. Mas isto é para o bem. Agora só cabe a mim compreender isto e avançar em direção à oração. Não grite sobre isso ser mau para mim; isto é infantil.

O Criador me empurra para que eu descubra uma deficiência em dar prazer a Ele, não a mim. Ele organiza todas as condições para eu chegar à doação.

Pergunta: Eu posso pedir a Luz que Reforma para mim?

Resposta: Certamente; Afinal, você quer tirar a maca para que eles não precisem transportá-lo, porque você tem vergonha. Você mesmo deseja correr lado a lado com os amigos.

Pergunta: Como sei que estou recebendo a Luz que Reforma como resposta à minha oração e que ela está trabalhando em mim?

Resposta: Não há nenhuma necessidade de esperar pela prova disso. Aproveite o pedido em si. Você não precisa se preocupar com uma resposta à sua oração, pois isso significa que você está exigindo uma recompensa, um preenchimento; você estabelece as condições e quer fazer um acordo com o Criador para alcançar o benefício.

Seu objetivo é elevar MAN, uma oração. Pois é especificamente através do Maná (Man-Ohm) que fomos satisfeitos no deserto e não por MAD (a Luz). A oração em si deve ser a satisfação. Se você está elevando-a, já é bom para você, “Eu sou do meu amado” (Cântico dos Cânticos 6:3). A oração em si é a recompensa. Então você vai descobrir que não precisa mais do que isso, pois a espiritualidade é descoberta especificamente desta forma.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 18/05/14

Como Um Feixe De Juncos — Correções Através Das Eras, Parte 2

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 3: Correção Através das Eras
A Evolução do Método de Correção

A (Não Necessariamente) Inclinação ao Mal

Quando nossos sábios escrevem sobre a Yetzer HaRah (inclinação ao mal), eles se referem à maneira como nós usamos a inveja para magoar os outros ou para nos beneficiar às suas custas. Mas se usarmos corretamente a inveja, a luxúria e a honra mencionadas acima, elas se tornam nossos meios de correção. É por isso que o Santo Shlah escreveu, “as piores qualidades são inveja, ódio, avareza, luxúria, e assim por diante, que são as qualidades da inclinação ao mal — exatamente as mesmas com que ele vai servir ao Criador.” [i]

Ainda assim, de forma inata, nós usamos essas inclinações negativamente, como está escrito (Gênesis, 08:21), “a inclinação do coração do homem é má desde a sua juventude”. Da mesma forma, “não há nenhum mal, exceto a inclinação ao mal”, escreveu Shimon Ashkenazi, [ii] e séculos anteriores, o Midrash Rabah estabeleceu que “as pessoas estão inundadas na inclinação ao mal, como é dito, ‘pois a inclinação do coração do homem é má desde a sua juventude'”. [iii]

Abraão descobriu que, de todas as criações, apenas as pessoas possuem uma inclinação ao mal. Eis porque o grande Ramchal escreveu, “não há nenhuma outra criação que possa fazer mal como homem. Ele pode pecar e se rebelar, e a inclinação do coração do homem é má desde a sua juventude, o que não é assim com qualquer outra criatura”. [iv]

Baal HaSulam escreve que a inclinação ao mal é o desejo de receber [v]. Ainda assim, nós dissemos em capítulos anteriores que o desejo de receber é toda a Criação, e o homem constitui o quarto e mais desenvolvido nível do desejo de receber. Por que então o nosso desejo de receber é a fonte de todo mal?

O problema é que o desejo de receber no nível humano (falante) não é estático. Ele cresce constantemente e está constantemente à procura de mais. Nas palavras de nossos sábios, “a pessoa não deixa o mundo com metade dos seus desejos em sua mão, pois quem tem cem desejos deseja duzentos; quem tem duzentos desejos quatrocentos”. [vi] Como nós constantemente buscamos mais, estamos sempre deficientes. Da mesma forma, o Santo Shlah diz, “aquele que não está contente está sempre carente”, [vii] e, portanto, constantemente infeliz e insatisfeito. Olhando para a nossa sociedade de consumo, nós podemos ver que se sucumbirmos a esse elemento em nossa natureza, nós seremos lançados numa “caça ao prazer” que não acaba, mas que também não nos faz felizes.

Assim, Abraão percebeu que a inclinação ao mal, o ódio e a alienação que apareceram entre os Babilônicos, estava causando todos os problemas entre eles e que não havia esperança que este fermento viesse para baixo por si só. No entanto, ele também percebeu que ter um intenso desejo de receber era necessário para a realização do propósito da Criação, para o homem conseguir Dvekut (adesão, equivalência de forma) com o Criador. Nas palavras do Ramchal, completando a citação acima, “Por outro lado, quando ele (o homem) é corrigido e complementado, ele se ergue acima de tudo, e merece aderir-se (apegar-se) a Ele, e todas as outras criações dependem dele”. [viii]

Portanto, em vez de tentar aniquilar a inclinação ao mal, Abraão desenvolveu um método com o qual as pessoas podiam se corrigir, ou “domar” suas inclinações, ou seja, seus egos, e assim beneficiar seu crescimento. Uma vez que ele desenvolveu o método, ele começou a compartilhar com todos, sem exceções, como Maimonides testifica, “ele começou a anunciar ao mundo inteiro.” [ix]

Como mencionado na introdução, Maimonides escreveu que Abraão “plantou este princípio (de que existe um Deus, uma força no mundo) em seus corações, compôs livros sobre isso e ensinou a seu filho, Isaac”.

No entanto, o método de Abraão foi adequado apenas para seus contemporâneos. Não poderia, nem era destinado às gerações posteriores. Como a inclinação ao mal no nível falante — o desejo de receber para nós mesmos, também conhecido como “egoísmo” — é sempre crescente e em desenvolvimento, na época que o povo de Israel se tornou uma nação e saiu do Egito, um novo método de correção foi necessário.

Os cerca de três milhões que saíram do Egito eram diferentes das setenta almas que tinham entrado dois séculos antes. No Egito, o desejo de receber de Israel aumentou tremendamente e necessitou um conjunto muito explícito de instruções a fim de corrigi-lo.

[i] Rabino Isaías HaLevi Horowitz (o Santo Shlah), Em Dez Declarações, “Sexto Enunciado.”

[ii] Rabino Shimon Ashkenazi, Yalkut Shimoni [A Antologia Shimoni], Miquéias, capítulo 7, continuação da intimação n º 556.

[iii] Midrash Rabah, Shemot [Êxodo], parte 30, Parágrafo 17.

[iv] Ramchal (Rav Moshe Chaim Lozzatto), Daat Tevunot, 154, 165.

[v] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, Shamati [Eu ouvi], artigo n. º 5, “Lishma é um despertar de cima, e por que precisamos de um despertar de baixo para cima” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 518.

[vi] Midrash Rabah, Kohelet [Eclesiastes], parte 1, Parágrafo 34.

[vii] Rabino Isaías HaLevi Horowitz (O Santo Shlah), “Portão das Letras”, Item 60, “Satisfação”.

[viii] Ramchal (Rav Moshe Chaim Lozzatto), Daat Tevunot, 154, 165.

[ix] Maimonides, Yad HaChazakah (A Mão Poderosa), parte 1, “O Livro da Ciência”, capítulo 1, Item 3

Qualidades do Sumo Sacerdote, Parte 3

laitman_232_064. Riqueza

“O Sumo Sacerdote tem que ser monetariamente mais estável que outros Cohanim”. (“Faça-se a Luz”, “Levítico”, “Emor“).

Corrigir os nossos Kelim (vasos) e receber a Luz de Hochma significa que somos “ricos”.

Dinehiro (“Kesef “- vem da palavra “Kisuf“- cobertura) indica a tela (Masach). Os Cohanim usam o dinheiro para satisfazer as necessidades de outras pessoas, para ajudá-las e se conectar com elas.

Financeiramente, o sumo sacerdote tem que estar muito “melhor” do que os outros Cohanim, ou seja, tem que ter uma “tela” grande (Kesef, Kisuf – o dinheiro) para usar o dinheiro como um “guarda-chuva de segurança” para cobrir o seu povo. O sumo sacerdote possui o poder que pode absorver todos os desejos, propriedades e esperanças de seu povo, torna-os mais dignos, leva-os ao próximo nível espiritual, e orientando-os corretamente à Luz Superior para que esta última os beneficie, não machuque.

Cada próximo nível inclui todos os níveis anteriores. Os níveis inferiores são semelhantes aos pontos correspondentes do próximo nível. É por isso que um Cohen tem que ter uma tela que abrange todos eles.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 14/05/14

Como Posso Parar De Condenar O Criador?

Laitman_509Pergunta: Como uma pessoa pode parar de condenar o Criador?

Resposta: Uma pessoa não pode parar de fazer isso. Nós não estamos no controle; na melhor das hipóteses, nós podemos pedir. Ao pedir, operamos a Luz que Reforma, mas não executamos a verdadeira ação. Somente a Luz pode realizar a correção.

A Luz do “mundo do Infinito” que aparece a meu pedido ao preencher o meu desejo de melhorar – de chegar mais perto, de me adaptar ao Criador – executa as ações necessárias. Apenas o pedido é meu, e ele deve ser apenas para doar, de modo que eu possa ser atraído apenas à doação e que as minhas contas sejam apenas de acordo com isso.

Eu não levo os meus sentimentos em conta. Não faz diferença se isso é bom ou ruim, e eu só vejo até que ponto posso justificar o Criador. Esta é a única coisa que me dói. Minha dor não está relacionada com o meu corpo físico, mas com a minha atitude em relação a ele. Será que vou ser capaz de justificar o Criador acima dos meus sentimentos em meu corpo físico e que devem estar aderidos a Ele até que eu O ame, ou não?

Nesse meio tempo, minha carne viva é cortada sete vezes por dia, mas eu prefiro o ponto de adesão na sua parte posterior. Assim, sua face é revelada, o que é de fato um grande prazer, mas absolutamente não nos meus velhos vasos egoístas e não na mesma Luz de prazer que eu pensava e esperava.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/05/14, Escritos do Baal HaSulam

O Preenchimento Do Completo Vazio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é o significado de eu me preparar para o vazio contínuo e a sensação deste preenchimento?

Resposta: Há a correção dos vasos e o preenchimento dos vasos. Tudo se passa dentro de uma pessoa e eu tenho que preparar o meu vaso, a fim de receber tudo como bom e nada mais é necessário.

Eu recebo tudo o que tenho do Alto, do Criador, do “não há outro além Dele” e, portanto, tenho que ansiar em me sentir bem apenas a partir do fato de que recebo Dele. Isso é chamado de purificação dos vasos, o nível de Bina, Hafetz Hesed. O desejo de receber é corrigido de tal modo que não exige nada para si, exceto a sensação de conexão com o criador, que é o que preenche-o completamente.

Eu não me importo com nenhum estado que possa vir, do melhor ao pior, todo o terrível vazio e os diferentes estados extremos, uma vez que estou acima do meu vaso com um Masach (tela) e a Ohr Hozer (Luz de Retorno).

Se estou aderido ao fato de que tudo vem do Criador, eu aceito integralmente todos os estados com a minha mente completa e do fundo do meu coração, em todas as minhas contas, desejos, intenções e sentimentos. Isso se chama o nível de doação absoluta, Hafetz Hesed, a primeira correção essencial do desejo de receber, após o qual é possível chegar à doação ao Criador. Este é um tipo de limpeza do meu ego.

Se o estado vem do Criador e eu estou num mundo que é totalmente gerido pela força superior, eu não me importo com o que sinto no meu desejo de receber. Se isso foi enviado pela força superior, deve ser bom, e, portanto, estou calmo.

Eu não sinto que sou um hipócrita e não me pressiono, mas, na verdade, sinto que estou realmente em estado de correção. Qualquer coisa pode acontecer em minha mente e coração, mas eu só quero estar aderido num ponto, ao pensamento de que isso vem do Criador.

Por isso, eu estou em doação real em Hafetz Hesed, acima de todos os eventos que possivelmente podem vir junto, sejam guerras, problemas, medos, ansiedades, conflitos, erupções, os piores eventos possíveis e os melhores. Eu sei que isso vem do Criador e esse pensamento é suficiente para cobrir todos os sentimentos em meu desejo de receber.

Uma Luz que Reforma muito forte que vem de cima é necessária para tal correção, a Luz de Hochma que afeta o meu desejo de receber e eleva-o ao vaso de Bina. Mas, enquanto, ela ilumina de forma oculta, na forma de Ohr Makif (Luz Circundante). [

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/05/14, Escritos do Baal HaSulam

Ver Outros Mundos

Dr. Michael LaitmanA integração entre as duas forças, recepção e doação, é a base da criação. A ciência moderna está se aproximando desse fenômeno, mas ainda não está pronta para senti-lo. Os cientistas estão se aproximando de um limite após o qual vão descobrir que tempo, espaço e movimento não existem, que não há vida e morte, e que a matéria não existe, nem mesmo as partículas fundamentais. Em vez disso, tudo isso se encontra em nossas sensações.

O que existe? Como podemos adquirir os sentidos para a nova dimensão?

Os cientistas já chegaram à conclusão de que não há vida e morte, mas que tudo é derivado de algum tipo de sensação interna. Portanto, quem somos nós? Será que meu corpo realmente existe, ou só parece dessa forma para mim? O conceito de “existência” desaparece; para quem ela existe? Artigos científicos recentes indicam que eles chegaram à conclusão que ela é puramente uma contemplação interna.

Pergunta: Suponha que os Cabalistas têm um objetivo que muitas pessoas podem ver como transitório, mas ainda é um objetivo. O objetivo dos cientistas é simplesmente descobrir alguma coisa, e o que mais?

Resposta: O mesmo objetivo existe para nós e para os cientistas. Nós queremos descobrir o propósito da vida! Que diferença faz se nós o chamamos de Criador, natureza ou de qualquer outra coisa? Eu quero descobrir a verdade, mas não estou pronto para fazer isso, porque eu descubro isso em relação a mim mesmo; e, se eu mudar, ele também muda. Isso quer dizer que já não é a verdade, não é mais absoluta, e se nós estamos falando sobre o absoluto, eu não posso alcançá-lo. Eu não estou preparado para sentir e entender isso, porque não estou pronto para isso. Eu devo mudar a mim mesmo de antemão. No entanto, como posso mudar em relação ao mesmo espaço em que vou descobrir a verdade?

Esta é verdadeiramente a teoria da relatividade, mas não a de Einstein. Pelo contrário, é mais moderna. Afinal de contas, nós nos encontramos agora no limiar de atravessar a barreira para a compreensão de um novo espaço. É possível chamar isso de um espaço, pois é sentido dentro de nós, semelhante ao nosso espaço. No entanto, cabe a cada um de nós verificar se temos sentido a verdade. Isto é obrigatório. Nós só podemos analisar isso com a condição de que saímos de nós mesmos e nos calibramos em relação a algo eterno e pleno. Como podemos fazer isso? É exatamente aqui que a ciência para e falha. Portanto, os cientistas acabarão nos ouvindo. Eles terão um grande desejo de avançar, juntamente com a grande decepção de que não podem avançar por causa da barreira que não estão prontos para atravessar. Eles vão entender que do outro lado da barreira se encontra algo que não estão prontos para perceber porque não têm outros sentidos. Onde estão esses sentidos? Como eles são adquiridos? Como podemos mudar, a fim de adquiri-los?

Quando um estado como esse for criado, eles estarão prontos para nos ouvir e entender. Eles terão todas as condições prévias de anseio, uma tremenda atração para o avanço, o reconhecimento de sua impotência, e a sensação de que estamos falando de algo que surge no mesmo padrão que a sua sensação.

O que é a ciência? É o desejo de descobrir o Criador. Os cientistas aspiram a descobrir o Criador, mas eles O chamam de natureza. Nós também O chamamos de natureza, mas para eles a natureza é só as leis que agem neste mundo, e nós estamos dizendo que a natureza é muito mais ampla. Nós oferecemos a investigação sobre as leis do outro mundo.

Quando as pessoas se tornam objeto de investigação, seus valores são alterados. Isto ocorre mesmo que não pensemos desta forma, porque nos acostumamos a pensar que somos imutáveis. Por exemplo, numa fórmula matemática, um fator é a constante, e o resto dos fatores mudam, e é assim que vamos resolver a equação. Depois disso, nós começamos a mudar este fator e não mudamos os outros, e assim por diante.

É assim conosco também. Nós achamos que não precisamos mudar a nós mesmos e estão explorando a natureza mutável. No entanto, quando chegamos a uma barreira, um beco sem saída, começamos a ouvir e a entender algo como investigadores. No entanto, se começamos a mudar a nós mesmos, pode ser que também descubramos que causamos uma mudança? Quando começamos a ser alterados, adquirimos novos sentidos.

Os cientistas dizem que a percepção é subjetiva. Se a emoção é subjetiva, vamos mudar o sujeito, e assim vamos ver outros mundos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/12/13

Como Um Feixe De Juncos — Correções Através Das Eras, Parte 1

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 3: Correção Através das Eras
A Evolução do Método de Correção

No capítulo anterior, nós dissemos que os desejos crescem do inanimado para o vegetal, animal e falante. Nós dissemos que essa progressão ocorre tanto externamente, na natureza geral, como internamente, dentro de nós. Também dissemos que somente no nível falante dentro de nós é que temos uma livre escolha, mas que para fazer escolhas que nos sejam benéficas, temos primeiro que aprender como a Natureza opera na sua raiz.

Finalmente, nós dissemos que Israel representa o desejo de conhecer a raiz, o Criador, o Criador de tudo o que existe, e que Abraão foi o primeiro a descobrir essa raiz. Ele tentou ensinar seus contemporâneos, e hoje nós, os judeus, os descendentes desse desejo, devem levar a cabo a vocação de Abraão e completar a sua tarefa.

O que Abraão descobriu foi que o único problema com os seus conterrâneos era seus egos crescentes. Eles estavam se tornando demasiado egocêntricos para manter uma sociedade sustentável. Eles costumavam ser “Uma língua e uma fala”, mas devido aos seus egos crescentes se tornaram alienados e incomunicáveis. Eles se tornaram tão indiferentes uns com os outros, tão descuidados e preocupados em se exaltar que, como mencionado no capítulo anterior, “Se uma pessoa caísse e morresse [ao construir a torre de Babel] eles não se preocupariam com ela. Mas se um tijolo caísse, eles se sentariam e chorariam, e diriam, ‘Quando virá outro que em seu lugar'”. [i]

Pior ainda, Abraão descobriu que o ego crescente não estava prestes a parar de crescer. Ele era um traço inerente na natureza humana, uma característica distinta do nível falante que o ego deve aumentar constantemente porque é alimentado pela inveja dos outros. Na sua “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot (Face Brilhante e Acolhedora)”, Baal HaSulam escreve, “O Criador instigou três inclinações nas massas [pessoas], chamadas, ‘inveja,’ ‘cobiça’ e ‘honra’. Devido a elas, as massas se desenvolvem grau após grau para extrair a face de um homem inteiro”. [ii] Em outras palavras, a inveja não é má em si mesma, e nós ainda temos que lidar com ela, corrigi-la e apontá-la a uma direção construtiva.

[i] Pirkey de Rabbi Eliezer [Capítulos do Rabino Eliezer], Capítulo 24

[ii] Rabino Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot [Face Brilhante e Acolhedora]” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 134.